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USP – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS – EESC SEL – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE EM SISTEMAS DE ENERGIA E AUTOMAÇÃO SEL0330 - LABORATÓRIO DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA Docente: Elmer Pablo Tito Carir Aluno: Leonardo H. S. Silvestrin – 9283587 Aluno: Marcelo Gouveia Junior – 10292127 São Carlos 2021 Sumário 1 Introdução e Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2 Primeira etapa: força exercida pelo campo magnético . . . . . 2 2.1 Cálculo da força . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3 Parte 2 - Curva de magnetização do material ferromagnético 7 4 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 5 Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 2 1 Introdução e Objetivos O objetivo desta prática é realizar o estudo experimental dos circuitos magnéticos estudados na disciplina teórica de conversão eletromecânica de energia. 2 Primeira etapa: força exercida pelo campo magnético Na primeira etapa da prática nosso objetivo era o estudo da força exercida pelo campo magnético, para realizar o estudo, dispúnhamos de um eletroímã com núcleo ferromagnético e duas bobinas de 800 espiras cada, que poderiam ser ligadas em série ou em paralelo. O suporte no qual o eletroímã foi instalado, bem como suas dimensões, podem ser vistos na figura 1 a seguir: Figura 1 – Suporte das bobinas. A força exercida pelo campo magnético foi mensurada com o auxílio do dinamômetro, os valores obtidos experimentalmente tanto para corrente contínua como para corrente alternada estão dispostos na tabela 1. Tipo de Corrente Tensão (V) I (A) Força (N) CC 3,36 0,517 37 CA 124,4 1 33 Tabela 1 – Força medida experimentalmente. 3 Obs.: As bobinas foram ligadas em série no ensaio em Corrente Contínua, e em paralelo no ensaio em Corrente Alternada 2.1 Cálculo da força Sabemos que a força eletromotriz e é dada por: e = dλ dt [V ] (1) Sendo λ o fluxo concatenado na bobina: λ = ΦN (2) Sendo a densidade de fluxo dada por: Φ = BA (3) Para calcular a força, primeiro iremos admitir que toda a energia elétrica fornecida será convertida em campo magnético e ficará armazenada neste: dWe = dWcampo (4) Onde: dWe = pdt = iedt Logo: dWe = i dλ dt dt = idλ (5) → We = ∫ λa 0 i dλ = Wcampo (6) A energia do campo é a área sobre a curva λ × i, também definimos uma grandeza sem significado chamada coenergia do campo, que será muito útil no cálculo da força: 4 Figura 2 – [1] Considerando que toda a energia armazenada no campo magnético se converte integral- mente em energia mecânica (sem perdas) e que a corrente não se altera com a abertura da parte móvel, teremos uma alteração no fluxo magnético do sistema como podemos ver na figura 3 a seguir: Figura 3 – [1] Após a movimentação da parte móvel, a área destacada (Oab) na figura 2 será o trabalho feito pela força Wmec, e equivale à variação da coenergia do campo: dW ′campo = −dWmec = fdx (7) → fm = dW ′campo dx ∣∣∣ i=constante (8) A grandeza que relaciona o fluxo concatenado e a corrente é a indutância L(x): λ = L(x)i (9) 5 Sendo L(x) dado por: L(x) = ΦN i = N 2 <c + <g (10) Considerando que a relutância do núcleo (<c) é muito menor que a relutância do entreferro (<g), temos a seguinte expressão. L(x) = N 2 <g = N 2 lg Agµ0 = N 2Agµ0 lg (11) Tendo L(g) e substituindo a expressão 11 na equação 6 temos: We = ∫ λa 0 i dλ = ∫ λa 0 λ L(x) dλ = λ2 2L(x) (12) → We = (L(x)i)2 2L(x) = 1 2L(x)i 2 = W ′e (13) Ou seja, a força fm será dada por: fm = 1 2i 2∂L(g) ∂g (14) fm = − 1 2 i2N2Agµ0 lg (15) O sinal negativo indica que a força atua no sentido de diminuir o entreferro. Para o ensaio CC (bobina em série) temos os seguintes dados geométricos fornecidos pela tabela 2. i N Ag lg µ0 0,517 A 1600 0,00025056 m2 0,0016 m 4 πx10−7 Tabela 2 – Parâmetros usados para o ensaio C.C. Substituindo os dados da tabela 2 na equação 15, temos o seguinte valor para a força a partir de dados geométricos para o ensaio CC: fm = −42, 079N (16) Obs.: Como temos dois entreferros no momento de abertura, consideramos que lg como sendo o dobro Para o ensaio CA (bobina em paralelo) temos os seguintes dados geométricos fornecidos pela tabela 3. 