Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NEOPLASIAS MECANISMOS REGULADORES DE POPULAÇÕES CELULARES - Necessário controle rígido da replicação. - Homeostasia: há um equilíbrio entre proliferação e morte celular, visto que a apoptose é um processo fisiológico de renovação celular ou quando há alguma lesão, também é necessário eliminar as células “disfuncionais” e substituí-las por novas células. Esse processo depende da labilidade do tecido. NEOPLASIA – quebra do equilíbrio → proliferação celular desordenada. Proliferação celular autônoma, em geral acompanhada de perda ou redução da diferenciação. Neo = novo. Plasia = formação, crescimento. Conceito ampliado → Lesão constituída por proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral com perda ou redução de diferenciação, em consequência de alterações em genes ou proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação das células. Tumor: qualquer lesão com aumento de volume; Câncer: carcinoma - karkinos = caranguejo. Tumores malignos. Componentes básicos dos tumores: • Parênquima: conjunto de células neoplásicas proliferativas; • Estroma: Estrutura que sustenta o tumor – presença de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. Angiogênese – crescimento e metástase tumoral. Não possui nervos – as dores em cânceres terminais devem-se às inflamações resultantes das metástases, mediadores sistêmicos algigênicos. • O próprio tumor produz fatores de crescimento. Tipos de neoplasia em relação ao tecido de origem Além dessa divisão embrionária, também há a divisão em tecidos epiteliais (revestimento, glandular ou não) e mesenquimais (preenchimento – conjuntivo, cartilagem, ossos, adiposo). As neoplasias epiteliais são muito mais comuns → tecidos lábeis, alta proliferação, DNA mais exposto a lesões. Nomenclatura – critério histomorfológico Sufixo – OMA, a princípio, deve ser usado somente em neoplasias benignas. Então, por exemplo, uma neoplasia benigna de tecido adiposo é lipoma. Já para neoplasias malignas: depende do tipo de tecido; se de origem epitelial → carcinoma, se de origem mesenquimal → sarcoma. - Epiteliais: carcinoma basocelular, adenocarcinoma colônico (adeno = tecido glandular ou tumor secretório), melanoma (exc. de nomenclatura; todo melanoma é maligno). - Mesenquimais: hemangioma, linfoma (exc. de nomenclatura, é maligno), leiomiossarcoma (neoplasia maligna de cél. musc. lisa). SNC: glioma, astrocitoma (mesmo que não sejam invasivas, essas neoplasias são de urgência pela localização). **Propriedades da lesão ou sua diferenciação: carcinoma epidermoide → o epitélio neoplásico produz ceratina – diferenciação semelhante à da epiderme. Blastoma → em geral, maligno. O tumor reproduz estruturas com características embrionárias. Ex: hepatoblastoma (tumor maligno que reproduz hepatócitos com características embrionárias). Hematopoiéticos fogem a regra e são em geral malignos. Carolina Mota Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Nomenclatura relativa a aspectos morfológicos Papiloma é uma neoplasia epitelial benigna que produzem projeções verrucosas, acima da superfície do epitélio. Pólipo é um conjunto de células neoplásicas benignas ou malignas projetadas acima de uma superfície mucosa. Adenoma colônico (benigno), adenocarcinoma colônico (maligno). Existem pólipos hiperplásicos. Nomenclatura de tipos que fogem a epitelial ou mesenquimal Cistoadenoma – tumor ovariano que forma uma grande massa cística revestida de epitélio colunar mucossecretor. Seminoma – célula testicular, sempre maligno. Mola hidatiforme – tumor de células trofoblásticas (blástula) com aspecto macroscópico de vesículas (cacho de uva). Teratoma – tumor formado a partir de células totipotentes encontradas nas gônadas. Ex: teratoma cístico benigno ou cisto dermóide (pelos, dentes, ossos, cartilagem, material sebáceo). *Seminoma – exceção à nomenclatura = neoplasia maligna de célula testicular. *Hepatoma – exceção à nomenclatura = carcinoma hepatocelular. Resumo: Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS MALIGNAS E BENIGNAS • O crescimento do nº de células é persistente mesmo após a retirada do estímulo que deu origem; • A proliferação celular não está regulada pelos fatores reguladores normais; • Proliferação e morte celular não estão associadas às necessidades funcionais do tecido; • O defeito celular adquirido é permanente e transmitido às células-filhas. Tumores Benignos A grande maioria dos tumores benignos não compromete a vida do indivíduo. A determinação de benignidade ou malignidade ocorre na origem do tumor, raramente um benigno torna-se maligno. » Bem diferenciado, bem delimitado, não invasivo → não sofre metástase e, geralmente não apresenta recidiva; » Crescimento excêntrico, em expansão, compressão das estruturas adjacentes. O tecido ao redor acaba formando uma capa fibrosa que envolve a massa tumoral – isolada, palpável, móvel e fácil remoção cirúrgica (em geral); » As células são semelhantes ao tecido de origem. Ex: tumor de músculo liso terá células características de músculo liso. Tumor bem diferenciado. Hipercelularidade. Leiomioma com fibras entrelaçadas e desorganizadas. Obs: Hemangioma (de vasos sanguíneos) não é encapsulado. Tumores cranianos comprimem estruturas nervosas vitais, interrompem circulação do líquor (ex. glioma – classificação diferente em 4 graus, grau I equivalente ao benigno, mas ainda há risco por comprometer um tecido nobre; grau IV é invasivo, portanto, maligno). » Crescimento lento e dependente de hormônios e suprimento sanguíneo adequado; » Formação de novos vasos – angiogênese, o que diminui a formação de degenerações, necroses e hemorragias; » Acúmulos de células neoplásicas bem diferenciadas cm atipias celulares e arquiteturais discretas; » Tumores de glândula – as células continuam a produzir o hormônio daquela glândula. O maior problema de tumores benignos é a compressão de estruturas importantes ou o excesso de produção de determinada substâncias, no caso de tumores em glândulas, por exemplo: tumores de tireoide, do pâncreas. Microscopicamente, é possível ver a cápsula (setas). Na massa tumoral há características que lembram a glândula mamária. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Tumores Malignos » Não são bem delimitados e invadem tecidos adjacentes, crescendo em todas as direções; Em B, há uma exceção, é uma neoplasia maligna encapsulada. É visível regiões de necrose e hemorragia – mau prognóstico. A angiogênese não consegue acompanhar o crescimento tumoral em neoplasias malignas que crescem muito rápido. Carcinoma basocelular – bordas irregulares. Crescimento de células transformadas – Microscopia Diferenciação → capacidade de uma célula neoplásica em manter as características morfológicas e funcionais da célula de origem. Neoplasias benignas são bem diferenciadas e as malignas vão desde diferenciadas até totalmente indiferenciadas. Anaplasia é a falta de diferenciação. Há células basais em grau de indiferenciação, que são para proliferação (tecidos lábeis). Depois, quando maduras, adquirem a diferenciação terminal – expressão Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol MotaDestacar Carol Mota Destacar gênica direcionada para uma função especializada, menor proliferação. A principal função de uma célula neoplásica é justamente a proliferação, assim, há uma tendência em perder as características da célula de origem e isso caracteriza a anaplasia. ATENÇÃO: uma célula indiferenciada anaplásica é diferente da célula original e quando ela está diferenciada, ela é semelhante à célula original. As neoplasias malignas vão desde bem diferenciadas até anaplásicas. Características microscópicas – Atipias celulares: • Aumento da relação núcleo/citoplasma; • Hipercromasia nuclear e células bi ou multinucleadas; • Figuras de mitose – típicas e atípicas; • Anomalias cromossômicas; • Hipercelularidade; • Pleomorfismo celular; • Perda