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Eduarda Vitória - 107 UFES Medicin� d� Famíli� � Comunidad� Resumo (bem resumido) da matéria de MFC. Princípi� d� medicin� d� famíli� � comunidad�: O médico de família e comunidade é um clínico qualificado. A atuação do médico de família e comunidade é influenciada pela comunidade. O médico de família e comunidade é o recurso de uma população definida. A relação médico-pessoa é fundamental para o desempenho do médico de família e comunidade. Obs: O MFC não atende somente coisas simples no postinho de saúde, não somente previne doenças, não é médico apenas do SUS e não é igual ao médico antigo que ia nas casas das pessoas. Métod� clínic� centrad� n� pesso�: O Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) surgiu da demanda das pessoas por um atendimento que contemplasse de maneira mais integral suas necessidades, preocupações e vivências relacionadas à saúde ou às doenças. Principais componentes: 1. Explorando a doença e a experiência da pessoa com a doença: Doença: Avaliar a história, exame físico, exames complementares. Experiência (cada paciente é único): Avaliar a dimensão da doença: sentimentos, idéias, efeitos sobre a funcionalidade e expectativas da pessoa (Sigla SIFE). Para a experiência, vale identificar: As idéias sobre o que está errado com ela; Os seus sentimentos, medos sobre estar doente; O impacto de seus problemas nas tarefas da vida diária; Suas expectativas sobre o que deve ser feito e sobre a atuação do médico. 2. Entendimento global da pessoa: A pessoa: Sua história de vida, aspectos pessoais e de desenvolvimento; Contexto próximo: Sua família, comunidade, emprego, suporte social; Contexto distante: Sua comunidade, cultura, ecossistema. 3. A busca de objetivos comuns, entre o médico e o paciente, a respeito do problema ou dos problemas e sua condução: Elaborar um projeto comum de manejo para os problemas: o profissional deve evitar conflitos pelo poder, deve escutar as preocupações e opiniões da pessoa, e não simplesmente rotulá-la de desobediente. 4. A incorporação de medidas de prevenção e promoção de saúde: melhorias da saúde; evitar/reduzir riscos; identificação precoce de riscos e/ou doenças; redução de complicações. 5. Fortalecimento da relação médico-paciente: Exercendo a compaixão; a relação de poder; a cura (efeito terapêutico da relação); o autoconhecimento. 6. Viabilidade em termos de custos e tempo: Ser realista. Tempo e “timing”; Construir e trabalhar em equipe; Usar adequadamente os recursos disponíveis. Abordage� Familiar n� prátic� médic�: No contexto dos problemas de saúde, a família é particularmente importante, podendo funcionar como recurso a mobilizar no apoio à pessoa doente ou, pelo contrário, como fator de estresse que agrava ou está mesmo na origem dos problemas do nosso paciente. Para fazer essa avaliação, o médico tem de ser capaz de compreender a família e de estabelecer uma relação contínua e empática com o sistema familiar. Família não é mais apenas aquele grupo específico de parentes. A família é hoje um espaço emocional à procura de novos equilíbrios e que pode revestir as mais diversas formas. Eduarda Vitória - 107 UFES Nos dias atuais também, as configurações de família são bastante diversas, incluindo família nuclear (familiares consanguíneos), extensiva ou ampliada (mais de uma geração e/ou vínculos colaterais), unitária (uma só pessoa), monoparental (um dos pais biológicos e o(s) filho(s)), reconstituída (passou a ter um novo formato), instituição (ex: orfanatos), homossexual, famílias com constituição funcional (pessoas que moram juntas). Par� trabalhar pensand� n� famíli�: Estar atento aos desafios enfrentados por uma família; Estar atento às necessidades dos integrantes de uma família; Estar consciente da responsabilidade do médico; Ser sensível aos estresses não mencionados; Estar atento