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A importância da afetividade na educação infantil

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 
CENTRO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM REDE - CEAR 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
SHARLENE PESSOA DE OLIVEIRA 
VANDERLICE PESSOA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uruana 
Janeiro, 2021 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 
CENTRO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM REDE - CEAR 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
SHARLENE PESSOA DE OLIVEIRA 
VANDERLICE PESSOA DE OLIVEIRA 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
Monografia apresentada para Trabalho de Conclusão de Curso de 
Licenciatura em Pedagogia no Polo de Apoio Presencial da 
Universidade Aberta do Brasil - UAB, da cidade de Uruana como 
requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia. 
 
 
 
 
Orientador: Prof.ª Doutora Maria Aparecida Candine de Brito 
 
 
 
 
 
 
Uruana 
Janeiro, 2021. 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 
CENTRO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM REDE - CEAR 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
SHARLENE PESSOA DE OLIVEIRA 
VANDERLICE PESSOA DE OLIVEIRA 
 
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
Monografia apresentada para Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Pedagogia 
no Polo de Apoio Presencial da Universidade Aberta do Brasil - UAB, da cidade de Uruana 
como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia. 
 
Aprovado por: 
 
 
________________________________________________________________ 
Maria Aparecida Candine de Brito, Doutora, UEG 
 (ORIENTADOR) 
 
 
________________________________________________________________ 
Denise Candine de Brito, Mestre, UFG 
 (EXAMINADOR) 
 
 
 
Uruana 
 Janeiro de 2021 
 
 
 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
Título do trabalho: 
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
Autor (a): 
MEDEIROS, Sharlene Pessoa de Oliveira. 
OLIVEIRA, Vanderlice Pessoa. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Pedagogia, defendido e aprovado em 
Janeiro de 2021, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (VA), Moodle, do Centro de 
Ensino e Aprendizagem em Rede (CEAR) da Universidade Estadual de Goiás (UEG) no Polo 
de da Universidade Aberta do Brasil - UAB, cuja banca examinadora esteve constituída dos 
seguintes integrantes: 
 
________________________________________________________________ 
Maria Aparecida Candine de Brito Doutora, UEG 
 (ORIENTADORA) 
 
________________________________________________________________ 
Denise Candine de Brito, Mestre, UFG 
 (EXAMINADOR) 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
MEDEIROS, Sharlene Pessoa de Oliveira. OLIVEIRA, Vanderlice Pessoa. A importância 
da afetividade no processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Anápolis2020. 
(UEG / CEAR, Licenciado em Pedagogia, 2020). Monografia. Universidade Estadual de 
Goiás, Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede – CEAR. Curso Licenciatura em 
Pedagogia. Polo de Apoio Presencial da Universidade Aberta do Brasil - UAB, da cidade de -
Uruana. 
1. Educação Infantil 2. Afetividade 3. Processo Ensino-Aprendizagem 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
MEDEIROS, Sharlene Pessoa de Oliveira. OLIVEIRA, Vanderlice Pessoa. A importância 
da afetividade no processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Anápolis, 2020. 
Número de páginas p. Monografia– Curso de Licenciatura em Pedagogia. Centro de Ensino e 
Aprendizagem em Rede (CEAR), Universidade Estadual de Goiás. 
 
CESSÃO DE DIREITOS 
 
NOME DO AUTOR: MEDEIROS, Sharlene Pessoa de Oliveira. OLIVEIRA, Vanderlice 
Pessoa. 
TÍTULO DO TRABALHO: A importância da afetividade no processo ensino-
aprendizagem na Educação Infantil. 
GRAU/ANO: Graduação /2020. 
 
É concedida à Universidade Estadual de Goiás permissão para reproduzir cópias deste 
trabalho, emprestar ou vender tais cópias para propósitos acadêmicos e científicos. O autor 
reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste trabalho pode ser reproduzida 
sem a autorização por escrito do autor. 
 