da diferenciação celular; • Anaplasia (atipia acentuada e perda completa das características morfológicas). Quanto mais indiferenciado um tumor, mais anaplásico ele for, mais agressivo é o prognóstico.; • Perda da polaridade – atipias arquiteturais ou histológicas, pois as células não se organizam segundo a orientação própria do tecido normal. Tumor pleomórfico do músculo esquelético – rabdomiossarcoma. Observe o pleomorfismo celular e nuclear marcado, os núcleos hipercromáticos e as células gigantes tumorais. Tumor de Wilms – renal: nefroblastoma. Não há nenhuma característica de célula renal nessa microscopia. Na primeira imagem, lado esquerdo – células normais. Lado direito, carcinoma, aparentemente invasivo, célula lembra caliciforme, a formação lembra um cripta, mas há pouquíssima funcionalidade – o genoma está direcionado para as proteínas do ciclo celular, para proliferação. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carcinoma in situ – apresenta indiferenciação, atipia celulares, mas não é invasivo. Quanto maior o grau de indiferenciação, maior a velocidade de crescimento e a agressividade tumoral. A reprodução acelerada aumenta a invasibilidade, diminuindo a adesão célula a célula, há maior instabilidade genética. a) É possível ver a criptas normais; b) Benigna por baixo grau de atipias e apesar da hipercelularidade e hipercromasia, as células mantém o formato da cripta e ainda há alguma secreção; c) Há invasão, mas ainda há diferenciação. Há mais atipias; d) Muita atipia, perda de polarização do tecido; e) Não é possível identificar mais que a origem eram células caliciformes; Neoplasia de origem em tecido muscular liso, em nada lembrando as características desse. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Uma neoplasia benigna pode evoluir para maligna? • Adenoma colônico → adenocarcinoma colônico; COMUM. Bastante ligado a questões genéticas e de estilo de vida. • Fibroadenoma mamário → carcinoma de mama; RARAMENTE, apesar de que quem tem fibroadenoma, tem maior propensão de desenvolvimento do carcinoma. • Leiomioma → leiomiossarcoma; RARAMENTE. • Lipoma → lipossarcoma. RARAMENTE. ETIOPATOGÊNESE DAS NEOPLASIAS O que causa câncer? Doença multifatorial: hereditariedade, genética, fatores ambientais, sendo estes, os que possuem peso maior no desenvolvimento do quadro. Cânceres hereditários: menos frequentes, de surgimento precoce, poucas alterações genéticas, mas muito significativas, tem patogênese relativamente mais simples. Fatores genéticos → mutações germinativas em genes supressores de tumor. Ex: BRCA1 e BRCA2 – câncer de mama. Cânceres adquiridos: mais frequentes, de surgimento tardio, maior heterogeneidade genética, patogênese complexa. NEOPLASIAS MALIGNAS Bases moleculares da carcinogênese → dano genético não letal → mutações que podem acontecer por exposição ambiental, estilo de vida, serem aleatórias e espontâneas ou herdadas. Essa célula mutada sofre uma expansão clonal. Só existe carcinogêse quando há um dano genético não letal (que não leva à morte celular) e isso é transferido para células filhas. Crescimento tumoral: Depende de vários fatores → suprimento sanguíneo, sistema imune do hospedeiro, fatores nutricionais. O desenvolvimento tumoral maligno pode ser dividido em 4 fases. 1 e 2, geralmente assintomáticas. Entre 1 e 2, há uma latência de duração variável. 