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1 NEOCLASSICISMO Arquitetura e Urbanismo da Sociedade Industrial (neoclassicismo) Introdução Benevolo (História da Arquitetura Moderna, pag. 62-63) divide o Neoclassicismo dos séculos XVIII-XIX em 3 posturas básicas: 1. A tradição clássica é defendida como aquela que carrega os ideais imutáveis de beleza e perfeição em arte. Aqui estão os membros mais radicais da academia, que defendem a autonomia da cultura artística e fazem as imitações mais fiéis dos modelos clássicos (teóricos aqui seriam Winckelmann, Milizia, Quatremère de Quincy; artistas seriam Canova, Thorwaldsen, L. P; Baltard). 2. Atribuem-se às formas da tradição clássica valores/virtudes morais/políticos associados às histórias grega e romana; arte e arquitetura são vistas como campos ou instrumentos de afirmação de convicções/de valores político-ideológicos; são os artistas militantes da Revolução Francesa (J. L. David, Claude Nicolas Ledoux, Etienne-Louis Boulllée; a esta lista, o professor acrescenta T. Jefferson). 3. Toma-se o repertório herdado da antiguidade greco-romana como um dado pela moda e pelo hábito, sem atribuir-se-lhe qualquer valor mais elevado. Por suas características formais, no entanto (simetria, equilíbrio, regularidade, retilinearidade, despojamento), o repertório classicizante facilitaria a tarefa de projetar e construir concentrando-se nos aspectos funcionais/técnico-construtivos/econômicos; as questões “estilísticas” ficariam a priori resolvidas (entendido estilo como algo superficial, aplicado a estruturas organizadas para responder demandas funcionais-utilitárias). Estes apoiar-se-iam nos funcionalistas do século XVIII como Patte e Rondelêt; seu reduto seriam as escolas politécnicas, cujo nome mais importante é o de Durand; seus arquitetos mais significativos seriam Percier e Fontaine na França, Nash na Inglaterra e Schinkel na Alemanha. Benevolo chama as duas primeiras correntes de neoclassicismo ideológico e a terceira, que é a que mais lhe interessa (por considerá-la precursora do modernismo/do funcionalismo), ele chama de neoclassicismo empírico. O professor chamaria a primeira de idealista, a segunda de ideológica e a terceira de pragmática (usar esta na prova). A Corrente Idealista “A tradição clássica é defendida como aquela que carrega os ideais imutáveis de beleza e perfeição em arte. Aqui estão os membros mais radicais da academia, que defendem a autonomia da cultura artística e fazem as imitações mais fiéis dos modelos clássicos (teóricos aqui seriam Winckelmann, Milizia, Quatremère de Quincy; artistas seriam Canova, Thorwaldsen, L. P; Baltard). Reflexões sobre a imitação das obras gregas na pintura e na escultura. • Louis-Pierre Baltard, Palácio da Justiça de Lyon (1835-1841); → Eixo onde estão as funções principais e que também reparte a planta; Imagens retiradas do slide do professor 2 → Salle des Pas Perdus (Sala ou Salão dos Passos Perdidos) é um hall, um espaço articulador em que as pessoas vagam perdidas em busca de algo ou de nada, ou a espera de algo ou nada. Em uma corte de justiça é um espaço imprescindível; Imagem retirada do slide do professor A Corrente Ideológica “Atribuem-se às formas da tradição clássica valores/virtudes morais/políticos associados às histórias grega e romana; arte e arquitetura são vistas como campos ou instrumentos de afirmação de convicções/de valores político-ideológicos; são os artistas militantes da Revolução Francesa (J. L. David, Claude Nicolas Ledoux, Etienne-Louis Boulllée; a esta lista, o professor acrescenta T. Jefferson).” O neoclassicismo como uma ferramenta de educação moral e cívica. Culto aos ideais da revolução francesa Thomas Jefferson e Outros nos EUA • Edifícios que falavam sobre os ideais democráticos; → Papel na formação da cultura dos estadunidenses; → Ao ajudar a introduzir a arquitetura clássica nos Estados Unidos da América, Thomas Jefferson teve como intenção reforçar os ideais do passado clássico: democracia, educação, nacionalidade, responsabilidade