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Doença arterial coronariana 1 � Doença arterial coronariana Angina estável Fisiopatologia Placa coronariana estável, ou seja, uma placa com coor lipídico pouco intenso. Clínica Angina típica (definitivamente anginosa) Dor retroesternal, irradiação para ombro, pescoço ou braço esquerdo Desencadeada por esforco Melhora com repouso (< 10min) ou com uso de nitrato Por durar tão pouco tempo a dor, é muito difícil que o paciente consiga chegar até o medico ainda com essa dor. Pois isso o diagnóstico é “retrospectivo”, por isso a historia clinica é tão importante Diagnóstico Teste provocativo de isquemia Paciente consegue fazer exercício: Determinar a isquemia no ECG (algumas alterações podem impedir a avaliação das alterações isquemicas durante o esforço) ECG basal normal → teste ergométrico ECG basal anormal → BRE, HVE (sobrecarga ventricular esquerda), marca- passo (prejudicam a avaliação do desnível de ST) Cintilografia Eco de esforço Paciente não consegue fazer exercício físico: Doença arterial coronariana 2 Teste com estresse farmacológico (drogas que provocam aumentam o consumo miocárdico por oxigênio) → observa a isquemia através do ECG e de exames de imagem Cintilografia com Dipiridamol ou adenosina Dipiridamol pode provocar broncoespasmo e, por isso, é contraindicado para pacientes asmáticos Eco com dobutamina Teste ergométrico ⚠ Protocolo mais utilizado é o protocolo de Bruce A cada 3min vai aumentando a velocidade e a inclinação da esteira e com isso, vai avaliando o tempo, o ECG, os sintomas e a pressão arterial do paciente O teste é tão mais sensível quanto maior o número que fatores de risco que o paciente apresenta. O teste ergométrico tanto ajuda a fazer o diagnóstico (não é o padrão ouro), como também estima o risco desse paciente Coloca o paciente na esteira (segundo determinado protocolo) e com o passar do tempo, vai aumentando a velocidade e a inclinação da esteira. Conforme aumenta o esforço, vai avaliando o eletro, os sintomas e a pressão arterial do paciente ao longo do tempo. Busca-se o infra do segmento ST ≥ 1mm (um quadradinho) → determina que o paciente tem DAC Tem o diagnóstico fechado de angina estável Define o tratamento ou ve a indicação de uma investigação mais agressiva Se o teste ergométrico mostrar resultado de alto risco, isso quer dizer que tem que ser mais agressivo na investigação → indicação de cateterismo (CAT). Risco do que está acontecendo piorar, ou seja, de uma angina estável virar uma instável, uma angina instável virar um IAMSST, um IAMSST virar um IAMST, um IAMST evoluir para morte súbita Doença arterial coronariana 3 Risco de morte Avaliação de alto risco no teste ergométrico: 1. Isquemia no estágio 1 de Bruce (andando a 45m/min) → ”coronária pendurada” 2. Infra ≥ 2mm → fazer cateterismo 3. Apresenta arritmia ventricular (Taquiarritmia não sustentada) 4. Distúrbio de condução (BRamo, BAV 5. Déficit inotropico (pressão arterial sistólica baixa) 6. Recupera o infra de forma mais lenta (leva mais de 5min) Tratamento ⚠ Não esquecer o tratamento não farmacológico Parar de fumar Fazer exercício Diminuição do peso Avaliar comorbidades Famacológico ANTIANGINOSO : Betabloqueador : reduz o consumo de oxigenio pelo miocárdio Bloqueador de canal de cálcio Nitratos de longa duração (adicionado as outras drogas) : monoditrato (com intervalo noturno para evitar o efeito de taquifilaxia) ⚠ Os nitratos tem um problema de taquifilaxia, tem o efeito de dolerancia, sendo necessária doses cada vez maiores para atingir o efeito esperado Doença arterial coronariana 4 VASCULOPROTETOR : proteção da placa AAS Estatina : pode ser prescrito mesmo que o paciente não apresente dislipidemia RESGATE EM CASO DE DOR : Nitrato sublingual (educar o paciente para o uso) - isordil VACINAÇÃO Influenza Pneumococo ⚠ A inflamação decorrente da infecção é um fator de risco de piora cardiovascular Quando pedir o cateterismo na angina estável (padrão ouro)? Em paciente