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35 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN ANESTESIOLOGIA U1 Aula 06 - Intubação Orotraqueal DEFINIÇÃO Introdução de um tubo na luz da traqueia Vias: Narinas: via nasotraqueal Boca: via orotraqueal Abertura na parede da traqueia: via transtraqueal INDICAÇÕES Situações de real ou potencial prejuízo dos mecanismos de controle da perviabilidade das vias aéreas Afecções de vias aéreas superiores, queimaduras vias aéreas, trauma torácico, das vias aéreas, cervical e da face, debilidade dos mm respiratórios, choque, fraturas múltiplas de arcos costais, intervenções próximas as vias aéreas ou posição desfavorável, etc. Deficiência dos mecanismos de proteção da laringe Atenuar o risco de aspiração do conteúdo gástrico Facilitar a aspiração traqueal Facilitar ventilação sob pressão positiva Rebaixamento do nível de consciência: Escala de Coma de Glasgow (GCS) ≤ 8; Trauma de face; Edema de glote; Procedimentos e cirurgias Impossibilidade de manter via aérea pérvia Insuficiência respiratória aguda grave e refratária Hipóxia e/ou hipercapnia Instabilidade hemodinâmica grave ou parada cardiorrespiratória Antecipação de piora em pacientes queimados ou em pacientes com visível desconforto respiratório que poderão entrar em fadiga da musculatura respiratória EQUIPAMENTO E MATERIAL Laringoscópios com lâminas retas e curvas Tubos traqueais Máscaras laríngeas Lidocaína (spray, geléia e aquosa) Cânulas nasofaríngeas e orofaríngeas Sistema de ventilação bolsa – válvula unidirecional – máscara (AMBU) Máscaras faciais Cânulas de traqueostomia ou cricotireostomia para emergência Aspirador Pinça de Magill: dirigir e posicionar o tubo endotraqueal através da cavidade oral ou para facilitar a inserção de sonda nasogástrica, quando necessário Fonte de O2 Monitorização: Oxímetro de pulso Capnógrafo Cardioscópio Estetoscópio LARINGOSCÓPIO Cabo (longo ou curto) para adulto ou criança e lâmina com sistema de iluminação Lâmina: espátula, flange ou rebordo e ponta Espátula: comprimir e manipular os tecidos moles, o maxilar inferior para ter visão direta da epiglote e laringe Flange: orientar a instrumentação e também afastar tecidos moles Extremidade: eleva a epiglote para fora da visão da laringe. É romba e espessada para evitar traumas Lâminas retas (Miller) ou curvas (Macintosh): tamanhos variados Escolha de acordo com a dimensão da via aérea Adulto de médio porte: Lâmina de Macintosh nº 3 Lactentes: em geral, lâmina de Miller Lâmina curva: extremidade distal deve ser introduzida na valécula (entre a base da língua e epiglote) Menor risco de lesão de dentes e maior espaço para passagem no tubo na ororfaringe Lâmina reta: SOB a epiglote Laringoscópios não convencionais: úteis em intubação traqueal difícil CÂNULAS OROFARÍNGEA E NASOFARÍNGEA Perda do tônus muscular → queda da lı́ngua e obstrução das vias aéreas Obstrução pode ocorrer no nível da epiglote ou rinofaringe:.palato mole em contato com parede posterior da faringe Cânulas orofaríngea (cânula de Guedel) ou nasofaríngea → solução do problema Abertura distal alcançam faringe posterior, acima da epiglote e base da língua Paciente intubado: cânula orofaríngea evita obstrução por mordedura do tubo Pacientes despertos, com reflexos laríngeos presentes ou anestesia superficial → COF podem causar laringoespasmo Medida aproximada do tamanho da COF → distância entre a comissura labial e o ângulo da mandíbula COF: cânula orofaríngea 36 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN “Posição olfativa ótima”: luxação da mandíbula, extensão cervical e elevação do occipício com um coxim de 7 a 10 cm Inserção: introdução na boca com concavidade em direção cefálica e progressão com rotação de 180⁰, associada a subluxação da mandíbula Cânula orofaríngea CNF mais tolerada em pacientes conscientes e usada para facilitar ventilação sob máscara, especialmente se dificuldade de abrir a boca Possível