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CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE abdome PONTOS DE REFERÊNCIA ANATÔMICOS DO ABDOME Os PONTOS DE REFERÊNCIA anatômicos usuais são as rebordas costais, o ângulo de Charpy, a cicatriz umbilical, as cristas e as espinhas ilíacas anteriores, o ligamento inguinal ou de Poupart e a sínfise pubiana. Na parede abdominal, destacam-se as seguintes estruturas: pele, tecido celular subcutâneo, processo xifoide, umbigo, ligamento inguinal e músculos retoabdominais. REGIÕES DO ABDOME O abdome pode ser dividido de vários modos; as divisões em quatro quadrantes ou em nove regiões são as mais utilizadas. Para dividir em quadrantes denominam: quadrante superior direito, quadrante superior esquerdo, quadrante inferior direito e quadrante inferior esquerdo. A divisão em nove regiões é feita da seguinte maneira: hipocôndrios direito e esquerdo (1) e (3); flancos direito e esquerdo (4) e (6), fossas ilíacas direita e esquerda (7) e (9), epigástrio (2), mesogástrio ou região umbilical (5) e hipogástrio (8). PROJEÇÃO DOS ÓRGÃOS NAS PAREDES TORÁCICA E ABDOMINAL ▪ De início, cumpre ressaltar que essas projeções sofrem grandes variações em função da idade e do biotipo, além do estado de nutrição e da própria posição do paciente. ▪ A projeção na parede abdominal dos outros órgãos intra-abdominais – estômago, duodeno, vesícula biliar, pâncreas, intestino delgado, intestino grosso e rins – não será relatada em razão da dificuldade de se estabelecer com precisão seus limites. ▪ O limite superior do fígado é delimitado pela percussão. ▪ Exame: Paciente em decúbito dorsal, percute-se o hemitórax direito de cima para baixo, acompanhando a linha hemiclavicular direita até se obter som submaciço, que ao encontrar a submacicez marca a presença do limite superior do fígado. ▪ Em condições normais, localiza-se no 5º ou 6º espaço intercostal direito. Obtido esse ponto de referência, traça-se uma linha levemente curva, que vai corresponder ao limite superior do fígado. O limite inferior, por sua vez, é determinado pela palpação. ▪ Normalmente, em pessoas adultas, a borda inferior do fígado não deve ultrapassar 1 cm CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE da reborda costal, tomando-se como referência a linha hemiclavicular direita. Em crianças, o limite inferior do fígado pode estar um pouco abaixo, ou seja, 2 a 3 cm da reborda. ▪ Palpação do Baço. ORGÃOS DO ABDOME INSPEÇÃO - Estática FORMA E VOLUME ▪ Atípico ou normal: Compreende grandes variações de acordo com cada indivíduo. Suas principais características morfológicas são a simetria e ser levemente abaulado. ▪ Globoso ou protuberante: Apresenta-se globalmente aumentado, com predomínio nítido do diâmetro anteroposterior sobre o transversal. Pode ocorre em: gravidez, ascite,obesidade, obstrução intestinal, hepato e esplenomegalias. ▪ Ventre de batráquio: Paciente mesmo em decúbito dorsal, observa-se franco predomínio do diâmetro transversal sobre o anteroposterior. Pode ocorrer em: ascite em regressão. (não muito usual). ▪ Pendular ou ptótico: estando o paciente de pé, as vísceras pressionam a parte inferior da parede abdominal, produzindo neste local uma protrusão. CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE ▪ ▪ Avental: Observado em obesidade de grau elevado, sendo consequência do acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal, que pende sobre as coxas do paciente. Mais evidente quando o paciente se pões de pé. Escavado (escafoide ou côncavo): Característica morfológica está contida em sua denominação, ou seja, percebe-se nitidamente que a parede abdominal está retraída. ABAULAMENTOS OU RETRAÇÕES ▪ O abaulamento ou a retração, depende dos dados fornecidos pela inspeção, que se somam aos da palpação. ▪ As principais causas são: hepatomegalia, esplenomegalia, útero grávido, tumores do ovário e do útero, retenção urinária, tumores renais, tumores pancreáticos, linfomas entre outros. CICATRIZ UMBILICAL ▪ Normalmente apresenta forma plana ou levemente retraída. O encontro da protrusão da cicatriz umbilical, que indica geralmente a existência de uma hérnia ou o acúmulo de líquido nesta região. ▪ Na gravidez também observa-se aplanamento ou mesmo protrusão da cicatriz umbilical. Infecções do umbigo (onfalites), frequentes em crianças, podem acompanhar-se de secreção serosa ou seropurulenta. VEIAS SUPERFICIAIS ▪ O padrão venoso da parede abdominal geralmente é pouco perceptível. Quando as veias tornam-se visíveis pode caracterizar circulação colateral. CICATRIZ DA PAREDE ABDOMINAL CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE PELOS / MARCAS/ MANCHAS/ LESÕES Deve-se investigar: ▪ Coloração da pele; ▪ Presença de estrias, manchas hemorrágicas e a distribuição dos pelos; ▪ Diástase (separação) dos músculos retos anteriores do abdome; ▪ Hérnias. INSPEÇÃO -Dinâmica MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS ▪ Inspecione o abdome, mantendo-se à direita do paciente. Na inspeção dinâmica procura-se avaliar os movimentos respiratórios, que, geralmente possui um padrão respiratório misto (toracoabdominal) no sexo masculino e, um padrão de movimentos respiratórios torácicos nas mulheres. PULSAÇÕES ▪ Podem ser observadas (e palpadas) no abdome de pessoas magras e quase sempre refletem as pulsações da aorta abdominal. ▪ Quando há hipertrofia do ventrículo direito, podem surgir pulsações na região epigástrica. Os aneurismas da aorta abdominal provocam pulsações na área correspondente à dilatação. ▪ Durante a realização do exame algumas manobras podem ser realizadas para facilitar a visualização de herniações e a localização de massas. Dentre as manobras que podem ser realizadas têm-se a MANOBRA DE VALSALVA na qual, solicita-se ao paciente que assopre em uma das mãos fechadas e com isso ocorre o aumento da pressão intra-abdominal permitindo avaliar herniações. PERISTÁLTICOS VISÍVEIS ▪ Também chamada de “ondas peristálticas”, faz-se a diferenciação entre peristaltismo normal e ondas peristálticas anormais correlacionando-se o achado com o quadro clínico do paciente. ▪ Movimentos peristálticos visíveis indicam obstrução em algum segmento do tubo digestivo; por isso, ao encontrá-los o examinador deve analisar as duas características semiológicas que orientam o raciocínio diagnóstico: a localização e a direção das ondas peristálticas. DESCRIÇÃO DO EXAME FÍSICO Descrição fisiológica: Inspeção estática do abdome apresentando abdome plano, sem retrações ou abaulamentos, sem circulação colateral, sem cicatrizes patológicas e herniações, sem lesões e com presença de cicatriz fisiológica. Descrição fisiológica: Inspeção dinâmica do abdome apresentando padrão respiratório misto, ausência de movimentos peristálticos ou pulsação da aorta abdominal visíveis, ausência de herniações e massas na parede abdominal, através da manobra de vasalva. ausculta ➢ Ouvir por 2-5 minutos ➢ Ruídos HIDRO-AÉREOS ➢ A ausculta fornece informações importantes sobre a motilidade intestinal. CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE ➢ Ausculte o abdome antes de efetuar a percussão ou a palpação, porque essas manobras modificam a frequência dos sons intestinais. ➢ Os sons normais consistem em estalidos e gorgolejos, que ocorrem em uma frequência estimada de 5 a 34 por minuto. Ruídos peristálticos. peristaltismo normal peristaltismo ausente (auscultepelo menos 30 segundos, o ruídos cardíacos e respiratórios podem ser ouvidos) aumento do peristaltismo sons peristálticos anormais (por exemplo gargarejo ou borbulhar) Determinar se algum sopro pode ser ouvido. Sopros sempre indicam patologia DESAPARECIMENTO→ íleo paralítico, síndrome caracterizada pelo desaparecimento do peristaltismo intestinal. BORBORIGMOS→ som audível sem a utilização de estetocopio 1 = artéria abdominal 2 = bifurcação 3 = artérias ilíacas, esquerda e direita 4 = artérias femorais, esquerda e direita 5 = artérias renais, esquerda e direita percussão A percussão auxilia a avaliar a quantidade e a distribuição dos gases no abdome, possíveis massas sólidas ou cheias de líquido e as dimensões do fígado e do baço. POSIÇÃO: DECÚBITO DORSAL → pesquisar 4 quadrantes, fígado e baço AVALIAÇÃO DA SONORIDADE DO ABDOME SONS: 1. TIMPANISMO 2. HIPERTIMPANISMO 3. SUBMACICEZ 4. MACICEZ → obtém-se som maciço ao se percutirem as áreas de projeção do fígado e do baço →vísceras que contêm alguma quantidade de gás – estômago, duodeno, intestino delgado e intestino grosso – produzem som timpânico. DELIMITAÇÃO HEPÁTICA → na altura do 5° ou 6° espaço intercostal, observa-se som submaciço. Este ponto corresponde ao limite superior do fígado. CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE → Som claro pulmonar para submaciço. Essa mudança na tonalidade do som indica o encontro da borda hepática superior. → De baixo para cima. A mudança de som timpânico para submaciço indica a borda hepática inferior. → O limite superior do fígado estando abaixo do 5o ou 6o espaço intercostal direito significa ptose hepática ou diminuição o do volume do fígado. DELIMITAÇÃO DO BAÇO → Existem formas de percutir o quadrante superior esquerdo com o intuito de se pesquisar esplenomegalia O espaço de Traube é um espaço semilunar semiológico no qual há timpanicidade a percussão em situação de normalidade. O primeiro método é a percussão com o paciente em decúbito dorsal a partir da borda da macicez cardíaca, no 6º espaço intercostal, em trajeto oblíquo até a linha axilar anterior e rebordo costal esquerdos, perpassando o espaço de Traube . Há suspeita de esplenomegalia quando há macicez no espaço de Traube, apesar de outras causas como derrame pleural também ocasionarem tal achado. O paciente deve estar em decúbito lateral direito com antebraço direito sob a cabeça, assim o baço está sobre o 16 estômago e cólon. A percussão começa na linha axilar posterior e continua em uma linha imaginária perpendicular ao meio do rebordo costal esquerdo A percussão começa no meio do rebordo costal esquerdo e continua por uma linha imaginária perpendicular ao rebordo em direção a linha axilar média Um detalhe importante é que se o estômago estiver cheio, a macicez pode estar presente desde o rebordo costal. SINAL DE TORRES-HOMEM ➢ Caracteriza-se pela sensação dolorosa provocada pela percussão hepática. É provocado pelo desenvolvimento de um abcesso, de causa amebiana principalmente. SINAL DE JOBERT ➢ Corresponde ao aparecimento de um som timpânico na direção da linha hemiclavicular direita, por volta do 6º espaço intercostal. Normalmente, essa região deve possuir um som maciço em virtude da presença do fígado. PESQUISA DE ASCITE ➢ → A percussão é o método mais seguro para o reconhecimento de ascite. Para sistematizar este procedimento, é necessário levar em conta a quantidade de líquido na cavidade abdominal CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE PESQUISA DE ASCITE PEQUENO E MÉDIO E GRANDE VOLUME PIPIROTE → Assim se procede: o paciente adota o → decúbito dorsal e, ele próprio ou um auxiliar, coloca a borda cubital da mão sobre a