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O USO DO ATLETISMO COMO ESPORTE MOTIVADOR NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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1- Graduandos do Curso de Educação Física (LEF). Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELV. 
Seminário da Prática V – 20/11/2019 
2- Tutor(a). Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELV. 
O USO DO ATLETISMO COMO ESPORTE 
MOTIVADOR NAS AULAS DE EDUCAÇÃO 
FÍSICA. 
 
 
 
Acadêmicos¹ 
John Leno Fernandes Moraes 
Elenizy Tavares Souto 
Carlos Yago Rodrigues Fernandes 
 Rodrigo Pinheiro Ribeiro 
Tutor externo² 
Wander de Caldas de Souza 
 
RESUMO 
A presente pesquisa visa discutir sobre o atletismo como esporte motivador nas aulas de 
Educação Física. O estudo da temática é relevante por considerar que existem várias 
metodologias propostas para desenvolver as modalidades do atletismo no componente 
curricular de Educação Física, mas todos transparecendo a explorando os movimentos 
básicos para este esporte. O interesse em pesquisar sobre o tema surgiu a partir da 
observação de que o atletismo algumas vezes é negligenciado pelos professores tanto da rede 
pública de ensino, quanto pela rede particular onde discutem sobre os espaços físicos e a 
falta de materiais. Os resultados da pesquisa evidenciaram que a Educação Física Escolar, 
utilizando o atletismo como meio, tem por finalidade democratizar e gerar cultura pelo 
movimento de expressão do indivíduo em ação como manifestação social e o exercício crítico 
da cidadania, evitando a exclusão e a competitividade violenta. 
 
Palavras Chaves: Atletismo. Educação Física. Esporte. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A presente pesquisa visa discutir sobre o atletismo como esporte motivador nas aulas 
de Educação Física. O estudo da temática é relevante por considerar que existem várias 
metodologias propostas para desenvolver as modalidades do atletismo no componente 
curricular de Educação Física, mas todos transparecendo a explorando os movimentos básicos 
para este esporte. Ainda existem dúvidas entre os profissionais da área da Educação Física 
Escolar na forma de lecionar este conteúdo, pois onde o processo de ensino-aprendizagem 
pode obter uma melhora positiva com dedicação, mesmo sendo de forma lúdica 
2 
 
 
 
O interesse em pesquisar sobre o tema surgiu a partir da observação de que o 
atletismo algumas vezes é negligenciado pelos professores tanto da rede pública de ensino, 
quanto pela rede particular onde discutem sobre os espaços físicos e a falta de materiais. Esta 
modalidade acaba ficando com baixo interesse dos escolares, tornando-se difícil na prática a 
execução de algumas atividades. 
Assim, o objetivo geral da pesquisa é demonstra a importância do atletismo com 
modalidade esportiva nas aulas de Educação Física. Especificamente objetiva-se realizar uma 
retrospectiva histórica do atletismo, identificar as modalidades do atletismo, e por fim, 
analisar o atletismo como conteúdo de ensino nas aulas de educação física. 
A metodologia utilizada consistiu na abordagem qualitativa baseada em estudos 
teóricos e pesquisa de campo realizada em uma escola particular, pois as observações e 
entrevistas contribuíram para o desenvolvimento desse estudo, uma vez que, adentrar na 
realidade da escola, faz com que se possa comparar como ocorre o processo de ensino e 
aprendizagem no contexto escolar. 
O texto estruturou-se da seguinte maneira, inicialmente apresenta-se a história do 
atletismo, em seguida discute-se o atletismo como conteúdo de ensino, mas adiante 
apresentou-se os materiais e métodos seguidos da discussão dos resultados, encerrando com 
as conclusões da pesquisa. 
 