aos efeitos das ações do próprio médico no sistema familiar; Estar consciente de algumas das armadilhas. O qu� avaliar e� um� famíli�? Estrutura; Desenvolvimento; Funcionamento. Ferramenta� d� abordage� familiar: Mais importante que a ferramenta em si é a informação que se pretende obter para compreender melhor o problema das pessoas e pensar em melhores intervenções. Apgar Familiar: Cicl� d� vid�: As pessoas tendem a passar por alguns ciclos na vida que, se não for bem iniciado, desenvolvido e encerrado, pode impactar negativamente em seus futuros ciclos ou nos ciclos de pessoas à sua volta. Genogram�: Busca “mapear” as relações familiares de modo a recolher a maior quantidade de informações possíveis para auxiliar no cuidado individual e familiar. Eduarda Vitória - 107 UFES Ecomap�: É um diagrama das relações entre a família e a comunidade, que desenha o sistema ecológico onde a família ou indivíduo está incluído, identificando seus padrões de organização e a natureza das suas relações com o meio onde habita. Abordage� comunitári�: Saúde comunitária pode ser definida como a expressão coletiva do nível de saúde de indivíduos e grupos sociais de uma comunidade específica. É condicionada pela interação de fatores individuais, familiares, culturais, do meio ambiente, assim como do sistema de saúde e das características econômicas, sociais e políticas locais. Atenção comunitária direciona-se ao coletivo da comunidade e vai além das intervenções sobre problemas de saúde e deve envolver os determinantes sociais de saúde. Implica numa ação coletiva integrada, intersetorial e multiprofissional, produzindo redes de intervenção local. Determinação social da saúde: a base para a abordagem comunitária. Etapa� d� process� comunitári�: 1. Conexão com a comunidade; 2. Elaboração de um diagnóstico comunitário; 3. Priorização; 4. Atuação; 5. Avaliar o processo. Ferramenta� par� Abordage� Comunitári� Métodos “clássicos” no Brasil (estão explicados nos slides): - Territorialização e adscrição de clientela; - Mapeamento do território; - Método de Estimativa Rápida; - Estratificação de risco familiar; - Diagnóstico de demanda; - Atenção domiciliar; - Atividades em grupo; - Agentes Comunitários de Saúde; Comunicaçã� n� MFC: Elementos para uma boa relação: Empatia, cortesia e simpatia; Atenção às perguntas do paciente; Qualidade das explicações dadas; Reforço positivo às ações das pessoas; Bons comportamentos: Não encarar excessivamente as pessoas; Não tocar as pessoas sem propósito; Acenar com a cabeça para reforçar algumas mensagens; Eduarda Vitória - 107 UFES Inclinar o corpo para frente em sinal de atenção e interesse; Pernas e braços descruzados e simetria na disposição dos braços. Pass� par� um� consult�: Técnica� par� facilitar � narrativ� d� pesso�: “Illness Narrative” - Livro: • Escuta ativa; • Ecoar as falas do paciente; • Parafrasear o paciente; • Sumarizar; • Saber usar o silêncio; • Perguntas abertas; • Perceber pistas verbais e não verbais; • Esplanar a visão do paciente sobre o que está acontecendo. Sinalização de situações percebidas pelo médico: Ex: Percebi que a senhora está um pouco mais desanimada hoje? Como se sente? Realizar escuta amplificada: Outras técnicas: Obs: usar ambas as perguntas abertas e fechadas, porém no momento e com objetivos adequados. Diagn�tic� d� diabet� mellitu�: Anotação de Caso Clínico apresentado na aula: Critérios para o diagnóstico de diabetes: Glicose plasmática em jejum (FPG) ≥ 126 mg/dL (7,0 mmol/L). O jejum é definido como Eduarda Vitória - 107UFES nenhuma ingestão calórica por pelo menos 8 horas. (pelo menos 2 exames diferentes). Medição da glicose plasmática de 2h no teste oral de tolerância à glicose (OGTT) ≥ 200 mg/dL (11,1 mmol/L). O teste deve ser realizado conforme descrito pela OMS, usando uma carga de glicose contendo o equivalente a 75 g de glicose anidra dissolvida