linha mediana do abdome, exercendo ligeira pressão de modo a impedir a transmissão do impacto provocado pelo piparote. → O examinador coloca-se do lado direito do paciente e repousa a mão esquerda no flanco do outro lado. Passa-se então a golpear com o indicador a face lateral do hemiabdome direito. Se houver líquido em quantidade suficiente, a mão esquerda captará os choques das ondas. PESQUISA DE MACICEZ MÓVEL 1. a primeira etapa consiste em percutir todo o abdome com o paciente em decúbito dorsal. Este procedimento possibilita a determinação de macicez nos flancos e som timpânico na parte média do abdome, o que levanta a suspeita de haver uma determinada quantidade de líquido na cavidade peritoneal. 2. Posiciona-se o paciente em decúbito lateral direito e percute-se todo o abdome; havendo ascite, encontra-se timpanismo no flanco esquerdo e macicez no flanco direito. 3. Em seguida, o paciente adota o outro decúbito lateral, percutindo-se de novo todo o abdome; se, de fato, houver ascite, o resultado desta percussão será o contrário do obtido na etapa anterior da manobra, ou seja, haverá timpanismo no hemiabdome direito e macicez no esquerdo PALPAÇÃO DO ABDOME OBEJTIVOS • Avaliar o grau de resistência da parede abdominal. • Explorar a sensibilidade do abdome. • Estabelecer as condições físicas das vísceras . NORMAS BÁSICAS: • O exame deve ser feito com o paciente em decúbito dorsal, usando-se a técnica da palpação com a mão espalmada. • Sempre inicie a palpação em uma região do abdome o mais distante possível do local da dor. • A palpação compreende 4 etapas que precisam ser cumpridas, uma após a outra: Palpação superficial→Palpação profunda →Palpação do fígado →Palpação do baço e outro órgãos O QUE É POSSÍVEL PALPAR? CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE PALPAÇÃO SUPERFICIAL • A palpação superficial compreende o estudo da parede abdominal e das vísceras que podem alcançar a parede. • À palpação superficial do abdome, propriamente dita, investiga-se : → A sensibilidade → A resistência da parede → A continuidade da parede abdominal → As pulsações e o reflexo cutâneo abdominal. SENSIBILIDADE • A técnica para avaliação da sensibilidade consiste em palpar de leve a parede abdominal. Se esta manobra despertar dor é porque existe hiperestesia cutânea. • Cumpre ressaltar que a dor sentida na parede abdominal pode originar-se nos órgãos abdominais, ou em outras estruturas – torácicas, retroperitoneais ou coluna vertebral. • Daí a importância de se conhecerem os chamados “pontos dolorosos”. • PONTOS DOLOROSOS: HÁ ALGUMAS ÁREAS NA PAREDE ABDOMINAL CUJA COMPRESSÃO, AO DESPERTAR SENSAÇÃO DOLOROSA, COSTUMA INDICAR COMPROMETIMENTO DO ÓRGÃO ALI PROJETADO. OS PRINCIPAIS PONTOS DOLOROSOS SÃO: PONTOS GÁSTRICOS (PONTO XIFOIDIANO + PONTO EPIGÁSTRICO), PONTO CÍSTICO OU BILIAR, PONTO APENDICULAR, PONTO ESPLÊNICO E PONTOS URETERAIS. PONTOS DOLOROSOS • O ponto xifoidiano localiza-se logo abaixo do apêndice xifoide. A presença da dor nessa área é observada na cólica biliar e nas afecções do esôfago, do estômago e do duodeno que incluem principalmente as esofagites, as úlceras e as neoplasias. • O ponto epigástrico corresponde ao meio da linha xifoumbilical e é particularmente sensível nos processos inflamatórios do estômago (gastrite), nos processos ulcerosos e tumorais. • O ponto biliar ou ponto cístico situa-se no ângulo formado pela reborda costal direita e a borda externa do músculo reto abdominal. • O ponto apendicular (ponto de McBurney) situa-se geralmente na extremidade dos dois terços da linha que une a espinha ilíaca anterossuperior direita ao umbigo. • O ponto esplênico localiza-se logo abaixo da reborda costal esquerda