Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 INTRODUÇÃO: - É a colocação de uma cânula (tubo traqueal) na traqueia através da fenda glótica forma não cirúrgica para obter uma via aérea permeável e protegida - Após instalada, permite conduto livre a passagem do ar e a aspiração das secreções de origem pulmonar, evitando que o conteúdo da orofaringe ou aquele regurgitado a partir do esôfago ganhe as vias aéreas inferiores INDICAÇÕES: Proteção da via aérea Obstrução da via aérea Ventilação pressão positiva quando o O2 é ofertado pelo ventilador (o O2 é ofertado por pressão) A respiração normal é por pressão negativa Hipóxia pO2 < 60 Coma Choque Glasgow < 8 Queimadura lesão por inalação ESCALA DE GLASGOW: - Avalia o nível de consciência - É a escala mais aplicada por maior facilidade e maior rapidez - Referencia 9 - Abaixo de 9 IOT MATERIAL: Laringoscópio com jogo de lâminas (adulto , infantil ou para obeso) Lâminas Tubo traqueal de tamanhos diversos (tamanho provável, um tamanho maior e um menor) Fio guia MATERIAL DE SEGURANÇA: Fonte de oxigênio a 100% Fonte de aspiração e cateter de aspiração traqueal Bolsa de ventilação (AMBU ou bolsa- reservatório com válvula unidirecional) Máscaras e cânulas de diversos tamanhos Luvas, máscaras e óculos (EPI) OBS: testar o material antes de iniciar a IOT, montar o laringoscópio antes do procedimento, testar o balonete injetando ar com a seringa antes ANATOMIA: - Deve ser visualizado cordas vocais, epiglote, aritenoides e esôfago se não conseguir ver esse conjunto vai entubar o esôfago por aciedente NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 PREDITORES DE INTUBAÇÃO DIFÍCIL: Intubação difícil prévia Distancia interincisivos < 4 cm Distância tireomentoniana < 6 cm Distância esternomentoniana < 12cm Extensão de cabeça/pescoço reduzida < 30° Classificação de mallampati 3 ou 4 Protusão mandibular Circunferência do pescoço grande Pescoços curtos e com maior circunferência dificultam o alinhamento dos eixos por terem uma amplitude de movimento limitada. Sua avaliação geralmente é subjetiva à beira leito, mas estudos quantitativos encontraram valores >40cm de circunferência cervical associados à VAD. Complacência do espaço submandibular pequena CLASSIFICAÇÃO DE MALLAMPATI: - As classes I e II tem um significado anatômico de uma língua pequena em relação a orofaringe, enquanto as classes III e IV são basicamente preditores de VAD (via aérea difícil) - Para realizar o teste, o paciente deve estar sentado, em posição neutra, com a boca em abertura máxima e com a língua com a maior protusão possível - A fonação é desencorajada porque pode levantar as raízes do palato mole e possibilitar a visualização de estruturas adicionais Classe I – palato mole, fauce, úvula e pilares amigdalianos visíveis; Classe II – palato mole, fauce e úvula visíveis; Classe III – palato mole e base da úvula visíveis; Classe IV – palato mole totalmente não visível NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 PROTUSÃO MANDIBULAR: - A avaliação da protusão mandibular é importante para certificar que existe mobilidade da articulação temporomandibular e que há possibilidade do deslocamento anterior da mandíbula durante laringoscopia - A inabilidade de realizar o teste da mordida do lábio superior parece predizer visões laringoscópicas ruins COMPLACÊNCIA DO ESPAÇO SUBMANDIBULAR: - A avaliação é feita pela palpação da região submentoniana e determina se o tamanho do espaço submandibular é suficiente para acomodar a língua durante laringoscopia - Nessa etapa da avaliação, a inspeção do pescoço também deve ser realizada - Mudanças na pigmentação da pele podem indicar que o paciente passou por radioterapia cervical prévia, o que pode levar a mudanças inflamatórias agudas com posterior fibrose e alterações anatômicas cicatriciais da região do pescoço - Cicatrizes de traqueostomia, principalmente se tiverem histórico de ventilação mecânica prolongada, podem levantar a suspeita de estenose traqueal ou estenose subglótica, sendo considerado nesse caso o uso de tubos endotraqueais de menor calibre - O grau de desvio e de mobilidade traqueal também devem ser avaliados. POSIÇÃO PARA INTUBAÇÃO: - Sniffing position - A posição do farejador consiste em elevar a cabeça e mantê-la elevada com o suporte de um coxim - A técnica descrita corresponde à flexão do pescoço na sua base, ou seja, junto com a parte superior da coluna dorsal e a hiperextensão da cabeça, na altura da articulação atlanto-occipital - Em geral, o posicionamento ideal é alcançado quando os meatos acústicos externos se encontram no mesmo plano horizontal da fúrcula esternal TÉCNICA DE INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL 1. Posicionamento do paciente (hiperextensão cervical, preferencialmente com colocação de coxim sob o músculo trapézio, para alinhamento dos eixos oral, laríngeo e faríngeo). 2. Seleção da cânula (7,5 a 8 para mulheres, 8 a 9 para homens) e teste do cuff. 3. Introdução lenta do laringoscópio com a mão esquerda e deslocamento da língua para a esquerda até visualização da epiglote (Figura 1). 4. Posicionamento da lâmina do laringoscópio na valécula. 5. Elevação da valécula com o laringoscópio até visualização das cordas vocais (Figura 3). 6. Introdução do tubo orotraqueal. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 7. Insuflação do cuff. 8. Checagem da IOT: ausculta durante ventilação com dispositivo bolsa-valva. Realizar a ausculta no estômago, bases pulmonares esquerda e direita e ápices. - O laringoscópio deve ser segurado com a mão esquerda e o tubo com a mão direita - 30 segundos/tentativa - Realizar no máximo 2 tentativas DROGAS PARA INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL: SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO (SRI): - Para assegurar uma via aérea em um paciente instável, usa-se a sequência rápida de intubação - Consiste em usar um sedativo de ação rápida, analgesia e um agente bloqueador neuromuscular para criar condições que permitam um rápido controle das vias aéreas - A SRI pressupõe que os pacientes estão em risco broncoaspiração de conteúdo gástrico e incorpora medicações e técnicas que minimizem esses riscos 7 P’S: 1. PREPARAÇÃO: - Checar sinais que indiquem intubação difícil - Fazer um plano de intubação incluindo um vias alternativas de assegurar a via aérea - Reunir equipamentos e medicações 2. PRÉ-OXIGENAÇÃO: - Recomenda-se que todo paciente que necessite de intubação endotraqueal receba oxigênio em alto fluxo imediatamente - Adm de oxigênio a 100% sob máscara bem adaptada, com fluxo de 100ml/lg/min (volume corrente cerca de 10ml/kg) por um período de 3-5 min - Objetivo realizar troca de nitrogênio pulmonar por oxigênio pulmonar, aumentando a sua reserva e diminuindo o risco de hipóxia 3. PRÉ-TRATAMENTO: - Dependendo das circunstâncias clínicas pode- se usar medicações antes da indução como: atropina (casos de bradicardia), noradrenalina e dopamina (casos de choque). Fentanil 3 mcg/kg peso magro (peso total + 30% do excesso de peso) e/ou lidocaína 4. INDUÇÃO: - Diferentes tipos de indução são usadas dependendo das circunstâncias clínicas, abaixo NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 segue os medicamentos com sua posologia, contraindicações e vantagens: Midazolam: dose 0,2 a 0,3 m/kg. Contraindicação: depressão miocárdica dose dependente resultando em hipotensão. Vantagem: um potente amnésico Propofol: dose 1,5 a 3 mg/kg, não há contraindicação absoluta, porém produz hipotensão dose dependente. Vantagem: broncodilatação Etomidato: dose 0,3 mg/kg, contraindicação: suprimir a produção adrenal de cortisol. Vantagem: excelentesedação com pouca hipotensão Quetamina: dose de 1,5 mg/kg. Contraindicação: é controverso o uso em pacientes com elevada pressão intracraniana e hipertensão arterial. Vantagem: estimula a liberação de catecolaminas e faz broncodilatação 5. BLOQUEIO NEUROMUSCULAR: - Os bloqueadores musculares são divididos de acordo com seu mecanismo de ação em despolarizante e não despolarizante - O único agente despolarizante na prática clínica é a succinilcolina e é a 1ª escolha de bloqueador neuromuscular na prática da emergência clínica pela sua superioridade em relação aos bloqueadores não despolarizantes - Na SRI a dose de succinilcolina e de 1,5 mg/kg endovenosa, com a paralisia ocorrendo em 45 a 60 segundos após sua injeção EV, possui uma duração aproximada de 6 a 10 minutos - A succinilcolina possui 2 contraindicações absolutas: história pessoal e familiar de hipertermia maligna e pacientes com alto risco de desenvolver hipercalemia - É recomendado o uso de agentes bloqueadores musculares não despolarizantes no lugar da succinilcolina nos seguintes casos: Hipercalemia (sugere-se checar alterações características no eletrocardiograma) História pessoal de disfunção renal História pessoal e familiar de hipertermia maligna Doenças neuromusculares envolvendo denervação (lembrar que a succinilcolina é segura na miastenia gravis) Distrofia muscular AVC com mais de 72 horas de evolução Queimadura com mais de 72 horas de evolução Rabdomiólise 6. POSICIONAMENTO: - Posição de ‘cheirador’ com coxim suboccipital de modo a alinhar o meato acústico com o esterno do paciente. Extensão do pescoço 7. INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL PROPRIAMENTE DITA 8. CONFIRMAR O POSICIONAMENTO DO TUBO: - Na prática da emergência brasileira a confirmação do correto posicionamento do tubo endotraqueal é feito através da ausculta dos campos pulmonares e do estômago - Orienta-se iniciar com a ausculta do epigástrio, caso positiva sabe-se do mau posicionamento do tubo, caso negativa, é feita a ausculta dos campos pulmonares buscando uma simetria entre os dois lados - Se disponível, checa-se o posicionamento correto do tubo através da aferição de CO2 excretado (capnografia) - Realizar um RX de tórax para determinar se houve intubação seletiva para o brônquio fonte direito 9. CUIDADOS PÓS INTUBAÇÃO: - O tubo deve ser fixado, um RX de tórax pós IOT deve ser realizado na busca de complicações e a ventilação mecânica deve ser ajustada - Medicamentos usados para SRI são normalmente de curta ação, assim deve-se assegurar sedação de longo prazo, analgesia e eventualmente paralisia se necessário NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 TAMANHO DO TUBO: COMPLICAÇÕES SECUNDÁRIA À TÉCNICA DE LARINGOSCOPIA: Demora na intubação e regurgitação com broncoaspiração Fratura de dentes Edema Sangramento da mucosa Lesão da estrutura glótica Corte dos lábios e língua Lesão cervical secundária Traumatismo raquimedular presente Aumento da pressão intracraniana e intra- ocular Arritmias cardíacas Isquemia miocárdica RELACIONADAS AO TUBO OROTRAQUEAL: Lesão do aparelho fonador Rouquidão pós-operatória Dor na garganta Lesão traqueal Infecção pulmonar Atelectasia Intubação seletiva ATENÇÃO: - Paciente de estômago cheio regurgitação, aspiração, pneumonite aspirativa
Compartilhar