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www.estetus.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos www.estetus.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos SUMÁRIO PREPARO E FUNÇÃO DO INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO.................................... 3 TEMPO CIRÚRGICO ....................................................................................................... 7 DIÉRESE .......................................................................................................................... 7 HEMOSTASIA .................................................................................................................. 7 EXÉRESE ......................................................................................................................... 8 SÍNTESE........................................................................................................................... 9 TERMINOLOGIA CIRÚRGICA ...................................................................................... 10 PREFIXOS E SUFIXOS ............................................................................................. 10 PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA ................................................................................... 14 CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS ANTISSÉPTICOS ........................................ 16 ESCOVAÇÃO CIRÚRGICA ........................................................................................... 19 DEGERMAÇÃO ............................................................................................................. 20 INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS .................................................................................. 21 INSTRUMENTAIS PARA PROCEDIMENTOS ESPECIAIS ......................................... 29 INSTRUMENTAIS PARA DIVERSOS FINS ................................................................. 29 CUIDADOS NO MANUSEIO DO INSTRUMENTAL CIRÚRGICO ............................... 29 CONTAGEM DOS INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS .................................................. 31 AGULHAS E FIOS CIRÚRGICOS ................................................................................. 31 TÉCNICA DE MONTAGEM DE CAIXAS CIRÚRGICAS .............................................. 33 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL QUE COMPÕE A MESA DO INSTRUMENTADOR ........................................................................................................................................ 33 BISTURI COMO FACA .................................................................................................. 34 MONTAGEM DA MESA BÁSICA ................................................................................. 40 MONTAGEM DA MESA AUXILIAR .............................................................................. 42 TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA EM DIVERSOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS ............................................................................... 42 ASSISTÊNCIA AO PACIENTE CIRÚRGICO CONCEITOS BÁSICOS ....................... 43 DRENOS......................................................................................................................... 45 CURATIVOS ................................................................................................................... 48 LAVAGEM DAS MÃOS ................................................................................................. 50 NOÇÕES DE PRIMEIROS-SOCORROS ...................................................................... 54 SINAIS VITAIS ............................................................................................................... 54 3 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos PREPARO E FUNÇÃO DO INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO A instrumentação cirúrgica é uma profissão de nível técnico, no Brasil, em que o profissional tem a função de ajudar o cirurgião no ato cirúrgico, que abrange desde a preparação dos instrumentos até a esterilização dos mesmos, após a cirurgia. A instrumentação cirúrgica nasceu no século XX no período de maior crescimento nas cirurgias e com isso, o papel do instrumentador cirúrgico também ganhou destaque. Devido a esse crescimento tornou-se necessário qualificar mais profissionais para trabalhar nessa área tão importante para a medicina. Surgiram então, as primeiras escolas formadoras de instrumentadores cirúrgicos. Na França em 1954, surgiram as escolas de Técnicos em instrumental cirúrgicos. A finalidade dessas escolas era preparar os profissionais para atuar na instrumentação cirúrgica de forma que entendessem a evolução cirúrgica, isto é, tempos cirúrgicos, materiais para cada especialidade entre outras atividades cirúrgicas. Toda pessoa que decide realizar um curso de instrumentação cirúrgica deve conhecer a história referente à Batalha de Solferino, na qual podemos destacar Jean Henri Dunant, que auxiliava os cirurgiões repassando os instrumentais e materiais cirúrgicos necessários para o ato cirúrgico. Portanto, dentre as inerentes funções, a maior responsabilidade do instrumentador cirúrgico é o cuidado com os instrumentos cirúrgicos. Esse cuidado envolve toda a manutenção destes instrumentais, e o seu processamento adequado. Já, o objetivo maior, assim como de toda a equipe cirúrgica, é a qualidade e segurança do procedimento cirúrgico, atendendo ao cliente com maior eficácia e eficiência. Atualmente, muitos profissionais de enfermagem acabam optando pela instrumentação cirúrgica, mas vale lembrar que o curso específico é muito importante para que este profissional possa participar de concursos públicos. 4 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos A Câmara de deputados aprovou o Projeto de Lei 642/07, do deputado George Hilton (PRB-MG), que regulamenta a profissão de instrumentador cirúrgico. A proposta foi aprovada em caráter conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e será encaminhada para análise do Senado, se não houver recurso para que seja votada pelo Plenário da Câmara. O projeto estabelece que o exercício da profissão seja privativo daqueles que tenham concluído curso de Instrumentação Cirúrgica, ministrado no Brasil, por escola oficial ou reconhecida pelo governo federal, ou no exterior, desde que esse diploma seja revalidado no Brasil. Também podem exercer a atividade aqueles que já atuam na profissão há pelo menos dois anos, contados da data em que a lei entrar em vigor. A instrumentação cirúrgica a cada dia que passa, vem recebendo da direção das instituições hospitalares, das clínicas e principalmente das equipes cirúrgicas uma grande valorização. Esse reconhecimento exige uma maior qualificação dos instrumentadores cirúrgicos e consequentemente, as instituições formadoras destes profissionais devem estar atentas a essa nova exigência do mercado. As pessoas que optam por essa atividade devem estar preparadas para proporcionar ao paciente e a sua equipe cirúrgica a segurança e tranquilidade, pois trabalham no centro cirúrgico e cuidam dos instrumentais que serão utilizados nas cirurgias. O Instrumentador Cirúrgico é responsável por todo o instrumental utilizado antes, durante e após a cirurgia, ou seja, por todo o seu processamento, exceto os instrumentais básicos cuja responsabilidade é da central que esteriliza os materiais da instituição hospitalar. Com a evolução das intervenções cirúrgicas, exige-se conhecimento de aparelhos e instrumentos modernos, técnicas usualmente empregadas em atos operatórios, noções de anatomia, assepsia, biossegurança, células e tecidos, ética profissional, fisiologia, higiene e microbiologia. O instrumentador cirúrgico é um profissional indispensável para que o ato operatório transcorra com segurança e qualidade. Sua função primordial é5 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos fornecer o instrumental cirúrgico adequado ao cirurgião e ao auxiliar, sendo possível realizar as funções básicas de segundo auxiliar quando o primeiro estiver ocupado. Todo instrumentador cirúrgico deve conhecer a técnica empregada no ato operatório e estar atento à manutenção da assepsia de toda a equipe cirúrgica, colaborando para a qualidade do procedimento cirúrgico. Podemos ainda citar outras funções básicas do instrumentador cirúrgico: ➢ Conhecer os instrumentais por seus nomes, apelidos e gestos; ➢ Entregar o instrumento com presteza ao sinal ou pedido verbal do cirurgião, colocando-o em sua mão de forma precisa e exata para uso imediato; ➢ Não se distrair no decorrer da cirurgia, pois a antecipação às requisições do cirurgião depende da atenção do instrumentador; ➢ Sempre antes da cirurgia é preciso certificar-se que tudo está em ordem, desde os fios e agulhas, até os instrumentos especiais. O instrumentador cirúrgico é o braço direito do cirurgião, portanto, deve saber com antecedência dos procedimentos cirúrgicos agendados, para que possa prever os materiais necessários para as cirurgias. As demais funções do instrumentador são: ➢ Chegar ao centro cirúrgico e logo vestir o uniforme privativo, não se esquecendo do gorro para proteger os cabelos, máscaras para cobrir o nariz e a boca, e por fim, a proteção para os pés; ➢ Verificar com o enfermeiro responsável do centro cirúrgico a confirmação da internação do