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Mutação e Reparo @study.sakata QUESTOES NORTEADORAS 1. O que são e como ocorrem as mutações? 2. Quais os principais tipos de mutações? 3. O que são os agentes mutagênicos? Como são classificados? 4. Qual a importância do sistema de reparo de DNA? 5. Como são classificados os sistemas de reparo de DNA? Com base no tipo de erro, o sistema vai trabalhar na forma que ele vai reconhecer o erro 6. Como relacionar falhas no reparo de DNA ao aparecimento de doenças? MUTAÇÕES DEFINIÇÃO São alterações ou modificações em genes ou cromossomos – sequência do DNA -, podendo acarretar em variação hereditária Alteram uma ou mais bases do NDA, o que afetara a leitura durante a replicação ou durante a transcrição Não se limitam apenas ao gene, pode ser cromossômicas também Mas nem toda mutação tem caráter hereditária, se a mutação ocorrer em células somáticas a mutação vai ser do indivíduo, mutações nos espermatozóides e ovócitos que terão esse caráter As mutações podem levar à perda de função de um gene ou a uma nova função (mais cara e menos frequente, como por exemplo pessoas que não tem intolerância à lactose, o normal é a lactase parar de ser produzida) Pessoas imunes ao HIV – ausência do CCR5, receptor que o vírus precisa para infectar o indivíduo A alteração de um nucleotídeo, ou mutação no gene pode levar à formação de uma proteína variante, passível de ter propriedades distintas em consequência de sua estrutura alterada CLASSIFICAÇÃO Quanto à origem: Espontâneas (tem-se muitas mutações durante nosso metabolismo, mas há muitos mecanismos de reparo, ocorrem sem intervenção intencional do ambiente) Induzidas (agentes mutagênicos) Quanto ao tipo celular: Somáticas (mosaicismo) Germinativas Quanto a adaptabilidade: Benéficas Neutras (polimorfismos do DNA – mutações nas sequências mas que passam despercebidas – nas trincas) Deletérias (doenças genéticas, câncer) Quanto ao nível: Cromossômicas Quando alteram a estrutura ou o número de cromossomos) o Numéricas (síndrome de down, turner) o Estruturais Gênicas Quando alteram a estrutura do DNA, sequência) o Deleções o Inserção o Mutações de ponto Deleção e inserção alteram o quadro de leitura, ou seja, a sequência de códons AGENTES MUTAGÊNICOS @study.sakata São todos os tipos de agentes que apresentam a capacidade de gerar a mutação, ou seja, aumentam a frequência de mutações Podem ser classificados em: Químicos (colchicina e etc) Físicos (radiação solar Biológicos AGENTES MUTAGÊNICOS QUÍMICOS Substancias consideradas cancerígenas, que alteram as ligações químicas ou até mesmo substituem nucleotídeos normais por moléculas simples São exemplos: Alimentação industrial Agrotóxicos – adubos Medicamentos Álcool Tabagismo Drogas ilícitas Produtos químicos/Petroquímicos AGENTES MUTAGÊNICOS FISICOS Nesse grupo encontram-se radiação ionizante e radiação UV Radiação UV (Xeroderma pigmentoso) Radiação ionizante (césio 137) AGENTES MUTAGÊNICOS BIOLÓGICOS Os principais agentes mutagênicos biológicos são os vírus HPV HHV-8 Sarcoma de Kaposi, muito comum em pacientes que vivem com HPV não tratado HHV-4 – vírus EpstenBar Em imunocompetentes gera somente a mononucleose, mas em imunodeficientes pode gerar o linfoma de Burkitt Hepatite B Pode gerar hepatocarcinoma POR QUE REPARAR O DNA? Todas as células possuem diversas alterações no seu metabolismo, de maneira que induzir a apoptose de todas estas é inviável, por isso se faz o reparo. Para evitar o gasto energético e para evitar que o erro seja perpetuado Todo processo de reparo deve ser realizado antes da duplicação/replicação do material genético Se não se corrige antes, a maquinaria de reparo não vai conseguir identificar onde está a mutação, ele permanece escondido e passa a se perpetuar No exemplo acima, caso uma base C tivesse sido trocada por uma T, a fita nova da fita molde mutada vai colocar outra base complemento, uma A e não uma G como deveria ser, e não tem como enzimas reconhecerem esse erro pois as bases mutadas não mutadas são iguais Antes que a célula entre em divisão, no ciclo celular há uma etapa de pausa para que as enzimas especificas possam reconhecer alguma alteração no DNA TIPOS DE MUTAÇÕES GÊNICAS 1. Substituição de nucleotídeos Ocorre a troca de um par de bases (mutação de ponto) Podem ser classificadas ainda em: Transição (63%) Purina-purina (A ou G) Pirimidina-pirimidina (C ou T) Transversão (37%) Purina-pirimidina ou pirimidina- purina 2. Inserção 3. Deleção @study.sakata ALTERAÇÕES QUÍMICAS DE NUCLEOTÍDEOS DE DNA As alterações químicas que os nucleotídeos sofrem, muitas vezes espontâneas, podem ser de