que fez o teste ergométrico (teste provocativo de isquemia) e indicou alto risco Quando o paciente usa todos os medicamentos acima e continua tendo clínica → paciente refratário Quando a angina estável está sendo acompanhada de uma pós PCR abortada (parada revertida, pois a principal causa é a angina) Quando a angina estável é acompanhada de uma ICC Obs: cateterismo é o padrão ouro para o diagnóstico, mas nem sempre será necessário seu uso. No cateterismo indicou lesão, para reparar a lesão, o que fazer? Cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) ou Angioplastia - intervenção coronaria percutânea (ICP) Escore SYNTAX Doença arterial coronariana 5 Escore baixo (≤ 22) → angioplastia (ICP) Escore alto (> 33) → cirurgia Indicações clássicas de cirurgia (CRVM): - Quanto mais tiver lesão em troco de coronária esquerda ≥ 50%* ou origem da DA, Cx (com o avanço do instrumental e melhoria da técnica e com a experiencia do pessoal da hemodinamica, alguns pacientes com tronco de coronária esquerda ≥ 50% tem sido tratado com angioplastia e tido ótimos resultados); - IVE e/ou DM e/ou isquemia >10% do miocárdio; - Presença de doença bivascular com lesão proximal da DA (≥ 70%) - Presença de doença trivascular - Contra indicação ou refratariedade a angioplastia Qual cirurgia? Ponte de safena ou ponte mamária? Ponte de safena: Maior facilidade Ponte mamaria: Melhor porque o conduto arterial permanece aberto por mais tempo quando comparado com o conduto venoso Síndrome coronariana aguda Uma placa que instabilizou (na maioria das vezes) que pode ter rompido ou não Inicialmente tem-se uma agregação plaquetária (trombo branco). Conforme vai evoluindo a lesão, o paciente começa a ter um trombo mais rico em fibrina e em hemacias formando o trombo vermelho. Então, os pacientes com suboclusao Doença arterial coronariana 6 coronariana no inicio, tem trombo branco (plaquetário) e conformo vai evoluindo o trombo para uma oclusão completa ele tende a ser vermelho. Clínica e diagnóstico ⚠ Quando chega o paciente com quadro de dor no peito, deve ser feito a tríade de forma rápida: - Anamnese e exame físico → direcionado - ECG → com laudo *esses dois primeiros pontos devem ser feitos em até 10 minutos - Marcador de necrose Anamnese e exame físico Pode estar: normal, alterado ou o paciente ter uma PCR Quadro silencioso em 25% dos casos mulher mais idosa e diabética, classicamente ou DRC e pacientes de transplante cardíaco Ap. Cardiovascular: perguntar da irradiação da dor Dor no peito que irradiação para as costas pode ser dissecção da aorta ⚠ Exame: sempre medir a pressão arterial, pulso e FC bilateralmente, presença de B3 e sopros Assimetria de pressão arterial e de pulso em membros superiores → dissecção da aorta B3 → disfunção ventricular (evoluindo para insufiencia ventricular esquerda) Sopro novo → ruptura de músculo papilar Ap. Respiratório: ruídos adventícios Hipotensão por insufiencia ventricular esquerda por infarto → pulmao encharcado B3 + crepitação → classificação de Killip ECG Doença arterial coronariana 7 Suboclusao → trombo plaquetário Normal Alterado Inversão de T Infra ST Pode ser angina estável ou IAMSST → diferencia pela dosagem da troponina Troponina negativa → angina estável Troponina positiva → IAMSST Oclusão total → rede de fibrina com hemacias e plaquetas Normal Alterado Elevação do segmento ST → IAM Troponina positiva → IAMST Marcador de necrose Troponina é o marcador de escolha (não tem que pedir nenhum outro alem desse) Mais sensível e especifico Determina risco cardiovascular (quanto maior o nível de troponina, maior o risco cardiovascular) Troponina ultra-sensível é o melhor Conduta inicial M: monitorização O: oxímetro para determinar a saturação e saber se o paciente precisa ou não de oxigênio V: acesso venoso Doença arterial coronariana8 D: desfibrilador próximo (degeneração da arritmia - fibrilação ventricular) MONABICHA M: morfina → dor refrataria ou contraindicação a nitratos e betabloqueadores O: oxigênio (quando o paciente tem saturação < 90% -94%); em pessoas com risco moderado/alto ou em pacientes dispnéicos N: nitrato sublingual (isordil) ou intravenoso em casos de dor refratária, edema agudo de pulmao, HAS A: AAS (inibe a COX-1) B: Beta-bloqueador (metoprolol). Cuidado para administrar por via oral em pacientes que tem fator de risco de evoluir com insuficiência ventricular esquerda ou se ele tem mais do que 70 anos, FC > 110, PAS <120 I: IECA usado em pacientes estáveis, mas for diabético, IAM anterior, IC ou DRC C: Clopidogrel (inibe P2Y12 de ADP) H: Heparina A: atorvastatina quando o paciente estiver estável. Detalhes Clopidogrel ainda é a primeira droga antipsiquiatria para pacientes com IAMST que vai ser submetido a trombolítico Ticagrelor e prasugrel são mais potentes, mas tem risco de sangramento que tende a ser maior Não usar prasugrel se o paciente tem histórico de AVC Não usar M, N, B no: No paciente que tem infarto de VD ⚠ Não deve usar o betabloqueador se o paciente está com síndrome coronariana aguda desencadeada por cocaína ou insuficiência ventricular esquerda Não usar N (nitrato) se o paciente usou droga para tratar disfunção erétil (Viagra) Doença arterial coronariana 9 Angina instável e IAMSST Quando tem uma suboclusao deve olhar a inversão do ST e/ou infra ST Tratamento Anamnese e exame físico ECG Marcador de necrose Escore HEART HEART ≤ 3 + paciente com troponinas negativas (medida com mais de seis horas de dor) + ECG sem isquemica + sem antecedente de DAC ou outro diagnóstico alternativo com risco eminente de morte → abordado ambulatoriamente (alta com orientação para investigação) Ajuda na decisão de dar ou não alta ao paciente H: história E: ECG A: anos (idade) R: risco (fatores) T: troponina ⚠ NÃO PRESCREVER E NÃO TROMBOEMBOLÍTICO PARA QUEM TEM SUB-OCLUSAO! (Angina instável ou infarto sem supra)!!! MONOBICHA Existem 4 abordagem ao paciente com coronárias com sub-oclusao → estratégia invasiva (cateterismo com angiografia coronariana com intenção de angioplastar essa pessoa) Cateterismo Imediato : < 2h Instabilidade hemodinamica (choque, IVE) ou elétrica (taquicardia ventricular ou FV) Doença arterial coronariana 10 Irresponsivo (angina refratária), complicações mecânicas (disfunção de músculo papilar) Não usa o segundo antiagregante plaquetário Heparina não fracionada Cateterismo Precoce (coisas que vai ser vista no papel): 2-24h Aumento de troponina Infra ST Escore GRACE > 140 Muito tardia: até 72h Não fazer Estratégia invasiva precoce : leva o paciente para o laboratório de hemodinâmica fazer o cateterismo com intensão de angioplastar Oclusão coronariana → IAMST DOR NO PEITO: procura inversão da onda T simétrica, infra ST ou supra ST ⚠ Se no ECG tiver INFRA e SUPRA, quem manda é o supra, porque o infra é a imagem espelho 2. Nem todo SUPRA é IAM. Pode ser: - Pericardite - Variante de Prinzmetal (angina vasoespastica - paciente mais jovem, tabagista, mais desconforto do que dor, mais a noite e início da manhã e supra dura de 15 a 30 minutos e melhora aguda com o nitrato, ergometria negativa na maioria dos casos. Conduta é diltiazem ou amlodipina - Takotsubo (sindrome do coração partido): mulher pós menopausa em grande estresse, que evolui com quadro de supra na parede anterior, podendo ter QT prolongado e aumento discreto da troponina e coronárias normais. 3. Se tem IAM inferior, olha VD (V3R-V4R) Doença arterial coronariana 11 Quando tem uma oclusão coronariana começa a ter uma onda isquemica seguida de uma onda de necrose (subendocardica → subepicárdica) = corrente de lesão Se não abrir a coronária, onde tinha isquemia vai começar a ter necrose também (onda Q mais pronunciada) Após 12h só tem a onda Q D1: Parede lateral do coração D2: Parede inferior do coração V5-V6: Parede anterior Se o paciente tem supra difuso em todas as paredes e, particularmente, infra do PR é um quadro de pericardite (inflamação/infecção do pericárdio). - dor melhora sentado com o tronco para frente, piora