civil; → Por detestar os ingleses, Jefferson continuou rejeitando a arquitetura britânica; → Ao fazer isso, ele reforçou a natureza simbólica da arquitetura, e não só fez um design estético para edifícios, mas sim um design que falava sobre os ideais democráticos dos EUA; → Isto é visto claramente no Capitol do Estado da Vírgina, na Rotunda da Universidade da Virgínia e, especialmente, na sua própria casa, Monticello; • Monticello, Thomas Jefferson, Charlotesville 1796-1808 → Jefferson, que considerava a escravidão um “crime abominável”, herdou a maior parte de seus escravos. Em vida, ele alforriou apenas 2 deles e, em seu testamento, mais 5. Os demais foram vendidos depois de sua morte, para ajudar a pagar as dívidas de sua propriedade; 3 Imagens retiradas dos slides do professor → Partido palladiano: corpo principal no meio e as funções subordinadas nas laterais; → Partido centralizado, axial, e a pequena cúpula em cima da sala principal – características mais importantes; → O Pantheon romano como referência principal; • Universidade da Virgínia, Thomas Jefferson, Charlotesville 1817-1826; → Concebida como uma “vila acadêmica”, serviu de modelo para outros campi nos Estados Unidos; → Partido palladiano: corpo principal no meio e as funções subordinadas nas laterais; → A função principal em baixo da cúpula: o templo do saber – a biblioteca; → No térreo as salas de aula e no pavimento superior as salas dos professores; Imagens retiradas dos slides do professor • Capitólio, Washington D.C., William Thornton, Benjamin Latrobe, Charles Bulfinch, 1792-1827 → Composição barroca: partido axial em que o eixo culmina na cúpula; → Espaço de convergência embaixo da cúpula; → Nas laterais as funções subordinadas: as câmaras dos deputados; 4 Entre as 2 câmaras um espaço de convergência, abaixo da cúpula – como uma praça Imagens retiradas dos slides do professor Europa • Cenotáfio de Newton, Étienne-Louis Boullée, 1784 – França; → Monumento funerário dentro do qual os restos mortais do homenageado não ficam dentro; → Não executado porque as técnicas construtivas da sua época não eram capazes de fazer tal forma; → 150m de diâmetro; → Pequenas referências aos mausoléus romanos; Imagens retiradas dos slides do professor • Projeto de uma Biblioteca Nacional, Étienne-Louis Boullée, 1785 – França; → Também não executada; Imagem retirada dos slides do professor • Alfândega de La Villette, Claude Nicolas Ledoux, 1784-1788 → De 1784 a 1789 Ledoux construiu 60 postos de aflândega nos arredores de Paris, a maioria dos quais foi demolida sob Napoleão III; → A limpeza, a ordem e a clareza da composição clássicas; → Despojamento: redução dos elementos historicizantes; → Cruz grega perfeita, rebatimento sobre 2 eixos: princípios fundamentais da tradição chamada de clássica; → Pórticos como elementos justapostos; Imagens retiradas dos slides do professor 5 • Salina de Arc-et-Senans, Claude Nicolas Ledoux, 1774-1778; → Cidade ideal de Chaux; → A casa do diretor como o elemento principal da ordem criada; Imagens retiradas dos slides do professor Por ser uma arquitetura de demonstração de força e de poder, as referências do Neoclassicismo são, na maioria das vezes, mais à arquitetura clássica romana do que à grega. • Arcos do Triunfo da Praça Charles Gaulle (da Praça do Carrossel), Charles Percier e Pierre Fontaine, Paris, 1806- 1808; Imagem retirada dos slides do professor • Arcos do Triunfo da Place de l’Etoile (em 1920), Jean Chalgrin e Louis-Étienne Héricart de Thury, Paris 1806-1836; → Altura:50m; largura: 45m; profundidade: 22m; → Arco principal: 29,19m de altura X 14,62m no vão; → Arcos secundários: 18,68m de altura X 8,44m de vão; → Em homenagem aos que lutaram e caíram na Revolução e nas guerras napoleônicas; Imagens retiradas dos slides do professor • Portão de Brandenburgo, Carl Gotthard Langhans, Berlim 1788-1791 → Referência grega: ao Propileu ateniense; → A quadriga em cima é romana; Imagens retiradas dos slides do professor • La Madeleine, Paris – projeto inicial de (1764), abandonado → Arquitetura grega em escala romana; → Modelo de La Madeleine é o Olympieion ateniense (aprox.. 