paciente, os exames pré-operatórios e a sala disponibilizada para o procedimento; ➢ Escolher o material específico para a cirurgia e verificar se está em ordem; ➢ Se não estiver familiarizado com o cirurgião, pergunta antecipadamente os fios que serão utilizados durante a cirurgia; ➢ Usar técnica de escovação correta, vestir avental esterilizado e calçar as luvas; ➢ Dispor na mesa o campo cirúrgico duplo, próprio para a mesa de instrumentador; 6 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ➢ Dispor o material da cirurgia na mesa, evitando contaminar o mesmo, verificando sempre se nenhum material importante está faltando; ➢ Evitar qualquer tipo de contaminação, conservando as mãos acima da cintura, não podendo encostar estas em qualquer lugar que não esteja esterilizado; ➢ Tomar o cuidado para não encostar com a parte não estéril do avental nas mesas auxiliares e de instrumentais, na falta de avental com opa utilizado na proteção das costas; ➢ Auxiliar na colocação dos campos que delimitam a área operatória, entregando-os ao assistente e ao cirurgião; ➢ Passar os instrumentos, sempre tendo cuidado que seja do lado correto, para evitar quedas, e que o cirurgião tenha que corrigir o seu posicionamento antes de usar, evitando um acidente; ➢ Conservar o campo operatório sempre limpo e em ordem para evitar transtornos; ➢ Conservar os instrumentos sempre no lugar próprio, nunca deixar a mesa desorganizada; ➢ No caso de cirurgias em que são retirados materiais para exame, é necessário se responsabilizar por elas até que sejam encaminhadas ao setor competente; ➢ Ter o controle do material e instrumental durante toda a cirurgia, prestando atenção em toda e qualquer manobra do cirurgião; ➢ Contar compressas grandes, pequenas e gazes antes e ao término de cada procedimento cirúrgico; ➢ Evitar o desperdício de fios, porém ter sempre o necessário para não ocorrer complicações durante o ato cirúrgico; ➢ Ser consciencioso e lembrar que a vida do paciente depende da assepsia do instrumental, além da habilidade do cirurgião; ➢ Ao final da cirurgia realizar o curativo na incisão cirúrgica; ➢ Separar o instrumental dos materiais perfurantes e cortantes, evitando dessa forma acidentes; ➢ Antecipar os pedidos do cirurgião, de modo a prevenir o atraso no tempo operatório. Isto se consegue conhecendo instrumental, o tempo cirúrgico 7 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos e, prestando atenção ao desenrolar da cirurgia, a fim de estar sempre um passo à frente do cirurgião; ➢ Atenção, iniciativa e rapidez durante todo o tempo. TEMPO CIRÚRGICO A cirurgia é a parte do processo terapêutico em que o cirurgião realiza uma intervenção manual ou instrumental no corpo do paciente. Define-se ainda como o conjunto de gestos manuais ou instrumentais que o cirurgião executa para a integral realização de ato cruento com finalidade diagnóstica, terapêutica ou estética. O médico cirurgião geral realiza a maior parte das cirurgias e assume o comando do paciente politraumatizado grave, indicando os casos em que outros médicos com outras especialidades precisam participar. Para um procedimento cirúrgico ocorrer com segurança existem os tempos cirúrgicos e o instrumentador deve conhecer bem esses tempos para que possa trabalhar em conjunto com o cirurgião. Os tempos cirúrgicos são a diérese, hemostasia, exérese e a síntese. DIÉRESE É o rompimento da continuidade dos tecidos, ou planos anatômicos, para atingir uma região ou órgão. Pode ser classificada em mecânica ou física. É a separação dos tecidos, realizada por meio de intervenções manuais, com diferentes tipos, de acordo com o tecido a ser separado, ou seja, a pele, a aponeurose, o músculo e dos órgãos específicos. Podemos ainda dizer que é o nome dado ao processo de divisão dos tecidos que possibilita o acesso a região a ser operada pelo médico cirurgião. Consiste na primeira etapa da cirurgia, sendo seguida pela hemostasia e síntese. HEMOSTASIA A hemostasia deve sempre ser alcançada a fim de se evitar complicações da ferida cirúrgica e também da redução da visão do cirurgião durante o ato cirúrgico propriamente dito. 8 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Os métodos para se alcançar a hemostasia dependem tanto das condições relativas ao paciente submetido à intervenção quanto das condições que a técnica operatória utilizada permite ao cirurgião realizá-los. Podemos definir ainda como o processo que consiste em impedir, deter ou prevenir o sangramento. Esse processo pode ser feito simultâneo ou individualmente por meio de pinçamento e ligadura de vasos, eletrocoagulação ou compressão. A hemostasia começa antes da cirurgia, quando se realiza no pré- operatório imediato e no momento em que são solicitados os exames de tempo de coagulação e dosagem de protrombina. Na hemostasia há início uma reação em cascata ou cadeia que na presença de íons cálcio, culminandona conversão da proteína plasmática protombina em enzima ativa trombina. A trombina, por sua vez, converte o fibrinogênio em fibrina, que forma uma rede de filamentos que retém plaquetas, células sanguíneas e plasma, formando o coágulo. A hemostasia pode ser classificada em: ✓ Preventiva; ✓ Urgência; ✓ Curativa; ✓ Medicamentosa; ✓ Cirúrgica. Hemostasia cirúrgica é realizada com a finalidade de interromper a circulação durante o ato operatório, temporária ou definitiva. Quando há uma urgência, a hemostasia é realizada quase sempre em condições não favoráveis e com materiais improvisados, como, por exemplo, compressão digital, garrotes e torniquetes. A hemostasia curativa consiste no procedimento realizado durante o procedimento cirúrgico. Já a hemostasia medicamentosa, as drogas diminuem o sangramento por vasoconstrição. EXÉRESE 9 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Exérese é uma manobra cirúrgica utilizada para retirar uma parte ou a totalidade de um órgão ou tecido visando objetivos terapêuticos. É o ato cirúrgico propriamente dito. É um dos tempos cirúrgicos caracterizado pela extração de tecidos prejudiciais ao organismo humano, como por exemplo, um tumor maligno, cálculo renal ou até mesmo um órgão doente. SÍNTESEA síntese tem o objetivo de auxiliar à cicatrização cirúrgica, devendo o cirurgião utilizar-se de instrumentos adequados e técnica para que se possa efetivar tal procedimento. É a união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica for a separação, para facilitar o processo de cicatrização e restabelecer a continuidade tecidual por primeira intenção. Ou ainda podemos dizer que é uma das etapas do processo cirúrgico no qual ocorre a reaproximação das extremidades dos tecidos seccionados ou ressecados com a posterior sutura. Tem a finalidade de acelerar a cicatrização pelo fato de precipitar as suas fases iniciais, favorecendo o restabelecimento da continuidade tecidual. É realizada com o uso de agulhas, pinças e fios. O instrumental cirúrgico deve ser utilizado para se cumprir os tempos fundamentais da cirurgia e os tempos especiais que alguns procedimentos necessitam. Para isso, devemos contar com instrumentos dos mais diversos gêneros, tamanhos e formatos que podem ser, geralmente, classificados como de hemostasia, de diérese e afastamento e também de síntese. Estes instrumentos estão em constante evolução e são criados ou levados ao desuso devido à evolução das técnicas operatórias e criatividade de cirurgiões que, frente a novos desafios, se adaptam levando a cirurgia a caminhar a paços largos durante os séculos. Nada seria válido se estes instrumentais não estivessem ao alcance do cirurgião de uma forma rápida e precisa. Logo, se faz necessária uma 10 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos organização da mesa do instrumentador sistemática e de um profissional que possa exercer esta função da melhor forma possível. Existem várias formas de dispor os matérias na mesa instrumentador, o que checa a causa de discussões entre as diversas escolas e cirurgiões até os dias atuais. Mas o mais importante é que cada cirurgião deve escolher uma forma que melhor atenda suas necessidades durante o ato operatório, pois só assim ele poderá realizar uma intervenção correta, bem-sucedida e, acima de tudo, com o melhor benefício possível ao paciente. Qualquer que seja o instrumental, técnica cirúrgica e princípios a serem seguidos, o paciente deve sempre vir em primeiro plano, devendo, todos nós, zelarmos para que sua recuperação seja sempre a melhor possível. TERMINOLOGIA CIRÚRGICA Os principais objetivos da terminologia cirúrgica são: Fornecer por meio da forma verbal ou escrita uma definição do termo cirúrgico; ➢ Descrever os tipos de cirurgia; ➢ Preparar os instrumentais e equipamentos cirúrgicos de forma apropriada para cada tipo de cirurgia. Na terminologia cirúrgica, os termos são formados por um prefixo, que designa a parte do corpo relacionada com a cirurgia, e por um sufixo, que indica o ato cirúrgico realizado. PREFIXOS E SUFIXOS Seguem algumas raízes: ▪ Oto – ouvido ▪ Oftalmo – olho ▪ Rino – nariz ▪ Bléfaro – pálpebra ▪ Adeno – glândula ▪ Tráqueo – traquéia 11 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ▪ Cárdia – esfíncter esôfago-gástrico ▪ Gastro – estômago ▪ Êntero – intestino delgado ▪ Cólon – intestino grosso ▪ Hepato – fígado ▪ Cole – vias biliares ▪ Procto – reto e ânus ▪ Espleno – baço ▪ Laparo – parede abdominal ▪ Nefro – rim ▪ Pielo – pelve renal ▪ Cisto – bexiga ▪ Hístero – útero ▪ Salpingo – tuba uterina ▪ Colpo – vagina ▪ Oóforo – ovário ▪ Orquio – testículo ▪ Ósteo – osso ▪ Angio – vasos sanguíneos ▪ Flebo – veia ▪ Otomia – Abertura de um órgão com ou sem dreno. ▪ Stomia – Fazer cirurgicamente uma nova boca. ▪ Ectomia – Remover um órgão. ▪ Ráfia – Suturar ou reparar. ▪ Pexia – Fixação de um órgão. ▪ Scopia – Olhar o interior. ▪ Litíase – Cálculo. Tipos de cirurgias terminadas em ECTOMIA: ▪ Fistulectomia – Retirada da fístula. ▪ Gastrectomia – Retirada total ou parcial do estômago. ▪ Hemorroidectomia – Remoção das hemorroidas. ▪ Histerectomia – Extirpação do útero. 