 
 
Sharlene Pessoa de Oliveira Medeiros Vanderlice Pessoa de oliveira 
Uruana, Janeiro de 2021 Uruana, Janeiro de 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este trabalho é dedicado à turma B de Pedagogia do polo de 
Uruana-Go, pelo espírito de cooperação demonstrado por todos 
os colegas e que foi essencial para a conclusão deste projeto de 
pesquisa. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Aos nossos pais, Rosangela Morais Pessoa e Wanderli Marcelino de Oliveira, por 
permitirem a realização deste sonho e mostrarem que a vida é linda de viver. O mundo seria 
mais feliz se vocês não fossem únicos. Aos nossos familiares, pelos ensinamentos, 
companheirismo e diversão. É muito bom fazer parte desta família. À nossa orientadora, 
Prof.ª Doutora, Maria Aparecida Candine de Brito. Obrigada pela oportunidade, por garantir 
que este trabalho acontecesse e pelo apoio durante o desenvolvimento da pesquisa. A 
professora Fernanda Rosa Amorim por ter colaborado com a parte deste trajeto, 
principalmente, por ter sido companheira e nos momentos mais especiais da faculdade. A 
todas as pessoas que participaram da nossa vida durante o curso de Pedagogia.
8 
 
RESUMO 
Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo compreender por meio de estudo bibliográfico a 
importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil, pois afetividade é um assunto 
presente no dia-a-dia das escolas. A sensibilidade do docente e atenção diante da criança é que promovem um 
olhar cuidadoso às fases do desenvolvimento. Sendo a criança um ser naturalmente afetivo e o professor ciente 
do seu papel como mediador da aprendizagem, deve observar os apelos da criança e ter o cuidado para não 
comprometê-la, marcando-a, seja positivamente ou negativamente. Para a produção deste trabalho foi realizada 
uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, tendo como fonte o trabalho de teóricos, dentre eles Saltini 
(2008), Wadsworth (2000) Cunha (2008), Mutschele (1994), Oliveira (1999), Heloysa Dantas (1992), Costa e 
Souza (2015) Marta Kohl de Oliveira (1992) e Yves de La Taille (1992) com o ponto de vista de Wallon, 
Vygotsky e Piaget. Com a elaboração deste trabalho, pudemos perceber o quão essencial à afetividade, no 
contexto escolar para a construção de uma base emocional, ética, cognitiva, social e que isso vai além de 
manifestações de carinho ou atenção. 
 