ventilar (oclui a boca e a narina contralateral) e aspirar Contraindicações: presença ou suspeita de fratura de base do crânio, distúrbio de coagulação, bacteremia e deformidades nasais CNF: cânula nasofaríngea Medida aproximada do tamanho CNF → distância entre a extremidade do nariz e o lobo da orelha Lubrificação com AL auxilia a introdução Inserção: perpendicularmente à face Cânulas nasofaríngeas MÁSCARA FACIAL Diversos modelos e tamanhos Orifício externo se ajusta ao sistema ventilatório Transparente: visualiza umidificação do gás exalado e vômitos VENTILAÇÃO COM MÁSCARA FACIAL Estando a via aérea pérvia é habitualmente eficaz Cabeça do paciente em extensão, sob coxim de 10 cm Máscara deve ocluir cavidades oral e nasal, com ápice apoiado na ponte nasal Pressionar suavemente contra a face para evitar vazamento e anteriorizar a mandíbula Mão E: dedos médio, anular e mínimo tracionam a mandíbula e polegar e indicador pressionam a máscara Mão D: ventilação Situações que necessitam de auxiliar para ventilação: obesidade, retrognatismo, micrognatismo, barba, tumores, idosos Pode ser auxiliada por cânulas nasofaríngeas e orofaríngeas Complicações: dano aos nervos trigêmeo e facial (excesso de pressão) e trama ocular (mau posicionamento) Limita-se pressão máxima de insuflação: evita abertura do EGE e distensão gástrica (risco de regurgitação) TUBOS TRAQUEAIS Curvados para ajuste à anatomia Marcas visíveis para facilitar posicionamento na via aérea Marcadores radiopacos para contrastar à radiografia simples RN e crianças preferir os sem balonete Preferir os de maior diâmetro compatível com o segmento mais estreito da via aérea → resistência ao fluxo varia com a quarta potência do raio 37 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN Evitar oclusão total: risco de lesão por compressão da mucosa da laringe ou traqueia Na intubação nasotraquael cuidados para evitar trauma na cavidade nasal Pressão no balonete menor que 20 mmHg: vedação da via aérea sem isquemia ou lesão da parede traqueal Pressão > 37 mmHg: interrompe perfusão da mucosa Manter pressão entre até 22 mmHg Lactentes e RN: curta distância entre fenda glótica e carina e reduzido diâmetro da traqueia, dificultam o uso de balonete DIÂMETRO DOS TUBOS TRAQUEAIS CONFORME A IDADE Idade Diâmetro interno da sonda (mm) Prematuro < 1000g 2,5 Prematuro entre 1000 e 2500g 3,0 Neonato até 6 meses 3,0 a 3,5 Lactente entre 6 meses e 1 ano 3,5 a 4,0 Lactente entre 1 a 2 anos 4,0 a 4,5 Além de 2 anos Idade(anos) +16/4 Mulheres adultas 7,0 a 7,5 Homens adultos 7,5 a 8,0 Idosos 8,0 a 9,0 PREPARO Avaliação clínica Informação do procedimento ao paciente Posição olfativa ótima Pré-oxigenação (3 a 5min com O2 a 100%): aumento da tolerância à apneia Monitorização respiratória: precisão e segurança indispensáveis Oximetria de pulso e capnografia Necessário: jejum prévio e aspiração e/ou retirada de sonda gástrica (em paciente previamente sondados) Se não pode esperar jejum: acelerar o esvaziamento gástrico (metoclopramida), reduzir secreção gástrica (cimetidina ou ranitidina) ou neutralizar acidez pré- existente (citrato de sódio) TÉCNICAS DE INTUBAÇÃO Intubação orotraqueal mais comum para acessar via aérea Identificação: ausculta dos campos pulmonares e epigástrio, condensação de vapor de água no tubo traqueal, saída de ar pelo tubo em respiração espontânea ou pela compressão torácica, capnografia (padrão-ouro) e oximetria de pulso Capnógrafo: detecta a concentração de CO2 no ar exalado e envia essa informação para um monitor. Disponível apenas em unidades de terapia intensiva. VIA OROTRAQUEAL Laringoscopia: elevação da base da língua e epiglote → visualização vias aéreas Médico e paciente posicionados → abertura da boca com o polegar e indicador mão D, separando arcadas dentárias. Introdução simultânea da lâmina do laringoscópio com a mão E Lâmina desliza ao longo da borda D da língua (cuidado para não comprimir lábios e dentes) até inserir-se