12 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ▪ Laringectomia – Extirpação da laringe. ▪ Mastectomia – Retirada da mama. ▪ Orquidectomia – Retirada dos testículos. ▪ Pneumectomia – Remoção dos pulmões. ▪ Prostatectomia – Remoção da próstata. ▪ Retossigmoidectomia – Remoção do intestino reto e sigmoide. ▪ Simpatectomia – Remoção cirúrgica de uma parte ou de um ramo do sistema nervoso simpático. ▪ Salpingectomia – Remoção cirúrgica completa ou parcial do salpinge ('tuba uterina') ▪ Tireiodectomia – Remoção da tireoide. Tipos de cirurgias terminadas em RAFIA: ▪ Colporrafia – Sutura da vagina. ▪ Gastrorrafia – Sutura do estômago. ▪ Herniorrafia – Sutura da hérnia. ▪ Palatorrafia ou estafilorrafia – Sutura da fenda palatina. ▪ Osteorrafia – Sutura do osso ou colocação de fio metálico em osso. ▪ Perineorrafia – Sutura do períneo. ▪ Apendicectomia – Retirada cirúrgica do apêndice vermiforme. ▪ Cistectomia – Retirada da bexiga. ▪ Colecistectomia – Remoção cirúrgica da vesícula biliar. ▪ Craniectomia – Operação para retirar parte do crânio. ▪ Esplenectomia – Retirada do baço. ▪ Tenorrafia – Sutura do tendão. Tipos de cirurgias terminadas em PEXIA: ▪ Hisperopexia – Fixação do útero na parede abdominal ou na vagina. ▪ Nefropexia – Fixação do rim na parede abdominal posterior. ▪ Orquidopexia – Fixação do testículo no escroto. Tipos de cirurgias terminadas em SCOPIA: ▪ Broncoscopia – Exame com visão direta dos brônquios. 13 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ▪ Cistoscopia - Exame com visão direta da bexiga. ▪ Colposcopia - Exame com visão direta da vagina. ▪ Esofagoscopia - Exame com visão direta do esôfago. ▪ Gastroscopia - Exame com visão direta do estômago. ▪ Laringoscopia - Exame com visão direta da laringe. ▪ Laparoscopia - Exame com visão direta dos órgãos abdominais. ▪ Uretoscopia - Exame com visão direta da uretra. ▪ Sigmoidoscopia - Exame com visão direta do sigmoide. Tipos de cirurgias terminadas em OTOMIA: ▪ Artrotomia – Abertura cirúrgica de articulação. ▪ Cardotomia – Operação de cortar a cárdia, em casos de estenose do esôfago. ▪ Coledocotomia – Exploração e drenagem do ducto biliar. ▪ Coledocolitotomia – Incisão do colédoço para retirar cálculo. ▪ Hepatotomia – Incisão cirúrgica no fígado. ▪ Flebotomia – Abertura da veia para colocação de Intra-Carth. ▪ Laparotomia – Abertura da cavidade abdominal. ▪ Litotomia – Incisão de um órgão para retirar cálculo. ▪ Osteotomia – Secção cirúrgica parcial, superficial ou profunda de osso, com objetivo terapêutico. ▪ Pielotomia – Incisão do bacinete renal. ▪ Toracotomia – Abertura do tórax. Tipos de cirurgias terminadas em OSTOMIA ▪ Cistostomia - Abertura da bexiga para drenagem de urina. ▪ Colecistostomia – Incisão da vesícula biliar para drenagem. ▪ Colostomia – Operação para formar abertura artificial no cólon. ▪ Gastrostomia – Formação cirúrgica de fístula gástrica na parede abdominal para introduzir alimentos. ▪ Ileostomia – Formação de abertura artificial no íleo. ▪ Jejunonostomia – Formação de abertura artificial no jejuno. 14 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Tipos de cirurgias terminadas em PLASTIA ▪ Artroplastia – Reconstrução da articulação com a finalidade de restaurar o movimento e a função da mesma. ▪ Queiloplastia – Repara os defeitos dos lábios. ▪ Rinoplastia – Cirurgia plástica do nariz. ▪ Toracoplastia – Cirurgia plástica do tórax. ▪ Salpingolplastia – Operação plástica na trompa de falópio. Terminologias diversas: ▪ Enxerto – Transplante de órgãos ou tecidos. ▪ Amputação – Operação para eliminar membro ou segmento de corpo necrosado. ▪ Anastomose – Formação de comunicação entre órgãos ou entre vasos. ▪ Artrodese – Fixação cirúrgicade articulação para fundir as superfícies. O instrumentador cirúrgico deve saber a terminologia cirúrgica, pois o desempenho do seu trabalho diário depende do conhecimento desta terminologia. A troca de um prefixo ou um sufixo poderá acarretar erros graves no preparo do material. PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA A paramentação da equipe cirúrgica exige a realização de procedimentos específicos, executados em passos padronizados e com observação rigorosa dos princípios científicos. Estes procedimentos são: ➢ Degermação das mãos; ➢ Vestir avental e roupa esterilizados; ➢ Calçar as luvas esterilizadas. ESCOVAÇÃO 15 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Voltaremos a comentar aqui no curso a questão da lavagem das mãos. É importante sempre relatar que esse simples procedimento pode salvar muitas vidas. Esse é um procedimento muito simples, porém, menosprezado pelos profissionais da área de saúde, e o instrumentador cirúrgico se encaixa neste contexto. É comprovado cientificamente que para um controle eficaz da infecção hospitalar, é necessário um acompanhamento rigoroso de rotinas relacionadas com a assepsia e antissepsia. Hoje, o principal dilema de toda a comissão de controle das infecções hospitalares é saber qual o agente antisséptico ideal para uso diário, e claro, com um custo menor. A lavagem das mãos depende dos seguintes fatores: ➢ Intensidade de contato com os pacientes. ➢ Grau de contaminação passível de ocorrer com o contato; ➢ Da susceptibilidade do paciente às infecções nosocomiais; ➢ Do procedimento a ser realizado. É necessário lavar as mãos nas seguintes ocasiões: ➢ Quando estiverem sujas; ➢ Antes e após o contato direto com o paciente; ➢ Antes de administrar a medicação ao paciente; ➢ Ao preparar materiais e equipamentos; ➢ Na manipulação de cateteres, equipamentos respiratórios e na manipulação do sistema fechado de drenagem urinária; Antes e após realizar trabalhos hospitalar; ➢ Antes e após realizar atos e funções fisiológicas ou pessoais; 16 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ➢ Ao preparar micronebulização; ➢ Na coleta de material para exame propedêutico; ➢ Antes e após uso de luvas; ➢ Antes e depois de manusear alimentos; ➢ Antes e depois de manusear cada paciente e, eventualmente, entre as atividades realizadas num mesmo paciente. Existem algumas recomendações importantes quanto ao uso de antissépticos, são elas: ➢ Detergentes com água podem remover fisicamente certa quantidade de micro-organismos, mas os agentes antissépticos são necessários para matar ou inibir a proliferação de micro-organismos; ➢ Existem estudos aleatórios que mostraram que a aplicação tópica de álcool a 70% em mãos contaminadas reduz em 99,7% a flora bacteriana local. Contudo, mesmo quando se utiliza um antisséptico, existe um limite de eficácia, dependendo da frequência ou intensidade da limpeza das mãos. As preparações a base de álcool levam menos tempo para exercer seu efeito máximo que as soluções contendo gluconato de clorohexidina. Porém há estudos que demonstram que o simples uso frequente de água e sabão para lavar as mãos aumenta a flora disponível na superfície da pele, liberando a flora residente, ou seja, água e sabão simplesmente removem as bactérias mais superficiais, mas não eliminam aquelas liberadas das camadas mais profundas. Os produtos que impedem o crescimento bacteriano ou até mesmo aqueles que eliminam as bactérias, ao se infiltrarem no extrato córneo, apresentam atividade residual duradoura, reduzindo o risco de contaminação mesmo por bactérias da flora residente. Podemos concluir então, que a ação primária dos sabões simples é a remoção mecânica dos microrganismos superficiais. Os sabões antimicrobianos, além da remoção mecânica, matam ou inibem o crescimento tanto da flora superficial como da residente. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS ANTISSÉPTICOS 17 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Atualmente não existe um antisséptico ideal para todos os usos, mas podemos realizar uma seleção dos mais apropriados, baseados em três estágios importantes. São eles: ➢ Determinar as características do antimicrobiano tópico desejado, como por exemplo, não ser absorvível por mucosas ou pele, persistência, rapidez na redução da flora, espectro de atividade; ➢ Rever e avaliar a segurança e eficácia na redução das contagens microbianas; ➢ Considerar a aceitação do produto e os seus custos. Alcoóis Atuam desnaturando proteínas e possuem excelente atividade bactericida contra bactérias gram-positivas, gram-negativas e bacilos da tuberculose. Apesar de não eliminarem os esporos, apresentam certa atividade contra vários fungos e vírus, incluindo o vírus sincicial respiratório, o vírus da Hepatite B e o HIV. A aplicação por 15 segundos é capaz de prevenir a transmissão de bactérias gram-negativas pelas mãos. Enxaguar as mãos com água abundante por 1 minuto com uma solução de álcool mostrou ser um dos métodos mais eficazes de antissepsia. Não são bons agentes para limpeza, não sendo recomendados na presença de contaminação grosseira. Apesar de não deixarem um efeito residual eficaz, as contagens microbianas após seu uso, continuam caindo por várias horas após a colocação de luvas estéreis, provavelmente resultado da contínua