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O ADOLESCENTE O ADOLESCENTE O ADOLESCENTE O ADOLESCENTE • Segundo a OMS: dos 10 aos 20 anos incompletos • ECA: dos 12 aos 18 anos • Intensas mudanças físicas, psíquicas, comportamentais, socioculturais • Desafio profissional: aprender a se comunicar • Motivos que levam a consulta: geralmente não por vontade própria do paciente DIREITOS DOS ADOLESCENTES DIREITOS DOS ADOLESCENTES DIREITOS DOS ADOLESCENTES DIREITOS DOS ADOLESCENTES • Todo adolescente tem direito a ser atendido em unidades de saúde; • O atendimento pode ser feito com o adolescente sozinho, se ele assim desejar; • Sigilo médico paciente; • Acesso aos serviços de saúde e informação • Em casos de hospitalização, o adolescente tem direito a um acompanhante durante todo o período de internamento ETAPAS DA CONSULTA ETAPAS DA CONSULTA ETAPAS DA CONSULTA ETAPAS DA CONSULTA • Anamnese • Exame físico • Diagnósticos • Orientações e condutas • Encaminhamentos e prescrição *Esclarecimentos éticos antes de iniciar a consulta: porque são importantes **Comunicação e confiança entre profissional, paciente e cuidadores ***Figura central da consulta: o adolescente Figura central da consulta: o adolescente Figura central da consulta: o adolescente Figura central da consulta: o adolescente –––– o médico deve dirigiro médico deve dirigiro médico deve dirigiro médico deve dirigir----se diretamente a elese diretamente a elese diretamente a elese diretamente a ele ****Sigilo médico e suas exceções ANAMNESE ANAMNESE ANAMNESE ANAMNESE • Três momentos possíveis: entrevista com o adolescente e os pais, momento com o adolescente sozinho e retorno dos pais ao consultório -> Não necessariamente acontecerá dessa forma (o adolescente tem direito a um momento a sós com o profissional de saúde, mas não é obrigatório) • Avaliação ampla: situação física, emocional, psíquica, ambiente e percepção dos pais/cuidadores PRIMEIRA ETAPAPRIMEIRA ETAPAPRIMEIRA ETAPAPRIMEIRA ETAPA • Queixa principal: pode ser uma doença / agravo, questões comportamentais(“muito tímido”, dificuldade de Fernanda Lacerda 5º semestre 2021.2 CONSULTA DO ADOLESCENTECONSULTA DO ADOLESCENTECONSULTA DO ADOLESCENTECONSULTA DO ADOLESCENTE quartafeira, 29 de setembro de 2021 09:42 rendimento escolar), ou demandas específicas(“melhorar a alimentação”) • Importante definir: de quem é a queixa (pais ou do adolescente)? -> pode perguntar diretamente ao adolescente -> registrar de quem foi o relato na HMA • Interrogatório sistemático • Antecedentes médicos • Acompanhamento de saúde (dentista, oftalmologista, ginecologista, outras especialidades) • Dar espaço para que o paciente relate os dados – avaliação da construção psíquica e da relação paciente/cuidado • Estado vacinal (verificar cartão vacinal) - tanto da época de criança quanto atual • Antecedentes gestacionais e perinatais com a mãe do adolescente (pertinente para primeira consulta) • Hábitos alimentares: registro detalhado de horário, quantidade e qualidade da alimentação – atenção especial para casos de transtornos alimentares (restrições, auto imagem, dietas “da moda”) • Avaliação das condições de habitação: moradores da casa, exposição a telas(games, redes sociais), como é o lazer da criança, exposição a violência • Ambiente escolar: rendimento, interesses, socialização (bullying e cyberbullying)• Ambiente familiar: relação com pais, irmãos e demais moradores da casa, rotina e atividades diárias • Sono • Lazer e atividade física • Espiritualidade e atividades culturais SEGUNDA ETAPASEGUNDA ETAPASEGUNDA ETAPASEGUNDA ETAPA • Oferecer o momento de avaliação individual com o adolescente -> pode ser que ele não se sinta a vontade em aceitar • Abordar novamente o motivo principal da consulta e outras queixas