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Traumatismo Cranioencefálico (TCE) Lesão encefálica adquirida Agressão de origem traumática ocasionando uma lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, meninges, crânio, encéfalo ou vasos Força física externa Comum em crianças de 5 a 10 e Homens ★ Grande incidência, problema de saúde pública, comum devido acidentes automobilísticos e com arma de fogo ★ Tomografia computadorizada(TC) para ver extensao da lesao Tipos: ● TCE aberto (estático) Penetração de couro cabeludo e crânio (e, normalmente, de meninges e tecido cerebral subjacente). Elas normalmente são causadas por balas ou objetos pontudos ● TCE fechado (dinâmico) A cabeça é batida contra um objeto ou sacudida violentamente, causando aceleração e desaceleração cerebrais rápidas. Aceleração ou desaceleração pode lesar o tecido no ponto de impacto (golpe), no polo oposto (contragolpe) ou difusamente; os lóbulos frontal e temporal são especialmente vulneráveis a esse tipo de lesão. Estágios da lesão: Lesão primária: resultante da ação mecânica que atuam no momento do impacto, agindo nos neurônios, vasos sanguíneos e células da glia. Ex: fraturas, contusões, lacerações A partir dela surge: Lesões Difusa: ➔ lesão axonal difusa ➔ hemorragia subaracnóidea ➔ hemorragia intraventricular Lesões focais: ➔ Contusão ➔ Hematoma epidural ➔ subdural ➔ intraparenquimatoso Após a lesão primária: 1. Inicia cascata neuro citotóxica, causando alterações intracelulares e extracelulares 2. Falência da auto-regulação cerebral 3. Edema cerebral pós-traumático 4. Hipertensão intracraniana(HIC) Sucessão de eventos moleculares, centrados em fenómenos isquémicos (lesão secundária) Lesões secundárias: inicia no momento da lesão porém só vai ser visível dentro de horas a semanas, resultado de processos inflamatórios, aumento da pressão intracraniana (PIC) Ex: Isquemia, edema, infecção Etiologia: ➔ Acidentes automobilísticos ➔ Quedas ➔ Agressões ➔ Esportes ➔ Abuso e maus tratos ➔ Álcool Características: ❖ edema nos tecidos lesados ❖ diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro ❖ aumenta a pressão intracraniana ❖ isquemia Sintomas: ➢ moderada ou grave perda a consciência (altera o nível de consciência) ➢ confusão ➢ amnésia ➢ irritabilidade ➢ convulsão ➢ hipertensão intracraniana ➢ déficit motor (momento ou tardio) ➢ alteração de sensibilidade ➢ alteração de reflexo (fotomotor;pupila) ➢ alteração do tipo frontal (agitação) ➢ alteração do ritmo e padrão respiratório Sequelas variam de acordo com o nível de gravidade da lesão Classificação: Escala de Coma de Glasgow Avalia o nível de gravidade da lesão de acordo com a pontuação da escala de coma ● Respostas motoras ● Respostas Visuais ● Abrir os olhos Quanto menor pontuação, mais sério TCE leve: 13-15 TCE moderado: 9-12 TCE grave: 3-8 Tipos: 1. Lesões primárias 2. Lesões Focais: Hematoma Extradural/Epidural Comum em idade pediátrica, mortalidade 5% Forma biconvexa, hiperdensa, edema, efeito de massa Associado a fraturas cranianas que provocam laceração de vasos durais Intervalo lúcido: ele sofre lesao, nao sente nada no primeiro momento, depois acontece a evolução podendo causar óbito Tipos: I. Agudo ou hiperagudo: dia 1 II. Subagudo: dia 2-4 III. Crônico: dia 7-20 Curso do hematoma: 1. Período de vigília 2. Hemiparesia e midríase da pupila homolateral Prognóstico: Depende do diagnóstico, tratamento precoce, nível de admissão, idade, lesões associadas Hematoma Subdural: Rotura das veias duraias em ponte que drenam diretamente para os seios venosos Tipos: I. Agudos Coágulo e sangue, mais de 48h II. Subagudos Sangue e fluido, 2-14 dias III. Crônicos Fluido, acima de 14 dias Etiologia: ● Traumática Prognóstico: Depende do tempo até a evacuação cirúrgica Lesão extensa envolvendo todo hemisfério ou edema, cirurgia não melhora, fatal Contusão: Hemorragia subpial + edema 31% dos casos de TCE Localizada nas áreas óssea craniana Podem agravar a lesão secundária Hematoma Intraparenquimatoso: 20% hematoma intracraniano pós-traumático Associado a contusões ⅔ de sangue, margens bem delimitadas Rotura de pequenos vasos parenquimatosos, a nível temporal e órbito-frontal Lesões Difusas: Lesão Axonal Difusa: Mais comum Causa: 1. Tensão e estiramento axonal por forças de aceleração e rotacional 2. Rupturas de pequenos vasos Hemorragia Subaracnoideia (HSA): 33% dos casos de TCE grave Ruptura de vasos para as cisternas do espaço subaracnoideu Pior prognóstico Desenvolve entre 12h-5 dias, duração de 30 dias Hemorragia Intraventricular: 25% dos casos de TCE grave Existência de hematomas intraparenquimatosos Tratamento: ➔ Pré-Hospitalar Serviços de emergência, remoção