em água. Hemoglobina glicada (a1c) ≥ 6,5% (48 mmol/mol). O teste deve ser realizado em um laboratório usando um método que seja NGSP certificado e padronizado para o ensaio DCCT (Teste de Controle de Diabetes e Complicações). Glicose plasmática aleatória ≥ 200 mg/dL (11,1 mmol/L) em um paciente com sintomas clássicos de hiperglicemia ou crise hiperglicêmica. Um desses critérios deve ser confirmado. Obs: Todos esses critérios considerando que os exames estão corretos e que os pacientes seguiram as orientações pré exames. Critéri� d� rastreament� d� DM: A prevençã� quaternári�: A prevenção quaternária implica em uma mudança de postura do profissional: A mudança de uma prevenção fundamentada no tempo para uma organização alicerçada no relacionamento; Aborda a questão principal do que se constitui como ‘muita’ ou ‘pouca’ medicina. Os médicos observam a si próprios e questionam os limites éticos de suas atividades. Nesse sentido, a prevenção quaternária está voltada mais para o médico do que para o paciente. Novo termo para um velho conceito: em primeiro lugar, não causar danos. Eduarda Vitória - 107 UFES Termos importantes: Iatrogenia: excesso de medicalização, de exames, de “tratamento médico”, do cuidado do paciente. Obs: é a 3a maior causa de morte nos EUA. A prevenção quaternária busca impedir esse excesso. O�: Rastreament� câncer d� mam�: Registr� Clínic� n� Atençã� Primári� à Saúd�: Importância dos registros clínicos: Assistência; Apoio diagnóstico; Coordenação do cuidado e trabalho em equipe; Administração e auditoria médica; Aspectos legais e jurídicos; Epidemiologia; Educação continuada – qualidade do cuidado; Pesquisa, Ensino e Desenvolvimento tecnológico. Registr� d� saúd� orientad� por problema�: Estrutura uma forma de prontuário: Identificação / Base de dados da pessoa; Lista de problemas / condições principais; Registros clínicos / notas de evolução = SOAP; Classificação dos problemas (ex: CID10). A Lista de Problemas: Auxilia um acesso rápido e funcional dos problemas do paciente. O que podemos registrar na lista de problemas? um sinal (ex: hepatomegalia); um sintoma (ex: dispneia); um diagnóstico estabelecido (ex: hipertensão); um procedimento ou tratamento realizado (ex: colecistectomia); uma má condição de saúde que não pode ser esquecida (ex: alergia à penicilina); uma condição socioeconômica importante (ex: desemprego); uma condição psicossocial (ex: cuidador de paciente acamado); um fator de risco (ex: história familiar de câncer de cólon). um resultado anormal de exame laboratorial ou de imagem (ex: transaminases elevadas); Notas de evolução = SOAP Subjetivo: Queixa principal (motivo da consulta); História do problema; História passada; História familiar; Aspectos sociais; Sentimentos, ideias e expectativas do paciente com relação ao problema. Objetivo: Dados da observação do médico; Dados do exame físico; Resultados dos exames complementares. Avaliação: Problemas: inclui fatos, dados relevantes e sintomas ou diagnósticos; Problemas agudos (ex: diarréia há 5 dias); Problema crônico; Impressão do profissional. Plano: Diagnóstico; Terapêutico; Educacional. Classificação de Problemas: Eduarda Vitória - 107 UFES A APS possui uma classificação específica: CIAP (Classificação internacional da atenção primária). Obs: essa tabela grande tá no drive. Cuidad� Domiciliare�: Os cuidados domiciliares são bastante diversos. A visit� domiciliar: O primeiro passo é definir seu foco, que pode abranger um ou mais dos seguintes objetivos: Conhecer o domicílio e suas características ambientais, socioeconômicas e culturais. Prestar assistência ao paciente no seu próprio domicílio, especialmente em caso de acamados; e identificar fatores de risco individuais e familiares. Verificar a estrutura e a dinâmica familiares com elaboração do Genograma, Ecomapa, etc. Auxiliar no controle e prevenção de doenças