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Prévia do material em texto

CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 1 
Aula 1: Fundamentos da educação especial ................................................................................. 2 
 ............................................................................................................................. 2 Introdução
 ................................................................................................................................ 3 Conteúdo
Entendendo a educação especial ................................................................................... 3 
Tipos de deficiências ......................................................................................................... 4 
Legislação ............................................................................................................................ 5 
Documentos legais ............................................................................................................ 8 
Aprendendo com as diferenças .................................................................................... 11 
Atividade proposta .......................................................................................................... 11 
 ....................................................................................................................... 12 Aprenda Mais
........................................................................................................................... 15 Referências
 ......................................................................................................... 16 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 22 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 22 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 2 
Introdução 
Nesta aula, vamos refletir sobre as seguintes questões: 
• O que é educação especial? 
• Qual é a proposta da educação especial para o Ensino Superior? 
 
A ideia é entender as diversidades no âmbito educacional. Afinal, elas existem e 
temos de lidar com o diverso todos os dias. 
Bons estudos! 
 
Objetivo: 
1. Analisar a trajetória da educação especial em uma perspectiva de educação 
inclusiva no ensino brasileiro; 
2. Discutir sobre o papel da educação especial no Ensino Superior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 3 
Conteúdo 
 
Entendendo a educação especial 
Para darmos início a este estudo, vamos analisar a posição que a educação 
especial ocupa no sistema de ensino do Brasil: 
 
 
Figura representativa da educação especial. 
 
Como você percebeu, atualmente, a educação especial é considerada como 
elemento integrado e distinto do sistema educacional, que perpassa todos os 
níveis de ensino. 
 
Dessa forma, o projeto de ensino, a organização e a prática pedagógica que a 
envolvem devem respeitar as peculiaridades dos alunos com necessidades 
educacionais especiais, desde a educação infantil até o Ensino Superior. 
 
Esses estudantes requerem recursos pedagógicos e metodologias específicas de 
ensino por apresentarem necessidades diferenciadas – de caráter provisório ou 
permanente – dos demais educandos para a aquisição da aprendizagem. 
 
O objetivo é promover o desenvolvimento de seu potencial. Afinal: Quando 
lidamos com alunos portadores de necessidades educacionais 
especiais, não trabalhamos com dificuldades, e sim com 
possibilidades! 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 4 
Tipos de deficiências 
Vamos conhecer, agora, algumas deficiências com as quais os professores têm 
de lidar no âmbito educacional: 
 
Deficiência física 
Variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo em termos de 
mobilidade, de coordenação motora geral ou de fala, em decorrência de lesões 
neurológicas, neuromusculares e ortopédicas ou, ainda, de má formação 
congênita ou adquirida. 
 
Deficiência visual 
Redução ou perda total da capacidade de ver. Após a melhor correção ótica, 
manifesta-se como cegueira ou visão reduzida. 
 
Deficiência auditiva 
Perda total ou parcial, congênita ou adquirida da capacidade de compreender a 
fala através do ouvido. Essa condição pode se manifestar como surdez leve ou 
moderada, severa ou profunda. 
 
Deficiência múltipla 
Associação no mesmo indivíduo de duas ou mais deficiências primárias – 
mental, visual, auditiva ou física – com comprometimentos que acarretam 
atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa. 
 
Altas habilidades 
Notável desempenho ou elevada potencialidade em qualquer um dos seguintes 
aspectos: 
• Capacidade intelectual geral; 
• Pensamento criativo e produtivo; 
• Capacidade de liderança; 
• Talento especial para artes; 
• Capacidade psicomotora. 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 5 
Contexto histórico 
O século XIX é considerado referência da trajetória histórica da educação 
especial no Brasil, não no sentido de sua inclusão nas instituições regulares de 
ensino, mas de atendimento educacional específico aos alunos deficientes 
visuais e auditivos. 
 
Já no século XX, foram elaborados documentos legais de garantia dos direitos 
fundamentais da pessoa humana, em vários níveis e aspectos, especificamente 
no que se refere aos alunos com necessidades educacionais especiais. 
 
Como consequência dessa linha de conduta mundial, há discursos que visam à 
promoção da educação especial no Brasil, principalmente no tocante à 
educação inclusiva. 
 
Vejamos o que diz a legislação a respeito dessa especificidade da educação no 
País. 
 
Legislação 
Diferente da Constituição brasileira de 1824, a atual Constituição Federal de 
1988 prevê a questão da igualdade por meio do seguinte texto: 
 
“Artigo. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade”. 
 
Em relação à educação, a Carta Magna atual afirma: 
“Artigo. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho.” 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 6 
“Artigo. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; [“...]”. 
 
Percebemos, então, a mudança de concepção no campo educacional, onde o 
princípio de igualdade de condições para o acesso à escola e a permanência na 
instituição de ensino norteia os documentos educacionais que se sucedem. 
 
Um exemplo disso é o Plano Decenal de Educação Para Todos (1993), que 
aborda a necessidade de implementação de estratégias de ensino para atender 
às especificidades de aprendizagem de cada aluno, assegurando a todos uma 
educação de qualidade. 
 
Dando sequência aos princípios da educação promulgados anteriormente, a 
atual Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – 
considera a educação especial uma modalidade de ensino que perpassa 
todos os níveis educacionais, entre eles: 
• A educação infantil; 
• O Ensino Fundamental; 
• O Ensino Médio; 
• O Ensino Superior. 
 
Em outras palavras, para que a aprendizagem do aluno com necessidades 
educacionais especiais se efetive, a educação especial exige maneiras 
específicas de atendimento a ele. 
 
A LDB contemplou a Educação Especial em seu Capítulo V. 
 
Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 CAPÍTULO V DA EDUCAÇÃO 
ESPECIAL Artigo. 58. Entende-se por educação especial, para osefeitos desta 
Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede 
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. § 1º Haverá, quando 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 7 
necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às 
peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º O atendimento 
educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre 
que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua 
integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º A oferta de educação 
especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a 
seis anos, durante a educação infantil. Artigo. 59. 
 
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: 2 I - 
currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, 
para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles 
que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino 
fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em 
menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com 
especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento 
especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a 
integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para 
o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive 
condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no 
trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem 
como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, 
intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas 
sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. 
 
Artigo. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios 
de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e 
com 3 atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e 
financeiro pelo Poder Público. Parágrafo único. O poder público adotará, como 
alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 8 
superdotação na própria rede pública regular de ensino, independentemente do 
apoio às instituições previstas neste artigo. 
 
Estamos diante de avanços que fortalecem o processo de inclusão, que, até 
então, considerávamos como integração – princípio que surgiu na década de 
1960. 
 
De acordo com Martins ([s.d.], p. 7): 
“A análise crítica dessa realidade passou, gradativamente, a considerar que, 
apesar da garantia legal do direito à normalização, permanecia, no processo de 
atenção à pessoa com deficiência, um importante hiato operativo, representado 
pela falta de ações afirmativas, na direção de modificar o contexto social, de 
forma que a pessoa com deficiência, independente do tipo de 
comprometimento apresentado, receba os suportes necessários para que possa 
funcionar no espaço comum da vida da comunidade (familiar, escolar, social 
mais amplo), com autonomia e dignidade”. 
 
O atual momento da educação especial no Brasil representa, portanto, um 
movimento inclusivo que se fortalece com os documentos legais. 
Conheça, a seguir, alguns deles. 
 
Documentos legais 
No contexto contemporâneo, a educação especial aponta, no Brasil e no 
mundo, para a educação inclusiva. Há alguns documentos legais que 
comprovam essa afirmação. Vamos conhecê-los? 
 
Declaração de Salamanca (1994) 
A Declaração de Salamanca Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das 
Necessidades Educativas Especiais é um documento legal de orientação 
mundial para a educação especial. 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 9 
De acordo com esse escrito, é responsabilidade do governo a inclusão das 
pessoas com algum tipo de deficiência no sistema educacional, conforme 
assinala o seguinte trecho da Declaração (BRASIL, 1994a, não paginado): 
“3. Nós congregamos todos os governos e demandamos que eles: 
• Atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus 
sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as 
crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais; 
• Adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, 
matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos que existam 
fortes razões para agir de outra forma; [...]”. 
 