morte de microrganismos danificados. A concentração de álcool, entre 60% e 90%, é bem mais importante que o tipo. Geralmente, utiliza-se uma concentração de 70%, pois causa menos ressecamento cutâneo e dermatite química, e é mais barata que concentrações superiores. As principais desvantagens do álcool são: ✓ Ressecamento da pele; 18 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ✓ O fato de ser inflamável, aumentando os cuidados na sua armazenagem. Gluconato de Clorohexidina (GCH) Atua causando rompimento das membranas celulares bacterianas. Possui amplo espectro de ação, sendo mais eficaz contra bactérias gram-positivas que gram-negativas. Possui pouco efeito contra bacilos da tuberculose, fungos e vírus. Não causa reações de toxicidade e a absorção cutânea é mínima. Porém, o uso auricular pode produzir ototoxicidade. O uso oftálmico também não é recomendado. O tempo para o efeito antibacteriano é intermediário, sendo maior que o do álcool e menor que o dos derivados de iodo, e sua atividade é pH-dependente, sendo reduzida ou neutralizada na presença de surfactantes não iônicos e ânions inorgânicos. Um dos atributos mais importantes do Gluconato de Clorohexidina é a sua persistência, permanecendo ativo por pelo menos 6 horas. A apresentação mais comum é a 4%. Polivinilperrolidona 10% iodo 1% A polivinilperrolidona 10% iodo 1%, ou o PVPI como é chamado na prática, age penetrando na parede celular e substituindo seu conteúdo por iodo livre. Tem capacidade virucida, tuberculicida, fungicida, amebicida, nematocida, inseticida tendo alguma ou nenhuma ação esporicida. É bactericida para gram-positivos e gram- negativos. Seu efeito residual é de seis a oito horas e necessita de dois minutos de contato para começar a agir. Deve ser acondicionado em frascos âmbar exceto solução alcoólica que devem ser guardadas em frascos transparentes. É inativado por substâncias orgânicas não devendo ser usado em recém-nascidos. Pode ser encontrado nas seguintes apresentações: 19 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ✓ PVPI detergente (solução detergente): degermação pré-operatória (campo e equipe), ao redor de feridas. Deve ser enxaguado e usado apenas em pele íntegra. ✓ PVPI tópico (solução aquosa): antissepsia em mucosas e curativos, aplicação em feridas superficiais e queimaduras, etc. ✓ PVPI tintura (solução alcoólica):luva química, antissepsia de campo operatório após PVPI degermante, demarcação da área cirúrgica. ✓ Álcool iodado 0,5 a 1% É irritante para a pele, não tem ação residual e deve ser removido após a secagem. É usado para o preparo da pele do campo operatório, e antissepsia da pele em pequenos procedimentos invasivos. ESCOVAÇÃO CIRÚRGICA A escovação cirúrgica é um processo que deve incluir mãos, com atenção especial para unhas, espaços interdigitais e antebraços com duração mínima de 5 minutos, sendo finalizado com enxágue de clorexidina, álcool ou iodóforos. Recomenda-se a aplicação de 3 a 5 ml de PVPI até secagem, repetindo- se o processo por aproximadamente mais 5 minutos. O tempo exato para uma boa escovação cirúrgica ainda é motivo de muita controvérsia, bem como a necessidade e o tempo em que a mesma é conservada até uma nova escovação para procedimentos subsequentes. O Colégio Americano de Cirurgiões preconiza escovações de 20 segundos entre cada procedimento após o primeiro. A correta técnica de escovação cirúrgica é a seguinte: ✓ Retirar relógios, aliança, anel e pulseiras; ✓ As unhas deverão estar aparadas e limpas; ✓ Lavar as mãos, antebraços, até a região dos cotovelos utilizando-se água e sabão antimicrobiano; ✓ Abrir as embalagens individuais, com antisséptico para escovação; ✓ Limpar as áreas subungueais com as espátulas de unha; ✓ Escovar a face lateral e medial de cada dedo, as comissuras interdigitais, o dorso e a palma da mão; 20 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ✓ Passar ao antebraço e daí ao cotovelo, mantendo-se as mãos mais elevadas que esses; ✓ Repetir o mesmo processo para o outro membro; ✓ Enxaguar as mãos, antebraços e cotovelos utilizando-se água em somente uma direção, a partir das mãos, sem movimentos dos membros para frente e para trás; ✓ A torneira deve ser fechada com o cotovelo ou por outro profissional, mas não com as mãos já escovadas; ✓ Deve-se utilizar uma tintura alcoólica da mesma solução antisséptica, deixando-a escorrer, a partir das mãos, lembrando que este não é um procedimento não realizado em todos os hospitais; ✓ Encaminhar-se para a sala de cirurgia mantendo as mãos acima do nível dos cotovelos; ✓ Enxugar com toalha ou compressa esterilizada, obedecendo à direção das mãos para os cotovelos e com movimentos compressivos. O instrumentador cirúrgico deve realizar corretamente esta técnica, portanto, a educação continuada e o treinamento são primordiais para que este procedimento seja eficiente. DEGERMAÇÃO Degermação é o ato de reduzir ou remover parcialmente os microrganismos da pele, ou outros tecidos por métodos quimiomecânicos. É o que se faz quando se lava as mãos usando água, sabão e escova. Podemos ainda definir como a remoção de detritos, impurezas, sujeira e microrganismos da flora transitória e alguns da flora residente, depositados sobre a pele do paciente ou das mãos da equipe odontológica por meio da ação mecânica de detergente, sabão ou pela utilização de substâncias químicas. A degermação das mãos é uma conduta de baixo custo e extremamente relevante no contexto da prevenção contra infecções hospitalares. É preciso, porém, que os profissionais de saúde sejam alertados e tenham consciência sobre a necessidade da adesão aos corretos métodos para essa prática, uma vez que a flora pode ser causadora de contaminação e infecção hospitalar. 21 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos A flora residente é constituída por micro-organismos capazes de sobreviverem e se multiplicarem na superfície cutânea e folículos pilosos, sendo, portanto, de difícil remoção. Os estafilococos coagulam-se negativa, corynebactéria, acinelobactéria e outros são micro-organismos comumente encontrados na flora residente. A flora transitória é composta por micro-organismos diversos e de virulências variadas. Estes micro-organismos nem sempre estão presentes na superfície da pele da maioria das pessoas e são removidos mais facilmente. Algumas bactérias Gram-negativas têm condições mínimas de sobrevivência sobre a pele. A degermação das mãos e antebraços da equipe cirúrgica deve eliminar a flora transitória e reduzir a flora residente e, ainda, o retardar a recolonização da flora residente pelo efeito residual. Sabe-se que, após a realização de tal procedimento, estes micro-organismos multiplicam-se com facilidade. A escolha do método para eliminar ou promover a inativação dos microrganismos das mãos depende da flora em que se quer atuar e da atividade específica. A flora residente não é simples de remover por lavagem e escovação, mas pode ser inativada por antissépticos. A flora transitória, por sua vez, é facilmente removível pela simples limpeza com água e sabão ou destruída quando se utiliza antissépticos. Consideram-se os iodóforos e a clorexidina os agentes microbicidas com mais eficácia para degermação pré-operatória das mãos, pois garantem redução superior a 90% da microbiota transitória. INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS Estaremos classificando os instrumentais cirúrgicos em seis grupos básicos, sendo cada grupo representativo de uma determinada etapa da cirurgia. DIÉRESE 22 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Apresentaremos nesse grupo os cabos de bisturi e as tesouras. O instrumentador cirúrgico deve sempre manter estes instrumentais protegidos, pois são utilizados para corte. Os bisturis são os principais instrumentos de corte utilizados pelos cirurgiões. São compostos por duas peças, o cabo e a lâmina. Os cabos e as lâminas variam de formato e de tamanho, de acordo com o tipo de cirurgia ou ato cirúrgico a ser realizado. Os cabos mais curtos são próprios para os procedimentos cirúrgicos de superfície, ou seja, o corte do tecido epitelial. Os cabos mais longos destinam - se aos procedimentos cirúrgicos em cavidades, ou seja, em regiões mais profundas. TIPOS DE CABOS DE BISTURI TIPOS DE LÂMINAS DE BISTURI 23 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Os bisturis elétricos facilitam muito o processo de coagulação, diminuindo consideravelmente os sangramentos durante as cirurgias. As tesouras também variam de tamanho e de formato, podendo ser curvas ou retas, finas ou grossas de acordo com a sua aplicação. As mais utilizadas, são a tesoura do tipo “Metzenbaum” que por ser uma tesoura do tipo curva, é a mais usada pelo cirurgião chefe e a tesoura do tipo “Mayo” que por ser uma tesoura do tipo reta, é a mais utilizada pelo instrumentador cirúrgico e pelos cirurgiões auxiliares. Muito útil no corte dos fios cirúrgicos. HEMOSTASIA Neste grupo destacam-se as pinças, no mesmo existe uma grande variedade delas, com diversos tamanhos, podendo ser pequenas, médias e grandes e de vários formatos, retas ou curvas, traumáticas e não traumáticas. Dentre as pinças hemostáticas mais empregadas, podemos destacar as pinças do tipo “Cocheira” que por ser uma pinça traumática, dotada de dentes Tesoura de Mayo Tesoura de Metzenbaum 24 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos de rato, vem sendo empregada com sucesso para preensão da aponeurose dos músculos. Há também as pinças do tipo “Kelly” e as pinças do