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RELAÇÕES PARASITAS E REGRAS DE NOMECLATURA

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RELAÇÕES PARASITAS E REGRAS DE 
NOMECLATURA 
 O ser humano sempre buscou compartimentar, segmentar, as coisas 
para um melhor entendimento. Desse modo, os biólogos conceituaram as 
relações entre os seres. 
COMENSALISMO (+ ; O) – uma relação entre dois seres vivo, que uma 
poderá realizar vantagens particulares para sua nutrição ou proteção, sem 
que haja reciprocidade de serviços. Um exemplo é o peixe-piloto (Echneis 
êmora), esse peixe está ali para se alimentar de sobras de animais mordidos 
pelo tubarão. O peixe-piloto pode viver sem o tubarão, assim como o tubarão 
pode viver sem ele. 
MUTUALISMO (+ ; +) – as associações entre os seres vivos resultam em 
vantagens para os indivíduos associados. É o caso de um animal marinho 
(Holotúrias) que não possui mobilidade, eles se fixam nas conchas de um 
artrópode – Bernardo, o Ermitão – e gera uma proteção para o artrópode por 
causa dos seus tentáculos urticantes e nessa mesma relação a holotúria se 
beneficia com o deslocamento e com a caça. Eles podem viver separados, 
mas quando juntos a vantagem é mútua. 
SIMBIOSE (+ ; +) – Na simbiose um ser não pode viver sem o outro e as 
vantagens também são mútuas. Um exemplo é o cupim, que se alimenta 
de madeira, mas é incapaz de ingerir a madeira, desse modo, existem 
microrganismo no intestino dos cupins que são capazes de ingerir a 
madeira (celulose). Por outro lado, esse microrganismo não tem acesso à 
madeira sem que esteja dentro do cupim. Outro exemplo é das bactérias 
que estão dentro do corpo humano que produzem substancias propícias ao 
ser humano. 
PARASITISMO (+ ; - ) – é uma relação direta entre dois organismos 
geralmente bem determinados: o hospedeiro e o parasita, vivendo o parasita 
à custa do hospedeiro. É uma relação unilateral, o hospedeiro é 
indispensável ao parasita, que, separado dele, morrerá por falta de 
nutrição. *A adaptação é a marca do parasitismo*, um exemplo para essa 
frase é um parasita vulgarmente conhecido como solitária (tênias), que 
não possuem aparelho digestivo, devido ao fato que ao longo da sua 
evolução (adaptação parasitária) adquirirem essa característica. As tênias 
hospedam no intestino delgado dos seres humanos e recebem a 
alimentação através das suas ‘cutículas’, alimento esse processado pelo 
hospedeiro. Ou seja, o parasita se adaptou ao local onde vive de tal maneira 
que ela não necessita mais de aparelho digestivo, por outro lado, essa 
adaptação leva a uma absoluta dependência (o parasita não consegue viver 
se estiver fora do seu hospedeiro). 
A adaptação é a marca do parasitismo, suas funções morfológicas e 
metabólicas se adaptam e se adequam ao hospedeiro, mas também cria ao 
parasita uma dependência absoluta do seu hospedeiro. 
CLASSIFICAÇÕES PARASITÁRIAS 
1. MODALIDADES DE PARASITISMO 
1. QUANTO À EXIGÊNCIA DE VIDA PARASITÁRIA: 
a. Parasita obrigatório: não consegue viver fora de seu hospedeiro. 
b. Parasita facultativo: parasitas em certas circunstâncias, podendo 
ter vida livre ou não, exemplo de um fungo (Paracoccidioides brasiliensis) 
comum no Brasil, produz uma doença chamada de paracoccidioidomicose 
ou micose de Lutz. Ele (fungo) é facultativo porque ele vive no solo, vive 
no chão, mas pode ocasionalmente produzir uma doença parasitária, ser 
um agente infeccioso. 
c. Parasita acidental: por exemplo, existe um parasita de cães chamado 
de Dirofilaria imitis que parasita as cavidades cardíacas de animais 
(doença chamada de *dirofilariose*), contudo, já foi descrito em seres 
humanos. Um parasita acidental, que não é parasita natural do homem, 
mas pode ocorrer uma parasitose em humanos. 
2. QUANTO À PERMANÊNCIA NO HOSPEDEIRO: 
a. Parasita permanente: está o tempo todo dentro do organismo. 
Exemplo: tênia (solitária) 
b. Parasita periódico: é o que frequenta o hospedeiro intervaladamente. 
Exemplo: larvas de moscas (bicheiras), só é parasita quando larvas, 
parasita por um determinado período da vida. 
c. Parasita temporário: o parasita só procura o hospedeiro para a 
retirada do alimento, para se reproduzir. É um tipo de parasitismo 
encontrado em insetos hematófagos. 
3. QUANTO À ESPECIFICIDADE PARASITO-HOSPEDEIRO: 
a. Estenoxenos (steno = estreito): parasitas estreitamente adaptados a 
um único hospedeiro, ou a hospedeiros pertencentes a grupos zoológicos 
muito vizinhos. Por exemplo, o Plasmodium vivax, parasita da malária em 
humanos, ou seja, esse protozoário só produz a malária em humanos e não 
em outros grupos de animais. 
b. Eurixenos (eury = largo): são parasitas encontrados em uma série 
de hospedeiros distintos. Podem desenvolver-se em hospedeiros pertencentes 
a grupos zoológicos distanciados. O melhor exemplo para isso é o 
toxoplasma, ele pode parasitar cerca de 300 espécies diferentes de 
mamíferos, mais de 50 espécies diferentes de aves. 
c. Oligoxenos: é o meio termo em estenoxenos e eurixenos. (PS: o 
professor disse para ficar apenas com esteno e eurixenos). 
4. QUANTO AO NÚMERO DE HOSPEDEIROS NO CICLO: 
a. Monoxenos: parasitas que evoluem em um único hospedeiro. Por 
exemplo, a lombriga (Ascaris lumbricoides) é o mais frequente parasita 
em homens, vive em humanos, não é encontrada em outros seres. 
b. Heteroxenos: mais de um hospedeiro. Exemplo, solitária (Taenia 
solium) o adulto se reproduz no homem, mas a forma larval se desenvolve 
no porco. 
c. Autoxenos: (NÃO CONSEGUI ENTENDER) 
5. QUANTO À POSIÇÃO QUE OCUPAM NO HOSPEDEIRO: 
a. Ectoparasitas: parasitas que são encontrados fora do organismo. 
Exemplos: piolhos, carrapatos, pulgas... 
b. Endoparasitas: parasitas que hospedem dentro do organismo. 
Exemplos: Ascaris lumbricoides. 
c. Citoparasitas: parasitas de interior de células. Exemplo: vírus, 
toxoplasma. 
d. Histoparasitas: parasitas de tecidos celulares. 
e. Hemoparasitas: parasitas de células sanguíneas. Exemplo: 
Plasmodium. 
2. TIPOS DE HOSPEDEIROS 
1. HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: organismo onde o 
parasita encontra-se em estado imperfeito ou imaturo. 
Exemplo: Na Taenia solium o adulto vive no intestino do 
homem, já a larva (cisticerco) vive no porco, como a larva é 
uma forma imatura dizemos que o porco é o hospedeiro 
intermediário. 
2. HOSPEDEIRO DEFINITINO: organismo onde o parasita 
alcança o estado adulto. Exemplo: o homem no caso da Taenia 
solium. 
 