Convenção da Guatemala (2001) 
Outro documento que norteia a educação especial em nível internacional é a 
Convenção da Guatemala – Convenção Interamericana para a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência 
–, promulgada pelo Decreto nº 3.956/01. 
 
Para refletirmos sobre as questões atuais em relação à discriminação às 
pessoas portadoras de deficiência, vamos conferir o Artigo I dessa Convenção: 
“Para os efeitos desta Convenção, entende-se por”: 
1. Deficiência 
O termo ‘deficiência’ significa uma restrição física, mental ou sensorial, de 
natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou 
mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente 
econômico e social. 
 
2. Discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência 
a) o termo ‘discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência’ significa 
toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente 
de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de deficiência 
presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 10 
reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de 
deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais. 
 
b) Não constitui discriminação a diferenciação ou preferência adotada pelo 
Estado Parte para promover a integração social ou o desenvolvimento pessoal 
dos portadores de deficiência, desde que a diferenciação ou preferência não 
limite em si mesma o direito à igualdade dessas pessoas e que elas não sejam 
obrigadas a aceitar tal diferenciação ou preferência. Nos casos em que a 
legislação interna preveja a declaração de interdição, quando for necessária e 
apropriada para o seu bem-estar, esta não constituirá discriminação”. 
 
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência (2007) 
Aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Brasil é 
signatário, a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência, promulgada pelo Decreto nº 6.949/09, estabelece que os Estados 
Partes devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis 
de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e 
social compatível com a meta de inclusão plena. 
 
De acordo com o Artigo 24 dessa Convenção, é responsabilidade dos Estados 
Partes a adoção de medidas que garantam que: 
“2. [...] 
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral 
sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam 
excluídas do ensino primário gratuito e compulsório ou do ensino secundário, 
sob alegação de deficiência; 
 
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino primário inclusivo, 
de qualidade e gratuito, e ao ensino secundário, em igualdade de condições 
com as demais pessoas na comunidade em que vivem; [...]”. 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 11 
PolíticaNacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva (2008) 
Como o foco deste estudo é o ensino universitário, precisamos conhecer, 
também, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva, que estabelece diretrizes com relação ao Nível Superior no Brasil. 
De acordo com esse documento (BRASIL, 2008, não paginado): 
 
“Na educação superior, a educação especial se efetiva por meio de ações que 
promovam o acesso, a permanência e a participação dos alunos. Essas ações 
envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços para a 
promoção da acessibilidade arquitetônica nas comunicações, nos sistemas de 
informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser 
disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as 
atividades que envolvem o ensino, a pesquisa e a extensão”. 
 
Aprendendo com as diferenças 
Como você percebeu, não é fácil lidar com alunos com necessidades 
educacionais especiais, pois esse trabalho é individual e requer que o docente 
não especializado na área busque ajuda para ministrar suas aulas. 
 
Mas, com os recursos necessários, coragem e sensibilidade, é possível obter 
sucesso nesse processo educacional! Cabe ao professor se empenhar para isso. 
Afinal, todos os profissionais da educação têm de estar preparados para as 
situações do cotidiano escolar ou acadêmico e para promover a aprendizagem 
de acordo com as especificidades dos alunos. 
 
Esperamos que esta disciplina possa auxiliar, de alguma forma, os futuros 
educadores nesse sentido! 
 
Atividade proposta 
Nesta aula, discutimos, especificamente, sobre o direito que as pessoas com 
deficiência têm à educação. A inserção no mercado de trabalho também é um 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 12 
direito e uma realidade que lhes diz respeito. Por isso, como qualquer 
trabalhador, esses indivíduos almejam ascensão profissional. 
 
Mas, antes de terem acesso ao Ensino Superior, as pessoas com deficiência 
precisam completar a Educação Básica. 
 
De acordo com o que estudamos nesta aula, isso é possível? Em outros termos, 
os indivíduos com necessidades educacionais especiais podem ter acesso a 
todos os níveis de ensino? Justifique sua resposta com base na legislação da 
educação brasileira. 
 
Chave de resposta 
O aluno deve partir de uma afirmativa e citar a LDB. 
 
Aprenda Mais 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a Constituição brasileira de 1824, leia a 
constituição politica do imperio do brazil (de 25 de março de 
1824), disponível em nossa biblioteca virtual. 
 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a Constituição brasileira atual (1988), leia a 
constituição da república federativa do Brasil de 1988, disponível 
em nossa biblioteca virtual. 
 
 
 
https://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramed
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 13 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a LEI Nº 9.394, leia a LEI Nº 9.394, DE 20 
DE DEZEMBRO DE 1996., disponível em nossa biblioteca virtual. 
 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a declaração de Salamanca, leia a 
declaração de Salamanca, disponível em nossa biblioteca virtual. 
 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a declaração de Salamanca, leia a 
declaração de Salamanca - Sobre Princípios, Políticas e Práticas na 
Área das Necessidades Educativas Especiais, disponível em nossa 
biblioteca virtual. 
 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a trajetória histórica da educação especial 
brasileira, leia o texto Uma leitura da educação especial no 
Brasil, disponível em nossa biblioteca virtual. 
 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.394-1996?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.394-1996?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.394-1996?OpenDocument
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 14 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre o DECRETO Nº 3.956, leia o DECRETO Nº 
3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE 2001., disponível em nossa biblioteca 
virtual. 
 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre o DECRETO Nº 6.949, leia o DECRETO Nº 
6.949, DE 25 DE AGOSTO DE 2009., disponível em nossa biblioteca 
virtual. 
 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a Política nacional de educação especial, 
leia o documento Política nacional de educação especial na 
perspectiva da educação inclusiva, disponível em nossa biblioteca 
virtual. 
 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a Educação especial no Brasil, leia o texto 
Uma leitura da educação especial no Brasil, disponível em nossa 
biblioteca virtual. 
 
 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%203.956-2001?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%203.956-2001?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%203.956-2001?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%206.949-2009?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%206.949-2009?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%206.949-2009?OpenDocument
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 15 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a educação especial, leia o texto História de 
Mariana, Disponível em nossa biblioteca virtual. 
 
 
Referências 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: 
href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm" 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 
12 jan. 2015. 
 
______. Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001. Brasília: Presidência 
da República, 2001. Disponível em: 
href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm" 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm. Acesso em: 12 
jan. 2015. 
 
______. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Brasília: Presidência 
da República, 2009. Disponível em: 
href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d6949.htm" http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d6949.htm. Acesso em: 12 jan. 2015. 
 
______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: Presidência da 
República, 1996. Disponível em: 
href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm" 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 12 jan. 2015. 
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Organização 
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Declaração de 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 16 
Salamanca Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das 
Necessidades Educativas Especiais. Brasília: MEC, SEESP, UNESCO, 1994a. 
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política 
Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC, SEESP, 1994b. 
 
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política 
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. 
Brasília: MEC, SEESP, 2008. 
 
MARTINS, F. L. O conhecimento sobre a inclusão de pessoas com 
necessidades educacionais especiais nas aulas regulares de Educação 
Física do Ensino Fundamental. Programa de Desenvolvimento Educacional. 
Londrina: Universidade Estadual de Londrina, [s.d.]. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
No Brasil,o atendimento às pessoas com deficiência teve início no Império com 
a criação de duas instituições chamadas, atualmente, de: 
a) Instituto Pestalozzi e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). 
b) Instituto do Coração e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). 
c) Instituto Benjamin Constant e Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). 
d) Instituto Helena Antipoff e Associação de Assistência à Criança Deficiente 
(AACD). 
e) Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e Centro Nacional de 
Educação Especial (CENESP.) 
 