tipo “HasItead” por serem pinças finas, são empregadas com sucesso em cirurgias pediátricas ou em pequenos procedimentos. Podem ser chamadas também de “mosquitinho” ou “mosquito”, por serem pequenas. São bem mais delicadas do que as pinças do tipo Kelly e aplicam-se a vasos de menor calibre. Temos também as pinças do tipo “Pean”, as pinças do tipo “Mixter” que são amplamente utilizadas em cirurgias pulmonar, hepática e renal e as pinças dotipo “Satinsky” e que são muito utilizadas em cirurgias vasculares. As pinças do tipo “Faure”, assim como as pinças do tipo “Rochester” - “Pean” são pinças de maior resistência, próprias ao pinçamento de tecidos não delicados ou sensíveis. Pinça Kelly Pinça Pean Pinça Mixter Pinça Rochester 25 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos EXÉRESE Neste grupo temos os instrumentos para preensão e os de separação. Os instrumentais para preensão têm a finalidade de segurar, erguer momentaneamente, inclinar ou tracionar determinados tecidos durante o procedimento cirúrgico. Podemos destacar como instrumentais para preensão as pinças do tipo “Museux”, pinças do tipo “Allis” e pinças do tipo “Babcock” que é um tipo de pinça preferida para tracionar as alças intestinais. As pinças do tipo “Duval” também conhecidas como “triangular de Duval”, possuem grande aplicabilidade em cirurgias pulmonares, no pinçamento dos lobos pulmonares. As pinças do tipo “Collin” são também conhecidas como “Collin” oval. As pinças do tipo “Foerster” que são um tipo de pinça longa, são também empregadas em curativos profundos, segurando compressas de gaze. As pinças anatômicas são instrumentos cirúrgicos empregados de forma acessória em procedimentos de preensão. Dentre as mais usadas, destacam-se as pinças do tipo “Adson” as do tipo “Potts Smith” e as pinças do tipo “Nelson”. Pinça Hasltead Ou Mosquitinho Pinça Satinsky 26 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Os instrumentais que possuem a função de separar são também conhecidos como afastadores. Os instrumentais para separação ou afastadores, classificam-se em três diferentes tipos. O primeiro tipo são os dinâmicos que são instrumentais que deverão ser empunhados pelo médico-cirurgião, com o objetivo de expor a observação do campo operatório desejado. Destacam-se os do tipo “Farabeuf”, o do tipo “Volkman” e os do tipo “Doyen”. O outro tipo são os autostáticos que são os instrumentos que após serem posicionados pelo médico-cirurgião, manterão o campo aberto, sem que haja a necessidade de empunhadura permanente. É comum utilizar em cirurgias como traqueostomias. Os classificados como diversos são os demais instrumentais de separação ou afastadores que não se enquadram nas duas classes acima descritas. São espátulas, algumas rígidas e outras maleáveis, de acordo com o propósito desejado. Pinça Museux Pinça Allis Pinça Babcock Pinça Duval 27 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos SÍNTESE Incluímos neste grupo as agulhas cirúrgicas, os porta-agulhas e os fios cirúrgicos. As agulhas são instrumentos perfurantes que tem como objetivo, juntamente com os fios cirúrgicos, recompor os tecidos lesionados, sejam eles internos ou externos, por meio do procedimento denominado sutura. Existe um grande número de agulhas, variando de tamanho, calibre e formato. As agulhas cirúrgicas podem ser classificadas quanto ao formato em quatro tipos, são elas: Retas: destinadas a realização de procedimentos de sutura do tecido epitelial, sem o emprego do porta-agulha. Curvas: As agulhas meio-círculo possuem uma curvatura bem maior do que as agulhas semirretas, e são eficazes na sutura de tecidos profundos. Pinça Collin Pinça Foerster Pinça Adson Afastador Farabeuf 28 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Lanceoladas: São agulhas de secção triangular e são utilizadas em tecidos mais resistentes como a sutura da aponeurose dos músculos. Cilíndricas: São agulhas de secção circular e muito empregadas na sutura de tecidos delicados e sensíveis, tais como a reconstituição de vasos sanguíneos rompidos. A classificação das agulhas ainda pode ser feita em relação ao fio cirúrgico que será utilizado na sutura, em dois tipos: Com fio pré passado: a agulha já vem de fábrica montada juntamente com o fio cirúrgico. A base da agulha é interligada com o início do fio, não havendo nenhum desnível. Trata-se de agulha não traumática, por possuir um calibre regular e uniforme na junção com o fio. Com fio a passar: A agulha não vem montada de fábrica com o fio. Será necessário montá-la, passando o fio cirúrgico desejado, pelo orifício da agulha. O porta-agulha tem o objetivo de segurar a agulha durante os processos de sutura. Entre os mais empregados destacam-se o porta-agulha do tipo “MayoHegan” e o porta-agulha do tipo“Mathieu”. Os fios cirúrgicos podem ser classificados em dois grupos básicos: Absorvíveis: Os fios vão sendo gradativamente absorvidos pelo organismo, até desaparecerem por completo. Nestes casos temos o fio Categutesimples que são feitos de fibras de tripas de carneiro e o fio Categutecromado. Aqui o fio categute é tratado quimicamente com um banho de cromo. O objetivo desse fio cromado é frear o tempo de absorção pelo organismo, mantendose a tensão do fio por um período de tempo maior. Esse tipo de material é escolhido, quando se deseja maior segurança quanto à durabilidade da sutura para que as partes seccionadas possam se unir. Não absorvíveis: São fios que não são absorvidos pelo nosso organismo. Caso não sejam removidos posteriormente, irão ficar de forma definitiva na região suturada. Dentre esses fios podemos relacionar o de Nylon, o de Algodão, o fio de Seda, o de Aço e o fio de Mersilene que é composto por uma substância sintática não absorvida pelo organismo. 29 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos INSTRUMENTAIS PARA PROCEDIMENTOS ESPECIAIS São instrumentais que não compõem a mesa de instrumentação em cirurgia geral. São instrumentos específicos para determinadas cirurgias. Existe uma grande variedade de instrumentos especiais. Podemos citar a pinça do tipo “Lambott” - “Farabeuf”, e oClamp de “Kocher” que é empregado em cirurgias intestinais, com o objetivo de ocluir a alça intestinal. O Rugina é um instrumento que serve para descolar ou separar as costelas dos tecidos musculares. Tendo grande aplicação nas cirurgias torácicas. A serra de “Gigli” é utilizada em neurocirurgias, cirurgias vasculares e em cirurgias ortopédicas. INSTRUMENTAIS PARA DIVERSOS FINS Os campos cirúrgicos são peças de pano que em geral medem 1,50m de comprimento por 1,50m de largura. Existem com o objetivo de isolar o campo operatório que será alvo da cirurgia, das demais partes do corpo do paciente. Os campos cirúrgicos são, portanto, panos esterilizados, evitando assim, o risco de a equipe cirúrgica tocar nas demais partes da pele do paciente e contaminar as roupas, luvas e instrumentais cirúrgicos. CUIDADOS NO MANUSEIO DO INSTRUMENTAL CIRÚRGICO Os instrumentais cirúrgicos devem ser usados somente para a finalidade que lhe foi atribuída. O uso correto e os cuidados razoáveis prolongam a sua vida útil e protegem a sua qualidade. As tesouras e as pinças, que frequentemente são usadas de forma irregular, podem sofrer desalinhamento, danificações como quebras e rachaduras, quando usadas inadequadamente. As tesouras para tecidos não devem ser usadas para cortar suturas ou gaze. As pinças hemostáticas não devem ser usadas como prendedores de toalhas ou para pinçar tubos de sucção. Obrigatoriamente os instrumentais cirúrgicos devem ser manejados delicadamente. 30 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Deve-se evitar jogar de forma violenta, deixar cair e colocar equipamento pesado sobre eles. Durante os procedimentos, o instrumental usado deve ser limpo com uma compressa úmida, ou colocado dentro de uma bacia com água destilada estéril, para evitar que o sangue seque sobreo instrumental. O soro fisiológico nunca deve ser utilizado sobre os instrumentos, pois o seu conteúdo de sal pode ser corrosivo, aumentando a ferrugem ou deterioração do metal. No tempo previsto durante o procedimento, o instrumentador cirúrgico deve lavar e secar os instrumentos usados, e recolocá-los sobre a mesa de instrumentais para facilitar o fechamento das contagens. No fim do procedimento, os instrumentais não devem ser colocados todos juntos num amontoado. Eles devem ser manejados individualmente ou em pequenos grupos. Os instrumentais delicados devem ser dispostos separadamente para o manuseio e limpeza individuais, de modo a evitar danos e ferimentos acidentais. Os princípios das precauções universais devem ser aplicados conforme foi dito pela política institucional. Todos os instrumentais destinados ao procedimento devem ser esterilizados na fase final ou desinfetados antes da remontagem. Obrigatoriamente, os instrumentais devem estar completamente limpos para assegurar esterilização eficaz. Todo instrumental deve ser inspecionado antes e após cada uso para se detectar imperfeições. O instrumental deve permanecer em funcionamento adequado para impedir o desnecessário perigo a segurança do paciente e aumentar o tempo cirúrgico por circunstância de falha instrumental. Os fórcepses, as pinças e outros instrumentos articulados obrigatoriamente devem passar por uma inspeção quanto ao alinhamento das garras e dentes. As garras e os dentes dos instrumentos devem estar em perfeito estado, de modo que seja ocluído o fluxo sanguíneo sem lesar a veia ou artéria. As travas