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Níveis de Atenção à Saúde SUS – Políticas de Saúde > os níveis de atenção à saúde são uma forma de articulação de ações e serviços com diferentes densidades tecnológicas para atendimento das necessidades da população. > existem 3 níveis de atenção à saúde: Atenção Básica (Atenção Primária à Saúde) Média Complexidade Alta Complexidade > no final dos anos 70 foi formulada, pela OMS, uma meta que objetivada a “Saúde para todos nos anos 2000”, que tinha o objetivo de consolidar a saúde como direito nos Estados membros. - O foco era o desenvolvimento de sistemas com base na Atenção Primária, favorecendo a universalização do cuidado. Isso também permitiria aproximar a população dos cuidados profissionais, e a criação de vínculos entre profissionais de saúde e a população. Após isso, outras ações de maior nível de densidade tecnológica também poderiam ser oferecidas, como a de média e alta complexidade. Atenção Primária > Política Nacional da Atenção Básica (PNAB): (Port. 2426/2017) é um conjunto de ações de saúde que são individuais e coletivas. Abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos (coletivo - imunização, educação em saúde (campanhas), prática de exercícios físicos; individuais – consultas médicas, atendimento com farmacêuticos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde), determinação de diagnóstico, tratamentos, reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde. Esta política considera o sujeito em sua singularidade, complexidade, respeitando a integralidade, e inserção sociocultural. > a atenção básica é vista como primeiro ponto de atenção à saúde, onde forma-se um primeiro vínculo do usuário com o SUS. É a principal porta de entrada do usuário no sistema. > tem uma oferta universalizada, atendendo todas as necessidades. > o vínculo é criado a partir de consultas regulares e contato constante. = longitudinalidade > a Atenção Básica também deve funcionar como centro de comunicação e organização das redes de atenção à saúde, a fim de que todos os níveis entendam as necessidades da população. Este nível primário coleta, consolida, analisa e dissemina dados sobre a situação de saúde das pessoas que utilizam o SUS. > também inclui a vigilância à saúde. > a responsabilidade pela organização e oferta das ações de atenção básica cabe aos municípios. > Estratégia de saúde da Família: - Estratégia para a consolidação da Atenção Básica no Brasil. Programa de Saúde da Família (1994) – associa equipes de profissionais de saúde com agentes comunitários, os quais trazem as pessoas até o sistema de saúde, a fim de atende-las de forma eficiente. Objetivo: expansão da Atenção Básica. - Anteriormente, o sistema de saúde era baseado no modelo de Atenção hospitalar, sem a criação de vínculos e cuidados continuados. Pontual para situações de agravos e doenças. - Port. 2488/2011 - Eixo de organização da Atenção Básica. - Port. 2436/2017 - Estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica (serão reconhecidas outras estratégias de Atenção Básica). - Até 2018, as equipes de saúde da família, implantadas para assistência, eram mais de 33 mil. - Em 2018, o número de populações cobertas por essas equipes foram mais de 64%. - Os municípios com maior número de habitantes tiveram menor cobertura por essas equipes, mas mesmo assim, aumentou o acesso a estas. > Tipos de equipes: - Saúde da Família (eSF) – havendo equipes especificas para as populações ribeirinhas e fluviais. - Atenção Básica (eAB) - Saúde Bucal (eSB) - Equipe de Consultório na Rua (eCR) - Atenção Básica Prisional (eABP) – para uma população especifica, privada de liberdade. - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) - Núcleo Ampliado de Apoio à Saúde da Família (Nasf) – tem como objetivos apoiar a consolidação da Atenção Básica no Brasil; e ampliar as ofertas de saúde na rede de serviços, a resolutividade, a abrangência e o alvo das ações. Os serviços de saúde não se consolidam apenas pela atenção médica e de enfermeiros, também se faz necessária a atuação de outros profissionais, para as ações serem mais amplas e mais eficiente. - Esses núcleos funcionam com apoio matricial, com a criação de espaços coletivos de discussões e planejamento das ações para a unidade populacional. - O atendimento é compartilhado entre os profissionais, tanto na Unidade de Saúde, como nas visitas domiciliares; - Intervenções específicas dos profissionais do Nasf podem ser planejados para usuários e famílias com alguma necessidade. - Ações intersetoriais na prevenção e promoção da saúde. - A composição do Nasf é multidisciplinar/ multiprofissional, com integração com as equipes de Saúde da Família (eSF), equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais) e com o Programa de Academia da Saúde. Esta composição é definida pelos gestores municipais, segundo dados epidemiológicos e necessidades locais. - Além dos profissionais que já atuam nas equipes (eSF), outros profissionais podem compor os NASF, como Assistente social; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico (acupunturista, geriatra, ginecologista/obstetra, homeopata, internista/clínica médica, pediatra, psiquiatra, do trabalho); Médico veterinário, Nutricionista; Profissional com formação em arte e educação (arte educador); Professor de educação física; Psicólogo; Sanitarista, (graduação ou pós-graduação em saúde pública ou coletiva). - Esses núcleos de apoio surgiram em 2008. Em março de 2018, 5.221 núcleos foram implantados. > A Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) de 2017 flexibiliza a composição das equipes de saúde da família, reduzindo os requisitos mínimos de profissionais para atender a população num território. Cabe agora, aos gestores definirem essas composições. - A partir de 2019, ocorreram mudanças no padrão de financiamento da Atenção Básica no brasil (com a Port. 2979/2019). Antes o financiamento tinha um mínimo para garantir o custeio dessa Atenção Básica; cujo piso era definido em valores fixos (per capita) e variados (utilizado para induzir mudanças e aumento da oferta – foi por esse meio que os núcleos foram estabelecidos). Agora, o valor não é mais per capita, mas sim para a população cadastrada (ou seja, redução de dinheiro), capitando efetivamente o número de pessoas usuárias. Isso serviria como incentivo para que as equipes de saúde cadastrem um número maior de usuários no sistema, obtendo maior desempenho e alcançando metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Contudo, isso não é favorável no cenário real, pois é um risco à qualidade das ações, devido à ausência concomitante ao melhoramento do sistema, uma vez que a redução de financiamento não melhoraria as condições que já estão precárias. Além de que, o aumento do número de usuários, com recursos que não são suficientes, provocaria um colapso dos serviços, uma vez que esse aumento não acompanha o melhor funcionamento. Média e Alta Complexidade > não visa a criação de vínculos permanentes. Isso porque, esses níveis dependem da necessidade de recursos de maior nível de densidade tecnológica, maior nível de complexidade e uma atenção especializada. Assim, são organizadas a partir de linhas de cuidado, estabelecidas em Portarias especificas. > Objetivo: estabelecer conjunto de ações necessárias para oferecer cuidados aos agravos mais específicos e aos problemas que afetam a saúde da população. - Exemplo de linhas de cuidado: Média Complexidade > é definida, pelo Ministério da Saúde, como “Ações e serviços que visam atender aos principais problemas e agravos de saúde da população, cuja complexidade da assistência na prática clínica demande a disponibilidade de profissionais especializados e a utilização de recursos tecnológicos, para o apoio diagnóstico e tratamento” (MS,2009) - Ações adicionais necessárias para a recuperação da saúde da população – acesso à clinicas especializadas, exames para diagnósticos, consulta com médicos especializados. > a responsabilidade pelas ações é dos estados, dos municípios ou deconsórcios municipais, conforme pactuação – condições Intergestores. > os procedimentos de média complexidade são relacionados numa tabela do SUS, e estão listadas no Sistema de Informação Hospitalar (SIH), e no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA). > tipos de procedimentos especializados em média complexidade: - Procedimentos especializados realizados por profissionais de nível superior e médio; - Cirurgias eletivas especializadas; - Procedimentos traumato-ortopédicos; - Ações especializadas em odontologia: Patologia clínica; - Anatomopatologia e Citopatologia - Radiodiagnóstico, Exames ultrassonográficos, Diagnose, Fisioterapia - Terapias especializadas n Próteses e órteses - Anestesia Alta Complexidade > é definida como “Conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços qualificados, integrando-o aos demais níveis de atenção à Saúde (atenção básica e de média complexidade)” (MS, 2009). - Vale ressaltar que essas medidas estão diretamente relacionadas aos diagnósticos precoces e tratamentos de prevenção e acompanhamento de casos clínicos, proporcionados pela articulação dos outros níveis, como a Atenção Básica e Média Complexidade. > a responsabilidade pelas ofertas é das 3 esferas de gestão, conforme pactuação e normas específicas. > os serviços também estão relacionados na tabela do SUS, em sua maioria no Sistema de Informação Hospitalar (SIH), e algumas no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA). > tipos de procedimentos especializados em alta complexidade: > espera-se que por meio de uma boa organização do sistema de saúde, as ações de Atenção Primária, por meio de programas de imunização e consultas básicas, tenham um impacto de 80% na população. E, que as ações de Atenção Secundária (média complexidade), a partir de exames, consultas especializadas e internações, atinjam mais de 15% da população. Ainda, que as ações de Atenção Terciária (alta complexidade), por meio de cirurgias especificas, transplantes, tomografia e ressonância, tenham um impacto em mais de 5% da população. UFRJ – Farmácia Referência: Aula de Políticas de Saúde – Ministrada pelos professores Guacira C. M. e Thiago B. A.