Questão 2 
De acordo com o que estudamos nesta aula, a Convenção Interamericana para 
a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas 
Portadoras de Deficiência é denominada: 
a) Convenção da Guatemala. 
b) Convenção de Salamanca. 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 17 
c) Convenção Universal de Genebra. 
d) Convenção Universal dos Direitos Humanos. 
e) Convenção Universal dos Direitos dos Portadores de Deficiência. 
 
Questão 3 
A deficiência que compromete o aparelho locomotor – que compreende os 
sistemas osteoarticular, muscular e nervoso – é a seguinte: 
a) Deficiência física. 
b) Deficiência visual. 
c) Deficiência mental. 
d) Deficiência auditiva. 
e) Altas habilidades. 
 
Questão 4 
Analise a charge a seguir: 
 
Descrição da imagem: Um cadeirante, com expressão de dúvida e, ao mesmo tempo, de 
desânimo, olha para uma escadaria bem a sua frente, questionando-se como vai fazer para 
subir os degraus diante de sua condição de deficiente físico. Na charge, uma questão para 
reflexão: O que você faria nessa situação? 
Disponível em: <http://goo.gl/1VJn8s>. Acesso em: 12 jan. 2015. 
Indique se a situação descrita na charge relaciona-se à inclusão: 
a) Sim, pois, na proposta inclusiva, tem de haver acessibilidade. 
b) Não, pois, na proposta inclusiva, tem de haver acessibilidade. 
c) Sim, pois as pessoas têm de se adaptar às barreiras arquitetônicas. 
d) Não, pois as pessoas têm de se adaptar às barreiras arquitetônicas. 
e) Sim, pois a cadeira de rodas pode ser adaptada para subir as escadas. 
http://goo.gl/1VJn8s
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 18 
Questão 5 
Indique se, atualmente, o aluno com restrição temporária de movimentos é 
considerado especial: 
a) Não, pois os alunos com necessidades educacionais especiais têm alguma 
restrição temporária. 
b) Sim, pois os alunos com necessidades educacionais especiais têm alguma 
restrição permanente. 
c) Não, pois os alunos com necessidades educacionais especiais têm alguma 
restrição permanente. 
d) Sim, pois os alunos com necessidades educacionais especiais têm alguma 
restrição permanente ou temporária. 
e) Não, pois os alunos com necessidades educacionais especiais têm alguma 
restrição permanente ou temporária. 
 
Questão 6 
Quanto à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no 
Ensino Superior, é CORRETO afirmar que: 
a) Seu atendimento só ocorre na educação infantil. 
b) Eles não podem participar das atividades de extensão e pesquisa. 
c) Ao contrário do que ocorre no Ensino Fundamental, não há obrigatoriedade de 
atendê-los nesse nível de ensino. 
d) A educação especial em uma perspectiva inclusiva perpassa todos os níveis de 
ensino – inclusive o universitário. 
e) Eles podem frequentar o Nível Superior, desde que se dispensem metodologias 
específicas de ensino para a efetivação de sua aprendizagem. 
 
Questão 7 
O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da 
Educação destinado a financiar a Graduação na Educação Superior de 
estudantes matriculados em instituições não gratuitas. Pensando nessa questão 
e na inclusão, podemos afirmar que os alunos com necessidades educacionais 
especiais: 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 19 
a) Só têm direito aos programas de saúde. 
b) Poderão se candidatar a esse financiamento. 
c) Só têm acesso aos benefícios e programas sociais da Educação Básica. 
d) Não têm direito a esse benefício nem a qualquer outro relativo ao Ensino 
Superior. 
e) Não têm como participar desse programa, pois já estão incluídos no Ensino 
Superior. 
 
Questão 8 
Analise a charge a seguir: 
 
Descrição da imagem: Uma cadeirante olha para uma escadaria bem a sua frente – a 
entrada de uma biblioteca – e, revoltada com a situação de impotência em que se encontra por 
não ter condições de subir os degraus, reivindica seus direitos de deficiente físico, dizendo: – 
Escadaria NÃO! Rampa é a solução! Ao final da charge, uma frase que sintetiza a situação 
descrita: IR e VIR: UM DIREITO UNIVERSAL DO HOMEM 
Com base no que estudamos nesta aula e na análise dessa charge, podemos 
afirmar que: Os alunos universitários com necessidades educacionais especiais 
não precisam ter acesso a todos os ambientes da instituição de ensino. 
• Os alunos de qualquer nível ou etapa de educação precisam ter condições de 
usar e acessar todos os ambientes – seja na instituição pública ou privada. 
• Os alunos de qualquer nível ou etapa de educação precisam ter condições de 
usar e acessar todos os ambientes – somente na instituição pública. 
Entre os itens anteriores, está(ão) CORRETO(S): 
a) I e II 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 20 
b) I e III 
c) Somente II 
d) Somente I 
e) Somente III 
 
Questão 9 
O acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de ensino 
pressupõe: 
a) A facultativa garantia de condições de acessibilidade necessárias à plena 
participação e autonomia dos estudantes com deficiência. 
b) A adoção de medidas de apoio específicas para garantir as condições de 
acessibilidade necessárias à plena participação e autonomia dos estudantes 
com deficiência na Educação Básica. 
c) A adoção de medidas de apoio específicas para garantir as condições de 
acessibilidade necessárias à plena participação e autonomia dos estudantes 
com deficiência, em ambientes que maximizem seu desenvolvimento acadêmico 
e social. 
d) A falta de adoção de medidas de apoio específicas para garantir as condições 
de acessibilidade necessárias à plena participação e autonomia dos estudantes 
com deficiência, em ambientes que maximizem seu desenvolvimento acadêmico 
e social. 
e) A desnecessária adoção de medidas de apoio específicas para garantir as 
condições de acessibilidade necessárias à plena participação e autonomia dos 
estudantes com deficiência, em ambientes que maximizem seu 
desenvolvimento acadêmico e social. 
 
Questão 10 
Analise o gráfico a seguir, que apresenta a evolução das matrículas de estudantes 
com deficiência na Educação Superior: 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 21 
 
Disponível em: <http://goo.gl/p0LlV9>. Acesso em: 12 jan. 2015. 
De acordo com esse gráfico, podemos afirmar que, em relação à inclusão no 
Ensino Superior no Brasil: Há evolução nas matrículas de estudantes com 
deficiência. 
• Não houve evolução nas matrículas de estudantes com deficiência. 
• O acesso das pessoas com deficiência a esse nível de ensino vem se ampliando 
significativamente. 
• O acesso das pessoas com deficiência a esse nível de ensino se manteve 
estável. 
• Os dados são insignificantes para considerarmos alguma conquista. 
Entre os itens anteriores, estão CORRETOS: 
a) I e III. 
b) I, II e III. 
c) IV e V. 
d) II, III, IV e V. 
e) III e V. 
 
 
http://goo.gl/p0LlV9
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 22 
Educação especial: De acordo com a Política Nacional de Educação Especial 
(BRASIL, 1994b, p. 17), trata-se de: 
 
“[...] um processo que visa promover o desenvolvimento das potencialidades 
de pessoas portadoras de deficiências, condutas típicas ou altas habilidades, e 
que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Fundamenta-se 
em referenciais teóricos e práticos compatíveis com as necessidadesespecíficas de seu alunado.” 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: Em 1854, foi criado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos – hoje 
denominado Instituto Benjamin Constant – e, em 1856, o Instituto dos Surdos 
Mudos – atualmente chamado de Instituto Nacional de Educação dos Surdos 
(INES). 
 
Questão 2 - A 
Justificativa: A Convenção da Guatemala norteia a educação especial em nível 
internacional. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: A deficiência física afeta o indivíduo em termos de mobilidade, de 
coordenação motora geral ou de fala, em decorrência de lesões neurológicas, 
neuromusculares e ortopédicas ou, ainda, de má formação congênita ou 
adquirida. 
 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 23 
Questão 4 - B 
Justificativa: A cena da charge não se relaciona à proposta de inclusão, que 
aponta a necessidade de adaptação dos prédios para todas as pessoas – 
independente de dificuldade de mobilidade. 
 