no início do seu terço externo; o infartoesplênico provoca dor nesse local. • Os pontos ureterais situam-se na borda lateral dos músculos retos abdominais em duas alturas: na interseção com uma linha horizontal que passa pelo umbigo e no cruzamento da linha que passa pela espinha ilíaca anterossuperior. Dor nos pontos ureterais surge nos pacientes com cólica renal e traduz quase sempre a migração de um cálculo renal pelos ureteres. CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE SINAIS E MANOBRAS SINAL DE MURPHY Ao se comprimir este local, pede-se ao paciente que inspire profundamente. Neste momento, o diafragma fará o fígado descer, o que faz com que a vesícula biliar alcance a extremidade do dedo que está comprimindo a área. Nos casos de colecistite aguda, tal manobra desperta uma dor inesperada que obriga o paciente a interromper subitamente a inspiração;este fato denomina- se sinal de Murphy SINAL DE ROVSING: Dor na fossa ilíaca direita à palpação da fossa ilíaca esquerda. Palpação no cólon descendente desloca os gases para o cólon ascendente, atingindo o apêndice inflamado hipersensível, provocando dor. . SINAL DE BLUMBERG • Dor que ocorre à descompressão brusca da parede abdominal.ESSA MANOBRA – DESCOMPRESSÃO RÁPIDA – PODE SER APLICADA EM QUALQUER REGIÃO DA PAREDE ABDOMINAL, E SEU SIGNICADO É SEMPRE O MESMO,OU SEJA,PERITONITE. • Nos casos de peritonite generalizada,o sinal de Blumberg é observado em qualquer área do abdome em que for pesquisado. (Porto) Definição: Dor ou piora da dor à compressão e descompressão súbita DO PONTO DE MCBURNEY. IMPORTANTE NOTAR QUE O VERDADEIRO SINAL DE BLUMBERG POSITIVO OCORRE somente QUANDO A DOR OCORRE EM DOIS TEMPOS: COMPRESSÃO E DESCOMPRESSÃO. SINAL DO OBTURADOR É um sinal indicador de irritação do músculo obturador interno. Para realizá-lo, com o paciente em decúbito dorsal, faz-se a flexão passiva da perna sobre a coxa e da coxa sobre a pelve, então procede-se com uma rotação interna da coxa. É um dos sinais da apendicite.Tem maior sensibilidade nas apendicites com posição retrocecal, aderido ao músculo obturador. Dá-se positivo quando refere-se dor no hipogastro O SINAL DO PSOAS É INDICATIVO DE IRRITAÇÃO DO MÚSCULO PSOAS, SENDO UM DOS SINAIS DE APENDICITE AGUDA. Posiciona-se o paciente em decúbito lateral esquerdo, e o examinador deve realizar a hiperextensão passiva de membro inferior direito (ou flexão ativa contra resistência). Em caso de dor a hiperextensão passiva ou a flexão ativa, o sinal é positivo. O SINAL DE GIORDANO → é pesquisado durante o exame físico através de uma manobra como Giordano. CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE → A manobra é realizada pelo médico ou pelo enfermeiro com o paciente estando sentado e inclinado para frente. → Para realizar a manobra o profissional faz uma súbita punho-percussão, com a borda ulnar da mão, na região da fossa lombar do paciente, mais especificamente, na altura da loja renal (flancos). Se a manobra evidenciar sinal de dor aguda, em pontada, no paciente, o sinal de Giordano é positivo, o que indica grande probabilidade doença renal (litíase e pielonefrite aguda). SINAL DE CULLEN E SINAL DE GREY- TURNER :é um sinal de hemorragia retroperitonial, seja ela por pancreatite aguda necro-hemorrágica, ruptura de gravidez ectópica, ou em menor numero de casos quando há rompimento de um aneurisma de aorta ou de órgão como o baço em caso de trauma. Este sinal é caracterizado por uma equimose periumbilical de coloração azul-preta e pode estar associado ao SINAL DE GREY-TURNER, caracterizado por equimose em flancos. Estes achados se devem à drenagem de líquido ascítico hemorrágico ao longo dos planos das