2. PROCESSO HISTÓRICO DO ATLETISMO 
O Atletismo nasceu com o homem. Afinal, o mais antigo dos nossos ancestrais já 
andava, era obrigado a correr, a saltar e lançar coisas. Era a dura luta contra os pedradores e a 
busca por alimentos. Pode-se dizer que ao aprimorar essas habilidades, o homem garantiu sua 
história". 
O conhecimento que se tem sobre o atletismo em nosso país pode ser retratado como 
sendo pouco, passando pelo que se sabe em época de Jogos Olímpicos, quando ocorre uma 
maior difusão pela mídia. 
Ainda que esse seja o mais comum, existem outras possibilidades de conhecimento 
dessa modalidade que merecem ser revistas. Ou seja, para além dessa perspectiva 
competitiva e restrita a grandes eventos mundiais, é preciso que se explore o lado 
educacional do atletismo. (MATTHIESEN, 2005, p. 15) 
3 
 
 
 
Portanto, atletismo é a prática esportiva mais antiga, que é conhecida como esporte-
base. Isso porque as suas modalidades compreendem os movimentos mais comuns para as 
pessoas desde a Antiguidade: corrida, lançamentos e saltos. 
Trata-se de uma prova de resistência muito importante. É o principal esporte 
olímpico, conforme expressa a frase que circula nesse meio: “Os Jogos Olímpicos podem 
acontecer apenas com o Atletismo. Nunca, sem ele”. As provas de atletismo são realizadas em 
estádios, no campo, em montanha e na rua. A pista de atletismo oficial deve ser feita com piso 
sintético e ter 8 raias, cada uma medindo 1,22 m de largura (MATTHIESEN, 2005). 
O atletismo surgiu como esporte na Grécia Antiga em 776 a.C., ano que a primeira 
Olimpíada da história foi realizada, na cidade de Olímpia. Chamada de stadium pelo gregos, 
Coroebus foi o vencedor da prova cujo percurso tinha 200 m. No entanto, registros apontam 
que há cerca de 5 mil anos ele já era praticado no Egito e na China. 
Isso tudo explica porque ao criar as primeiras competições esportivas as primeiras a 
serem organizadas fossem as provas atléticas. Há indícios da prática do Atletismo há pelo 
menos 5 mil anos no Egito, na Grécia e na China. No entanto, o primeiro registro histórico de 
uma competição data de 776 a.C. Foi quando Coroebus, da cidade grega de Élis, ganhou a 
stadium – uma corrida de aproximadamente 200 m – e tornou-se o primeiro campeão 
olímpico conhecido da história. 
O formato moderno do Atletismo remonta a meados do Século 19. Basicamente, ele 
engloba as corridas de pista, de rua, de cross country e de montanha, a marcha, os saltos e os 
lançamentos. Por sua característica de representar os movimentos naturais do homem, o 
Atletismo é chamado de “esporte-base”. 
Assim como nos Jogos da Grécia Antiga, o Atletismo permanece como o principal 
esporte olímpico dos tempos modernos. Tanto que o próprio Comitê Olímpico Internacional 
estabeleceu – até para efeito de distribuição dos recursos auferidos nos Jogos – que o 
Atletismo é o único esporte na categoria 1. 
Por outro lado, a criação da IAAF (sigla em inglês da Associação Internacional das 
Federações de Atletismo) deu credibilidade às competições. As regras do esporte foram 
escritas e os recordes, homologados. 
4 
 
 
 