Questão 5 - D 
Justificativa: O aluno com deficiência requer recursos pedagógicos e 
metodologias específicas de ensino por apresentar necessidades diferenciadas – 
de caráter provisório ou permanente – dos demais educandos para a aquisição 
da aprendizagem. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: O aluno com necessidades educacionais especiais será atendido 
em todos os níveis de ensino de acordo com suas especificidades e a partir de 
metodologias específicas de aprendizagem. 
 
Questão 7 - B 
Justificativa: De acordo com a LDB, os alunos da educação especial incluídos no 
ensino regular terão acesso aos benefícios dos programas sociais 
suplementares disponíveis para seu nível educacional. 
 
Questão 8 - C 
Justificativa: Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou 
modalidade de educação – pública e privada – devem proporcionar condições 
de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para 
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida – inclusive salas 
de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios, instalações desportivas, laboratórios, 
áreas de lazer e sanitários. 
 
Questão 9 - C 
Justificativa: É preciso adotar medidas de apoio específicas para garantir as 
condições de acessibilidade necessárias à plena participação e autonomia dos 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 24 
estudantes com deficiência, em todas as modalidades e em todos os níveis de 
ensino. 
 
Questão 10 - A 
Justificativa: De acordo com os resultados apresentados pelo gráfico, houve 
evolução nas matrículas dos alunos com necessidades educacionais especiais no 
Ensino Superior. 
 
 
 
 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 1 
Aula 2: Fundamentos da educação inclusiva ................................................................................ 2 
 ............................................................................................................................. 2 Introdução
 ................................................................................................................................ 3 Conteúdo
O que é inclusão? .............................................................................................................. 3 
Condutas históricas com relação à deficiência ........................................................... 4 
Inclusão na sala de aula ................................................................................................... 5 
Políticas públicas ................................................................................................................ 6 
Ensino Superior e educação inclusiva ......................................................................... 10 
Atividade proposta .......................................................................................................... 11 
Procurando caminhos possíveis ................................................................................... 30 
 ....................................................................................................................... 31 Aprenda Mais
........................................................................................................................... 31 Referências
 ......................................................................................................... 32 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 35 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 35 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 2 
 
Introdução 
Nesta aula, vamos conhecer as questões legais referentes ao movimento de 
inclusão na educação especial com base em sua trajetória histórica. 
Bons estudos! 
 
Objetivo: 
1. Discutir sobre a educação especial sob a perspectiva de educação inclusiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 3 
Conteúdo 
 
O que é inclusão? 
Na primeira aula, discutimos e refletimos sobre a educação especial no Brasil e 
muito falamos a respeito da perspectiva atual de inclusão. Nossa proposta 
inicial para este estudo é pensar nesse assunto partindo da observação do 
poema a seguir: 
 
Como você percebeu, a palavra INCLUSÃO foi escrita repetidamente, mas com 
tamanhos diferentes. É possível lê-la até certo momento. No entanto, no final 
do poema, fica quase impossível identificar o que está escrito, não é verdade? 
Pensem bem! Se o texto não for apresentado com uma fonte adequada, que 
atenda, pelo menos, a maioria dos que precisam lê-lo, quantas pessoas serão 
privadas dessa leitura? 
 
É mais ou menos isto o que ocorre na educação especial e no processo 
educacional como um todo: quando não pensamos em questões que, 
aparentemente, parecem pequenas, excluímos não só os alunos com 
necessidades educacionais especiais mas também parte da turma que, a 
princípio, não tem dificuldade de visão. 
 
Nesta aula, trataremos, especificamente, da inclusão de alunos com 
necessidades educacionais especiais. 
 
A questão que norteia este estudo é a seguinte: 
Como dar oportunidade de acesso à aprendizagem a todos os alunos 
por meio de uma postura inclusiva? 
 
Em primeiro lugar, o docente deve ter em mente que a inclusão não se destina 
apenas aos alunos com algum tipo de deficiência, mas a todos os que 
participam do processo de ensino – independente de sua condição. 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 4 
Aqui, nosso foco está voltado para esse tipo de estudante. Vamos refletir sobre 
o assunto? 
 
Condutas históricas com relação à deficiência 
Na aula anterior, percebemos que o movimento de inclusão é uma tendência 
atual na educação especial. Vamos conhecer, agora, algumas condutas 
históricas que guiaram o entendimento do conceito de deficiência – antes não 
atrelado à proposta inclusiva: 
 
Antiguidade 
Neste período, as pessoas consideradas diferentes sofriam, muitas vezes, com o 
abandono ou eram alvo de proteção ou sustento. Nos relatos bíblicos, há 
referências ao cego, ao manco e ao leproso como deficientes – a maioria 
pedinte. Muitos eram rejeitados pela comunidade – seja pelo medo de contrair 
alguma doença, seja pelo pensamento de que eram amaldiçoados pelos 
deuses. 
 
Idade Média 
Neste período, por influência do domínio do cristianismo, as pessoas diferentes 
não eram mais exterminadas, mas, de certa forma, ignoradas e 
dependiam da caridade dos outros. Há relatos que indicam que, no século XIII, 
surgiram instituições para abrigar deficientes mentais. 
 
Século XVI 
Neste período, foi criado o primeiro hospital psiquiátrico: um local de 
confinamento de deficientes, no qual se tentava realizar o tratamento da 
deficiência a partirde uma referência orgânica baseada na alquimia, na magia e 
na astrologia – ciências dessa época. 
 
Aqui, identificamos o primeiro paradigma – que implica valores e ações – que 
caracterizou a relação da sociedade com as pessoas com deficiência: o 
paradigma da institucionalização. 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 5 
Século XX 
O paradigma da institucionalização começou a ser criticado nos anos 1960. 
Nesse contexto, surgiram os conceitos de normalização, 
desinstitucionalização e integração. 
 
A partir de meados do século XX, emergiu, em todo o mundo, a defesa da 
concepção de uma sociedade inclusiva. 
 
No decorrer desse período histórico, fortaleceu-se, também, a crítica às práticas 
de categorização e segregação de estudantes encaminhados para ambientes 
especiais. Essa visão conduziu a sociedade ao questionamento dos modelos 
homogeneizadores de ensino e de aprendizagem que geravam a exclusão 
desses alunos nos espaços escolares. 
 
Inclusão na sala de aula 
Até agora, estudamos a trajetória do atual movimento de inclusão dos 
educandos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Mas, 
apesar dos discursos em direção ao tema, sabemos que esse movimento ainda 
não se efetivou, de fato, na atualidade. 
 
Vamos continuar refletindo sobre essa questão por meio da leitura da charge a 
seguir: 
 
 
Disponível em: http://goo.gl/hh7ilI. Acesso em: 13 jan. 2015. 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 6 
Como você percebeu, o professor está de costas para a turma, escrevendo no 
quadro-negro e, ao mesmo tempo, dando informações a respeito da data da 
prova por meio da linguagem verbal – usando termos como “Veja” e “Ouça” –, 
sem se dar conta de que há alunos com deficiência em sala de aula. 
 
O docente poderia facilitar o aprendizado – não só dos jovens com 
necessidades educacionais especiais mas também dos demais alunos – se 
estivesse falando em voz alta e de frente para a turma, certo? 
 
No caso do aluno com deficiência auditiva, por exemplo, o professor pode 
permitir que ele faça uma gravação em vídeo da aula, a fim de que possa, 
posteriormente, rever e compreender, com tranquilidade, o conteúdo 
transmitido. Enfim, o educador não deve esquecer que: 
 
Incluir é entender e respeitar a individualidade de cada um! 
 
Políticas públicas 
Já discutimos sobre a postura do professor frente à educação especial na 
perspectiva inclusiva. Mas, apesar de ser o responsável pela aprendizagem dos 
alunos com necessidades educacionais especiais, sozinho, o docente não 
consegue dar conta da inclusão desses jovens no universo de ensino. 
 
Pensar na educação dos indivíduos com algum tipo de deficiência vai além da 
responsabilidade exclusiva do educador. Trata-se de um problema social! 
 