fáscias, infiltrando o tecido subcutâneo. RESISTÊNCIA DA PAREDE ABDOMINAL • Em condições normais, a resistência da parede abdominal é a de um músculo descontraído. • Quando se encontra a musculatura contraída é necessário diferenciar a contratura voluntária da contratura involuntária. • Para diferenciá-las: pode-se iniciar uma conversa com o paciente sobre outros assuntos, solicita-se que respire profundamente ou pede-se que flexione as pernas. CONTINUIDADE DA PAREDE ABDOMINAL • Deve-se avaliar a continuidade da parede abdominal deslocando-se a mão que palpa por toda a parede e, ao encontrar uma área de menor resistência, tenta-se insinuar uma ou mais polpas digitais naquele local. • Desse modo, é possível reconhecer diástases e hérnias. • Diástase: A diástase dos músculos retos consiste na separação desses músculos, quer abaixo ou acima da cicatriz umbilical, sendo possível insinuar-se um ou mais dedos entre eles. A diástase dos músculos retos diferencia-se de uma grande hérnia por não haver saco herniário nem anel palpável. • Hérnias: são alterações da parede abdominal caracterizadas basicamente por haver, em alguma parte, uma solução de continuidade por onde penetram uma ou mais estruturas intra-abdominais. Quase sempre se trata da protrusão do grande epíploo ou de alças intestinais por meio de defeitos congênitos ou adquiridos da parede abdominal. Os tipos mais comuns de hérnia são inguinal, femoral ou crural, escrotal, umbilical, ventrolateral e incisional. PULSAÇÕES • As pulsações da parede abdominal podem ser visíveis e palpáveis, ou apenas palpáveis. • As pulsações epigástricas podem ser a transmissão das contrações do ventrículo direito hipertrofiado ou pulsações da aorta abdominal. • Em pessoas magras, as pulsações da aorta costumam ser facilmente percebidas. • Para se admitir a hipótese de dilatação aneurismática, além do encontro de pulsações é necessário observar se há outros elementos, como a existência de massa https://www.sanarflix.com.br/portal/pancreatite-aguda-diagnostico-sintomas-e-tratamento/ https://www.sanarflix.com.br/portal/caso-clinico-de-cirurgia-gravidez-ectopica-rota/ https://www.sanarflix.com.br/portal/caso-clinico-de-cirurgia-gravidez-ectopica-rota/ https://www.sanarflix.com.br/portal/caso-clinico-de-clinica-cirurgica-aneurisma-de-aorta-abdominal-roto/ CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE palpável ou o reconhecimento de alteração da forma do vaso. PALPAÇÃO PROFUNDA • Por meio da palpação profunda investigam-se os órgãos contidos na cavidade abdominal e eventuais “massas palpáveis” ou “tumorações”. • O encontro de órgãos, massas palpáveis ou “tumorações” obriga o examinador a analisar as seguintes características: localização, forma, volume, sensibilidade, consistência, mobilidade e pulsatilidade. → A localização: é definida em relação às divisões clínicas do abdome. → A forma e o volume: das massas palpáveis para fins práticos, recorre-se a designações comparativas (tamanho de azeitona, limão, laranja e assim por diante). → A sensibilidade: refere-se à dor. → A consistência é avaliada pela sensação tátil despertada pela massa ou “tumoração”. Pode ser cística, borrachosa, dura ou pétrea. → Quanto à mobilidade, interessa saber se ela ocorre em função dos movimentos respiratórios ou se depende apenas da palpação. → Pulsatilidade implica, inicialmente, em diferenciar pulsações próprias de pulsações transmitidas. PALPAÇÃO DO FIGADO • O procedimento fundamental para o exame do fígado consiste em palpar o hipocôndrio direito, o flanco direito e o epigástrio, partindo do umbigo até a reborda costal. • Técnicas: → Lemos-Torres → Mathieu • As informações clínicas são obtidas da análise