1. Iniciação → transformação neoplásica, alteração genética – dano irreversível; 2. Crescimento das células transformadas – promoção tumoral → estímulo de agentes promotores (hormônios, fatores de crescimento, inflamação etc); 3. Progressão tumoral → instabilidade genética e mutações adicionais; 4. Invasão e metástase → manifestações clínicas. Fatores ambientais que afetam o risco de câncer Agentes infecciosos → 15% dos cânceres no mundo, mais frequente em países em desenvolvimento. - HPV - carcinoma cervical, cabeça e pescoço; - Helicobacter pilory - Câncer de estômago; - Outros vírus – HTLV-1, HIV, HBV, HCV. Tabagismo → boca, faringe, laringe, esôfago, pâncreas, bexiga, e pulmão (mais de 90% das mortes); Consumo de álcool → maior risco de câncer de orofaringe, laringe, esôfago, carcinoma hepatocelular. Álcool + tabaco → sinergismo! Dieta → colorretal, próstata, mama. Obesidade → adenocarcinomas do esôfago, do endométrio, do pâncreas e da mama. História reprodutiva → estimulação estrogênica! - mama, útero, ovários. Carcinógenos ambientais → raios UV, corantes alimentícios, agentes químicos (ex. asbesto), poluição, carne grelhada (churrasco). Outros → idade, fatores nutricionais, inflamações crônicas, estados de imunodeficiência, lesões precursoras. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar A instabilidade genética influencia não só nas características morfológicas, mas também na evolução e na resposta ao tratamento. Por exemplo, inicialmente, o diagnóstico e o tratamento primário de uma massa tumoral heterogênea elimina boa parte dos subclones, mas uma linhagem resistente pode causar o aparecimento de recidivas, com novas formas de subclones, que dessa vez não respondem ao tratamento de maneira eficaz. Como as células tumorais então adquirem as características de malignidade? Quanto mais mutações e mais subclones aparecem, mais indiferenciado se torna o tumor. Essa perda de diferenciação está relacionada também com uma característica presente nas células embrionárias: manutenção da capacidade replicativa. Ou seja, as células neoplásicas quanto mais anaplásicas, perdem a senescência replicativa (que não existe nas células embrionárias e que se caracteriza pela célula madura poder executar apenas um nº limitado de mitoses, porque a cada mitose há encurtamento dos telômeros). Resumindo, nas células cancerígenas, provavelmente não há encurtamento de telômeros. Quanto tempo leva para se produzir um tumor clinicamente detectável? Quando um tumor sólido puder ser detectado clinicamente, ele já completou a maior parte do seu ciclo de vida. O crescimento depende do tempo de duplicação das células, da fração de células que se replicam e da taxa com que as células são perdidas ou morrem. Taxa de crescimento → relacionada ao nível de diferenciação. Quanto mais indiferenciado → mais rápido! Tumores benignos, em geral crescem mais lentamente que os malignos! Uma única exposição pode ser suficiente para causar a mutação celular. INSTABILIDADE GENÔMICA As cores diferentes representam os “subclones” causados pelas alterações genômicas, gerando subpopulações clonais responsáveis pela heterogeneidade da massa tumoral. É justamente isso (uma enorme gama de genes estarem defeituosos) que aumenta a malignidade: perda da diferenciação, crescimento acelerado, invasividade e metástase. Períodode latência indeterminado que pode durar meses ou anos Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Propriedades das células cancerosas A aquisição de novas propriedades acompanha-se de modificações fenotípicas: muito semelhantes a características das células embrionárias. (a) autonomia de proliferação: independente de estímulo; (b) insensibilidade aos sinais inibidores de mitose; (c) evasão da apoptose: defeito no mecanismo de sinalização das caspases; (d) evasão da senescência replicativa; (e) autonomia de sobrevivência: modificação metabólica, angiogênese; (f) instabilidade genômica; (g) capacidade de recrutar células inflamatórias: pela liberação de citocinas e alarminas, algumas dessas células inflamatórias liberam fatores de crescimento que contribuem para a progressão do tumor – células inflamatórias do câncer; (h) capacidade de evasão do sistema imunitário; (i) adaptações metabólicas, que permitem sobrevivência em ambientes menos oxigenados; (j) capacidade de invadir; (k) capacidade de metastatizar. Invasão e metástase Do grego → metastasis = mudar de lugar, transferência. Propagação de um tumor para áreas fisicamente descontínuas com o tumor primário - crescimento à