Para desenvolver com qualidade o trabalho educacional junto a esses alunos, 
todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem precisam estar 
preparados para lidar com esse grupo, tendo como suporte as políticas 
públicas. 
 
As recomendações teórico-técnicas e normas vigentes que estudaremos a 
seguir servem para a implementação da educação inclusiva e as práticas 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 7 
desenvolvidas para superar os problemas relativos à realidade escolar no 
processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais. 
 
Entre as iniciativas governamentais em relação à inclusão educacional dos 
alunos com necessidades educacionais especiais nas instituições brasileiras de 
ensino regular, está a criação da Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB). 
 
Essa Lei oferece, em seu Capítulo V – já apresentado na aula anterior –, apoio 
técnico e financeiro à educação especial em uma perspectiva inclusiva, o que 
propiciou as seguintes considerações: 
• A inclusão dos alunos da educação especial no ensino regular é preferencial; 
• Os alunos incluídos devem ter suas necessidades específicas atendidas para a 
efetivação de sua aprendizagem; 
• Há previsão de apoio governamental nesse contexto. 
 
Já a Resolução CNE/CEB nº 2/01, que institui as Diretrizes Nacionais para a 
Educação Especial na Educação Básica, destaca, em seu Artigo 2º, o seguinte: 
"Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas 
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades 
educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma 
educação de qualidade para todos”. 
 
Esses dispositivos legais norteiam todo o trabalho pedagógico necessário – 
desconhecido pela maioria dos docentes – para lidar com os alunos com 
deficiência, quer na Educação básica ou no Ensino Superior. 
 
Conheça, agora, alguns documentos de apoio técnico à educação especial que 
podem ser encontrados no Portal do Ministério da Educação (MEC): 
 
 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 8 
Saberes e práticas da inclusão (2003) 
Este documento “aponta para a necessidade de apoiar as creches e as escolas 
de educação infantil, a fim de garantir a essa população, condições de 
acessibilidade física e de acessibilidade a recursos materiais e técnicos 
apropriados para responder a suas necessidades educacionais especiais” 
(BRASIL, 2004, p. 23). 
 
Projeto Escola Viva (2000 e 2005) 
De acordo com o Portal do MEC: 
“Visando atender a necessidade de programas de formação e suporte técnico-
científico aos professores que garanta o acesso, a permanência e um ensino de 
qualidade aos alunos nas salas de aula do ensino regular, a Secretaria de 
Educação Especial distribuiu para todos os estados brasileiros um conjunto de 
materiais que compõe o Projeto Escola Viva. Essa coletânea, recentemente 
reeditada, contém cinco cartilhas e duas fitas de vídeo que devem ser utilizadas 
nos programas de formação de professores e nas pesquisas educacionais”. 
 
Confira o índice das duas versões desse documento (BRASIL, 2000; 2005b): 
 
 
Quadro representativo sobre o índice de materiais distribuídos para formações de professores do projeto 
Escola Viva. 
 
Documento subsidiário à política de inclusão (2005) 
Nas palavras do próprio material (BRASIL, 2005a, p. 5): 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 9 
“Este documento tem como objetivo subsidiar os sistemas educacionais para 
transformar as escolas públicas brasileiras em espaços inclusivos e de qualidade 
que valorizem as diferenças sociais, culturais, físicas e emocionais, e atendam 
às necessidades educacionais de cada aluno. 
 
Nesse sentido, são apresentadas reflexões críticas sobre os referenciais que 
fundamentaram a educação especial na perspectiva da integração, propondo 
uma análise da formação de educadores, do conceito de deficiência mental e 
das práticas escolares a partir da evolução da concepção sob o novo paradigma 
no contexto da educação inclusiva”. 
 
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva (2008) 
Nas palavras do próprio material (BRASIL, 2008, não paginado), este 
documento: 
“[...] tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, 
orientando os sistemas de ensino para garantir: 
• Acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos 
níveis mais elevados do ensino; 
• Transversalidade da modalidade de educação especial, desde a educação 
infantil até a Educação Superior; 
• Oferta do atendimento educacional especializado; 
• Formação de professores para o atendimento educacional especializado e 
demais profissionais da educação para a inclusão; 
• Participação da família e da comunidade; 
• Acessibilidade arquitetônica nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações 
e informação; 
• Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas”. 
 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃOINCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 10 
Ensino Superior e educação inclusiva 
Percebemos, por meio deste estudo, que a inclusão escolar tem início na 
educação infantil, pois esse é o momento-base para as etapas seguintes da 
trajetória do aluno com necessidades educacionais especiais no ensino regular. 
Após esse trabalho inicial, quando o professor o atender no Ensino Superior, 
algumas barreiras pedagógicas já terão sido transportas pelo discente ao longo 
da Educação Básica – que vai da educação infantil ao Ensino Médio. 
 
Essa abordagem nos leva ao seguinte questionamento: 
Qual o papel do Ensino Superior no cenário da educação inclusiva? 
Vamos descobrir? 
 
Até chegar ao Ensino Superior, o jovem com necessidades educacionais 
especiais tem de passar por várias etapas. Convidamos você a refletir sobre 
essa questão por meio do seguinte poema, de Carlos Drummond de Andrade: 
 
No meio do caminho 
No meio do caminho tinha uma pedra 
Tinha uma pedra no meio do caminho 
Tinha uma pedra 
No meio do caminho tinha uma pedra. 
Nunca me esquecerei desse acontecimento 
Na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
Tinha uma pedra 
Tinha uma pedra no meio do caminho 
No meio do caminho tinha uma pedra. 
 
Quando esse aluno – incluído no universo de ensino desde a Educação Básica – 
encontrar muitas pedras no meio do caminho, caberá ao educador ajudá-lo a 
transpô-las na medida em que aparecerem. 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 11 
Para concluir essa discussão, listamos algumas dicas dadas por Sassaki (2005, 
p. 1) para lidar com a pessoa com deficiência: 
• Converse com ela respeitosamente, sabendo que ambos desejam ser 
respeitados como seres humanos; 
• Comporte-se de igual para igual, ou seja, considere que vocês dois 
possuem a mesma dignidade; 
• Aceite-a como ela é, assim como você espera ser aceito; 
• Ofereça ajuda sempre que notar que ela necessita de você; 
• Pergunte antes de ajudar, e jamais insista nisso; 
• Se ela aceitar a ajuda, deixe que diga a você como quer ser ajudada; 
• Lembre-se de que ela tem os mesmos direitos garantidos a todos. 
 
Atividade proposta 
Vamos testar seus conhecimentos? 
Leia o Documento Orientador do Programa Incluir – Acessibilidade na Educação 
Superior – SECADI/SESu – 2013. Em seguida, identifique a proposta dos 
programas de extensão presente nesse material. 
 
DOCUMENTO ORIENTADOR PROGRAMA INCLUIR - ACESSIBILIDADE 
NA EDUCAÇÃO SUPERIOR SECADI/SESu–2013 
 
SUMÁRIO I - Introdução 
II - Contexto Histórico 
III - Marcos Legais, Políticos e Pedagógicos 
IV- O direito das pessoas com deficiência à educação superior 
V - Programa Incluir - acessibilidade na educação superior 
VI - Conceitos e definições 
VII - Orientações orçamentarias 
VIII - Indicadores do Programa Incluir - acessibilidade na educação superior 
 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 12 
ANEXO I - Recursos orçamentários alocados diretamente nas Unidades 
Orçamentarias das Universidades Federais para implementação da Política de 
Acessibilidade 
 
I - Introdução 
O presente documento objetiva orientar a institucionalização da Política de 
Acessibilidade nas Instituições Federais de Educação Superior – IFES, a fim de 
assegurar o direito da pessoa com deficiência à educação superior, 
fundamentado nos princípios e diretrizes contidos na Convenção sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU 2006) e nos Decretos n°. 
186/2008,6.949/2009, 5.296/2004, 5.626/2005 e 7.611/2011. 
 