na valécula (curvas) ou ultrapassar e sobrepor à epiglote (retas) Então, traciona-se o cabo para cima e para frente, perpendicular à mandíbula NÃO FAZER ALAVANCA! → trauma dentário e deslocamento anterior da glote Introdução do tubo na traqueia → bordo proximal do balonete ultrapasse as cordas vocais Introdução excessiva: intubação brônquica seletiva/acidental para o lado direito Confirmação do acesso: visão direta e capnografia são os melhores Fixação Verificação da posição do tubo: Procedimentos obrigatórios após intubação: 1. Visualização do tórax 2. Ausculta do tórax 3. Ausculta epigástrica Boa intubação: 1. Movimento simétrico do tórax 2. Ausculta simétrica do murmúrio vesicular 3. Ausência de murmúrio a nível de estômago 4. Condensação de gás no tubo durante expiração 5. Observação direta do tubo passando pelas cordas vocais do paciente 6. Uma elevação da saturação de O2 em 30 segundos Técnica 1. Posicionamento do paciente (hiperextensão cervical, preferencialmente com colocação de coxim sob o músculo trapézio, para alinhamento dos eixos oral, laríngeo e faríngeo). 2. Seleção da cânula (7,5 a 8 para mulheres, 8 a 9 para homens) e teste do cuff. 3. Introdução lenta do laringoscópio com a mão esquerda e deslocamento da língua para a esquerda até visualização da epiglote 4. Posicionamento da lâmina do laringoscópio na valécula. 5. Elevação da valécula com o laringoscópio até visualização das cordas vocais. 6. Introdução do tubo orotraqueal. 7. Insuflação do cuff. 8. Checagem da IOT: ausculta durante ventilação com dispositivo bolsa-valva. Realizar a ausculta no estômago, bases pulmonares esquerda e direita e ápices. 38 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN Para avaliar o êxito da IOT, deve-se realizar auscultas gástrica e pulmonar na seguinte ordem: 1. Estômago: determinar ausência de ruídos durante a ventilação, o que indicaria que o esôfago foi intubado. 2. Base pulmonar esquerda: confirmar a presença de murmúrios caso o tubo esteja locado em algum brônquio-fonte (é mais comum que seja no direito, devido ao seu ângulo). 3. Base pulmonar direita. 4. Ápice esquerdo. 5. Ápice direito. Outro parâmetro para checar o êxito da IOT é o capnógrafo. Contra-indicações: 1. Trauma severo nas vias aéreas ou obstrução que não permitam passagem segura do tubo endotraqueal. Nesses casos é indicado cricotireostomia de emergência 2. Trauma coluna cervical, em que é necessária completa mobilização cervical, o que torna a intubação difícil A única contraindicação absoluta é: transecção de traqueia! Complicações: Intubação esofágica Intubação seletiva, normalmente do brônquio: fonte direito, resultando em ventilação seletiva, colapso pulmonar contra - lateral e pneumotórax. Incapacidade para intubar, resultando em hipóxia e morte. Indução ao vômito, levando a aspiração, hipóxia e morte. Luxação da mandíbula. Laceração de partes moles das vias aéreas, faringe posterior, epiglote e/ ou laringe Trauma sobre a via aérea resultando em hemorragia e possível aspiração. Trauma nos dentes, lábios e cordas vocais: fratura ou arrancamento de dentes (causados por movimento de alavanca). Ruptura ou vazamento do balonete do tubo, resultando em perda de vedação durante a ventilação. 39 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN Exarcebação de lesão em cervical por movimentação da cabeça durante o procedimento, convertendo uma possível lesão sem déficit neurológico em uma lesão com déficit neurológico Hipoxemia, hipercapnia Vômitos e aspiração (síndrome de Menselson) Pneumonite e pneumonia VIA AÉREA POTENCIALMENTE DIFÍCIL Algumas situações que podem indicar VA difícil: Obesidade (IMC > 26 kg/m²) Idade > ou = 55 anos Barba e/ou bigode volumoso Ausência de dentição Paciente que ressonam (roncam) Sexo masculino Outras: Lesões em coluna cervical, artrite avançada de coluna cervical, trauma mandibular ou maxilofacial, limitação da abertura da boca e variações anatômicas Podemos avaliar