Palavras-chave: Educação Infantil. Afetividade. Processo Ensino-Aprendizagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
SUMÁRIO 
RESUMO8 
INTRODUÇÃO1010 
1. O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO HUMANA E A AFETIVIDADE NO 
CONTEXTO ESCOLAR................................................................................................13 
1.1 A relação entre afetividade e inteligência1315 
1.2 A importância da afetividade na relação professor-aluno Erro! Indicador não 
definido.15 
2. A AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL 1616 
2.1 Relação afetiva professor X aluno X família Erro! Indicador não definido.18 
2.2 Afetividade: O papel do professor na Educação Infantil1820 
CONSIDERAÇÕES FINAIS23 
REFERÊNCIAS24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
INTRODUÇÃO 
A afetividade é um assunto presente no dia-a-dia das escolas, a sensibilidade do 
docente e atenção diante da criança é que promovem um olhar cuidadoso às fases do 
desenvolvimento. Sendo a criança um ser naturalmente afetivo e o professor ciente do seu 
papel como mediador da aprendizagem, deve observar os apelos da criança e ter o cuidado 
para não comprometê-la. Assim,este trabalho de pesquisa bibliográfica propôs fazer uma 
reflexão sobre a influência da afetividade na aprendizagem, numa visão pedagógica, com foco 
no sujeito e sua interação com os outros e com o ambiente em que vive, e como essa interação 
tem efeitos positivos ou negativos sobre sua aprendizagem global da criança. 
De acordo com SARNOSKI (2014, p.1): 
A afetividade é a dinâmica mais profunda e complexa de que o ser humano 
pode participar, ela é a mistura de todos os sentimentos como: amor, 
motivação, ciúme, raiva e outros, e aprender a cuidar adequadamente de 
todos nas emoções é que vai proporcionar ao sujeito uma vida emocional 
plena e equilibrada. 
Ao fazer estudos e pesquisas sobre o tema, nos deparamos com afirmações de que a 
forma mais hábil de levar o aluno ao conhecimento é por meio da afetividade, o que não é 
uma tarefa fácil, uma vez que a criança é um ser pensante que possui conhecimento prévio e 
que toda a sua relação com a família e com o meio também afetarão sua formação, o que ao 
mesmo tempo influenciará, em sua relação de trocas afetivas com o meio. 
SARNOSKI (2014) afirma também, que a afetividade exerce um papel crucial na 
vida das pessoas e forma um elo na relação professor-aluno, quanto maior for à afinidade 
entre professores e alunos, maior será a fluência do processo ensino-aprendizagem, pois mais 
facilmente os alunos compreenderão o sentido de estudar o que está sendo apresentado pelo 
professor e terão a curiosidade de buscar novas informações que possam completar a aula, 
tornando-a um momento de aprendizagem dinâmica para ambos, aluno e professor. 
Este trabalho, portanto, orientar-se-á, no sentido de compreender a importância da 
afetividade no dia a dia da educação infantil, o quão essencial é a percepção do professor 
nesse processo e as implicações de tal relação na aprendizagem neste difícil processo. 
Considerando o mundo brutal e ausência de humanidade no presente, muitas crianças 
só conseguem amparo dentro da escola, o que nos faz refletir sobre como isso a afetará no 
futuro. É imprescindível entender que o professor, tire proveito dos momentos em sala de aula 
para mostrar à criança uma realidade diferente da qual ela está inserida, uma vez que ela 
11 
 
permanecerá a maior parte do seu dia dentro do ambiente escolar, podendo ser resguardada e 
levada a alcançar novos conhecimentos, em um espaço acolhedor. 
O tema afetividade tem importância devido à relação natural entre afetividade e 
aprendizagem, portanto este estudo tem como objetivo compreender por meio de estudo 
bibliográfico a importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem na Educação 
Infantil. A escolha do tema: “A importância da afetividade no espaço escolar”, considera a 
importância do bom convívio entre o adulto e a criança, com ênfase maior no desafio para 
cuidar e educar as crianças e o quanto isso afeta ou não no desenvolvimento de cada criança. 
Portanto, buscamos compreender a importância da relação afetiva entre professor e aluno. 
Para isso, foi feito uma explanação em relação ao modo em que a afetividade está 
presente em todo o ambiente escolar, e o quanto isso afeta na aprendizagem da criança. Esse 
tema foi escolhido por existir ansiedade, em elucidar a importância dessa troca no dia-a-dia da 
sala de aula, buscando formas de contribuir para que a escola seja um ambiente de relações 
mais agradáveis. 
A palavra afetividade é derivada dos termos afeto e afetivo. A psicologia se trata esses 
fenômenos como qualquer sentimento de paixões, emoções, preocupações, carinho, entre 
outros. Ela está inteiramente ligada à formação do caráter. Os sentimentos afetivos tem um 
papel importantíssimo no decorrer da vida, principalmente na infância, etapa em que se 
concentra todo processo de aprendizagem das pessoas. 
A afetividade não é um tema atual, mas histórico. Buscamos então, analisar o impacto, 
tanto positivo, quanto negativo que a afetividade pode causar na aprendizagem e como ela 
influencia nas relações interpessoais do indivíduo. Diante disso, torna-se de extrema 
importância discutir e explicitar reflexões de teóricos que procuram apresentar a questão da 
afetividade em suas discussões. 
A afetividade de acordo com Wallon (2008) consiste na capacidade do ser humano de 
ser afetado positivamente ou negativamente tanto por sensações internas como externas. A 
afetividade é um dos conjuntos funcionais da pessoa e atua juntamente com a cognição e o ato 
motor no processo de desenvolvimento e construção do conhecimento. Assim, percebemos 
que a afetividade pode afetar a criança de forma positiva ou negativa, dependendo da 
influência do meio onde está inserida, através de sensações internas ou externas (MELO et al., 
2016. p. 249). 
Nessa linha de pensamento, a afetividade é essencial para nossa estabilidade e 
aceitação no mundo, é por meio das relações sociais e afetivas que o homem sobrevive e 
constrói sua história e sua identidade. 
12 
 