três tipos: desaminação de bases, perda de bases e formação de dímeros de pirimidina DESAMINAÇÃO DE BASES Perder ou retirar o grupamento amina Normalmente ocorre por hidrolise, ou seja, na presença da água Só se faz em nucleotídeos que tem amina (adenina, guanina e citosina) Ocorre através de uma desaminação hidrolítica Tira a amina e substitui por um grupo de oxigênio Adenina -> desaminação -> Hipoxantina Guanina -> desaminação -> Xantina Citosina -> desaminação ->Uracila O tipo mais frequente de desanimanção do DNA é a da citosina, de forma que isso acarreta numa troca de par de C-G por um par T-A Não se tem a uracila em DNA, pois perderíamos a capacidade de perceber qual uracila é mutada e qual pertence ao DNA, já que o tipo mais frequente de desanimanção é da citocina É um processo que ocorre de maneira frequente a desanimação, por isso não se pode usar a uracila Hipoxantina, xantina e uracila podem ser facilmente reconhecidas por moléculas especificas, quando reconhecidas, retiram antes de que haja a replicação do DNA A hipoxantina e a xantina possuem afinidades pela citosina, ou seja, são praticamente uma guanina, isso pode gerar alguns conflitos, pois ao ocorrer a desaminação que origina essas duas moléculas, na fita nova de molde vai ser parelhado uma guanina e não uma adenina, de forma que um par que deveria ser A-T passou a ser G-C CONSEQUÊNCIA DA DESAMINAÇÃO DA CITOSINA A desaminação da citosina acaba formando a base uracila, de modo que caso haja essa alteração, a fita que deveria ter o par C-G, passa a ter o par T-A, por conta da substituição da uracila e sua afinidade com a adenina. Não encontra mais o erro após a formação da fita nova, pois não há mecanismos de identificação, o erro então se perpetua e passa para as células seguintes Após a alteração química de nucleotídeos de DNA, ocorre o reparo, mas ele consiste em apenas na substituição da base por uma correspondente, de modo que no caso da desaminação da citosina ou então das hipoxantina e da xantina altera a sequência original de nucleotídeos CITOSINA METILADA Há casos em que a citosina se encontra em um processo de inativação genética, portanto, no estado de metilação. Mesmo a citosina estando metilada pode ocorrer a desaminação de base, entretanto, do contrário de quando ela se encontra desmetilada e origina a uracila, a citosina metilada origina a timina. @study.sakata Ou seja, um par de bases que originalmente deveria ser C-G, passa a ser T-A, de modo que não há controle, pois não há mecanismos de identificação de que a base timina alterada foi uma alteração Esse erro ocorre de maneira frequente pois não há grande quantidade de citosina metilada em nosso DNA, além de que essa porção se encontra inativada, implicando num menor impacto Citosina desmetilada -> uracila Citosina metilada -> timina PERDA DE BASES Ocorre por hidrolise, é espontânea, e a ligação glicosídica é quebrada Os açucares continuam ligados por ligação fosfodiéster, entretanto a ligação entre a base e a pentose é quebrada O tipo maiscomum de perda de bases ocorre com as púricas (A/G) Ocorrem dois tipos de perda de bases denominadas de: Despurinação Despirimidinação Para o reparo de perda de bases, há dois mecanismos, sendo que o primeiro consiste na colocação de uma base aleatória, podendo ser A,T,C ou G, já que a enzima reconhece o ‘buraco’ que se encontra no DNA, tendo uma probabilidade de acerto de apenas 25% Já o segundo mecanismo consiste na deleção do açúcar que está ligado a fita, de modo que o par de ‘nucleotídeos’ são removidos, transformando uma probabilidade de alteração em 100%, visto que altera a leitura do sequenciamento do gene posteriormente] Não é uma deleção espontânea, é uma deleção planejada, entretanto não deixa de se comportar como uma deleção O tipo mais comum é a perda de bases púricas, que ocorre na taxa de 5mil perdas por células, por dia FORMAÇÃO DE DÍMEROS DE PIRIMIDINA Não é um processo espontâneo, ao contrário dos outros Nesse caso, é necessário da presença da luz violeta como o agente mutagênico Ocorre a união lateralizada de duas pirimidinas, e isso gera uma instabilidade na fita, e então pode ser mais facilmente quebrada, fazendo com que perca sua estabilidade Câncer Quando se toma sol, há a produção de melanina, pois ela é uma forma de barreira para proteger o material genético da radiação UV Luz UV forma os dímeros de pirimidina e deixa a fita instável, podendo comprometer genes importantes, como por exemplo um p53 CONSEQUÊNCIAS DAS MUTAÇÕES NA SÍNTESE PROTEICA MUTAÇÃO DE SENTIDO TROCADO/MISSENSE Se trata de uma mutação pontual, em que ocorre a alteração de um único