devem fechar perfeitamente, mas soltar com facilidade. As articulações dos instrumentos devem funcionar suavemente. As bordas das tesouras devem ser testadas quanto ao gume, cortando-se suavemente quatro camadas de gaze. 31 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Todos os instrumentais devem ser verificados quanto a pontos de desgaste, saliências, denteamento, rachaduras, ou pontas agudas. Os instrumentais que apresentarem danificação devem ser colocados de lado e enviados para conserto ou substituição. O serviço de conserto de instrumentos deve ser escolhido cuidadosamente e usado para a manutenção regular, como afiar e realinhar. CONTAGEM DOS INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS A maior parte das instituições realiza contagem dos instrumentais como prática padronizada. O estabelecimento de conjuntos instrumentais padronizados com o número e tipos mínimos de instrumentais neles facilitam a sua contagem, bem como minimiza a quantidade de tempo e espaço necessário para montar. As contagens iniciais devem ser feitas em conjunto pela circulante e pelo instrumentador, antes do procedimento, os materiais adicionados durante o mesmo devem ser contados e registrados. As contagens seguintes devem ser feitas antes do fechamento de uma cavidade ou de uma incisão grande e profunda, quando o instrumentador ou a circulante é substituída por outras pessoas, e ao término do procedimento. Os instrumentais desmontados durante a cirurgia, como certos afastadores, obrigatoriamente devem ser identificados por completo. Todas as contagens devem ser registradas pela circulante num registro apropriado. AGULHAS E FIOS CIRÚRGICOS PARTES DAS AGULHAS As agulhas possuem um fundo, um corpo e uma ponta, como destacaremos a seguir. Em relação ao fundo temos os seguintes tipos: Sem fundo: o fio é inserido dentro da agulha, sendo que este tipo é chamado de atraumática. Quando existe agulha em ambas as extremidades do fio, esta é chamada de dupla. Fundo regular, alongado; 32 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Fundo quadrado; Fundo arredondado; Fundo de Benjamim; Fundo francês, em garfo ou falso - quando o fio pode ser inserido por pressão, sem ser inserido. TIPOS DE FUNDOS O corpo é classificado de acordo com o formato de sua secção, que pode variar em relação aos diversos pontos da agulha. Podem ser redondos, ovalados, triangulares ou em forma de losango. Sua curvatura pode ser: Reta 3/8 de círculo; Meio círculo; 5/8 de círculo; Meia curva; Dupla curvatura; Semirreta. FORMATO DO CORPO DAS AGULHAS CIRCULARES As pontas devem ser arredondadas, em forma de trocarte, com corpo cortante triangular, cortante reverso, cortante lateral, redonda com ponta romba 33 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos (para fígado), pontiaguda cortante. As cortantes são chamadas de traumáticas e as não cortantes de atraumáticas. TÉCNICA DE MONTAGEM DE CAIXAS CIRÚRGICAS As caixas cirúrgicas podem ou não ser padronizadas nos hospitais ou ainda serem divididas conforme os tipos de cirurgias. Geralmente existem as caixas básicas, de pequena cirurgia, de laparotomia exploradora, de ortopedia e as demais caixas específicas por especialidade. O instrumentador cirúrgico deve conhecer a listagem de cada caixa, para que possa escolher a caixa adequada ao procedimento cirúrgico que irá participar. As caixas específicas devem ser trazidas pela equipe cirúrgica ou então solicitadas à reserva para o hospital. A montagem da caixa cirúrgica é de responsabilidade do profissional de enfermagem que trabalha na central de materiais esterilizados, mas o instrumentador cirúrgico deve saber montá-la, pois assim, poderá preparar as suas próprias caixas. Existem hospitais que aceitam que a caixa seja limpa e montada pelo instrumentador cirúrgico, mas há hospitais que não permitem esse procedimento. Nestes casos o instrumentador cirúrgico deve acompanhar e conferir o processamento do seu instrumental cirúrgico. As caixas devem estar limpas e preparadas de forma que o vapor da esterilização penetre na caixa e passe por todos os instrumentais. Esta caixa deve ser perfurada e embalada com campo duplo de algodão. Os instrumentais podem ficar presos para facilitar sua organização e conferência antes do início da cirurgia, mais precisamente na montagem da mesa cirúrgica. É de responsabilidade do instrumentador cirúrgico, conferir todos os aspectos relacionados aos instrumentais e materiais exclusivos que serão utilizados pela sua equipe cirúrgica. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL QUE COMPÕE A MESA DO INSTRUMENTADOR BISTURI 34 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Existem alguns métodos para segurar um bisturi, dependendo muito onde e de que maneira vai ser usado, como descreveremos a seguir. O cirurgião pode segurá-lo como uma faca, onde o dedo indicador posicionasse sobre a porção dorsal posterior da lâmina, com a finalidade de controlar a pressão dessa sobre o tecido a ser enfocado. Usar esta posição para as incisões de pele e de tecidos mais duros. BISTURI COMO FACA Pode ser manuseado como um lápis, podendo dessa maneira, ser manipulado pelos dedos sem movimentar o pulso. Usado para dissecação e incisões delicadas, onde não há necessidade de pressão sobre o tecido a ser incisado. BISTURI COMO UM LÁPIS PINÇAS DE DISSECAÇÃO 35 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Estas pinças são seguras entre o polegar o 2° e o 3° dedo. Existem muitos tipos dessas pinças, e elas devem ser usadas nos tecidos para os quais foram feitas. Como exemplo, a pinça de dissecação com ponta delicada não deve ser usada na pele. HADSON SEM DENTE HADSON COM DENTE CUSHING COM DENTE 36 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos CUSHING SEM DENTE PINÇAS HEMOSTÁTICAS Todos os instrumentos com alças são empunhados da mesma maneira. O dedo polegar e o 4o dedosão colocados e ajustados nas alças, o 2o dedo, o indicador é usado perto ou acima da articulação e serve, junto com o 3 o dedo, para estabilizar e direcionar o instrumento. Pinças hemostáticas traumáticas Devem abranger somente o vaso sangrento e incluir o mínimo possível de tecido adicional. O assistente deve segurar a pinça com a ponta voltada em direção ao cirurgião, de maneira que o vaso possa ser facilmente ligado. Após o primeiro nó ser feito e estar sendo apertado, a pinça hemostática é removida de maneira a permitir que o nó seja apertado por completo e possa ser feito o 2º nó. Pinças hemostáticas traumáticas 37 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Pinças hemostáticas não traumáticas Este tipo de pinça é usado para ocluir a circulação em grandes vasos. O vaso deve ser pinçado o suficiente para oclusão do fluxo sanguíneo, de maneira a minimizar o trauma vascular. PINÇAS DE TECIDOS 38 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Devem ser usadas nos tecidos para os quais foram planejadas de maneira a minimizar o trauma. Por exemplo, a pele não deve ser pinçada com pinças de Allis, que devem ser usadas em tecidos mais moles. TESOURAS As tesouras são destruídas rapidamente quando usadas para outros fins que não os aconselhados. As tesouras para cortar fios cirúrgicos geralmente são tesouras retas ponta reta romba, e devem ser utilizadas para fios que não sejam arames ou metálicos. As tesouras para cortar fios metálicos são especiais e menores que as cirúrgicas. Para cortar fios cirúrgicos, abrem-se pouco as lâminas, que deslizam sobre as pontas a serem cortadas e viradas levemente antes das lâminas cortarem o fio. O tamanho do fio cortado vai depender do grau de rotação da tesoura. Tesouras para tecidos devem ser usadas sempre que se possa ver o tecido entre 39 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos suas lâminas. Tesouras para dissecação romba é necessário inserir as lâminas fechadas e abri-las, separando os tecidos. AFASTADORES Os afastadores são utilizados para se abrir as cavidades de acesso à manipulação cirúrgica. Podem causar lesões muito grandes nos tecidos, se usados impropriamente. A força excessiva aplicada a um afastador é um substituto muito pobre para uma incisão inadequada. As bordas da cavidade que será utilizado o afastador devem ser protegidas com compressas. PORTA-AGULHAS As agulhas curvas devem ser colocadas na ponta do porta-agulha, a uma distância de um quarto do fundo da agulha. Não se utiliza porta-agulhas com agulhas retas. Quando são usados para fazer os pontos ou para atar os nós cirúrgicos, devem ser seguros como tesouras ou na palma da mão, sem os dedos nas alças. Partes: alça ou empunhadura, catraca ou cremalheira, articulação e ponta. 