A história atlética do Brasil começa no Século 19. Na década de 1880, o Jornal do 
Comercio já anunciava resultados de competições atléticas no Rio de Janeiro. Nas três 
primeiras décadas do Século 20, a prática atlética foi consolidada entre nós. Em 1914, a antiga 
CBD (Confederação Brasileira de Desportos) filiou-se à IAAF. Em 1924, o País participou 
pela primeira vez do torneio olímpico, ao mandar uma equipe aos Jogos de Paris. 
No ano seguinte, foi disputado pela primeira vez o Campeonato Brasileiro. Em 1931, 
brasileiros disputam pela primeira vez o Campeonato Sul-Americano. Em 1932, Clovis 
Rapozo (salto em distância) e Lúcio de Castro (salto com vara) chegaram às finais nos Jogos 
Olímpicos de Los Angeles. Quatro anos depois, Sylvio de Magalhães Padilha foi o 5º nos 400 
m com barreiras nos Jogos de Berlim. 
Em 1952, nos Jogos de Helsinque, Adhemar Ferreira da Silva conquistou a medalha 
de ouro no salto triplo. Era a primeira das 13 medalhas que o Atletismo daria ao Brasil, até os 
Jogos de Atenas, em 2004. Adhemar foi o primeiro dos três triplistas brasileiros a estabelecer 
o recorde mundial na prova. Os outros foram Nelson Prudêncio e João Carlos de Oliveira. 
O formato moderno do atletismo data do século XIX, na Inglaterra, e conta com as 
seguintes provasoficiais: 
• Corridas: rasas, com barreiras, com obstáculos 
• Marcha atlética 
• Revezamentos 
• Saltos 
• Arremesso e Lançamentos 
• Combinada 
Em cada uma dessas provas há um total de 20 modalidades diferentes. Tais 
modalidades se diferenciam, por exemplo, pelo tamanho dos percursos e equipamentos 
utilizados. 
O esporte ficou conhecido no Brasil no século XX. Em 1952, Adhemar Ferreira da 
Silva conquistou a primeira medalha de ouro em salto triplo para o Brasil, o que aconteceu 
nos Jogos de Helsinque, na Finlândia. 
5 
 
 
 
3. ATLETISMO COMO CONTEÚDO DE ENSINO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO 
FÍSICA 
É extremamente importante que, ao se elencar os conteúdos para o currículo da 
escola cuja função e responsabilidade são transmitir conhecimentos sem deixar de lado toda a 
complexidade social, histórica e política, deve-se incluir o atletismo, pelas particularidades e 
na atividade/ação que este esporte possui. Por esta razão, 
A escola deve selecionar os conteúdos clássicos universais e também trabalhar com 
o repertório cultural local partindo de experiências vividas particulares necessários à 
formação do cidadão autônomo, crítico e criativo, para que este possa participar, 
intervir e comprometer-se com a construção de uma sociedade mais justa, plural e 
democrática. (JEBER, 2005, p. 07) 
Os conteúdos clássicos são entendidos como aqueles que não perdem sua atualidade 
para participação, compreensão e interpretação do mundo universal e particular onde os 
indivíduos estão situados (classe social, etnia, sexualidade...). O atletismo, sendo um desses 
conteúdos, deve estar presente nas propostas curriculares das escolas e, para entendermos o 
porquê disso, precisamos saber que devido as suas características próprias, esse se constitui 
um conhecimento produzido durante toda a existência humana. 
O Atletismo é estritamente ligado “aos movimentos naturais do ser humano de 
correr, marchar, lançar, arremessar e saltar, e, por isso, é chamado de esporte base”. 
(GONÇALVES, 2007, p. 01). Sua história faz referência à trajetória esportiva do homem, 
sendo que em Olímpia, na Grécia, desde 776 a. C. já existiam disputas para saber quem era o 
mais rápido em distâncias de cerca de 200 metros. [...] As provas de atletismo foram as que 
mais tiveram audiência na primeira Olimpíada da Era Moderna, em Atenas, em 1896. 
Atualmente, o esporte possui provas de pista (corridas), de campo (saltos e 
lançamentos), combinadas como decatlo e heptatlo (que reúnem provas de pista e de 
campo). O pedestrianismo corridas de rua (como a maratona), corridas em campo 
(cross country), e corridas em montanha e marcha atlética. (REVISTA PROJETOS 
ESCOLARES, 2007, p. 17) 
Recomenda-se ao professor de Educação Física a abordagem dentro do conteúdo 
estruturante esporte, alguns conteúdos específicos, entre outros, que podem emergir no 
ambiente escolar. Portanto, o ensino do esporte nas aulas de Educação Física deve sim 
contemplar o aprendizado das técnicas, táticas e regras básicas das modalidades esportivas, 
mas não se limitar a isso. É importante que o (a) professor (a) organize, em seu plano de 
trabalho docente, estratégias que possibilitem a análise crítica das inúmeras modalidades 
6 
 
