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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
 CCHSA – CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE DIREITO
TURMA A NOTURNO
Nome: Chrystian Amorim R.A: 20152989
O tema é fundamental para entender boa parte da história brasileira contemporânea e vislumbrar como o Estado Brasileiro recém independente foi fundado no contrabando de seres humanos. O Brasil foi o destino de quase metade dos escravos trazidos para a América, sendo quase 5 milhões de negros escravizados ao longo do período colonial e imperial, segundo dados do site Slave Voyage.
Desde 1810, Portugal vinha se comprometendo com o fim do comércio de escravos que era uma bandeira inglesa daquela época, ao fim do Congresso de Viena a Inglaterra passa a ser ainda mais efusiva no fim do tráfico escravagista e decide por não reconhecer a independência de países que adotem tais práticas, o que ocorreu com o Brasil. 
Após 1831 ocorre a abdicação de Dom Pedro I e o início do período regencial, o tráfico de escravos passa a ser ilegal e todos aqueles que se encontrassem nesta situação deveriam ser libertos, aqueles que fossem responsáveis incorriam em práticas do Código Penal do Império. Mesmo transformando o comércio negreiro ilegal no país, tal legislação foi aprovada por pressão inglesa e efetivamente nunca foi aplicada.
Durante o período regencial ocorreram revoltas de escravos como a Revolta dos Males, em Salvador na Bahia. Essas revoltas também criam certa tensão em seus proprietários escravocratas, tanto pela segurança social, novas revoltas e suas demandas, fazendo com que alguns projetos para emancipação de negros escravizados e a regulamentação do trabalho passassem a ser pauta no Parlamento, principalmente nas mãos de Antônio Pereira Rebouças um rábula conhecido como o primeiro advogado negro de expressão.
O segundo reinado, principalmente a partir de 1850, é conhecido como o período mais estável da história do Brasil, a conciliação, o período de paz. Porem isto foi feito à custa de um grande pacto pela manutenção da escravidão, que escondia a ilegalidade da prática e do tráfico, excluindo a população negra livre, que era cidadã, da prática de uma vida pública no país, mesmo com a continuidade das revoltas, o governo brasileiro adota uma política de silencio dos debates antiescravidão e continuidade do plantio cafezeiro que perdura até o período republicano. 
Nossa República se inicia em um cenário de intensa desigualdade tanto social como racial, a dinâmica em volta da abolição forçada e a rigidez da alforria são nítidas até hoje em nossa sociedade. Desde a muito tempo a abolição já era usada para fins promocionais, seja pelos monarquistas como meio de promoção do governo, seja pelos republicanos ao demonstrar que essa foi uma luta do povo, e não de um monarca – como dizia Rui Barbosa. 
É evidente que o campo de estudos do pós-abolição é ainda muito fértil e com certeza irá produzir muitos frutos para a historiografia brasileira e para os estudos sociais, entendendo e analisando a formas de como se desenvolveu e estruturou nosso país atual, assim como o racismo estrutural infelizmente ainda muito presente em nosso meio.