algumas características para predizer que uma intubação é difícil, são elas: Inspeção Trauma de face; Grande queimado; Incisivos muito proeminentes; Arco palatino muito alto; Pescoço curto Regra 3-3-2 O paciente deve ter 3 dedos de distância entre os incisivos superiores e inferiores quando da abertura da boca, 3 dedos de distância entre o mento e o início do pescoço e 2 entre a cartilagem tireóidea e a mandíbula. Medidas abaixo, indicam intubação difícil. Classificação de Mallampati Grau I: visualização do palato mole, úvula, amígdalas, pilares amigdalinos anteriores e posteriores. Grau II: visualização do palato mole, amígdalas e úvula. Grau III: visualização do palato mole e da base da úvula. Grau IV: o palato mole não é visível. Classificação de Mallampati INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL (IOT) NA EMERGÊNCIA SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO (ISR) 1. Preparação Esse passo deve durar menos que 5 min e é sistematizado em: avaliação, check-list de material, monitorização, preparo de drogas e acesso venoso. Para facilitar, podemos usar o mnemônico: STOP- MAID. S: Sucção – Deixe o aspirador pronto T: Teste todos os equipamentos necessários (de preferência, mais que uma pessoa testando) O: Oxigênio pronto para a pré-oxigenação P: Posicione o tudo na mesa para facilitar o procedimento (coloque o tubo em formato anatômico – formato de vírgula) M: Monitorize o paciente com cardioscopia e oxímetro de pulso A: Avalie a via aérea do paciente (ver abaixo) I: IV – deixe sempre um acesso pérvio periférico com jelco 18 D: Drogas para utilização – escolher e preparar as drogas 2. Pré-oxigenação Manter uma fração de inspiração de oxigênio (FiO2) de 100% durante 3-5 minutos. Com isso, consegue-se uma apneia de 3-5 min antes que a saturação de oxigênio caia para < 90%. Logo, deve-se utilizar uma máscara que oferte O2 a 100% sem ventilar o paciente. Injeção dos fármacos: para sedação e intubação, separadamente. A laringe é bastante inervada, precisa garantir analgesia e hipnose do paciente. 3. Pré-tratamento (Analgesia) As duas principais drogas indicadas são o fentanil (1-3 mcg/kg) e a lidocaína (1,5 mg/kg). A indicação para o fentanil é para pacientes com emergências hipertensivas, como na dissecção aguda de aorta, e na hipertensão intracraniana → mais cardioestável Lidocaína para diminuir os reflexos de via aérea (tosse e broncoespasmo). Atenção!: Lidocaína sem vasoconstritor (isobárica, não pode ser hiperbárica). Elas devem ser administradas três minutos antes da passagem do tubo, se houver indicação. 4. Paralisia com indução (Hipnose e Bloqueio) Nesse passo é administrada uma droga hipnótica (capaz de induzir o sono), seguida de um bloqueador neuromuscular (na maioria das vezes succinilcolina), em bólus e de forma rápida. O bloqueador neuromuscular otimiza a ISR, sendo indispensável, e minimiza os riscos de aspiração e hipotensão. Medicações que vão agir na JNM e vão bloquear a transmissão do SN para o músculo estriado esquelético, facilitando a laringoscopia. 40 Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN Obs.: O midazolam, por ser cronotrópico e inotrópico negativo, detona a performance cardíaca, devendo ser utilizado apenas se for a única droga disponível no serviço (e saiba que você deve ter cristaloides e noradrenalina de resgate já preparados!), junto a avaliações acuradas do estado hemodinâmico. Hipnóticos Propofol (1-3mg/kg): é geralmente usado no cenário de pacientes hemodinamicamente estáveis. Já em paciente hipovolêmicos ou idosos, a dose é reduzida drasticamente: muitas vezes 0,5-1mg/kg é suficiente, apesar de o tempo de início se tornar maior devido ao débito cardíaco reduzido. Cetamina (1-2mg/kg): é cada vez mais usado em ambiente pré-hospitalar e em pacientes instáveis. O efeito habitual é a elevação da frequência cardíaca e variáveis, mas modestas, alteraçoes na pressão arterial. Aumenta secreções, podendo necessitar