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Definição do Conselho de Saúde

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Definição do Conselho de Saúde: “o Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização e competência fixadas na Lei nº 8.142/90 [...] os Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação da comunidade nas Políticas Públicas e na administração da saúde” (RESOLUÇÃO 453, 2012, p. 01).
“Os conselhos são estratégias institucionais que objetivam a participação social e abrem as portas do SUS à sociedade civil organizada” (SOUZA, 2012, p. 13) e tem por objetivo criar uma nova cultura política participativa tendo como princípios fundamentais a equidade, integralidade e a universalidade dos serviços públicos de saúde prestados à população brasileira (LABRA, 2002).
Organização dos Conselhos de Saúde: “A legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários em relação ao conjunto dos demais segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto por representantes de entidades, instituições e movimentos representativos de usuários, de entidades representativas de trabalhadores da área da saúde, do governo e de entidades representativas de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu presidente eleito entre os membros do Conselho, em reunião plenária” (p. 02). E ainda: “as vagas deverão ser distribuídas da seguinte forma: a) 50% de entidades e movimentos representativos de usuários; b) 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde; c) 25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos” (p. 02). Além disso, “as entidades, movimentos e instituições eleitas no Conselho de Saúde terão os conselheiros indicados, por escrito, conforme processos estabelecidos pelas respectivas entidades, movimentos e instituições e de acordo com a sua organização, com a recomendação de que ocorra renovação de seus representantes” (RESOLUÇÃO 453, 2012, p. 03).
"Em 2007, de acordo com a pesquisa Perfil de Conselhos de Saúde no Brasil, projeto da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (SGEP/MS) em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ), todos os municípios brasileiros possuíam conselhos de saúde: desta forma são 5.565 conselhos municipais e 27 estaduais, sendo cerca de oitenta e sete mil os conselheiros" (CARDOSO, 2011, apud SOUZA, 2012, p. 15).
Funcionamento dos Conselhos de Saúde: “as três esferas de Governo garantirão autonomia administrativa para o pleno funcionamento do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, autonomia financeira e organização da secretaria-executiva com a necessária infraestrutura e apoio técnico” (RESOLUÇÃO 453, 2012, p. 04).
A falta de condições necessárias para o funcionamento dos Conselhos tem sido um entrave para que estes executem a contento suas funções. A Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (Leia mais em: www.saude.gov.br/sgep) tem evidenciado os problemas para consolidação do exercício da função dos Conselhos através de diagnósticos que evidenciam que:
Sobre a infraestrutura, ainda de acordo com a pesquisa Perfil de Conselhos de Saúde no Brasil (2007), dos 5.565 municípios, cerca de 81% não tinham sede, 34% não possuíam telefone, 62% não dispunham de computador e, dentre os que possuíam computadores, 31% não tinham acesso à internet. Em relação ao orçamento, 57% tinham receita própria, mas não apresentavam autonomia para gerenciar o orçamento (SOUZA, 2012, p. 15-16).
Estrutura dos Conselhos de Saúde: “o Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante o funcionamento do Plenário, que, além das comissões intersetoriais, estabelecidas na Lei no 8.080/90, instalará outras comissões intersetoriais e grupos de trabalho de conselheiros para ações transitórias. As comissões poderão contar com integrantes não conselheiros [...] o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora eleita em Plenário, respeitando a paridade expressa nesta Resolução” (RESOLUÇÃO 453, 2012, p. 04).
Desafios dos Conselhos de Saúde: "apesar dos significativos avanços em sua ação, quanto ao processo de formulação e controle da política pública de saúde, os conselhos ainda enfrentam obstáculos importantes, como o não-exercício do seu caráter deliberativo na maior parte dos municípios e estados; precárias condições operacionais e de infra-estrutura; falta de regularidade de funcionamento; ausência de outras formas de participação; falta de transparência nas informações da gestão pública; dificuldade e desmobilização para a formulação de estratégias e políticas para a construção do novo modelo de atenção à saúde; e baixa representatividade e legitimidade de conselheiros nas relações com seus representados" (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009, p. 17).
Competência dos Conselhos de Saúde:
I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, mobilizar e articular a sociedade de forma permanente na defesa dos princípios constitucionais que fundamentam o SUS;
IV – atuar na formulação e no controle da execução da Política de Saúde, incluindo seus aspectos financeiros e econômicos, e propor estratégias para a sua aplicação aos setores público e privado.
V – definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e deliberar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas situações epidemiológicas e a capacidade organizacional dos serviços.
Participação Popular e Controle Social
 Podemos definir o Controle Social como sendo a participação da sociedade civil na elaboração, implementação e fiscalização de Políticas Públicas (MIRANDA; SILVA; SOUZA, 2013; BRAVO; OLIVEIRA, 2002). No que diz respeito às Políticas Públicas de Saúde, a Lei Complementar 8.142 de 28 de dezembro de 1990 é um marco neste processo e “dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde - SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde”. Através da Lei 8.142/90 os Conselhos de Saúde assumem um papel protagonista na atuação, planejamento e controle da execução de políticas públicas de saúde. Vale ressaltar também o papel das Conferências de Saúde que, junto com os Conselhos, se tornam instrumentos legais para que a sociedade participe nas três esferas de governo (municipal, estadual e federal) dos processos decisórios e deliberativos na área da saúde. Tanto os Conselhos quanto as Conferências são condições essenciais e obrigatórias para o funcionamento do SUS. Vale ressaltar, inclusive, que o município pode sofrer penalizações com o bloqueio de repasse de verbas por parte do Governo Federal nos quais o Conselho de Saúde não exista ou atue irregularmente. “Nesta direção os conselhos de saúde se tornaram fóruns democráticos de inclusão e gestão social. A população, sob a perspectiva da participação popular, adquire a condição de sujeito da política de saúde a medida que se torna o agente ativo da sua produção” 
As Conferências de Saúde tem procurado consolidar e fortalecer o Controle Social do SUS através dos Conselhos de Saúde, procurando assegurar dotação orçamentária própria aos Conselhos, além de reafirmar a “participação popular e do controle social na construção de um novo modelo de atenção à saúde, requerendo o envolvimento dos movimentos sociais, considerados atores estratégicos para a gestão participativa” e aperfeiçoar os canais de participação social com a “criação e ampliação de novos canais de interlocução entre usuários e sistema de saúde, e de mecanismos de escuta do cidadão” (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009, p. 16-17)
            Neste atual contexto democrático de participação popular, os cidadãos e cidadãs não são apenas sujeitos passivos de direitos e deveres, mas participantes ativos do processo democrático (DIAS, 2007). O exercício da cidadania se estende para além do processo eleitoral, mobilizando a sociedade em torno da conquista, ampliação e efetivação dos direitos constitucionais.Os Conselhos de Políticas Públicas, incluindo aí os Conselhos de Saúde, apesar de sua inegável contribuição para um melhoramento das relações entre o Estado Democrático de Direito e a Sociedade Civil, apresentam inúmero desafios a serem superados.

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