 
 
esportivas e do fenômeno esportivo que sem dúvida é algo bastante presente na sociedade 
atual. 
Elas devem fornecer os instrumentos básicos para a inserção do indivíduo no mundo 
do trabalho, bem como para a vivência do seu tempo livre de forma autônoma, prazerosa e 
criativa. Atentos ao fato de que não podemos limitar a prática à formação de atletas, pois 
assim estaremos conduzindo a modalidade onde se encontrará uma beleza de se ver e não de 
se praticar. Precisamos fazer todo o possível para tornar a modalidade mais atraente. Observa-
se também que: 
Muitos espaços importantes vêm difundindo o atletismo. Podemos citar os clubes, as 
vilas olímpicas (realidade do Rio de Janeiro), os centros de treinamentos, as escolas. 
Contudo, essa difusão vem sendo feita timidamente, principalmente pelas escolas, 
pois cada um desses espaços possui objetivos distintos, enfraquecendo a iniciação à 
modalidade. (COICERO, 2005, p. 12) 
Encontramos, ao ensinar o atletismo, possibilidades maravilhosas e, para que nas 
aulas de Educação Física, ele seja uma ponte pedagógica, onde podemos tratar de temas 
midiáticos, propondo uma discussão e reflexão sobre a realidade: Deve-se ter em conta, 
claramente o projeto histórico, ou seja, “a sociedade na qual estamos inseridos e a que 
queremos construir e o projeto pedagógico daí decorrente que se efetiva na dinâmica 
curricular materializada nas aulas”. (COLETIVO DE AUTORES, 1993, p. 104) 
Segundo Kunz (2004), ao se estudar o atletismo dentro das escolas, devemos nos 
preocupar em não descaracterizar o esporte individual que é o atletismo, mas possibilitar que 
ele seja estudado em pequenos grupos, promovendo a socialização e estimulando a 
comunicação com a valorização dos saberes que os alunos já possuem. Oliveira (2006), 
também coloca a necessidade de haver a aplicação de uma proposta transformativa pela qual: 
As transformações ocorrerão em relação às limitações físicas e técnicas dos alunos 
para realizar determinados movimentos, deve-se enfatizar o prazer e satisfação do 
aluno em movimentar-se, pois a tarefa da escola não é treinar o aluno, mas estudar o 
espore de forma atrativa e compreensiva, incluindo a efetiva participação de todos. 
(OLIVEIRA, 2006, p. 31) 
Assim, o aluno apropria-se dos conhecimentos/habilidades sobre correr, saltar, 
marchar, arremessar e lançar – que certamente não deve ser a única preocupação ao ensinar o 
atletismo. Mas, também, de uma forma mais interessante e motivadora, participa de um 
trabalho que o levará a ser um indivíduo crítico e reflexivo, sobre a sociedade à qual pertence. 
7 
 
 
 