Para este estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica intensiva. Por se tratar de 
uma reflexão sobre o delineamento da afetividade no espaço escolar, este trabalho se apoia 
basicamente nos textos de Henry Wallon (1879-1962) conhecido por se dedicar ao estudo da 
afetividade e sua importância nas relações interpessoais em sala de aula. Buscando também 
contribuições de Piaget (1896 – 1980), Vygotsky (1896 – 1934) Saltini (2008), Wadsworth 
(2000) Cunha (2008), Mutschele (1994), Oliveira (1999), Heloysa Dantas (1992), Costa e 
Souza (2015) Marta Kohl de Oliveira (1992) e Yves de La Taille (1992) que também tratam a 
questão da interação e afetividade no processo de desenvolvimento humano e aprendizagem, 
buscando obter o máximo de informações e esclarecimentos que contribuam para o 
entendimento do tema aqui apresentado, buscando aprofundar o entendimento do que seja 
afetividade e sua importância para o processo de aprendizagem e desenvolvimento do 
humano. 
O aprofundamento em questões relacionadas à afetividade e sua relação com a 
aprendizagem na escola, nos leva a uma compreensão ampla e multidimensional. Dessa 
forma, foram consultados artigos científicos (virtuais e impressos), livros e publicações sobre 
afetividade no espaço escolar, em especial na Educação Infantil, foco desse estudo a fim de 
obtermos maior embasamento teórico sobre o tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
1. O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO HUMANA E A AFETIVIDADE NO 
CONTEXTO ESCOLAR 
 
Para a realização da pesquisa colhemos reflexões de teóricos e pensadores e suas 
visões sobre a afetividade na aprendizagem em sala de aula. 
Para Wallon (2007) a afetividade faz parte dos aspectos a serem desenvolvidos no 
indivíduo, e a escola deve se comprometer em oferecer às crianças condições que favoreçam o 
estímulo de seu desenvolvimento cognitivo, social, físico e também afetivo. 
Sendo assim, a escola exerce um papel que vai além da transmissão de conteúdos, se 
tornando um espaço de criação de identidade do indivíduo, social, físico e moral. Isso já é 
uma realidade nos dias de hoje, pois as escolas seguem um currículo que abrange todas as 
esferas de formação do sujeito. 
Sob a abordagem psicanalítica a afetividade é vista como um processo em que 
alguém investido de amor, constrói o seu eu e descobre o desejo e o prazer de apreender. 
Aquele que tem afeto por algo ou alguém. Afeto: do latim affectus, designa 
um conjunto de atos ou atitudes como a bondade, a benevolência, a 
inclinação, a devoção, a proteção, o apego, a gratidão, a ternura, etc. No seu 
todo, pode ser caracterizado como a situação em que a pessoa “preocupa-se 
com” ou “cuida de” alguém, e que esse responde aos cuidados ou a 
preocupação que lhe foi objeto (ABBGNANO, 2000, p. 21). 
Os sentimentos são à base do desenvolvimento geral da humanidade. Se nos 
sentirmos desconfortáveis, independentemente da cor da pele, sexo e posição social, nosso 
comportamentocomo indivíduos e cidadãos será prejudicado. 
De acordo com Vygotsky (apud ARANTES, 2003, p. 18) “Quem separa o 
pensamento do afeto nega de antemão a possibilidade de estudar a influência inversa do 
pensamento no plano afetivo. [...] A vida emocional está conectada a outros processos 
psicológicos e ao desenvolvimento da consciência de um modo geral”. 
Para Piaget (1980), o desenvolvimento intelectual em dois componentes: o cognitivo 
e o afetivo, que caminham juntos. Segundo o autor, toda ação e pensamento são ações 
cognitivas, representadas pelas estruturas mentais, e afetivas, representadas por uma estrutura 
energética, que é a afetividade. 
Dentro da realidade escolar, outros teóricos e pensadores expõem sua visão 
dissertando sobre a importância do afeto nas relações interpessoais de forma a compreender a 
relação entre a afetividade e o desenvolvimento cognitivo. 
14 
 