Nesse sentido, o Ministério da Educação apoia as IFES, por meio de aporte 
contínuo e sistemático de recursos orçamentários para a execução de ações de 
acessibilidade, no âmbito do eixo “Acesso à Educação” do Plano Nacional dos 
Direitos das Pessoas com Deficiência – Viver sem Limite. 
 
O Programa Incluir – acessibilidade na educação superior é executado por meio 
da parceria entre a Secretaria de Educação Superior - SESu e a Secretaria de 
Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI, 
objetivando fomentar a criação e a consolidação de núcleos de acessibilidade 
nas universidades federais, as quais respondem pela organização de ações 
institucionais que garantam a inclusão de pessoas com deficiência à vida 
acadêmica, eliminando barreiras pedagógicas, arquitetônicas e na comunicação 
e informação, promovendo o cumprimento dos requisitos legais de 
acessibilidade. 
 
No período de 2005 a 2011, o Programa Incluir – acessibilidade na educação 
superior efetivou-se por meio de chamadas públicas concorrenciais, que, 
naquele momento, significaram o início da formulação de estratégias para 
identificação das barreiras ao acesso das pessoas com deficiência à educação 
superior. A partir de 2012, esta ação foi universalizada atendendo todas as 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 13 
IFES, induzindo, assim, o desenvolvimento de uma Política de Acessibilidade 
ampla e articulada. 
 
II - Contexto histórico 
A partir de meados do século XX, emerge, em nível mundial, a defesa da 
concepção de uma sociedade inclusiva. No decorrer desse período histórico, 
fortalece-se a crítica às práticas de categorização e segregação de estudantes 
encaminhados para ambientes especiais, que conduzem, também, ao 
questionamento dos modelos homogeneizadores de ensino e de aprendizagem, 
geradores de exclusão nos espaços escolares. 
 
Visando enfrentar esse desafio e construir projetos capazes de superar os 
processos históricos de exclusão, a Conferência Mundial de Educação para 
Todos, Jomtien/1990, chama a atenção dos países para os altos índices de 
crianças, adolescentes e jovens sem escolarização, tendo como objetivo 
promover as transformações nos sistemas de ensino para assegurar o acesso e 
a permanência de todos na escola. 
 
Os principais referenciais que enfatizam a educação de qualidade para todos, 
ao constituir a agenda de discussão das políticas educacionais, reforçam a 
necessidade de elaboração e a implementação de ações voltadas para a 
universalização do acesso à escola no âmbito do ensino fundamental, médio e 
superior, a oferta da educação infantil nas redes públicas de ensino, a 
estruturação do atendimento às demandas de alfabetização e da modalidade de 
educação de jovens e adultos, além da construção da gestão democrática da 
escola. 
 
No contexto do movimento político para o alcance das metas de educação para 
todos, a Conferência Mundial de Necessidades Educativas Especiais: Acesso e 
Qualidade, realizada pela UNESCO em 1994, propõe aprofundar a discussão, 
problematizando os aspectos acerca da escola não acessível a todos 
estudantes. A partir desta reflexão acerca das práticas educacionais que 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 14 
resultam na desigualdade social de diversos grupos, o documento Declaração 
de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais 
proclama que as escolas comuns representam o meio mais eficaz para 
combater as atitudes discriminatórias, ressaltando que: O princípio fundamental 
desta Linha de Ação é de que as escolas devem acolher todas as crianças, 
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, 
linguísticas ou outras. 
 
Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que 
vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nómades; 
crianças de minorias linguísticas, étnicos ou culturais e crianças de outros 
grupos e zonas desfavorecidos ou marginalizados. (Brasil, 1997, p. 17 e 18). No 
paradigma da inclusão, ao afirmar que todos se beneficiam quando as escolas 
promovem respostas às diferenças individuais de estudantes, são impulsionados 
os projetos de mudanças nas políticas públicas. 
 
A partir dos diversos movimentos que buscam repensar o espaço escolar e da 
identificação das diferentesformas de exclusão, geracional, territorial, étnico 
racial, de género, dentre outras, a proposta de inclusão escolar começa a ser 
gestada. Essa perspectiva conduz o debate sobre os rumos da educação 
especial, tornando-se fundamental para a construção de políticas de formação 
docente, financiamento e gestão, necessárias para a transformação da 
estrutura educacional a fim de assegurar as condições de acesso, participação e 
aprendizagem de todos estudantes, concebendo a escola como um espaço que 
reconhece e valoriza as diferenças. 
 
Paradoxalmente ao crescente movimento mundial pela inclusão, em 1994 o 
Brasil publica o documento Política Nacional de Educação Especial, alicerçado 
no paradigma integracionista, fundamentado no princípio da normalização, com 
foco no modelo clínico de deficiência, atribuindo às características físicas, 
intelectuais ou sensoriais de estudantes, caráter incapacitante que se constitui 
em impedimento para sua inclusão educacional e social. 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 15 
Esse documento define como modalidades de atendimento em educação 
especial no Brasil: as escolas e classes especiais; o atendimento domiciliar, em 
classe hospitalar e em sala de recursos; o ensino itinerante, as oficinas 
pedagógicas, a estimulação essencial e as classes comuns. 
 
Mantendo a estrutura paralela e substitutiva da educação especial, o acesso de 
estudantes com deficiência ao ensino regular é condicionado, conforme 
expressa o conceito que orienta quanto à matrícula em classe comum: 
Ambiente dito regular de ensino/aprendizagem, no qual também, são 
matriculados, em processo de integração instrucional, os portadores de 
necessidades especiais que possuem condições de acompanhar e desenvolver 
as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que 
os alunos ditos normais. (Brasil,1994, p.19) 
 
Ao invés de promover a mudança de concepção favorecendo os avanços no 
processo de inclusão escolar, essa política demonstra fragilidade perante os 
desafios inerentes à construção do novo paradigma educacional. Ao conservar o 
modelo de organização e classificação de estudantes, estabelece-se o 
antagonismo entre o discurso inovador de inclusão e o conservadorismo das 
ações que não atingem a escola comum no sentido da sua ressignificação e 
mantém a escola especial como espaço de acolhimento daqueles estudantes 
considerados incapacitados para alcançar os objetivos educacionais 
estabelecidos. Sem medidas de investimento na construção e avanço do 
processo de inclusão escolar, surge o discurso de resistência à inclusão, com 
ênfase na falta de condições pedagógicas e de infra-estrutura da escola. 
 
Esse posicionamento não representa as práticas transformadoras capazes de 
propor alternativas e estratégias de formação docente e implantação de 
recursos nas escolas que respondam afirmativamente às demandas dos 
sistemas de ensino, resultando na continuidade das práticas arcaicas que 
justificam a segregação em razão da deficiência. Nesse período as diretrizes 
educacionais brasileiras respaldam o caráter substitutivo da educação especial, 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 16 
embora expressem a necessidade de atendimento às especificidades 
apresentadas pelo aluno na escola comum. Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (1996) quanto a Resolução 02 do Conselho Nacional de 
Educação (2001) denotam ambiguidade quanto à organização da Educação 
Especial e da escola comum no contexto inclusivo. 
 
Ao mesmo tempo em que orientam a matrícula de estudantes público alvo da 
educação especial nas escolas comuns da rede regular de ensino, mantém a 
possibilidade do atendimento educacional especializado substitutivo a 
escolarização. No início do século XXI, esta realidade suscita mobilização mais 
ampla em torno do questionamento à estrutura segrega dor a reproduzida nos 
sistemas de ensino, que mantém um alto índice de pessoas com deficiência em 
idade escolar fora da escola e a matrícula de estudantes público alvo da 
educação especial, majoritariamente, em escolas e classes especiais. 
 
A proposta de um sistema educacional inclusivo passa, então, a ser percebida 
na sua dimensão histórica, como processo de reflexão e prática, que possibilita 
efetivar mudanças conceituais, político e pedagógicas, coerentes com o 
propósito de tornar efetivo o direito de todos à educação, preconizado pela 
Constituição Federal de 1988. 
 
lll - Marcos Legais, Políticos e Pedagógicos 
Em consonância com a legislação que assegura o direito da pessoa com 
deficiência à educação; com a atual política de educação especial e com os 
referenciais pedagógicos da educação inclusiva, importa explicitar o significado 
destes marcos legais, políticos e pedagógicos, bem como, seu impacto na 
organização e oferta da educação em todos os níveis e etapas. 
 