Do ponto de vista do professor, esse se torna um sujeito relevante no processo de 
formação do aluno. Enfim, para que as aulas de Educação Física sejam um espaço para esses 
acontecimentos, é preciso trabalhar dentro de uma perspectiva, comunicativa, interativa, 
reflexiva e participativa de todos, professores, alunos, escola e comunidade. 
A Educação Física deve envolver as teorias e as práticas com toda a responsabilidade 
e respeito pelo espaço do aluno. Para isso acontecer, o professor deverá utilizar essas 
particularidades e perspectivas para trabalhá-lo nas aulas de Educação Física, com a inclusão 
de novas situações pedagógicas. 
Envolvendo as habilidades motoras básicas de marchar, correr, saltar, lançar e 
arremessar, principais neste campo as quais procuram traduzir, numa linguagem 
corporal, o significado do atletismo sem, contudo, perder a dimensão de sua 
especificidade técnica e normativa que faz do atletismo a modalidade esportiva que 
é. (MATTHIESEN, 2005, p. 16) 
O atletismo é um conteúdo importante e atraente para as crianças, desde que as 
habilidades exigidas para a sua prática sejam significativas para elas, sendo essas habilidades 
próprias do mundo infantil. 
5. MATERIAIS E MÉTODOS 
Este estudo se pautou na abordagem qualitativa, na qual defende uma visão ampla ao 
mesmo tempo integrada do objeto a ser investigado. Qualitativa porque envolve elementos 
que interferem nos fenômenos estudados tal como preconiza Ludke e André (1986, p. 17): 
Qualitativa porque se contrapõe ao esquema quantitativo de pesquisa (que divide a 
realidade em unidades possíveis de mensuração, estudando-as isoladamente), 
defendendo uma visão holística dos fenômenos, isto é, que leve em conta todos os 
componentes de uma situação em suas interações e influências recíprocas. 
A opção pela pesquisa qualitativa, se pauta na flexibilidade de investigar o objeto de 
estudo levando em consideração que, no momento oportuno, pode haver a necessidade de 
modificar alguns elementos da pesquisa, como por exemplo, mudanças de categorias, e outros 
elementos queporventura podem aparecer. 
Essa diversidade em torno do objeto da pesquisa não possibilita antecipar qualquer 
conclusão a respeito do que está sendo investigado pois o foco da pesquisa vai criando os 
rumos do processo de investigação. Essa característica, principalmente no que se refere o 
posicionamento do pesquisador, contribuiu na escolha desse tipo de abordagem, de modo que 
8 
 
 
 
o objeto desse estudo requer do pesquisador uma leitura ampla, envolvendo todo um contexto 
articulado. 
Outro ponto importante da pesquisa, é a entrevista, por se considerar que o uso da 
mesma exige cuidados, por isso no desenvolvimento do estudo não se pode esquecer do foco 
da pesquisa, já que essas informações irão contribuir para analisar o objeto investigado, que é 
o uso das histórias em quadrinhos em sala de aula. 
[...] a entrevista como qualquer outro instrumento, está submetido aos cânones do 
método científico, um dos quais a busca de objetividade, ou seja, a tentativa de 
captação do real, sem contaminações indesejáveis nem da parte do pesquisador nem 
de fatores externos que possa modificar aquele real original (HAGUETTE, 1987, 
p.75-76). 
O que se busca na entrevista são informações que se aproximam da realidade em 
torno do objeto de pesquisa, daí os cuidados na entrevista para não comprometer os dados 
gerados em interação. Nesse sentido, Lüdke e André (1986) chamam atenção para se 
conhecer os limites e as exigências da entrevista e um dos cuidados que se deve ter ao utilizá-
la são os elementos que não estão presente nas falas dos sujeitos pesquisados, mas no 
comportamento que esses apresentam no momento do trabalho da geração de dados. 
O entrevistador precisa estar atento não apenas (e não rigidamente, sobretudo) ao 
roteiro preestabelecido e às respostas verbais que vai obtendo ao longo da interação. 
Há toda uma gama de gestos, expressões, entonações, sinais não verbais, hesitações, 
alterações de ritmo, enfim, toda uma comunicação não verbal cuja captação é muito 
importante para a compreensão e a validação do que foi efetivamente dito (LÜDKE 
e ANDRÉ, 1986, p. 36). 
Gerar dados por meio das entrevistas requer muita atenção, paciência e 
conhecimento do que realmente se quer saber. A escolha pela entrevista semiestruturada, foi 
importante porque permitiu especificar o que se quer saber, e, ao mesmo tempo, possibilita ao 
entrevistado se expressar da forma que achar conveniente. 
A entrevista semiestruturada se pauta também na postura do entrevistador, 
permitindo que ele faça as adaptações necessárias no processo da entrevista. Assim se 
expressam André e Lüdke (1986, p. 34) “[...] a entrevista semiestruturada, que se desenrola a 
partir de um esquema básico, porém não aplicado rigidamente porque permite que o 
entrevistador faça as necessárias adaptações”. 
Com a liberdade que tem o entrevistado e a metodologia que apresenta a entrevista 
semiestruturada, o informante acaba participando da construção do conteúdo da pesquisa e 
9 
 