de aspiração ou pré- medicação com antisialagogo, como atropina ou glicopirrolato, no pré- operatório. Etomidato (0,3mg/kg): também tem efeitos hemodinâmicos muito limitados. Seu uso tem sido limitado pela preocupação de supressão adrenal e devido sua limitada disponibilidade em certos países. Tiopental (3-5mg/kg): tem o efeito mais rápido e pevisível, com menos instabilidade hemodinâmica que o propofol. No entanto, pode haver problemas com a disponibilidade e sequelas prejudiciais caso haja extravasamento ou injeção intra-arterial. Midazolam (0,1-0,2mg/kg): pode ser usado, apesar do tempo para o efeito ser muito prolongado. Esta droga é mais conveniente em pacientes que já estão obnubilados e requerem mais amnésia do que anestesia propriamente dita. Obs.: Em paciente em choques, uma dose muito modesta de hipnótico pode ser suficiente, pois essas drogas podem facilmente levar ao colapso circulatório e parada cardíaca. Medicações para ressuscitação cardiopulmonar devem estar prontamente disponíveis. Bloqueador Neuromuscular Succinilcolina (1-2mg/kg) produz fasciculações, paralisia e excelentes condições de intubação no tempo de uma circulação (15-45 segundos). Efeitos adversos: mialgia (mais comum), bradicardia, parada cardíaca induzida por hipercalemia, anafilaxia e desencadeamento de hipertermia maligna podem ocorrer. Contraindicações: queimadura recente, lesão de medula espinhal ou história de distrofia muscular. Rocurônio (0,9-1,6mg/kg), o relaxamento profundo é obtido em 45-60 segundos. Desvantagem: ausência de fasciculações, assim outros métodos para assegurar paralisia laríngea adequada devem ser utilizados. Efeitos adversos: anafilaxia continua sendo uma possibilidade, mas o risco de mialgia, hipercalemia e hipertermia maligna é evitado. 5. Posicionamento do paciente Deve-se posicionar o paciente em decúbito dorsal com 30º de inclinação no dorso, em posição de “sniff” ou “farejador” (coxim na região occipital + hiperextensão do pescoço, se não houver contraindicação para tal). O objetivo é alinhar os eixos oral, laríngeo e faríngeo do paciente. 6. Posicionamento do tubo com confirmação 1. Segurar o tubo com mão direita e laringoscópio com mão esquerda; 2. Colocar o laringoscópio pela rima labial direita e deslocar a língua para esquerda; 3. Tracionar o laringoscópio para cima e para frente, a aproximadamente 45º, posicionando-o na valécula (evitar movimento de báscula); 4. Visualizar as cordas vocais (a intubação não pode ser realizada às cegas, devendo ser realizada sob visualização direta das cordas vocais); 5. Introduzir tubo até que a borda proximal do cuff ultrapasse as cordas vocais. Parte distal do tubo deve estar a 5-7cm da carina (normalmente isso é a marca de 22cm em adultos); 6. Retirar fio guia; 7. Insuflar cuff com seringa de 6 a 10 ml de ar (20mmHg); 8. Acoplar AMBU e insuflar, auscultando epigástrio, pulmão esquerdo e pulmão direito, respectivamente. Manobra de Sellick: consiste em uma leve pressão ao nível da cartilagem cricoide, utilizando o polegar e indicador, para ocluir externamente o esôfago e impedir que o tubo passe pelo órgão. Outra forma de confirmar o tubo é através da capnografia (de 3 a 6 curvas.). O capnógrafo indica uma boa intubação quando os níveis de PETCO2 estão entre 35-45mmHg. Os valores vão variar com: tempo em apneia, metabolismo basal, febre, hipercatabolismo. A onda deve ser quadrada, diferentes formas podem indicar outras patologias pulmonares. 7. Pós-intubação Fixação do tubo com esparadrapo ou acessórios próprios e realização de uma radiografia de tórax para verificar a posição do tubo ou evidenciar alguma complicação. Além disso, deve-se lembrar de colocar o paciente em ventilação mecânica e se manter toda a monitorização: atenção a hipotensão, seja pelos efeitos das drogas usadas na indução ou após o início da ventilação mecânica, haja vista a diminuição do retorno venoso.
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