Com a finalidade de ressaltar as condições necessárias para o pleno acesso, 
participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência, na educação 
superior, sublinham-se os principais aspectos da legislação vigente e dos 
referenciais políticos e pedagógicos educacionais. Assim, as instituições de 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 17 
educação superior - IES devem assegurar o pleno acesso, em todas as 
atividades acadêmicas, considerando: 
1. A Constituição Federal/88, Artigo. 205, que garante a educação como um 
direito de todos; 
2. A Lei n° 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais-Libras; 
3. O Decreto n° 3.956/2001, que ratifica a Convenção Interamericana para a 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de 
deficiência; 
4. O Decreto n° 5.296/2004, que regulamenta as Leis 10.048/2000 e 
10.098/2000, estabelecendo normas gerais e critérios básicos para o 
atendimento prioritário a acessibilidade de pessoas com deficiência ou com 
mobilidade reduzida. No seu Artigo 24, determina que os estabelecimentos de 
ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade pública e privada, 
proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou 
compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade 
reduzida inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios instalações 
desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários; 
5. O Decreto 5.626/2005, que regulamenta a Lei n° 10.436/2002, que dispõe 
sobre o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e estabelece que 
os sistemas educacionais devem garantir, obrigatoriamente, o ensino de 
LIBRAS em todos os cursos de formação de professores e de fonoaudiólogos e , 
optativamente, nos demais cursos de educação superior; 
6. O Decreto n° 5.773/2006, que dispõe sobre regulação, supervisão e 
avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores no sistema 
federal de ensino; 
7. O Decreto n° 6.949/2009, que ratifica, como Emenda Constitucional, a 
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU,2006),que 
assegura o acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis; 
8. O Decreto n° 7.234/2010, que dispõe sobre o programa nacional de 
assistência estudantil - PNAES; 
9. O Decreto n° 7.611/2011, que dispõe sobre o atendimento educacional 
especializado, que prevê, no §2° do Artigo. 5o : VII -estruturação de núcleos de 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 18 
acessibilidade nas instituições federais de educação superior. § 5a Os núcleos 
de acessibilidade nas instituições federais de educação superior visam eliminar 
barreiras físicas, de comunicação e de informação que restringem a 
participação e o desenvolvimento acadêmico e social de estudantes com 
deficiência; 
10. A Portaria n° 3.284/2003, que dispõe sobre os requisitos de acessibilidade 
às pessoas com deficiência para instruir processo de autorização e 
reconhecimento decursos e de credenciamento de instituições. 
 
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 
(MEC/2008), que define a Educação Especial como modalidade transversal a 
todos os níveis, etapas e modalidades, tem como função disponibilizar recursos 
e serviços de acessibilidade e o atendimento educacional especializado, 
complementar a formação dos estudantes com deficiência, transtornos globais 
do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. 
 
O acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis pressupõe a 
adoção de medidas de apoio específicas para garantir as condições de 
acessibilidade, necessárias à plena participação e autonomia dos estudantes 
com deficiência, em ambientes que maximizem seu desenvolvimento acadêmico 
e social. "[...] a fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma 
independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados 
Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com 
deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, 
ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos 
sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como a outros 
serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona 
urbana como na rural. (ONU,2006) [...]" As Conferências Nacionais de 
Educação - CONEB/2008 e CONAE/2010, que referendaram a implementação 
de uma política de educação inclusiva, o pleno acesso dos(as) estudantes 
público alvo da educação especial no ensino regular, à formação de 
profissionais da educação para a inclusão, o fortalecimento da oferta do AEE e 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 19 
a implantação de salas de recursos multifuncionais, garantindo a transformação 
dos sistemas educacionais em sistemas educacionais inclusivos. 
 
IV - O direito das pessoas com deficiência à educação superior 
O acesso das pessoas com deficiência à educação superior vem se ampliando 
significativamente, em consequência do desenvolvimento inclusivo da educação 
básica. 
 
Essa mudança pode ser acompanhada por meio dos indicadores do Censo da 
Educação Básica e Superior, que apontam crescimento constante do número de 
matrícula desta parcela da população. 
 
O Censo da Educação Básica – MEC/INEP registrou, em 1998, 337.326 
matrículas de estudantes com deficiência, dentre as quais, 13% em classes 
comuns do ensino regular. Em 2012, este número subiu para 820.433 
matrículas, dentre as quais, 76% em classes comuns do ensino regular, 
representando crescimento de 143%. Na educação superior, observa-se que as 
matrículas passaram de 5.078 em 2003 para 23.250 em 2011, indicando 
crescimento de 358%. Vale lembrar que 72% das matrículas de estudantes 
com deficiência estão em Instituições Privadas de Educação Superior conforme 
demonstram os gráficos a seguir. 
 
Evolução das matrículas de estudantes público alvo da educação 
especial na educação básica 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 20 
 
Gráfico representativo sobre Evolução das matrículas de estudantes público alvo da educação 
especial na educação básica 
 
Evolução das matrículas de estudantes com deficiência na educação 
superior 
 
Gráfico representativo sobre Evolução das matrículas de estudantes com deficiência na 
educação superior 
 
Este é um sinal irrefutável de que a educação brasileira vive um intenso 
processo de transformação, motivado pela concepção da educação inclusiva, 
compreendido, muito além do acesso efetivado por meio da matrícula. No 
passado recente, a principal pauta em debate, focava-se no direito à matrícula, 
negada com naturalidade, muitas vezes. Hoje, há base legal solidamente 
construída, que garante o acesso e desnaturaliza a exclusão. Indubitavelmente, 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 21 
trata-se de eloquente conquista. Porém, tal avanço significa o começo da 
profunda mudança em curso. Não basta estar; há que se fazer parte. De acordo 
com o modelo social, pessoas com deficiência são aquelas que têm 
impedimento de natureza física, sensorial e intelectual, que em interação com 
as barreiras atitudinais e ambientais poderão ter obstruída sua participação em 
condições de igualdade com as demais pessoas. 
 
Assim, a deficiência não se constitui como doença ou invalidez e as políticas 
sociais, destinadas a este grupo populacional, não se restringem às ações de 
caráter clínico e assistencial. A inclusão das pessoas com deficiência na 
educação superior deve assegurar-lhes, o direito à participação na comunidade 
com as demais pessoas, as oportunidades de desenvolvimento pessoal, social e 
profissional, bem como não restringir sua participação em determinados 
ambientes e atividades com base na deficiência. Igualmente, a condição de 
deficiência não deve definir a área de seu interesse profissional. 
 
Para a efetivação deste direito, as IES devem disponibilizar serviços e recursos 
de acessibilidade que promovam a plena participação dos estudantes. A 
acessibilidade arquitetônica também deve ser garantida em todos os ambientes, 
a fim de que estudantes e demais membros da comunidade acadêmica e da 
sociedade em geral tenham o direito de ir e vir com segurança e autonomia, de 
acordo com o disposto no Decreto n° 5.296/2004. 
 
O cumprimento da norma de acessibilidade, neste caso, independe da matrícula 
de estudante com deficiência na IES. Dentre os recursos e serviços de 
acessibilidade disponibilizados pelas IES, destacam-se o tradutor e intérprete de 
Língua Brasileira de Sinais, guia intérprete, equipamentos de tecnologia 
assistiva e materiais pedagógicos acessíveis, atendendo às necessidades 
específicas dos estudantes. 
 
Assim, as condições de acessibilidade à comunicação e aos materiais 
pedagógicos se efetivam mediante demanda desses recursos e serviços pelos 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 22 
estudantes com deficiência, matriculados na IES e pelos participantes nos 
processos de seleção para ingresso e atividades de extensão desenvolvidas pela 
instituição. Cabe às IES a responsabilidade pelo provimento destes serviços e 
recursos em todas as atividades acadêmicas e administrativas. 
 