6 i N Ag lg µ0 1 A 800 0,000256056 m2 0,0016 m 4 π × 10−7 Tabela 3 – Parâmetros usados para o ensaio C.A. Substituindo os dados da tabela 3 na equação 15, temos o seguinte valor para a força a partir de dados geométricos para o ensaio CA: fm = −39, 36N (17) Também é possível calcular a força exercida na parte móvel utilizando os parâmetros magnéticos do sistema partindo da lei de Ampere: ∮ l H · dl = Ni (18) Considerando que o campo magnético é paralelo ao caminho, o que é uma boa aproxi- mação, teremos a seguinte relação: ∮ l H · dl = Hclc + 2Hglg = Ni (19) Sendo Hc o campo no núcleo e Hg o campo nos entreferros; como a relutância do núcleo é muito menor que a relutância dos entreferros, podemos desconsiderar a contribuição do núcleo, restando: 2Hglg = Ni =⇒ Hg = Ni 2lg (20) Colocando em termos da densidade de fluxo (B = µ0H no vácuo), temos: Bg = µ0Ni 2lg (21) A energia armazenada nos entreferros será dada por: Warm = B2g 2µ0 Ag2g (22) Logo, utilizando a equação 8 para a energia ao invés da coenergia (que são iguais no caso ideal), podemos determinar a força exercida na parte móvel à partir de parâmetros magnéticos do sistema: fm = − dWarm dx ∣∣∣ i=constante −→ fm = B2gAg µ0 (23) 7 Utilizando os dados fornecidos pela tabela 2 temos os seguintes valores tanto para o densidade de fluxo magnético quanto para a força magnética a partir de dados magnéticos para o ensaio em corrente contínua. Bg = 0, 3248T (24) fm = −42, 079N (25) Utilizando os dados fornecidos pela tabela 3 temos os seguintes valores tanto para o densidade de fluxo magnético quanto para a força magnética a partir de dados magnéticos para o ensaio em corrente alternada. Bg = 0, 3141T (26) fm = −39, 36N (27) 3 Parte 2 - Curva de magnetização do material ferromagnético Na segunda etapa da prática dispúnhamos de um circuito disposto na figura 4, sendo: R = 1MΩ, Rsh = 1Ω e Xc = 10µF Figura 4 – Circuito utilizado na prática 8 Primeiros, precisamos encontrar a constantes de proporcionalidade: K1 entre Vx e a intensidade de campo magnético H e K2 entre Vy e a densidade de campo B: Vx = K1H (28) Pela equação 19, desprezando a relutância do núcleo frente a relutância dos entreferros, podemos escrever H como: Hclc + 2Hglg = NI (29) Pelo circuito visto na figura 4, é evidente que podemos escrever a tensão Vx como Vx = RshI, sendo I a corrente medida no amperímetro, usando esta relação e a equação 28, podemos reescrever H como: Hg = N 2lgRsh Vx (30) Agora vamos relacionar B e Vy: B = K2Vy (31) Partindo da equação 1, temos: e = N dΦ dt = NAg dB dt (32) Se considerarmos que a resistência R é muito maior que a reatância do capacitor (R >> Xc), podemos considerar que a queda de tensão no resistor é aproximadamente a queda de tensão nas bobinas no eletroímã, ou seja: Ric = NAg dB dt (33) Sabendo a relação de corrente e tensão no capacitor, temos: RC dVy dt = NAg dB dt → dVy = NAg RC dB =⇒ B = RC NAg Vy (34) Logo, as constantes ficarão da forma: K1 = N 2lgRsh = 8002× 1.6e− 3× 1 = 500000 (35) K2 = RC NAg = 1e6× (10e− 6)800× 6.8256e− 04 = 9, 1567 (36) Os dados coletados experimentalmente podem ser vistos na tabela ?? a seguir: 9 Vfonte (V) Vx (V) Vy (V) I (A) 0,8 0,00320 0,00026 0,003 20 0,02960 0,00577 0,030 40 0,04567 0,01130 0,043 59,5 0,06394 0,01676 0,060 80 0,08380 0,02207 0,070 90 0,09920 0,02339 0,094 100 0,11736 0,02871 0,110 120 0,16110 0,03414 0,151 139,2 0,24440 0,04013 0,230 160 0,39370 0,04732 0,373 181 0,59110 0,05434 0,570 200 0,81600 0,06231 0,760 210,1 0,98400 0,06670 0,925 220 1,21300 0,07769 1,140 230 1,55000 0,07702 1,460 240 1,99000 0,08458 1,860 Tabela 4 – Dados fornecidos. A partir dos dados fornecidose das constantes calculadas nas equações 35 e 36, foram construídos os gráficos 5 e 6 a seguir. Figura 5 – Gráfico de Vx por Hy 10 Figura 6 – Gráfico de H ×B à partir das constantes K1 e K2. 4 Conclusão Os resultados obtidos para a força por parâmetros geométricos tiveram umas discre- pância em relação aos valores práticos, porém tanto pelos parâmetros geométricos quanto pelos parâmetros magnéticos obteve-se os mesmos valores. A diferença da força magnética para o ensaio em corrente contínua entre o valor teórico e o prático foi de 5,079N e a diferença da força magnética para o ensaio em corrente alternada foi de 6,36N. Essas diferenças em ambos os ensaios podem ser atribuídas ao fato de estarmos considerando nos cálculos dois entreferros que abre e fecham simultaneamente, porém o sistema na prática não funciona desta forma por conta do ângulo de abertura da parte móvel. Há também uma diferença acarretada pelo material utilizado no entreferro pelo professor durante a experiência, o qual não temos informação sobre a permeabilidade magnética. O valor utilizado nos cálculos para a permeabilidade magnético foi a do ar. 11 5 Referências Bibliográficas [1] Slides SEL 329 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA, Aula 07. Disponpivel em:<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5700299/mod_ resource/content/1/Aula07_Principios_Linear01_2020.pdf>. Acesso em: 10 de outubro de 2020. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5700299/mod_resource/content/1/Aula07_Principios_Linear01_2020.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5700299/mod_resource/content/1/Aula07_Principios_Linear01_2020.pdf Sumário Introdução e Objetivos Primeira etapa: força exercida pelo campo magnético Cálculo da força Parte 2 - Curva de magnetização do material ferromagnético Conclusão Referências Bibliográficas