relevantes – pode diferir do referido pelos pais • Avaliar questões como: autoimagem e autoestima, conflitos familiares, atividades desempenhadas nas horas de lazer, áreas de interesse, planos para o futuro e aspirações • Atividade sexual: iniciação, dúvidas e esclarecimentos, identidade de gênero, contracepção, doenças sexualmente transmissíveis • Ambiente escolar e outros cenários transitados (trabalho, grupo de jovens) • Investigar situações de risco e vulnerabilidade: contato com substâncias lícitas(álcool, tabaco) e ilícitas (drogas), violência, acidentes e sofrimento emocional • Tempo de exposição a telas • Importante: essa etapa não é obrigatória – respeitar sempre a vontade do paciente. E se os pais não permitirem podemos nos colocar a disposição para atendê-lo novamente em um outro dia • Exceções: incapacidade do adolescente em responder (alterações neurológicas, quadros psiquiátricos graves) - devem ser atendidos o tempo todo com acompanhante TERCEIRA ETAPATERCEIRA ETAPATERCEIRA ETAPATERCEIRA ETAPA • Momento com os pais/cuidadores • Diante de situações de conflitos familiares evidentes ou situações de risco, o médico poderá conversar separadamente com os responsáveis • Lembrar que todo o processo deve ter o conhecimento do paciente ABORDAGEM HEEADSSS (Ferramenta complementar a anamnese) ABORDAGEM HEEADSSS (Ferramenta complementar a anamnese) ABORDAGEM HEEADSSS (Ferramenta complementar a anamnese) ABORDAGEM HEEADSSS (Ferramenta complementar a anamnese) • Inicialmente descrito como “HEADS”, proposto em 1971 • Alterações e reavaliações ao longo dos anos – última revisão em 2004 • Para que serve: instrumento indireto e prático para avaliação do comportamento e situações de risco no adolescente • Modelo de perguntas, em forma de questionário com respostas abertas, pensado para motivar o adolescente a conversar, sem que a consulta se torne desconfortável para ele • A entrevista deve preferencialmente ser feita no momento a sós com o adolescente, mas algumas perguntas podem ser refeitas na presença dos pais EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO • Deve ser completo e feito de forma segura e com privacidade • Sentido crânio –caudal, sempre cobrindo-se as partes que não estão sendo examinadas • Recomendável a presença de uma terceira pessoa (da área de saúde ou acompanhante do paciente) • Explicar o passo a passo do exame e informar ao paciente os achados à medida que o exame for sendo realizado – acalmar a ansiedade por “não estar normal ROTEIROROTEIROROTEIROROTEIRO• Aspectos gerais • Antropometria (peso, altura, IMC, pregas cutâneas) – utilizar sempre os gráficos da OMS para classificação • Estatura/idade e IMC/idade • Pressão arterial – ao menos uma medida ao ano • Acuidade visual • Estado nutricional• Tireoide, cavidade oral, otoscopia • Coluna vertebral e postura • Exame neurológico e mental • Maturação sexual – utilizar os critérios de Tanner para classificação • Exame da genitália – preferencialmente ao final da consulta (pois deixa o paciente desconfortável ) e pedir permissão ao paciente para fazê-la • Caso o paciente não permita, conversar sobre o motivo e avaliar em consulta de retorno ESTADIAMENTO DE TANNER ESTADIAMENTO DE TANNER ESTADIAMENTO DE TANNER ESTADIAMENTO DE TANNER • Estadiamento de Tanner ou estadiamento puberal: criada em 1962, por um médico inglês: J.M. Tanner. • Método visual. • Ferramenta utilizada diariamente durante a descrição do exame físico de crianças e adolescentes. • Descreve a MATURAÇÃO SEXUAL em meninos e meninas. • Padroniza e simplifica a descrição do exame físico. • Pode permitir diagnósticos de patologias como: puberdade precoce, rapidamente progressiva ou retardada. • Meninas: Mamas - M1 a M5 - Pelos - P1 a P5 - Exemplo: M2P3 - • Meninos: Genitais - G1 a G5 - Pelos - P1 a P5 - Exemplo: G1P2- DESENVOLVIMENTO DAS MAMASDESENVOLVIMENTO DAS MAMASDESENVOLVIMENTO DAS MAMASDESENVOLVIMENTO DAS MAMAS M1 - mamas infantis -> fase da pré-adolescência (elevação das papilas) M2 - broto mamário em formação (pequena elevação da mama e da papila) - melhor visualizar lateralmente M3 - maior aumento da aureola e papila, mas sem separação do contorno da mama M4 - aumento continuado e projeção da aréola e da papila, formando uma segunda saliência M5 - mama em estadiamento adulto, com retração da aréola para contorno da mama e projeção da papila DESENVOLVIMENTO DOS PELOS PUBIANOS FEMININOSDESENVOLVIMENTO DOS PELOS PUBIANOS FEMININOSDESENVOLVIMENTO DOS PELOS PUBIANOS FEMININOSDESENVOLVIMENTO DOS PELOS PUBIANOS FEMININOS P1 - ausência de pelos P2 - inicio de pilificação com pelugem fina, pouco escura e na linha central da região pubiana P3 - pelos mais escuros, discretamente encaracolados e mais espessos com distribuição por toda área P4 - pelos do tipo adulto, encaracolados, mais distribuídos e ainda em pouca quantidade P5 - Pelos tipo adulto , agora com distribuição na região pubiana e na raiz da coxa DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA MASCULINADESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA MASCULINADESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA MASCULINADESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA MASCULINA G1 - pênis pré-puberal ou infantil G2 - aparece um afinamento e hipervacularização da bolsa escrotal. Aumento do volume testicular, sem aumento do penis. G3 - aumento do volume testicular e da bolsa escrotal, agora com alongamento do penis G4 - maior aumento e hiperpigmentação da bolsa, do testículo, com aumento do pênis em comprimento e diâmetro. Há também com desenvolvimento da glande G5 - genitália adulta em tamanho e forma e volume testicular DESENVOLVIMENTO DOS PELOS PUBIANOS MASCULINOSDESENVOLVIMENTO DOS PELOS PUBIANOS MASCULINOSDESENVOLVIMENTO DOS PELOS PUBIANOS MASCULINOSDESENVOLVIMENTO DOS PELOS PUBIANOS MASCULINOS P1 - ausência de pelos P2 - inicio de pilificação na linha medial ou base do penis. Pelos finos e longos P3 - pelos mais escuros e mais espessos com distribuição por toda área. Discretamente encaracolados P4 - pelos escuros espessos e encaracolados do tipo adulto, mas ainda em menor quantidade na sua distribuição na região pubiana P5 - distribuição por toda região pubiana e tendendo para região interna da coxa - padrão adulto DIAGNÓSTICOS DIAGNÓSTICOS DIAGNÓSTICOS DIAGNÓSTICOS • Nutricional • Alimentar (equilibrada e balanceada? Presença de distúrbio alimentar?) • Imunização • Neuropsicomotor >> atenção para todos os aspectos (envolve também o emocional) • Patológicos ORIENTAÇÕES E CONDUTAS ORIENTAÇÕES E CONDUTAS ORIENTAÇÕES E CONDUTAS ORIENTAÇÕES E CONDUTAS • Conversa detalhada sobre os pontos identificados na consulta • Perguntar sobre dúvidas • Explicar o motivo das recomendações (exemplo: quais os prejuízos do excesso de tela, de que forma a prática de atividade física interfere no crescimento ósseo) • Desenhar planos de ação: acordos com o paciente do que é possível ser modificado até o próximo encontro – escolher prioridades e traçar metas conjuntas EEEENNNNCCCCAAAAMMMMIIIINNNNHHHHAAAAMMMMEEEENNNNTTTTOOOOSSSS EEEE PPPPRRRREEEESSSSCCCCRRRRIIIIÇÇÇÇÃÃÃÃOOOO ENCAMINHAMENTOS E PRESCRIÇÃO ENCAMINHAMENTOS E PRESCRIÇÃO ENCAMINHAMENTOS E PRESCRIÇÃO ENCAMINHAMENTOS E PRESCRIÇÃO • Avaliação com outros profissionais de saúde: oftalmologista, dentista • Ginecologista • Será necessária alguma medicação? • Está em uso de alguma suplementação? • Avaliação laboratorial quando pertinente • Alinhar retorno e deixar canal aberto para comunicação
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