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Microbiologia Clínica ❖ Micrococcaceae: Staphylococcus ✎ O Staphylococcus pertence à família Micrococcaceae → associados a muitas infecções humanas (espinhas até sepse graves - óbitos-). A identificação é mais simples. ➢ Morfologia: A morfologia é uma característica fundamental e inicial para a identificação. Formas fundamentais: esférica, em bastão e espiral, são também de particular interesse, a dimensão e o modo de agrupamento das células. ● O método de gram: forma microscópica | grupo bacteriano | fácil execução. ↪ cocos gram positivos (+) em cachos de uva (única bactéria com esse formato) ➢ Família Micrococcaceae (4 gêneros pertencentes a essa família) •Panococcus •Micrococcus •Stomacoccus ✎ *não tem associação a infecção humana - quase não são encontrados na espécie humana. •Staphylococcus (cachos de uva) ↪ morfologia (cachos) ausência de endósporos. ❖ Staphylococcus (organismos associados ao corpo humano) Ubíquos, habitantes da pele, mucosas e outros sítios corpóreos dos seres humanos e animais. 33 espécies: 17 (amostras biológicas). São membros da microbiota normal da pele e mucosa humana (50% de crianças e adultos). A maioria estafilococcus coagulase-negativa é residente e colonização transitória por S. aureus. ➢ Espécies clínicas: associados a doenças humanas ↪ S. aureus: patógeno primário (causa doença em qualquer pessoa ou situação) ↪ S. epidermidis ↪S. saprophyticus *são oportunistas. ➢ caract. do gênero: São cocos Gram-positivos: cacho de uvas (segundo mais isolado em amostra clínica). ● Imóveis; (Imoveis como qualquer outro pois não existe coccus móveis - sem flagelo-) ● aeróbios/anaeróbios facultativos; (Vivem tanto na presença como na ausência de O2 - bom fermentadores-) ● catalases positivos; (Produzem a enzima catalase que faz a conversão/quebra de H2O2 em H2O e O2 - todo staphylococcus é produtor de catalase). ● crescem em meios com NaCl –10%. (Alta concentração de sal). Portadores S. aureus nasofaríngeos: 15% dos adultos. (habitat: cavidade nasal) ❏ Maior incidência: pacientes hospitalizados, equipe médica, indivíduos com doenças eczematosas, agulhas (usuários de droga, pacientes com diabetes dependentes de insulinas, etc). ❏ Infecção hospitalar: susceptíveis à altas temperaturas, desinfetantes e solução anti-sépticas. ✎ (resistente a antibiótico - sepa mrsa- resistente à penicilina, quase sempre isolada no ambiente hospitalar) ❏ Transmissão: contato ou fômites ➢ Espécies de Staphylococcus Podem ser divididos entre os que são coagulase-positivos e negativos. As amostras humanas coagulase-positivos são classificadas como S. aureus existindo subgrupos. Staphylococcus Manitol Coagulase DNAses. S. aureus + + + S. epidermidis - - - S. saprophyticus V - - ● manitol = açúcar que pode ser fermentado ● + não significa que seja S. aureus *v → alguns utilizam do manitol ➢ Fatores de virulência Característica de um microorganismo que o torna patogênico e capaz de causar uma doença. ↪ Bact. = conseguir te agredir e escapar das defesas do seu corpo. ❏ Cápsula: camada de muco que impede a fagocitose de células de defesa e aderência (cateteres e outros materiais sintéticos). ❏ Ácidos teicóicos: fixação dos estafilococcos às superfícies mucosas através de sua ligação específica à fibronectina. ↪ Espécie-específico: ácido ribitol teicóico – polissacarídeo A : S. aureus Ácido glicerol teicóico – polissacarídeo B: S. epidermidis. (não é igual para todas as espécies). *Camada limosa que reveste a célula do lado de fora. ✎ Cápsula = camada de polissacarídeo que está associada a capacidade de aderência do S. aureus → capacidade de aderir a qualquer coisa. ● Endocardite → infecção das válvulas cardíacas (se ligam