OBS: em protozoários essa classificação pode não satisfazer. 
Para os protozoários a classificação é: Hospedeiro Vertebrado e 
Hospedeiro Invertebrado. 
 
 
3. HOSPEDEIRO PARATÊNICO OU DE TRANSPORTE: Hospedeiro 
paratênico é aquele em que a larva do parasita persiste no estado infectante 
sem desenvolvimento. A larva persiste no estágio infestante sem um 
desenvolvimento essencial e usualmente sem crescimento. A larva 
infectante pode, assim, ser transportada de um hospedeiro para outro até o 
hospedeiro final, onde se torna adulto. Existe uma larva “plerosarcoide” que 
fica dentro do peixe, se esse peixe for ingerido por um mamífero (cão, 
homem, urso...) vai dar origem ao adulto no intestino, mas se esse peixe 
for ingerido por um segundo peixe a larva passa de um peixe para outro, 
sem evolução, mas continua viável. Se o segundo peixe for ingerido por um 
mamífero vai dar origem ao adulto, ou seja, esse peixe transporta a larva 
até o hospedeiro definitivo. 
3. AÇÕES DOS PARASITA SOBRE O HOSPEDEIRO 
1. AÇÃO ESPOLIADORA: parasitas subtraem suas 
substâncias nutritivas do organismo hospedeiro. Existe um 
parasita chamado Ancylostoma duodenale que vive no 
intestino humano, morde a mucosa intestinal, e se alimenta 
de sangue. Esse parasita pode retirar cerca de ½ ml de sangue 
por dia, podendo ocasionar uma anemia. Outro exemplo é a 
lombriga (Ascaris), ela se alimenta do que nós digerimos, a 
lombriga “tira” parte dos nossos alimentos, dessa forma pode 
ocasionar distúrbios em indivíduos que têm uma dieta muito 
pobre. 
2. AÇÃO TÓXICAS: o parasita pode produzir substâncias 
tóxicas dentro do organismo hospedeiro.3. AÇÃO TRAUMÁTICA: o parasita lesa diretamente o tecido, 
causando “machucados” no local. 
4. AÇÃO PUNJITIVA: ação de retirada de sangue, “punção 
venosa”. Parasitas hematófagos. 
5. AÇÃO MECÂNICA: não lesa diretamente os tecidos, mas 
perturbam a função mecânica dos órgãos. Por exemplo, é 
possível o áscaris obliterar (tamponar) o canal colédoco, e 
mesmo o intestino, causando uma obstrução intestinal. A 
obstrução pode ser por compressão, o cisto hidático, causado 
pelo parasita ..., fica localizado no fígado e pode crescer e 
comprimir as vias biliares causando perturbações funcionais 
e anatômicas. 
6. AÇÃO ANTIGÊNICA: parasitas que produzem substâncias 
que são antigênicas que podem causar alguma resposta 
imune do organismo. 
REGRAS DE NOMECLATURA BIOLÓGICA 
Espécie é sempre composta por duas palavras, a primeira corresponde 
ao gênero e é sempre escrita com letra maiúscula, a segunda palavra se 
refere propriamente a espécie referida e é sempre escrita por letras 
minúsculas, mesmo se referindo a uma pessoa. Toda vez que se escreve um 
nome de uma espécie é preciso destacar o nome, se é um texto digitado usa-
se itálico (de preferência) ou negrito, caso for um texto manuscrito o nome 
é sublinhado. Exemplos: Anopheles darlingi, Homo sapiens. 
Subespécie é trinominal. Exemplo: Anopheles albitarsis domesticus. 
Família é formada acrescentando o sufixo – idae ao final do gênero. 
 Subfamília acrescenta-se o sufixo – inae. 
 Superfamília acrescenta-se o sufixo – oide.

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