do acidentado de maneira rápida e segura ➔ Hospitalar Estabilizar e não aumentar nem surgir outras lesões, multidisciplinar ➔ Pós-Hospitalar Reabilitação, recuperação motora e cognitiva, neuroplasticidade Problemas que podem aparecer no pós-hospitalar: 1. disfunção cognitiva 2. perturbações do sono 3. epilepsia pós-traumática 4. disautonomia 5. agitação e depressão 6. profilaxia do tromboembolismo(TE) 7. espasticidade 8. disfagia 9. incontinência fecal e urinária 10. hidrocefalia pós-traumática 11. ossificaçao heterotópica 12. alterações hormonais 13. dor (cefaléia, dor neuropática, síndrome doloroso complexo regional) Sequelas Físicas Motoras: ● hemiparesia e dupla hemiparesia com hipertonia alfa e/ou espasticidade ● desordens de equilíbrio e coordenação ● alterações sensitivas e sensoriais ● distúrbios da fala, linguagem e deglutição Sequelas cognitivas: ● habilidades de pensamento: atenção, organização, planejamento, tomada de decisões e resolução de problemas, noções de julgamento e segurança, raciocínio, percepção de seus limites e déficits de memória remota e recente Fases da reabilitação: *Em pacientes saindo do Coma (despertar): Intervenção precoce da TO em nível ambulatorial para minimizar as sequelas e prevenir aparecimento de outras Objetivos: ★ Posicionamento correto no leito ou CAD Postura funcional e de relaxamento, prevenir úlceras de pressão e edema, deformidades e contraturas, melhorar capacidade respiratória. Cuidados da equipe de enfermagem e programa de cinesioterapia ★ Prescrição e confecção de órteses para MMSS Manter membros em posição funcional ★ Estimulação sensorial Neuroplasticidade, oferecer estímulos observando respostas do paciente, escolher um dia que o paciente se encontra mais alerta para receber esses estímulos, evitar exageros, ambiente adequado, diminuir estímulos auditivos e visuais no quarto/sala ajuda o paciente a ter maior atenção aos comandos verbais do TO 15 min, 8 a 10x ao dia, escolher duas modalidades de estímulos(tátil,visual,auditiva) para ser trabalhado inicialmente, manter elas por um período de tempo. Aumentar os estímulos de acordo com análise das respostas dadas pelo paciente Ter um KIT de estimulação no quarto para família continuar o trabalho Respostas comuns a estimulação: Auditivo Reação generalizada após o estímulo sonoro, virar em direção ao som, localização, seguir comandos verbais Visual Piscar, fixar, fazer seguimento visual Olfatório Lacrimejar, espirrar, virar a cabeça e direção ao estímulo. Tátil Respostas generalizadas, de localização, alerta, movimentação da área estimulada Vestibular Aumento de tônus, movimentação generalizada. ★ Orientação aos familiares Pessoas que têm contato com ele devem sempre falar data, local e horário e se identificar(noção temporo espacial), serem ensinadas os cuidados que o paciente precisa e irá precisar Adequar: Objetivos: ● Estimular aspectos percepto-cognitivos Família fornecer estímulos e também a diminuir a quantidade deles (silêncio no quarto, sem TV, telefone) ● Desempenho funcional dos MMSS ● Adequar as respostas nos níveis cognitivos do paciente (confuso,agitado) Uso de atividades lúdicas: jogos de memória, damas, memorização, identificação de figuras ● Coletar rotina ocupacional e repertório de atividades ● Atividades conhecidas ao paciente, estimulando a participação ● Manterrotina do tratamento; mesmo local, mesmo terapeuta(memória, planejamento) ● Treino de AVDs ● Auxílio da orientação temporal (fazer um calendário) ● Orientar a família sobre transferências e adaptações necessárias Reorganizar: Objetivos: ● Foco em habilidades específicas (cognitivo e motor) ● Resgate da função ● Independência física, social, domiciliar ● Aumentar a participação nos cuidados pessoais ● Reorganizar suas limitações físicas e cognitivas ● Respostas mais apropriadas ● Olhar o desempenho e as condições durante o fazer da atividade e dar o retorno para o paciente ● Atividades com temas que forem de demanda do paciente (demanda de autocuidado, treino disso) ● Adaptações em tarefas ● Continuidade ao tratamento olhando os contextos que ele está inserido e se tem limitação que o impeça Podem afetar o desempenho na realização de atividade: Déficits motores: ● Rigidez ● Contraturas ● Incoordenação ● Reflexos primitivos ● Espasticidade ● Fraqueza muscular ● Déficit nas reações posturais ● Alteração de sensibilidade Devem ser observados no tratamento: ● Postura simétrica com distribuição de peso ● Uso de métodos diferentes para adequação de tônus ● Integração dos hemicorpos durante a realização de atividades ● introdução de experiência sensorial normal
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