distância (relativa, pois para uma célula, 2 cm por exemplo já pode ser dada como uma distância considerável)! Neoplasias benignas não sofrem metástase! Algumas neoplasias malignas muito raramente sofrem metástase (porém, invadem localmente o tecido): Ex → carcinomas basocelulares da pele e gliomas (uma exceção à nomenclatura, pode ser maligno ou benigno, mas é classificado em graus). Metástase Falta de diferenciação (propicia destacamento de célula da massa tumoral – perda da junção e comunicação das células com as células vizinhas), invasão local agressiva, crescimento rápido (mais mutações, mais indiferenciação), tamanho grande → maior probabilidade de metástase, no entanto, há exceções, pois há dependência de fatores do hospedeiro e das características das células tumorais invasoras. - Vias de disseminação: linfática (mais comum); sanguínea (veias – parede delgada); direta (cavidades e superfícies, por contato). • Linfática: metástase segue a rota natural da drenagem linfática. Linfonodo sentinela é o local mais provável de desenvolvimento da metástase – linfonodo mais próximo da massa tumoral. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar • Contato: massa tumoral adere a algum tecido adjacente. Mais comum no peritônio. Ex: citadenocarcinoma mucinoso de ovário (pode ser invasivo ou não, sendo que quando invasivo, pode causar a metástase por contato). • Via hematogênica: Veia Porta → Fígado. Fluxo venoso → Pulmão (metástase de carcinoma de mama, por exemplo). Vaso sanguíneo (V) com células tumorais próximas à sua parede. Momentos iniciais da disseminação das células tumorais por via hematogênica. Competências: proteínas de adesão, metaloproteinases para degradação da matriz colágena → vantagens competitivas – princípio de seleção de Darwin. Mecanismos de invasão e metástase: 1. Destacamento das células da massa tumoral original; Mudança da expressão de Caderinas e Integrinas; Perda de polarização do tecido - pleomorfismo; Produção de enzimas que favorecem a migração pela MEC → Metaloproteases. Fatores de motilidade autócrino: ativam receptores da própria célula + fatores parácrinos: de crescimento, quimiotático oriundos da própria matriz extracelular degradada. 2. Invasão de vasos linfáticos ou sanguíneos Atraídas por quimiocinas produzidas por células endoteliais Mais fácil de invadirem capilares e vênulas (de parede mais fina) e vasos linfáticos – fenestrados. Invasão de pequeno vaso por células de carcinoma indiferenciado. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Embora milhares de células neoplásicas sejam liberadas na circulação por dia somente um número pequeno de metástase é produzido. Segundo estimativas, menos do que 0,02% das células que são liberadas do tumor primário originam tumores secundários. Por quê? Porque dentro do vaso sanguíneo, provavelmente será atacada pelo sistema imune e porque a força de cisalhamento vai degradar essa célula. Então, para sobreviver na circulação essa célula precisa escapar do cisalhamento e do sistema imune (formação de êmbolo por coagulação). Para o extravasamento vascular, há expressão de moléculas de adesão ao endotélio e estímulos quimiotáticos no órgão alvo. 3. Instalação, sobrevivência e proliferação no órgão destino → presença de receptores para fatores quimiotáticos e citocinas produzidos pelo órgão alvo. Indução de angiogênese no tecido alvo. Ambiente permissivo com FC e ausência de inibidores de proteases. Além disso, a anatomia também é fator determinante dos locais de destino das mestástases. Principais sítios de metástase hematogênica: Câncer de Mama → pulmão, ossos, cérebro - produzem citocinas e fatores de crescimento que induzem absorção óssea e favorecem o crescimento nos ossos Câncer de Próstata → Ossos (Pelve). Câncer de Intestino → possuem receptores para fator de crescimento (HGF) produzidos pelos hepatócitos. Outros locais → adrenais, cérebro; Locais raros → estômago, músculo esquelético. Apesar