40 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos MONTAGEM DA MESA BÁSICA A montagem da mesa cirúrgica tem o objetivo de facilitar e organizar o trabalho do instrumentador cirúrgico e consequentemente, do cirurgião. É uma forma de racionalizar o ato cirúrgico tornando-o mais eficaz. A capacitação do trabalho do instrumentador é de grande importância para que ele possa atender às necessidades do cirurgião e dos seus auxiliares. Para a montagem da mesa, o auxiliar e o instrumentador, já paramentados, deverão escolher o local da sala menos movimentado iniciando sistematicamente a organização da mesa cirúrgica. As mesas auxiliares devem ser protegidas com uma folha de borracha que, ao mesmo tempo em que amortece o choque dos instrumentos com o tampo metálico, impermeabiliza a cobertura da mesa que, se molhada inadvertidamente por soro ou secreções, perderia seu poder de barreira antibacteriana, com possibilidade de contaminação dos objetos sobre ela inseridos. Sobre folhas de borracha são colocados campos protetores esterilizados, em seguida o circulante deverá aproximar a caixa dos instrumentos sobre outra mesa menor. Dependendo da posição do cirurgião perante o paciente, a mesa será montada. Uma posição comum vista em alguns centros cirúrgicos é a mesa do instrumentador sob o paciente, eliminando assim, a figura do instrumentador. A mesa poderá também estar posicionada em 90º à mesa cirúrgica ou na extremidade inferior desta, ou então ao lado do cirurgião também eliminando o instrumentador. Descreveremos a seguir a organização da mesa da direita para esquerda dividindo-se a mesa cirúrgica em doze partes ou áreas: 41 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Área 1: Coloca-se o bisturi com a lâmina para baixo a esquerda. Certas operações requerem tipos especiais de bisturis. Área 2: São colocadas as tesouras curvas delicadas (“Metzenbaum”) e forte (“Mayo”) com as pontas viradas para o instrumentador e com a curvatura para baixo, contra a mesa. Área 3: São colocadas as pinças hemostáticas tipo “Kelly” do mesmo modo que as tesouras. De preferência curvadas e no mínimo de seis a oito. Como o sentido de tomada é da direita para a esquerda por questão de economia de espaço acham-se sobrepostas, estando a da direita superiormente colocada em relação às outras e assim sucessivamente. Área 4: Denominada também de área de uso versátil, onde colocam-se instrumentais do tipo “Mixter”, “Moynihan”, e outros do tipo hemostático, de acordo com a cirurgia. Área 5: Colocada a “Kocher” reta. Área 6: Serão colocadas pinças com e sem dentes. Área 7: São dispostos os porta-agulhas, sendo a única exceção na mesa do instrumentador, que se coloca com os anéis para baixo. No caso, já segurando agulhas montadas. Note que a ponta da agulha indica para cima, a fim de não furar o plano da mesa evitando contaminação. Área 8: Colocam-se pinças de preensão de tipo “Babcock”, “Allis” e “Duval”, ou outros instrumentais complementares do mesmo tipo, ditados pelas necessidades da intervenção cirúrgica em causa. Área 9: Coloca-se as pinças de campo “Backhaus”, no mínimo 4. Área 10: Colocam-se pinças, tesouras e porta-agulhas longos. Área 11: Serão colocadas compressas dobradas, que seguram fios pré- cortados como seda e algodão, e sobre ela ou outros tipos de fios e agulhas. Área 12: é de uso versátil, neste caso apresentando agrafes. É rotina a montagem da mesa básica, observando-se regras para a distribuição dos instrumentais cirúrgicos: o material de diérese permanece no canto inferior esquerdo, o de síntese no canto superior esquerdo, o material de 42 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos hemostasia e preensão no meio da mesa, inferiormente, sendo os afastadores no canto superior, conforme ilustra a figura abaixo. MESA BÁSICA MONTAGEM DA MESA AUXILIAR Uma Segunda mesa que também poderá ser montada é a mesa do assistente. Esta é dividida em seis partes, sendo montada da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda dependendo da posição do cirurgião no campo cirúrgico. Nesta mesa os cabos dos instrumentos são voltados para o auxiliar, pois estes instrumentos são para uso próprio. TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA EM DIVERSOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS O instrumentador cirúrgico deve conhecer os diversos tipos de procedimentos cirúrgicos para que possa estabelecer os materiais e equipamentos necessários a cada procedimento. O ideal é que o instrumentador tenha noções básicas de todos os procedimentos cirúrgicos, mas que se especialize em uma área específica. 43 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Cada equipe cirúrgica tem uma formade conduzir o procedimento cirúrgico, mas os princípios básicos que o instrumentador cirúrgico deve seguir não serão alterados. Muitas vezes apenas o médico cirurgião sabe o que irá acontecer, ficando toda a equipe cirúrgica sem saber os próximos passos durante o transoperatório, mas isso reflete na segurança do paciente. Os princípios básicos da técnica de instrumentação cirúrgica não mudam de cirurgia para cirurgia, mas o instrumentador deve buscar a melhor forma de conduzir este processo, antecipando as ações do cirurgião e agilizando o procedimento cirúrgico. ASSISTÊNCIA AO PACIENTE CIRÚRGICO CONCEITOS BÁSICOS O pré-operatório é o período de tempo que tem início no momento em que se reconhece a necessidade de uma cirurgia, e termina no momento em que o paciente chega à sala de operação. Observa-se pela definição, que se trata de um período bem delimitado, apresentando começo e fim, e que tem duração relativamente longa, dependendo da classificação do tratamento cirúrgico, quanto ao momento operatório. Didaticamente, o período pré-operatório subdivide-se em mediato (desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior a ela) e em imediato (corresponde às 24 horas anteriores à cirurgia). O escopo das atividades de enfermagem durante este tempo pode incluir o estabelecimento de uma linha de base, a partir do histórico do paciente, a realização de entrevista pré-operatória e a preparação do paciente para o ato anestésico a ser feito durante a cirurgia. De modo geral, a assistência prestada ao paciente, neste período, consiste na avaliação e preparo tanto físico quanto emocional para a cirurgia. Para o ensino pré-operatório, deve-se avaliar a capacidade de aprendizagem do cliente, bem como identificar as limitações que possam impedi-lo de participar no processo de aprendizagem. 44 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos O cuidar do paciente no pós-operatório envolve um arcabouço técnico e científico para o devido atendimento das necessidades do indivíduo e reconhecimento das possíveis complicações. A enfermagem atua no pós-operatório imediato e mediato/tardio como grande interlocutor do cuidado humano, procurando garantir a autonomia e independência aos seus clientes. O instrumentador cirúrgico deve estar atendo ao pós-operatório do paciente, pois mesmo com o término da cirurgia podem acontecer intercorrências relacionadas ao procedimento cirúrgico. O período pós-operatório pode ser dividido em: Imediato: Período de recobro e primeiras 24h, dependendo do tamanho da cirurgia Tardio: A partir do momento em que o doente faz as 24h de cirurgia. Como foi colocado anteriormente, a assistência de enfermagem deve atuar de forma sistematizada, sendo um processo interativo que promove e/ou recupera a integridade e a plenitude bio-psico-sócio-espiritual do paciente. Esta envolve sentimentos, emoções, comprometimento, ética e comunicação efetiva que promova a troca de experiências entre o enfermeiro e o cliente. Assistência de enfermagem deve ser integral e individualizada, estando aliada a um marco conceitual em todas as fases, com envolvimento dos familiares, possibilitando ainda, a identificação dos diagnósticos e a implementação de um plano de cuidados durante o procedimento cirúrgico em continuidade à assistência iniciada no pré-operatório. É de fundamental importância a sistematização como forma de integração da equipe multidisciplinar com o paciente e a família, com diminuição de suas ansiedades; assim, este passará a se integrar de forma participativa em todo processo. Neste sentido, o enfermeiro faz o diagnóstico de enfermagem para posteriormente, traçar um plano assistencial. Podemos citar como exemplos de diagnósticos reais ou potenciais: ➢ Integridade tissular prejudicada; ➢ Risco para infecção; ➢ Percepção sensorial perturbada; 45 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ➢ Risco para aspiração; ➢ Risco para função respiratória alterada; ➢ Hipotermia; ➢ Risco para temperatura corporal desequilibrada; ➢ Nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais; ➢ Dor aguda. A partir do momento em que se sutura a incisão cirúrgica e se realiza o curativo, já é a fase do pós-operatório. É comum o paciente apresentar hipotermia no centro cirúrgico e nas primeiras horas de pós-operatório devido à circulação extracorpórea, à refrigeração da sala cirúrgica e à recuperação, devendo voltar à temperatura normal após algumas horas de pós-operatório. Os principais fatores de risco para infecção pós-operatório são: a exposição ambiental, os procedimentos invasivos, a manipulação e antecedentes pessoais como diabetes, IRC, idade e outras condições clínicas associadas. Percebe-se que ao ser encaminhado para o centro cirúrgico ele está com a pele íntegra, quando retorna apresenta um rompimento da pele, no caso de uma incisão cirúrgica; o enfermeiro então irá orientar o paciente em relação aos cuidados que deverá ter evitando complicações como hemorragias e infecções. Conhecer os diagnósticos de enfermagem dos pacientes no período pós- operatório possibilita aos enfermeiros que atuam nos centros de recuperação pós-anestésica, planejar individualmente o cuidado prestado a essa clientela. Mediante a identificação dos diagnósticos de enfermagem nessa clientela, os enfermeiros podem propor intervenções fundamentadas e específicas, proporcionando a implementação de ações eficazes e imediatas para a resolução dos problemas identificados. DRENOS São usados em diversos contextos para possibilitar o escapamento de líquido de uma cavidade corporal específica. As indicações para colocação de controle de drenos são específicas de cada tipo de dreno. 