nucleotídeo, modificando o códon e consequentemente a proteína traduzida Ex: anemia falciforme -> GAG (ácido glutâmico) em GTG (valina) MUTAÇÃO SEM SENTIDO/NONSENSE Surgem quando forma um stop códon, é uma mutação pontual, no qual a substituição do nucleotídeo originou um stop códon, ou seja, faz @study.sakata a parada do processo de tradução ALTERAÇÃO DO QUADRO DE LEITURA Muda os códons/trincas, portanto a leitura do gene se altera, originando, pode ocorrer em qualquer local, essa mesma alteração pode ocorrer nas deleções ,inserções e nas expansão por repetição (multiplicação de uma trinca inteira, muito raro de acontecer, isso acaba alterando também a alteração do quadro de leitura) Ex: doença de Huntington -> acumulo na proteína huntingtina REPARO DE DNA O reparo de DNA podem ser: Correção exonucleotídea pela DNA polimerase Reparo de erros de emparelhamento entre bases (mismatch) Reparo por excisão de bases (BER) Reparo por excisão de nucleotídeos (NER) Reparo recombinacional ou reparo de quebras de dupla-fita CORREÇÃO EXONUCLEOTÍDEA PELA DNA POLIMERASE Durante a replicação do DNA, a DNA polimerase pode passar a corrigir os erros nos processos de duplicação, mas somente os que ela mesmo cometeu, uma autocorreção REPARO DE EMPARELHAMENTO ENTRE BASES Ocorre sempre antes da replicação Houve erros de substituição e ocorreu o emparelhamento incorreto, as enzimas encontram por defeitos estruturais das fitas ou pela ausência de ligação entre os nucleotídeos das fitas opostas e passam a agir como forma de realizar o reparo Uma vez identificado o erro, elas abrem o espaço para as enzimas atuarem, então a DNA helicase abre o pedaço da fita e ocorre a atuação da DNA exonuclease, corta o pedaço da fita, e posteriormente a DNA polimerase e ligase finalizam a complementação dos nucleotídeos MSH: Proteínas de reparo de divergência. Enzimas que encontram o erro, deformidade e emparelhamento incorreto. Quando encontram o erro, se ligam mais forte na fita, e então ocorre uma alteração na estrutura, onde outras enzimas vão se ligando no DNA MSH2, MSH6 -> principais proteínas de identificação REPARO POR EXCISÃO DE BASES (BER) Atuação semelhante a do reparo por emparelhamento entre bases (mismatch), entretanto é mais especifica pois identifica erros @study.sakata por desminação de bases, ou seja, as bases hipoxantina, xantina e uracila São feitas pelas DNA glicosilases, identificam os erros de emparelhamento Tem quase a mesma função da MSH, que é a de identificar os erros Após a identificação, ela se liga na fita, abre o sítio de ligação para as outras enzimas (endonuclease - AP e uma fosfodiesterase), e a partir disso, tira-se o nucleotídeo inteiro DNA polimerase coloca o nucleotídeo de maneira correta e a DNA ligase sela a quebra REPARO POR EXCISÃO DE NUCLEOTÍDEOS (NER) Complexo enzimático que reconhece distorções na dupla hélice (deformidade unilateral), ou seja, em casos de alterações por formação de dímeros de bases pirimídicas Ocorre a clivagem da região, pelas nucleases de excisão A DNA helicase desenrola a dupla hélice, e a DNA polimerase de reparo passam a colocar as bases complementares, e por fim a DNA ligase sela as frestas REPARO DE QUEBRA DE DUPLA-FITA A quebra do DNA pode ser um indicativo de indução à apoptose, por isso é de extrema importância que ocorra o reparo de quebra da fita Existem dois tipos de reparos: Reparo por ligação de extremidades não homólogas Reparo por recombinação homóloga LIGAÇÃO DE EXTREMIDADES NÃO HOMÓLOGAS Apenas une as duas extremidades cortadas, não há um mecanismo de identificação para averiguar se houve alguma deleção, perca de base nitrogenada, sendo um processo cedo que intensifica a probabilidade de haver mutações no DNA Esse tipo de reparo favorece o surgimento de câncer Está muito relacionado com a radiação, pois esse agente mutagênico provoca muitas quebras na fita de DNA, ocorrendo então o reparo por ligações de extremidades não homologas RECOMENDAÇÃO HOMÓLOGA Vai ocorrer somente quando a célula está em divisão, sendo um momento muito específico Caso haja a quebra da fita, há vantagem nesse reparo, pois a cromátide irmã é utilizada como molde para o reparo da fita que foi quebrada, tendo uma referência caso tenha tido algum processo de deleção no momento em que o DNA foi quebrado @study.sakata APLICAÇÃO Os quadros de melanomas ocasionados por dímeros de pirimidinas são quadros comuns, pois o processo de reparo por excisão de nucleotídeos são afetados, podendo ocorrer a quebra da fita numa sequencia da proteína p53 por exemplo, ocasionando na formação de um tumor
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