 
 
contribuindo para que se possa analisar com mais precisão o objeto da pesquisa. Abre espaço, 
assim, para utilizar vários mecanismos na geração das informações, como a gravação de falas 
dos entrevistados que utilizamos, nesta pesquisa, por entendermos que esta registra todas as 
informações fornecidas pelos pesquisados. 
Para o trabalho de campo, utilizou-se como lócus da pesquisa a Escola de São 
Benedito, localizada no Bairro de São Benedito, município de Cametá (PA). A escola 
funciona nos respectivos horários: Matutino (manhã) das 7:30 às 11:30 e Vespertino (tarde) 
das 13:30 às 17:30. O sujeito da pesquisa foi a professora de Educação Física da referida 
instituição qual se disponibilizou a responder a entrevista com 03 perguntas semiestruturadas, 
referentes ao tema deste estudo. 
Desta forma foi possível obter informações contidas necessárias para o 
desenvolvimento da análise, onde foi realizada a partir da transcrição das entrevistas na 
íntegra, e de leituras gerais dos dados coletados, com a consequente interpretação dos 
mesmos, a fim de se fazer análises e considerações da coleta dos dados à luz das teorias 
estudadas. 
Imagens de alunos praticando Atletismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fotos: John Fernandes 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Algumas pessoas veem a Educação Física, como uma matéria não importante em 
oposição às outras de sala de aula. Por isso, devemos ressaltar que, não somente o 
desenvolvimento físico é importante e, sim, também outros aspectos sociais, psicológicos e 
culturais podem ser inseridos e trabalhados em suas aulas. 
10 
 
 
 
Cabe ao professor de Educação Física transferir essa densa teoria em ação. Isto 
requer algumas habilidades do professor para se obter resultados, já que ele tem pela frente 
uma tarefa complexa que vai desde a solicitação da participação do aluno no planejamento da 
disciplina no contexto escolar, até a proposição e discussão dos conteúdos para o 
desenvolvimento do senso crítico. 
Portanto, na intenção de saber como é trabalhado o conteúdo sobre atletismo fez-se a 
seguinte indagação: Qual é a importância do atletismo no desenvolvimento dos alunos? 
Como toda modalidade esportiva o atletismo ajuda no aprimoramento dos 
movimentos, agilidade e no raciocínio dos alunos, pois ao correr saltar e se 
equilibrar os alunos desenvolve uma certa destreza nessas habilidades. Sendo assim 
é fundamental que os alunos tenham contato não só com o atletismo, mas com todas 
as modalidades previstas nos PCNS da Educação Física. (PROFESSOR, 2019). 
Percebe-se na fala da entrevistada que a visão que o professor deve ter é que o ensino 
do atletismo deve ser diferente daquela relacionada ao treinamento desportivo, muito embora 
os meios utilizados para ambos sejam os mesmos. No treinamento desportivo, basicamente, se 
utiliza a chamada progressão de fundamentos, exercícios de repetição para o aperfeiçoamento 
da técnica e tática. Já, na escola, a opção metodológica mais utilizada no ensino do esporte 
nas aulas de Educação Física é o jogo recreativo. 
Segundo Reverdito e Scaglia (2009), o atletismo através de iniciação esportiva é um 
fenômeno social muito importante em todas as etapas da educação básica. Concentrando nas 
aulas de Educação Física Escolar para o conteúdo abordado, gerando integração e formação 
de cultura, com fundamentos nos princípios pedagógicos e didático-metodológicos para o 
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. 
Considerando a dimensão de fenômeno sociocultural que o esporte alcançou, não 
podemos simplesmente entregar seu processo de ensino-aprendizagem à intuição, ao 
acaso, principalmente quando observamos sua influência em diferentes setores da 
sociedade, tanto sobre processos operativos importantes da condição humana, 
quanto sobre a sua face mais irracional e destruidora. (REVERDITO e SCAGLIA, 
2009, p. 16) 
É importante que o atletismo mostre-se interessante, motivador, versátil e que 
indique outros caminhos e valores aos alunos. Levando em consideração que o Atletismo 
pode ser jogado, brincado e reconstruído de forma lúdica, contemplando também, o 
conhecimento de suas técnicas específicas. Ele pode ser estudado pela compreensão que, 
baseada nas teorias construtivistas, propõe que, é possível entender os jogos, compreender as 
táticas e técnicas participando da aprendizagem e gostando de jogar, dando maior significado, 
fazendo uma aproximação da técnica do esporte à realidade em que vivem, respeitando a 
11 
 