46 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos Podem ser classificados em: ➢ Dreno aberto, ex.: penrose; ➢ Dreno de sucção fechada; ➢ Dreno de reservatório; ➢ Cateteres para drenagem de abscesso. Dreno de Penrose É um dreno de borracha, tipo látex, utilizado em cirurgias que implicam em possível acúmulo local de líquidos infectados, ou não, no período pós- operatório. Seu orifício de passagem deve ser amplo e ser posicionado à menor distância da loja a ser drenada, não utilizando o dreno por meio da incisão cirúrgica e, sim, por meio de uma contra incisão. Para evitar depósitos de fibrina que possam obstruir seu lúmen, o dreno de penrose deve ser observado e mobilizado a cada 12 horas, ou seja, tracionado em cada curativo (exceto quando contraindicado), cortado seu excesso e recolocado o alfinete de segurança estéril, usando luva esterilizada. O orifício de saída deve ser ocluído com gaze estéril, devendo este curativo ser substituído sempre que necessário. Dreno de Sucção (portovac) É composto por um sistema fechado de drenagem pós-operatória, de polietileno, com resistência projetada para uma sucção contínua e suave. Possui uma bomba de aspiração com capacidade de 500 ml, com um cordão de fixação, uma extensão intermediária em PVC com pinça corta-fluxo e 47 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos um conector de duas ou três vias, e um cateter de drenagem com agulha de aço cirúrgico (3,2 mm, 4,8 mm ou 6,4 mm) utilizada para perfurar o local de passagem do dreno. É usado para drenagem de líquido seroso ou sanguinolento, de locais de dissecção ou da área de anastomoses intraperitoneais. Seu objetivo é facilitar a captação dos tecidos adjacentes e impedir o acúmulo de soro e a formação de hematoma. Uma das principais complicações são a erosão do dreno em órgãos ou vasos circunvizinhos e a ruptura do cateter ao ser retirado. Dreno de Abramsom São tubos de grande calibre e luz múltipla e têm as seguintes finalidades: ➢Irrigação e aspiração contínua; ➢ Usado mais comumente para drenar espaços intra-abdominais que se espera drenar grande volume de líquido. Dreno de Kerr É introduzido nas vias biliares extra-hepáticas, sendo utilizado para drenagem externa, descompressão, ou ainda, após anastomose biliar, como 48 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos prótese modeladora, devendo ser fixado por meio de pontos na parede duodenal lateral ao dreno, tanto quanto na pele, impedindo sua saída espontânea. CURATIVOS DEFINIÇÃO É um meio terapêutico que consiste na limpeza, com aplicação de procedimentos assépticos, que vai desde a irrigação como solução fisiológica até as coberturas específicas que poderão auxiliar no processo de cicatrização. A ESCOLHA DOS CURATIVOS Os curativos e os cuidados devem ser estabelecidos conforme: ➢ A etiologia e localização da lesão; ➢ Tamanho de ferida; ➢ Condições clínicas; ➢ Fases do processo de cicatrização. A enfermagem deve ser bastante criteriosa utilizar de curativos e medicamentos nas lesões, considerando os seguintes fatores no processo de cicatrização, uma vez que, já é sabido, que podemos interferir tanto de uma forma positiva quanto negativa no tratamento: ➢ As propriedades físicas de proteção e manutenção de medicamentos; ➢ Intervalo de trocas entre o curativo. TIPOS DE CURATIVOS 49 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ➢ Abertos: Utilizados em algumas feridas agudas; ➢ Semi-oclusivos: Curativos comumente utilizados em Feridas cirúrgicas. Absorvem e isolam o exsudato, permitem exposição da ferida ao ar. ➢ Oclusivos: Têm como finalidade vedar e impedir a perda de fluidos, bem como proporcionar isolamento térmico. A vedação é feita por meio de gazes, faixas e espuma. ➢ Compressivos: Reduzem o fluxo sanguíneo e promovem a hemostasia. Aproxima as bordas da ferida. VANTAGENS DO MEIO ÚMIDO O meio úmido tem algumas vantagens em relação aos curativos secos. Estimula a epitelização, a formação do tecido de granulação e maior vascularização. Facilita a remoção do tecido necrótico e impede a formação de espessamento de fibrina. Promove a diminuição da dor, evitando traumas na troca do curativo, além de manter a temperatura corpórea. NORMAS DE ASSEPSIA ➢ Lavar as mãos antes e após a realização dos curativos; ➢ Obedecer aos princípios de assepsia; ➢ Remover assepticamente tecidos necrosados; ➢ Obedecer aos princípios de realização do procedimento: do menos para o mais contaminado. ➢ Utilizar luvas estéreis em substituição ao material de curativo ou em procedimento que possam entrar em contato com a ferida/úlcera. ➢ Curativos removidos para inspeção da lesão devem ser trocados imediatamente. NORMAS TÉCNICAS PARA REALIZAÇÃO DOS CURATIVOS A técnica asséptica ou estéril é a seguinte: 50 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ➢ Lavar as mãos com solução antisséptica antes e após a realização do curativo; ➢ Utilizar material e luvas estéreis para manipular a lesão; ➢ Limpar a lesão com solução estéril; ➢ Utilizar cobertura estéril; ➢ Recomendada a utilização exclusiva da técnica para tratamento hospitalar; A técnica limpa é a seguinte: ➢ Lavar as mãos com água e sabão; ➢ Utilizar material limpo para a manipulação da lesão; ➢ Limpar a lesão com água limpa e tratada; ➢ A cobertura da lesão deve ser preferencialmente estéril; ➢ Técnica utilizada no tratamento domiciliar. O CDC (Center for Disease Control), em 1994, considerou as mãos como principal veículo de transmissão de infecções, preconizando padrões para o procedimento de lavagem e antissepsia das mãos. LAVAGEM DAS MÃOS Apenas relembrando os objetivos da lavagem das mãos: ➢ Remover a sujeira das mãos e quebrar cadeia de infecção; ➢ Reduzir as contaminações cruzadas; ➢ Melhorar, na visão do público, a imagem de higiene e a credibilidade dos profissionais da área de saúde. São observações importantes: ➢ Retirar anéis, relógios e pulseiras; ➢ Não se encostar a pia; ➢ Utilizar sabão líquido; ➢ Não é indicado uso de toalhas de pano e coletivas; ➢ Utilizar creme hidratante de uso único e de pote individual para as mãos. MATERIAL PARA CURATIVOS 51 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ➢ Pacote de curativo O pacote de curativo deve obedecer a princípios de assepsia e esterilização, podendo ser descartável ou não. É importante lembrar que o pacote nunca deve ser utilizado caso haja suspeita que ele não tenha sido esterilizado. ➢ Soro fisiológico 0,9% ou água destilada Deve ser aquecido próximo a temperatura de 37º C quando utilizado em tecido de granulação e epitelização, em temperatura inferior a essa ocorrerá um choque térmico, e a pele levará de 03 a 04 horas para voltar à temperatura normal; ➢ Técnica do jato de soro Técnica utilizada para higienização do tecido de granulação. Nesta técnica pode-se utilizar o próprio frasco de soro ou uma seringa de 20 ml, e agulha 40X12 mm, para exercer a devida pressão (04 a 15 pps); Além do tecido de granulação essa técnica é utilizada para limpeza de cavidades e pontos subtotais, áreas de difícil acesso apenas com gaze úmida. Os pontos subtotais são pontos que abrangem todas as camadas da parede abdominal, da pele até o peritônio. Eles são confeccionados com equipo de soro e fio tipo cordonê. Para proceder a limpeza desses pontos, deve-se lavar todos os pontos introduzindo soro fisiológico 0,9% com auxílio de uma seringa com agulha 40X12mm no interior de cada ponto, colocando uma gaze no lado oposto para reter a solução. Continuar a limpeza de todo o restante da lesão, com o auxílio de uma pinça, utilizando a técnica asséptica. Realizar a limpeza de dentro para fora e de cima pra baixo, utilizando as duas faces da gaze sem voltar ao início da incisão. ➢ Fita adesiva A fita adesiva sempre deve ser retirada molhando-a com SF 0,9%, para evitar a lesão da pele do paciente por trauma local. Se possível deve priorizar a 52 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos utilização das fitas indicadas pelo fabricante, como hipoalergênicas e nunca deve ser utilizada TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DE CURATIVOS Princípios básicos para a realização dos curativos Esses princípios, por serem princípios básicos podem e devem ser adaptados e empregados de acordo com o tipo de curativo. Tendo sempre o cuidado de evitar as infecções cruzadas. São cuidados importantes: ➢ Separar o material a ser utilizado, observando a data de validade e se está embalado adequadamente; ➢ Separar os antissépticos a serem utilizados ➢ Orientar o paciente sobre o que será realizado com ele; ➢ Avaliar a lesão; ➢ Separar o antisséptico adequado para a realização do curativo; Curativos das feridas limpas São observações importantes: ➢ Começar a limpeza do local de incisão, com movimentos de dentro para fora; ➢ Nunca passar o lado sujo da gaze duas vezes sobre a lesão; ➢ O centro da ferida asséptica é sempre mais limpo que as bordas, pois está mais protegido de contaminação. Feridas cirúrgicas e traumáticas São informações importantes: ➢ As primeiras 24 horas são especialmente importantes, porque o edema é ➢ O edema depende do tipo da ferida, podendo permanecer de 72 a 96 horas, e nesse tempo o curativo deverá permanecer fechado. 53 www.eduhot.com.br Atualização em instrumentos cirúrgicos ➢ Os curativos proporcionam proteção física para a lesão, estabiliza o fechamento da ferida, absorvem a drenagem serosa e protegem contra infecção. Curativos das feridas contaminadas ou infectadas Deve-se iniciar a limpeza de fora para dentro da lesão, ou seja, das bordas para
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