da borda e da superfície do fígado. • Quanto à borda, a primeira e principal característica semiológica é sua distância da reborda costal, a ser referida em centímetros ou, como é mais usual, em dedostransversos. Essa distância é avaliada tomando- se como referência o prolongamento da linha hemiclavicular direita • Completa-se a investigação da borda hepática analisando-se a espessura (fina ou romba), a superfície (lisa ou nodular), a consistência (diminuída, normal ou aumentada) e a sensibilidade (indolor ou dolorosa). • No que se refere à superfície do fígado, cumpre determinar se é lisa ou nodular, anotando-se as características dos nódulos quanto ao número, consistência – dura ou cística – e a sensibilidade. (Lemos-Torres Mathieu) PALPAÇAO DA VESICULA BILIAR • A vesícula biliar normalmente não é identificada pela palpação, e somente se torna palpável em condições patológicas. É necessário, portanto, que ocorra alteração na consistência de suas paredes, como no câncer vesicular, ou que haja aumento de tensão no seu interior por dificuldade de escoamento de seu conteúdo em consequência de obstrução do ducto cístico ou do colédoco. PALPAÇÃO DO BAÇO • Procede-se da mesma maneira como foi descrito para a palpação do fígado, sendo a região examinada, então, o quadrante superior esquerdo. • Não se conseguindo palpar o baço empregando-se as manobras anteriormente descritas, utiliza-se outro CAROLINA BASTOS, RAIANA CUNHA E ROBERTA LIMA MEDICINA – HAB MÉDICAS 3 SEMESTRE recurso que consiste em fazer a palpação deste órgão com o paciente na posição de Schuster. • Posição de Schuster:decúbito lateral direito, estando o paciente com a perna direita estendida e a coxa esquerda fletida sobre o abdome em um ângulo de 90°; ademais, o ombro esquerdo é elevado, colocando-se o braço correspondente sobre a cabeça. • A característica semiológica principal é a distância entre a reborda costal e a extremidade inferior do baço, medida em centímetros ou em dedos transversos, tomando-se como referência a linha hemiclavicular esquerda. PALPAÇÃO DO CECO • O ceco pode ser reconhecido com relativa facilidade na fossa ilíaca direita. • Efetua-se sua palpação deslizando-se a mão palpadora ao longo de uma linha que une a cicatriz umbilical à espinha ilíaca anterossuperior. • Ao deslizar a mão sobre esta víscera, produzem-se ruídos hidroaéreos conhecidos como “borborigmos”. PALPAÇÃO DO COLON TRANSVERSO • Para se palpar o cólon transverso, desliza-se uma ou, de preferência, ambas as mãos, de cima para baixo e de baixo para cima no abdome. • Sua localização é variável, sendo percebido geralmente na região mesogástrica como uma corda de direção transversal. PALPAÇÃO DO SIGMOIDE • A alça sigmoide é o segmento do trato digestivo de mais fácil percepção ao exame palpatório. • Situa-se no quadrante inferior esquerdo e assemelha-- se a uma corda de consistência firme e pouco móvel. • Se contiver fezes, sua consistência varia de pastosa a pétrea. PALPAÇÃO DO RINS • Com o paciente em decúbito dorsal, a palpação do rim é feita de preferência pelo método bimanual, com uma das mãos aplicada transversalmente na região lombar enquanto a outra se apoia longitudinalmente sobre a parede abdominal, à altura do flanco. • A mão palpadora é a homônima do lado que se palpa, de modo que o rim direito será palpado com a mão direita do examinador e o rim esquerdo com a mão esquerda. • O paciente deve respirar tranquila e profundamente, e, a cada inspiração, procura-se sentir sob as pontas dos dedos a descida do rim, cujo polo inferior é reconhecido por sua superfície lisa, sua consistência firme e seu contorno arredondado.
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