com inspiração ou tosse - irradia para o trapézio Supra em D2, D3 e AVF → parede inferior → suprida pela coronaria direita. Quando tem um infarto da parede inferior é bom olhar as derivações direita (V3R e V4R) para olhar o ventriculo direito → IAM inferior de VE + IAM de VD (O VD não infarta de verdade, ele sofre isquemia é disfunção, mas tende a recuperar a sua função sem necrosar, porque o suprimento do VD ocorre tanto na sístole quanto na diastole, o que não ocorre no VE) IAMST Definição Tipo 1: clássica ruptura de placa aterosclerótica → vista principalmente Tipo 2: imcompativilidae entre oferta e demanda, não relacionada com a aterotrombose Vasoespasmo, embolia ou dissecção coronariana Taquizoito/bradarritmias HAS grave +- hipertrofia do VE Doença arterial coronariana 12 Anemia grave, hipotensão/choque Insuficiência respiratória Tipo 3: morte súbita associada a sintomas compatíveis com isquemia do miocárdio Tipo 4: Pacientes que infartam em situações de angioplastia 4A: IAM associado a intervenção coronariana percutânea 4B: IAM associado a trombose do STENT 4C: IAM associado a estenose pós PCI Tipo 5: IAM associada a by-pass coronariano (cirurgia) MINOCA : infarto onde não há obstrução de coronaria IAM com obstrução < 50% de coronárias principais Tratamento MONABICHA de acordo com o paciente Como há oclusão total da coronária nesse caso, deve-se abrir a coronaria o mais rápido possível, no entanto, há criterios de indicação para abrir a coronaria (reperfusao): Sintomas compatíveis com IAM Delta-T (apresentar dor) de até 12h Depois de 12h a necrose está estabelecida, então não haveria músculo para salvar No trombolítico só pode fazer até 12h de dor Supra de ST ≥ 2 derivações (daquela mesma parede) ou BRE novo ou presumivelmente novo Trombolítico ou angioplastia? O melhor é a angioplastia Leva o paciente para o laboratório de hemodinamica → faz uma angiografia coronariana → mostra a anatomia → faz a intervenção na anatomia e vê o fluxo acontecer Doença arterial coronariana 13 Permite fazer o diagnóstico anatômico e olhar o resultado No entanto, quando o paciente chega infartando no hospital, não tem tempo de ser submetido a angioplastia (não é uma realidade). Então, primeiro vai receber um trombolítico. 1. Tem angioplastia no hospital? Sim → angioplastia imediata (até 90 minutos - tempo porta balão) NÃO Da para transferir para um hospital que tenha? Sim → 120 minutos para transferir e realizar a angioplastia Se o paciente está grave, transfere independentemente do tempo porta balão Paciente chocado ou com IC grave ou com contraindicação ao trombolítico Não → trombolítico em até 30 min (tempo porta agulha) Transfere o paciente depois do trombolítico se: Trombolítico falhou ou paciente reocluiu ⚠ Contraindicação absoluta ao trombolítico : - sangramento ativo patológico em local não compressível (menstruação não é contraindicação absoluta ao trombolítico) - diátese hemorrágica - Dissecção aórtico - Tumor ou malformação arteriovenosa ou AVE hemorrágico prévio - AVE isquêmico ou TCE/facial < 3 meses Infarto de VD Infarto da coronaria direita na maioria das vezes e geralmente vem da clinica de infarto na parede inferior Doença arterial coronariana 14 Quadro clínico: Acompanha IAM inferior (D2, D3, AVF) Diminuição da pressão arterial + pulmoes limpos Frequencia cardiaca baixa + turgência de jugular Paciente com infarto na parede inferior somente, com a pressão baixa devido a lesao grave do VE, terá uma hipotensão que será compensada pela taquicardia (compensa a pressão baixa aumentando a frequencia cardiaca) A coronária direita irriga o nó sinoatrial,no AV e os rins → provoca bradarritmia Conduta: Reposição volemica + reperfusao Não usar: Morfina, nitratos (vasodilatadora) Betabloqueador (frequencia já está baixa) Diurético Alta para o paciente A: Aspirina, atorvastatina B: beta bloqueador C: Clopidogrel e comorbidades D: dieta E: enalapril, Exercicio, espironolactona
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