 
 
cultura corporal e a individualidade do aluno e seu nível de habilidades, fazendo com que ele 
encontre prazer na realização do esporte. 
Dando continuidade indagou-se, quais as dificuldades que o professor de 
educação física enfrenta para aplicar o atletismo? 
 
Ao meu ver a principal dificuldade dos professores é a resistência dos alunos, pois 
desde as series iniciais não é apresentadoa esses alunos outras práticas esportivas, a 
não ser os tradicionais como handebol, futebol e voleibol, fazendo com que se crie 
uma certa resistência quando outros métodos lhe são apresentados. (PROFESSOR, 
2019). 
Notou-se que a professora sente a necessidade de praticar outras atividades, mas que 
a resistência dos alunos em gostar apenas de esportes dificulta que haja mudança em sua 
prática pedagógica. O ensino do atletismo pode ser também, na forma de propor o jogo como 
meio de promover a aprendizagem, tornando-se, assim, um instrumento pedagógico que pode 
contribuir para o desenvolvimento do aluno, pois é um ótimo estimulador, uma fonte de 
prazer e descoberta. 
Ramirez (2007) cita que o atletismo é a base para o desenvolvimento de todos os 
esportes, devido aos exercícios de correr, saltar, arremessar e lançar também melhorando a 
coordenação motora. É possível perceber em outros esportes os movimentos que vem da 
prática do atletismo, com a intenção de obter uma melhora na habilidade motora 
desenvolvendo seus potenciais para uma formação cidadã. Portanto, não deve deixar excluir o 
atletismo que é de suma importância para os anos iniciais do ensino fundamental, onde pode 
explorar cada vez mais os movimentos do educando descobrindo suas capacidades físicas. 
O jogo deve ser visto dentro da Educação Física Escolar, em especial no atletismo, 
como uma ótima oportunidade e possibilidade de aquisição de conhecimentos, sem ser 
excludente com os menos habilidosos, sem buscar talentos e, que possa trazer benefícios em 
suas vidas. Portanto, indagou-se: como aplicar o atletismo em uma turma? 
 
Uma das formas mais práticas de se aplicar o atletismo, é adaptando-o de forma 
lúdica para que o esporte se torne mais prazeroso e acessível para todos sem que se 
perca a essência do mesmo. Além disso por se tratar de esporte que não demanda de 
tantos equipamentos é possível criar junto com os alunos os materiais que poderão 
ser usado para a pratica do atletismo, e assim contribuindo ainda mais para o 
desenvolvimento dos alunos. (PROFESSOR, 2019). 
Foi visto que este conteúdo do componente curricular da Educação Física Escolar 
tem por objetivo transparecer o conhecimento já explorado pelo professor em relação as suas 
práticas, compreendendo todo o contexto ao ponto de facilitar para o educando o 
12 
 