Nessa perspectiva, à gestão da educação superior compete o planejamento e a 
implementação das metas de acessibilidade preconizadas pela legislação em 
vigor, bem como o monitoramento das matrículas dos estudantes com 
deficiência na instituição, para provimento das condições de pleno acesso e 
permanência. Esta obrigação não deve ser transferida aos estudantes com 
deficiência ou as suas famílias, por meio da cobrança de taxas ou qualquer 
outra forma de transferência da atribuição. 
 
O financiamento das condições de acessibilidade deve integrar os custos gerais 
com o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão. As IES devem 
estabelecer uma política de acessibilidade voltada à inclusão das pessoas com 
deficiência, contemplando a acessibilidade no plano de desenvolvimento da 
instituição; no planejamento e execução orçamentária; no planejamento e 
composição do quadro de profissionais; nos projetos pedagógicos dos cursos; 
nas condições de infraestrutura arquitetônica; nos serviços de atendimento ao 
público; no sítio eletrônico e demais publicações; no acervo pedagógico e 
cultural; e na disponibilização de materiais pedagógicos e recursos acessíveis. 
Tecer o enredo da plena participação é desafiar o velho paradigma em todas as 
suas manifestações, desde as práticas pedagógicas homogeneizadoras, até a 
edificação dos prédios, organização dos acervos e dos diversos ambientes 
acadêmicos, bem como, das formas de comunicação. 
 
 Consolidar políticas institucionais de acessibilidade, assegurando o direito de 
todos à educação, consiste em eficaz contribuição para que o novo paradigma 
torne-se realidadena vida das pessoas. Para apoiar este processo de 
transformação, foi instituído o Programa incluir-acessibilidade na educação 
superior. 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 23 
V - Programa Incluir- acessibilidade na educação superior 
O Ministério da Educação - MEC, por meio da Secretaria de Educação 
Superior/SESu e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, 
Diversidade e Inclusão/SECADI, implementa o Programa INCLUIR - 
Acessibilidade na Educação Superior, visando promover o desenvolvimento de 
políticas institucionais de acessibilidade nas IFES. Criado em 2005, o Programa 
Incluir - acessibilidade na educação superior foi implementado até 2011, por 
meio de Chamadas Públicas, realizadas pela SEESP e SESU, por meio das quais, 
as IFES apresentaram projetos de criação e consolidação dos Núcleos de 
Acessibilidade, visando eliminar barreiras físicas, pedagógicas, nas 
comunicações e informações, nos ambientes, instalações, equipamentos e 
materiais didáticos. 
 
A partir de 2012, o MEC, por intermédio da SECADI e da SESu, passa a apoiar 
projetos das IFES, com aporte de recurso financeiro, diretamente, previsto na 
matriz orçamentária das Instituições, com a finalidade de institucionalizar ações 
de política de acessibilidade na educação superior, por meio dos Núcleos de 
Acessibilidade, que se estruturam com base nos seguintes eixos: 
a) infra-estrutura 
Os projetos arquitetônicos e urbanísticos das IFES são concebidos e 
implementados, atendendo os princípios do desenho universal. 
b) currículo, comunicação e informação 
A garantia de pleno acesso, participação e aprendizagem das pessoas com 
deficiência, dá-se por meio da disponibilização de materiais didáticos e 
pedagógicos acessíveis; de equipamentos de tecnologia assistiva e de serviços 
de guia-intérprete e de tradutores e intérpretes de Libras. 
c) programas de extensão 
A participação da comunidade nos projetos de extensão é assegurada a todos e 
todas, por meio da efetivação dos requisitos de acessibilidade. Além disso, 
disseminar conceitos e práticas de acessibilidade por intermédio de diversas 
ações extensionistas, caracteriza-se em compromisso institucional com a 
construção de uma sociedade inclusiva. 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 24 
d) programas de pesquisa 
O desenvolvimento de pesquisa básica e aplicada, abrangendo as inúmeras 
áreas do conhecimento tem sido importante mecanismo para o avanço da 
inclusão social das pessoas com deficiência, quando se fundamenta no princípio 
da transversalidade, do desenho universal e no reconhecimento e valorização 
da diferença humana, compreendendo a condição de deficiência como 
característica individual. Assim, é possível, dentro das especificidades de cada 
programa de pesquisa, articular, ressignificar e aprofundar aspectos conceituais 
e promover inovação, ao relacionar as áreas de pesquisa com a área da 
tecnologia assistiva. No período de 2005 a 2010, as chamadas públicas 
concorrenciais, contemplaram as seguintes ações de acessibilidade: 
a) Adequação arquitetônica ou estrutural de espaço físico reservado à 
instalação e funcionamento na instituição; 
b) Adequação de sanitários, alargamento de portas e vias de acesso, 
construção de rampas, instalação de corrimão e colocação de sinalização tátil e 
visual; 
c) Aquisição de mobiliário acessível, cadeira de rodas e demais recursos de 
tecnologia assistiva; 
d) Formação de profissionais para o desenvolvimento de práticas educacionais 
inclusivas e para o uso dos recursos de tecnologia assistiva, da Língua Brasileira 
de Sinais - Libras e outros códigos e linguagens. 
 
VI - Conceitos e definições 
Para os fins deste Documento Orientador, considera-se: 
I. acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total 
ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, 
dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação 
e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida; 
II. barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a 
liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as 
pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação, classificadas em: 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 25 
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso 
público; 
b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior da sedificações 
de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas 
edificações de uso privado multifamiliar; 
c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de transportes; e 
barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que 
dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por 
intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não 
de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à 
informação; 
III. - elemento da urbanização: qualquer componente das obras de 
urbanização, tais como os referentes à pavimentação, saneamento, distribuição 
de energia elétrica, iluminação pública, abastecimento e distribuição de água, 
paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico; 
IV. - mobiliário urbano: o conjunto de objetos existentes nas vias e espaços 
públicos, superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da 
edificação, de forma que sua modificação ou traslado não provo que alterações 
substanciais nestes elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e 
similares, telefones e cabines telefónicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, 
marquises, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga; 
V. - ajuda técnica: os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia 
adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da 
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a 
autonomia pessoal, total ou assistida; 
VI. - edificações de uso público: aquelas administradas por entidades da 
administração pública, direta e indireta, ou por empresas prestadoras de 
serviços públicos e destinadas ao público em geral; 
VII. - edificações de uso coletivo: aquelas destinadas às atividades de 
natureza comercial, hoteleira, cultural, esportiva, financeira, turística, 
recreativa, social, religiosa, educacional, industrial e de saúde, inclusive as 
edificações de prestação de serviços de atividades da mesma natureza; 
 
 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 26 
VIII. - edificações de uso privado: aquelas destinadas à habitação, que 
podem ser classificadas como unifamiliar ou muítifamiliar; e 
IX. - desenho universal: concepção de espaços, artefatos e produtos que 
visam atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes 
características antropométricas e sensoriais, de forma autónoma, segura e 
confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a 
acessibilidade. 
 
VII - Orientações orçamentárias 
Esta seção destina-se a transmitir informações úteis referentes à execução 
orçamentária e financeira do Programa Incluir – acessibilidade na educação 
superior. Os recursos foram alocados diretamente nas Unidades Orçamentárias 
de cada Universidade Federal na ação 4002 - Assistência a Estudante de 
Graduação, conforme tabela em anexo, observando a proporção na quantidade 
de estudantes matriculados em cada instituição. Nesse sentido, recomenda-se 
às IFES, o registro das despesas do programa INCLUIR – acessibilidade na 
educação superior, por meio da utilização do Plano Interno - PI VSS21G0100N, 
executando-a por meio do Plano Orçamentário – PO da Ação 4002. Ressalta-se, 
ainda, a importância da utilização do PI mencionado, uma vez que a ação 4002 
possui recursos de outros programas, a exemplo do Programa

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