a receptores de fibronectina e coloniza o tecido). ❏ Membrana citoplasmática: barreira osmótica e local de fixação para enzimas. Peptidoglicano: aumenta a resposta inflamatória – formação de abscessos. ✎ Bactérias gram + possuem uma camada muito espessa de peptidoglicano, sendo um indutor de resposta inflamatória. O sistema imune reconhece induzindo o processo inflamatório. ★ formação de pus! ➢ Toxinas: São proteínas que são produzidas e excretadas para o lado externo (meio externo). Cinco toxinas citolíticas (lise de células): promove a lesão da membrana (alfa, beta, delta, gama e leucocidina). Toxinas esfoliativas (pele): dermatite esfoliativa (citólise ou inflamação). ● Toxina A e B da Síndrome da pele escaldada ● Toxina –1 da síndrome do choque tóxico. Enterotoxinas: são termoestáveis e resistentes à hidrólise pelas enzimas gástricas e jejunais ( A B, C e D). ✎ Quem causa o dano é a toxina e não a presença física da bactéria. Vai atuar independente da bactéria presente ou não naquele local. Exemplo: a bactéria contamina o alimento, produz a toxina e joga no alimento (intoxicação alimentar) → ingeriu a toxina pré-formada no alimento. Infecção → ingeriu o alimento contendo a bactéria. ➢ Enzimas: Coagulase: identificação de S. aureus ✎Enzima que coagula o plasma. Possuímos 2 tipos: ❏ Forma ligada a Parede celular: (fator de aglutinação: fibrinogênio → fibrina). Atua transformando fibrinogênio em fibrina. ❏ Forma livre: reage com o fator plasmático globulínico (fator coagulase negativa) → estafilotrombina (trombina) - fibrinogênio fibrina. Pode causar a formação de uma camada de fibrina ao redor de um abscesso estafilocócico (localizando a infecção e protegendo os microrganismos da fagocitose). ❏ Catalase: todos os estafilococos possuem. Catalisam o peróxido de oxigênio (H2O2) em O2 e H20. ❏ Hialuronidase: hidrolisa ácido hialurônico (mucopolissacarídeo ácidos presentes). Disseminação S. aureus nos tecidos. (produz enzimas de invasividade com ↑ poder de invasão) ❏ Fibrinolisina (estafiloquinase): Dissolve coágulos de fibrina. (ajuda a sair do coágulo formado) ❏ Lipases: Todas as cepas de S. aureus e 30% de S. coagulase-negativo. Hidrolisa lipídeos (essencial para áreas sebáceas do corpo – furúnculos) (furúnculo, onde tem glândulas sebáceas) ❏ Nuclease: É utilizada como marcador ➢ Síndromes Clínicas Através da produção de toxina ou através de invasão direta e destruição de tecidos. ↪ da toxina ou presença física (quem age mais são suas enzimas - coagulase-). ❖ S. aureus Síndrome da pele escaldada estafilocócica: impetigo bolhoso (dermatite esfoliativa) - Promove uma vermelhidão e inflamação ao redor da boca, que recobre o corpo em 2 dias e desenvolve bolhas ou vesículas cutâneas, seguidas de descamação. Toxina esfoliativa. O foco de infecção é distal na faringe, nariz, ouvido ou conjuntiva. Pode também ocorrer a partir de septicemia ou infecção cutânea. ✎ toxina A e B, inicia-se com a formação de algumas bolhas que logo se rompem e vai descamando (comum em RN). Síndrome do choque tóxico (SCT): Toxina espoliativa. Surto com mulheres menstruadas: cepas de S. aureus em absorventes internos. Crescimento e produção de toxina 1 nas feridas e canal vaginal. ✎ocorre em tampões de algodão: nasala, o.b. colonizando o absorvente (algodão). Provoca queda de pressão arterial entrando em choque pela presença da toxina e destruição de órgãos. caracteriza-se por febre, erupção cutânea, hipotensão e disfunção de vários sistemas essenciais. Intoxicação alimentar por enterotoxinas: ausência do microrganismo. Provoca intenso peristaltismo intestinal. (↓ absorção de H2O) ● São termoestáveis. Portadores de S. aureus na nasofaringe – alimento – (temperaturas adequadas e