175 a.C., mas Madeleine é mais alta (colunas têm 20m, enquanto no Olympieion elas têm 17,25m); → Modelo bizantino: cúpula sob pendentes; 6 Imagens retiradas dos slides do professor A Corrente Pragmática ”Toma-se o repertório herdado da antiguidade greco-romana como um dado pela moda e pelo hábito, sem atribuir-se-lhe qualquer valor mais elevado. Por suas características formais, no entanto (simetria, equilíbrio, regularidade, retilinearidade, despojamento), o repertório classicizante facilitaria a tarefa de projetar e construir concentrando-se nos aspectos funcionais/técnico- construtivos/econômicos; as questões “estilísticas” ficariam a priori resolvidas (entendido estilo como algo superficial, aplicado a estruturas organizadas para responder demandas funcionais- utilitárias). Estes apoiar-se-iam nos funcionalistas do século XVIII como Patte e Rondelêt; seu reduto seriam as escolas politécnicas, cujo nome mais importante é o de Durand; seus arquitetos mais significativos seriam Percier e Fontaine na França, Nash na Inglaterra e Schinkel na Alemanha.” • Pantheon de Paris (Ste. Géneviève), Soufflot e Rôndelet, 1758-1790; → Planta em cruz grega perfeita com a cúpula no cruzeiro da cruz – projeto centralizado; → Dimensões: 84m de largura, 110m de profundidade e 83m no topo da cúpula; → Mandado construir por Luís XV, como igreja dedicada a Ste, Genevieve, foi convertido em monumento laico depois da Revolução; → Cúpula com 3 cascas, como a Saint Paul de Londres; → Cúpulas sob pendentes, também como a Saint Paul – isso, e a planta centralizada, além de outros elementos, se assemelham muito ao projeto original da catedral de Londres, que não foi executado; 7 Imagens retiradas dos slides do professor • Gendarmenmarkt, Berlim → Praça surgiu no final do século XVII (projeto de Johann Arnold Nering); → As cúpulas não pertencem ao projeto original; → Casa de Concertos (Schauspielhaus), de Karl Friedrich Schinkel, Berlim, 1817-1721 Imagens retiradas dos slides do professor • Antigo Museu (Altes Museum), Karl Friedrich Schinkel, Berlim, 1823-1830; → Planta com a rotunda no meio e a cúpula acima desta; → Escondeu a cúpula atrás do volume principal; 8 Imagens retiradas dos slides do professor • Walhalla, Leo von Klenze, 1830-1842; → Um templo grego em cima de um zigurate (mesopotâmia); → A tradição clássica no prédio principal, que possui características de um templo grego (referência ao Pathernon); → Por dentro não se assemelha nada a um templo grego, porque estes eram vazios por dentro, enquanto Walhalla possui a arquitetura do século XIX em seu interior (liberdade de apropriação para fazer colagens com elementos da arquitetura dos séculos anteriores); Imagens retiradas dos slides do professor • Gliptoteca, Leo von Klenze, Munique 1816-1830; → Exteriormente se assemelha a um templo com colagens da arquitetura grega + romana + bizantina: ordem jônica, referências ao Pathernon (8 colunas), laterais referentes à arquitetura romana, e interior com referências ao legado bizantino (uma cúpula sob pendentes, acima de um espaço com planta quadrada) e ao Partenon; → É um museu que foi construído para abrigar uma coleção de esculturas antigas que o rei da Baviera comprou no século XIX; 9 Imagens retiradas dos slides do professor • II Cisternone, Pasquale Poccianti, Livorno 1829-1842 (estação de tratamento e reservatório d’água); → Referência aos ninfeus romanos: antigo santuário dedicado às ninfas aquáticas; → Colagem da arquitetura grega (parte de baixo, com as colunas) com a romana (parte de cima e referência aos ninfeus); Imagem retirada dos slides do professor Três características do neoclassicismo: 1. Internacionalismo (afinal, a tradição clássica aspira à universalidade); 2. Compromisso com a cidade/com a urbanização; 3. Aplicabilidade a todos os tipos funcionais/de edifícios (novamente a universalidade da tradição clássica).
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