de existirem alguns fatores que indiquem a maior probabilidade de desenvolver metástase em determinado local, a precisa localização da metástase não pode ser prevista em nenhum tipo de câncer. • O fenótipo metastático é adquirido na origem! • A instalação e sobrevivência no órgão alvo envolvem receptores para fatores quimiotáticos e de crescimento produzidos pela MEC do órgão alvo; • A própria célula tumoral secreta quimiocinas e citocinas que favorecem o crescimento da nova colônia. Ex: CA de mama → CSF- GM = osteoclastos (reabsorção óssea), IL-6, TNF-alfa = citocinas que estimulam a medula óssea; • Interação com células da glia – metástases no SNC. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carcinogênese: Acúmulo de mutações complementares, de forma gradual, ao longo do tempo. Bases moleculares da carcinogênese → dano genético não letal → mutações que podem acontecer por exposição ambiental, estilo de vida, serem aleatórias e espontâneas ou herdadas. Essa célula mutada sofre uma expansão clonal. Só existe carcinogêse quando há um dano genético não letal (que não leva à morte celular) e isso é transferido para células filhas. Instabilidade genômica → mutações condutoras adicionais (vantagens) Iniciação + Promoção → fases de latência – clinicamente não detectável; Progressão + Manifestação → clinicamente detectável. INICIAÇÃO • Interação do carcinógeno com o DNA da célula alvo (Ex: agentes eletrofílicos – afinidade por moléculas com carga negativa → DNA); • Processo irreversível (ligação covalente; mutações, distorções ou quebras de molécula); • Independente da dose, mas quanto maior a dose, maior o número de células afetadas (As doses tem efeito cumulativo e somatório). A eficiência da iniciação na produção de um tumor depende: - Replicação do DNA e divisão celular após as alterações! A exposição das células a um agente iniciador não causa diretamente neoplasia, mas deixa as células susceptíveis quando expostas a outros agentes. Exemplos de agentes iniciadores: - RADIAÇÃO IONIZANTE (Raio X, acidente nuclear); - RADIAÇÃO ULTRA-VIOLETA; - AFLATOXINAS; - BENZOPIRENO(produto combustão do tabaco); - ÓXIDO DE ETILENO (utilizado em esterilização de material hospitalar); - VÍRUS (HPV). PROMOÇÃO • É a proliferação das células iniciadas • É a expressão da alteração do genoma • Os agentes promotores não interagem diretamente com o material genético, mas afetam sua expressão de diferentes maneiras. Ex: interagem com receptores do fator de crescimento, com proteínas indutoras de mitose etc. • É um processo reversível • Dependente de um limiar de dose • A exposição das células normais a agentes promotores não provoca anormalidades, e a exposição transitória também não Ex de promotor endógeno: hormônios, componentes da bile, alguns fatores de crescimento, alguns mediadores inflamatórios. Exógenos: sacarina e ciclamatos (adoçantes), hormônios anabolizantes, etanol e fenóis – ação irritativa provocando reações inflamatórias e proliferativas. - Tabaco + etanol: ação sinérgica que potencializa a carcinogênese. Promotor depende de dose! Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar PROGRESSÃO • É evolução da neoplasia maligna • Proliferação de células heterogêneas – instabilidade genômica → Subclones ≠s quanto aos aspectos citogenéticos, velocidade de crescimento, poder de invasão, metastização, resistência a drogas... • É irreversível • Depende de fatores do hospedeiro (imunidade, hormônios) • Fase do diagnóstico precoce. MANIFESTAÇÃO Corresponde à sintomatologia clínica devido à infiltração de tecidos e metástase. Nesta etapa, o paciente busca ajuda por apresentar sintomas clínicos como: Perda de peso, dor, anemia, hemorragia etc. Agentes carcinogênicos: PRINCIPAIS FATORES ASSOCIADOS AO SURGIMENTO DE NEOPLASIAS: » Tabagismo » Dieta rica em gorduras e alimentos » Processados » Obesidade; » Alcoolismo, » Infecções, (p. Ex., HPV); » Exposição a carcinógenos ambientais, como » Radiações (UV, ionizantes) e alguns compostos » Químicos (p. Ex., asbestos). Carol Mota Destacar Classificação geral dos cancerígenos: Agentes Químicos: Eletrofílicos = afinidade pelo DNA. Nos diretos, a interação é diretamente no material genético. Nos indiretos, é necessária uma transformação prévia advinda de metabolização e esse metabólico ativo é que é eletrofílico e lesa o DNA. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos → carcinógenos quí- micos mais potentes e os mais estudados. Derivam da combustão incompleta do carvão mineral, petróleo, tabaco etc → INDIRETOS Ex.: 9,10-dimetil-1,2-benzantra-ceno (DMBA), metilcolantreno e benzo- pireno. Azocompostos (corantes) → derivados de azobenzeno → INDIRETOS. Nitrosaminas → São substâncias formadas no organismo a partir de nitritos e aminas ou amidas, ingeridos com alimentos. Aminas aromáticas → Derivados da anilina que precisam sofrer ativação nos hepatócitos pelo sistema citocromo P-450. Ex. benzidina e beta-naftilamina → Produção de corantes industriais (textil, fotográfica, borracha), tintas, produtos cosméticos... Exposição ocupacional. Alquilantes → grupo heterogêneo de substâncias que doam um grupo alquila (metila ou etila) a um substrato. São carcinógenos diretos, mas de baixa potência. (metila ou etila) a um substrato. São carcinógenos diretos, mas de baixa potência. Asbesto → exposição de trabalhadores durante a extração e o processamento industrial do amianto (materiais usados na construção civil - telhas e coberturas). Cloreto de vinil (PVC) → ocupacional. Carcinógenos inorgânicos → Arsênico, cromo e níquel. Aflatoxinas (INDIRETO) → Aspergillus flavus, fungo contaminante de cereais (arroz, milho, amendoim). Mutação que inativa a proteína p53. Agentes físicos: Radiação ultravioleta: UVB causa mutação o DNA, que pode ser reparada, mas exposição excessiva ao sol diminui chances de reparo → erros de transcrição e neoplasia. Principais: carcinoma basocelular e melanoma. Radiação ionizante: -Radiações eletromagnétcas (raios X e gama): Exposição ocupacional -Partículas (alfa, beta, prótons e nêutrons): Acidentes nucleares e bomba atômica. Vários tipos de neoplasia maligna. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Indireto: ionização da água e proteínas presentes no citosol, liberando radicais livres, que interagem e alteram o DNA. Agentes Biológicos: Ao mudar o estilo de vida, a expressão genética também pode mudar. Os genes podem ser desligados, ligados, aumentados ou diminuídos (dieta e outros fatores ambientais). Oncogênese Marcas registradas do câncer: Uma única mutação não é suficiente para iniciar o câncer, é preciso alteração em genes específicos e que sejam transferidas por uma proliferação clonal dessas células transformadas. Carol Mota Destacar A origem das células cancerosas está associada a anomalias na regulação do ciclo celular e à perda de controle da mitose → alterações do funcionamento de genes controladores do ciclo celular, em decorrência de mutações → câncer. Existem um grupo de genes que são alvos de mutações e que podem levar ao câncer quando alterados. Principais alvos da transformação maligna: genes diretamente relacionados à regulação do ciclo celular. Em seu estado normal, só funcionam quando a célula é sinalizada para divisão. Ao contrário, são genes altamente regulados, o que impede uma proliferação celular desnecessária. • Proto-oncogenes (sinalizadores positivos de proliferação) • Antioncogenes (supressores de tumor – sinalizadores negativos de proliferação) • Genes de apoptose • Genes de reparo do DNA Normalmente, não existe nenhum oncogene isolado capaz de transformar completamente as células. A maioria dos tumores humanos apresenta ativação de diversos oncogenes e a perda de dois ou mais genes supressores o tumor. A ocorrência de lesão no DNA é muito maior do que a evolução para câncer, devido os genes de reparo e de apoptose, que bloqueiam a transferência dessa mutação para frente. PROTOONCOGENES • Presente em células normais; • Expressão regulada; • Participa no controle da proliferação e da diferenciação celular; • Processos básicos para a existência das células; • Quando sofrem mutações e perda de funções: protooncogenes → oncogenes; • Oncogenes: promovem o crescimento celular descontrolado, na ausência de sinais mitogênicos normais; • Codificam: fatores de crescimento, receptores para FC, proteínas transdutoras de sinais, fatores de transcrição, proteínas do ciclo celular. Oncoproteínas: possuem alterações conformacionais que adquirem função ou produção desregulada. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Mutações pontuais: troca, inserção, perda de bases; Translocação ou amplificação gênica: o proto-oncogene muda de um local para outro, há pareamento inadequado de bases, fica próximo a um promotor, sendo constantemente expresso. Por erro de síntese, também, pode haver amplificação de inúmeras cópias desse gene. Em ambos os casos, há hiperexpressão. Estimula a proliferação celular MYC: ativa o ciclo celular, fator de transcrição. Amplificação do oncogene: hiperexpressão do receptor de FC. Marcador HER2 positivo: tratamentos direcionados que bloqueiam esse receptor. Não precisa do FC para ser ativado. O receptor está o tempo todo ligado à proteína sinalizadora. Outro exemplo além do câncer depulmão: leucemia mielóide e câncer da tireóide. Carol Mota Destacar Cada uma dessas proteínas possui algum mecanismo de bloqueio, com a mutação, há perda da atividade da proteína inibidora. Com a mutação, a RAS fica constantemente ligada a GTP, permanece ativando as vias de sinalização e de transcrição. A PI3K é controlada pela PTEN, sendo mutada, a PI3K não sofre essa ação e também permanece constantemente ativada. Também há mutações em genes de fatores de transcrição, como o MYC e as ciclinas: MYC: ativado por vias de sinalização RAS/MAPK. Ativador transcricional →ativa diversos genes envolvidos no crescimento celular. • Tranlocação de MYC → linfoma de Burkitt; • Amplificação do gene MYC → carcinoma de mama, cólon, pulmão; • Amplificação do genes N-MYC; L-MYC → neuroblastomas. CDK: cinase dependente de ciclina – ativam o ciclo celular quando ativadas pela ciclina. Permite que a célula atravesse o ponto de checagem G1-S, por fosforilar a proteína bloqueadora Rb. Expressão aumentada de genes de ciclinas e ligação com CDK → constante desbloqueio de Rb → ativa constantemente a passagem de G1 para S. ANTIONCOGENES (supressores de tumor) Controlam a multiplicação celular: p53, pRb, APC/betacatenina, PTEN. Evita a multiplicação celular descontrolada – freios da divisão celular. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Inativação de genes supressores de tumor: P53 – “guardião” do genoma → ativada por anóxia, sinalização inadequada (oncoproteínas mutadas) e danos ao DNA. Controla a expressão e atividades de proteínas do ciclo celular, reparo do DNA, senescência celular e apoptose. Primeiro, tenta-se reparar o dano pela indução do gene de reparo, mas se não for possível, há a ativação da apoptose. Atuação da p53 na manutenção da integridade do genoma: Papel da RB (fosforilada) na multiplicação celular: liberar E2F Proteína E7 do HPV, bloqueia a RB de “segurar” o fator E2F → célula entra em mitose descon-trolada. APC/ beta-catenina: • Proteína APC regula e degrada a beta-catenina livre (quando livre, ela é ativadora de genes MYC e ciclina D); • Proteína beta-catenina alterada: não é inibida pela APC; • APC alterada: não é capaz de degradar beta-catenina. Situações possíveis GENES DE REPARO O acúmulo de lesões genéticas é favorecido pelos defeitos no reparo do DNA (instabilidade genômica). BRCA1 e BRCA2 – mutados no CA de mama e ovário. Ex.: xeroderma pigmentoso – câncer de pele que se caracteriza pela incapacidade hereditária de reparar os danos ao DNA produzidos pela luz UV. Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar Carol Mota Destacar
Compartilhar