 
 
aprimoramento da prática dentro do ambiente escolar, com possibilidades que se tornem 
possíveis a utilização dos movimentos para todo o corpo. 
Segundo Nascimento (2010, p. 40), 
O registro da palavra atletismo não quer dizer que seja aquele praticado aos finais de 
semana e nem aquele da antiguidade onde os pré-históricos executavam os 
movimentos básicos para sobreviver. O atletismo é visto com seriedade, disciplina, 
determinação e com regras para as competições, porém é cobrado as habilidades 
motoras e físicas, assim também não só o corpo tem que estar preparado 
fisicamente, pois o ato de correr, saltar e arremessar é normal para os demais 
esportes aprimorando e melhorando suas capacidades físicas básicas propriamente 
dito do atletismo como força, agilidade, velocidade e resistência. 
É importante ressaltar a intencionalidade do professor, que precisa ter objetivos bem 
selecionados, uma ótima motivação para ser exemplo aos alunos e a preocupação de se 
capacitar, para que saiba realmente as necessidades e os limites dos seus alunos, respeitando-
os, não se isentando de suas responsabilidades como educador. Ao se pensar em como 
trabalhar o atletismo nas aulas de Educação Física, o professor se depara primeiro com: a falta 
de literatura própria e preparada para as aulas, imagens selecionadas para a apresentação em 
TV ou computador, desconhecimento de metodologias que proporcionem o alcance dos 
objetivos das aulas, projetos desenvolvidos nas escolas que apresentaram resultados positivos, 
entre outros pontos. 
Os resultados da pesquisa evidenciaram que a Educação Física Escolar, utilizando o 
atletismo como meio, tem por finalidade democratizar e gerar cultura pelo movimento de 
expressão do indivíduo em ação como manifestação social e o exercício crítico da cidadania, 
evitando a exclusão e a competitividade violenta. Assim, o professor, ao trabalhar o esporte-
educação, além de proporcionar aos alunos a vivência de diferentes modalidades, deve levá-
los a refletir de forma crítica, não só sobre os problemas que envolvem o esporte na 
sociedade, (tais como a utilização de drogas ilícitas para melhoria do desempenho, a 
corrupção e violência), mas também sobre seus aspectos positivos 
 
 
6. CONCLUSÕES 
O atletismo é um conhecimento da cultura corporal, historicamente construído em 
mais de dois mil anos de história e sujeito às transformações sociais. Ele é um saber sujeito a 
ser organizado com recursos simples e tem adesão significativa entre os alunos. É preciso que 
os profissionais que se dedicam ao trabalho com o atletismo sejam incentivados, tanto aqueles 
que trabalham em clubes, escolinhas e principalmente no âmbito escolar. 
13 
 
 
 
As evidências apontam para casos de sucesso quando há envolvimento da 
comunidade escolar, resultando em melhora na qualidade de ensino, em mais interesse e 
aumento do número de praticantes desta modalidade esportiva. Por isso, deve-se considerar 
que o estudo sobre esse conteúdo, durante dois anos, foi crucial para se obter uma 
compreensão maior da realidade, suas condições de existência e de realizações, bem como a 
oportunidade de estudar e conhecer diversas metodologias que foram ou são utilizadas par o 
seu ensino e apresentá-las aqui. 
Esperamos que um número maior de professores, se estimulem e se encorajem a usar 
metodologias em suas aulas como ferramenta principal no processo ensino aprendizagem, 
permitindo que seus alunos vivenciem novas experiências educacionais e, para contribuir no 
resgate do atletismo como conteúdo essencial a ser trabalhado em aulas de Educação Física. 
Acreditamos que, incentivando o trabalho com atletismo e pensando na 
diversificação das atividades para o seu ensino e no seu valor instrumental, que nos ajuda a 
fazer um mergulho mais atraente nas relações ensino–aprendizagem, estaremos dando 
sustentação ao que acreditamos ser possível, que é a transformação da prática do atletismo nas 
aulas de Educação Física Escolar. 
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2005. 
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14 
 
 
 
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