nutrientes) – crescimento de microrganismo e a liberação de toxina. ✎na hora do preparo do alimento que a bactéria infecta e produz a toxina. ● manipulador (portador) - manipula alimento (contamina o alimento). ● alimentos não aquecidos são mais comuns. Sintomas:vômitos intensos, diarréia e dor abdominal ou náusea. Pode ocorrer sudorese ou cefaléia. Mas observa o aparecimento de febre → infecção. Infecções cutâneas: (Impetigo) infecção superficial ocorre na face e nos membros. Ocorre manchas avermelhadas achatadas e vesículas repletas de pús (pústulas). Presença física do S. aureus na pele. Foliculite: infecção no folículo piloso e base da pálpebra (terçol) - cílios. Pequena pústula folicular que sofre ruptura e dessecação para então formar crosta. As lesões pustulosas têm paredes finas e frágeis e centro branco-amarelado. ➔ Aparecem agrupadas e curam-se em poucos dias. Só provoca infecção se abrir uma porta de entrada para o S. aureus. Exemplo: gilete ou cera → microlesões na pele. ● A foliculite superficial ou ostiofoliculite pode ser resultado de picada de inseto, irritação com erosão local ou outros estímulos equivalentes. Furúnculo: Extensão da foliculite. Apresenta grandes nódulos avermelhados e dolorosos (tecido morto e necrótico). ↪ agravamento da foliculite. ↪ acomete uma área maior. ➔ Abscesso estafilocócico perifolicular, com supuração central na área em que forma- se tecido necrótico, que é eliminado depois de um período variável de dias. A localização mais comum dos furúnculos é o nariz, axilas e região glútea. ✎ o ideal é ele ser drenado e uso de antibiótico. Carbúnculo: continuidade do furúnculo, onde atinge o tecido mais profundo subcutâneo. Apresenta febre, calafrios → (efeitos sistêmicos). ★ É preciso drenar. Infecções estafilocócica de ferida: Traumatismo, corte cirúrgico e objeto estranho. Bacteremia, endocardite, pneumonia e artrite séptica → cai na corrente sanguínea. ❖ Sthaphylococcus epidermidis: ↑ poder de aderência. Produtores de mucopolissacarídeo, que facilita a aderência a objetos de plásticos hospitalares. ↪ Infecções de cateteres e derivações. ↪ Endocardite: válvulas normais e artificiais. ❖ Sthaphylococcus saprophyticus: Infecções urinárias agudas (cistite e pielonefrite) ↪Bacteremia ↪Canal retal pode ser o principal reservatório; 40% reto, 30% uretra, 10% urina e 10% colo uterino. ➢ Diagnóstico: 1) Coleta: o abscesso deve ser aspirado, devendo-se examinar o conteúdo por meio de coloração de Gram e cultura. 2) Coloração de Gram: a identificação de cachos de grandes cocos Gram-positivos sugere infecção estafilocócica. 3) Cultivo: utilizar meios ricos (ágar sangue) e seletivo (7,5% de NaCl e manitol –Sal - Manitol) Obs ☛ Colônias de S. aureus possuem coloração amarelo-ouro normalmente β-hemolíticas em ágar sangue e Manitol +. ☛ Colônias coagulase-negativas apresentam cor esbranquiçada e não hemolíticas em ágar sangue e Manitol -. ★ Identificação presuntiva e definitiva: teste de catalase (+), teste da coagulase e Dnase. ← Prova de catalases: colônia seca + H2O2. ← Prova de coagulase em tubo: 0,5ml de plasma de coelho + suspensão → bacteriana formação de coágulos de fibrina. Teste de Dnase: inóculo de colônias em meio contendo DNA (Dnase Test agar) → halo ao redor da bactéria. ↪ Leitura: azul de toluidina ou hipoclorito. Staphylococcus ↓ Coagulase/Dnase (+) S. aureus S. Coagulase negativo (-) ↓ Novobiocina (R) S. saprophyticus S. Coagulase negativa (S) ↪ A identificação pode ser direcionada com outras provas: maltose, sacarose, trealose, manitol, arginina, ornitina, uréia, polimixina ou sistemas comerciais (API Staph). ➢ Disco de Novobiocina: 5μg Leitura : 6-12mm resistentes ≥16mm - sensível
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