transmissíveis, agravos e doenças não transmissíveis, estimulando a adesão ao tratamento, medicamentoso ou não. Intervir precocemente na evolução para complicações e internações hospitalares. Atenção ao paciente em internação domiciliar, em cuidados paliativos ou com necessidades especiais. Cinco passos para programar o cuidado domiciliar: Avaliação da resolutividade da VD (A VD será resolutiva); Avaliação da razoabilidade da VD (A VD é a melhor alternativa); Aderência do usuário e sua família ao acompanhamento (engajamento e corresponsabilização); Eduarda Vitória - 107 UFES Autorização do usuário e da família; Análise da infraestrutura domiciliar (avaliação para análise de caso, classificação da complexidade e determinação do plano de cuidados). Medicin� Basead� e� Evidência�: Medicina baseada em evidências é o uso consciente, explícito e criterioso das melhores evidências científicas na tomada de decisões sobre o cuidado das pessoas. A prática da medicina baseada em evidências significa integrar a experiência clínica do médico com as melhores evidências clínicas disponíveis na literatura. O �ercíci� d� Medicin� Basead� e� Evidência�: Requer habilidades específicas para avaliação crítica da literatura: Precisa definição do problema do paciente e das informações necessárias para resolvê-lo; Realização de uma busca eficiente da literatura; Seleção dos estudos mais relevantes e determinação de sua validade; Apresentação sucinta dos resultados do estudo, bem como seus pontos fortes e fracos; Identificação do achado clínico central do estudo e aplicação deste saber para a resolução do problema do paciente. Questõe� d� Medicin� Basead� e� Evidência�: O quão comum é este problema? (Prevalência) Sua detecção precoce em uma fase assintomática diminui a mortalidade? (Rastreamento) Os testes diagnósticos para este problema são acurados? (Diagnóstico) Em caso de não tratamento, o que acontece e em quanto tempo? (Prognóstico) Quais os benefícios do tratamento com a medicação X? (Tratamento) Quais os efeitos adversos do uso da medicação X no tratamento do problema? (Tratamento) Estratégia� Motivacionai� par� mudanç� d� comportament�: Comportamentos modificáveis relacionados à saúde, tais como alimentação inadequada e tabagismo, são aspectos fundamentais na produção de desfechos negativos. É necessário trabalhar conjuntamente com as pessoas para definir metas, superar barreiras e modificar seu comportamento. Tomada de decisão diante do risco: perspectiva “clássica” consequencialista: Essa teoria é muito simples e não retrata a realidade. Existem diversas teorias com fluxos diferentes (no slide da aula). Processos cognitivos: aumento da consciência; alívio dramático; reavaliação do ambiente; autorreavaliação; Processos comportamentais: autoliberação; administração de contingência; relacionamentos de auxílio; condicionamento contrário; controle de estímulos; Técnica� d� Abordage�: Apelo ao medo (década de 50); Apelo à informação Comunicação efetiva e persuasiva; Entrevist� Motivaciona�: Eixos: Colaboração (não confronto); Provocações (não imposições); Autonomia (não autoridade). Princípios básicos: Expressar empatia; Desenvolver discrepância; Eduarda Vitória - 107UFES Fluir com a resistência ao invés de enfrentá-la; Estimular a autoeficácia; Habilidades: Faça perguntas abertas e reflexivas ao invés de perguntas fechadas de perguntas curtas; Faça afirmações oportunas que ajudem a pessoa a refletir e reconhecer seus pontos fortes – a mudança é possível mesmo quando se fracassou no passado; Use frases sínteses das afirmações e argumentos da pessoa – isto mostra que você estava escutando atentamente a pessoa; Evite assumir o papel de especialista que tudo sabe; Nunca rotular as pessoas – todas podem mudar! Não culpar as pessoas pelo seu fracasso. Não enfatizar o fracasso e a falta;
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