Em relação a este assunto Barbosa (2001, p.100) afirma que: “[...] é urgente 
lembrarmos que, para aprender, é necessário um vínculo afetivo positivo com o conteúdo a 
ser aprendido, um ambiente que leve em consideração os aspectos humanos, do educador e do 
aprendiz, e a função social do ensino-aprendizagem”. 
Muitas vezes o afeto não tem muita importância em algumas instituições provocando 
certo desprezo nas relações interpessoais. Nestas instituições em que a educação é 
considerada um armazém de informações, o papel do professor é ensinar e do aluno aprender, 
foge da real finalidade, pois o professor que deveria ser o mediador do conhecimento é visto 
como o agente ativo da exclusão escolar e social. Sabemos que esta relação possui um caráter 
unilateral, que não considera o aspecto sócio emocional causando um distanciamento entre 
educador e educando. 
Inúmeros benefícios são trazidos ao seu agente quando a afetividade é valorizada 
dentro do processo ensino-aprendizagem. Oferece confiança, a sensibilidade e o manejo 
correto para entender o sentimento de seus alunos em determinados momentos e quais 
habilidades e competências trabalhar para encontrar possíveis soluções para certos conflitos. 
O cuidado com o aluno vai muito além de dar beijinho, elogiar e acarinhar. 
Muitas vezes o afeto é demonstrado de forma contraria: quando o professor é 
severo. Se ele é justo e chama a atenção de forma respeitosa, o aluno passa a 
admirá-lo e busca não decepcioná-lo. [...] Alunos que se relacionam e se 
desenvolvem bem são aqueles que se sentem acolhidos, valorizados por seus 
talentos e que lidam bem com seus sentimentos (CAVALCANTE 2005, p. 
56). 
Para ser afetivo não é preciso bajular, abraçar ou beijar os alunos. É certo que existem 
crianças que passam até 12 horas por dia na escola e ficar todo esse tempo sem receber um 
carinho não é bom, porém, essa não é a única maneira de demonstrar afeto. Existem várias 
formas de demonstração de afeto como ouvir com atenção o que o aluno tem a dizer, 
demonstrar interesse pelo que eles fazem de produtivo em sala e estimular quando o não estão 
tendo boom desempenho, sentar ao lado deles enquanto desenham e perguntar a respeito, 
contar uma história, acompanhar as brincadeiras e observar o que está sendo falado entre eles 
são formas pelas quais o professor pode demonstrar carinho, atenção e cuidado por sua turma. 
Vale ressaltar que, por mais que o vínculo afetivo entre educadores e educandos seja 
importante, ele deve estar voltado para a aprendizagem. É necessário que o aluno saiba o 
limite entre estar com o professor e estar com algum familiar. 
Muitos obstáculos podem ser ultrapassados no dia a dia da escola uma vez que a 
afetividade faça parte desse ambiente. Muitos fatores interferem na aprendizagem do aluno de 
15 
 
modo que o afeto e o acolhimento se fazem necessários também no cotidiano escolar, tratam-
se de importantes ferramentas para abordar o educando de forma correta. Quando uma criança 
sente-se acolhida, amada, querida e respeitada, a retribuição desse sentimento para com o seu 
professor com o interesse e o desejo de aprender será certa. 
 
1.1. Relação entre afetividade e inteligência 
 
Para Wallon (2007, p.13), “a personalidade consiste basicamente em duas funções: 
afetividade e inteligência. O afeto é direcionado para o mundo social, ou seja, para a 
construção do indivíduo. Por outro lado, a inteligência é orientada para o mundo físico e 
construção do objeto”. 
O desenvolvimento humano realiza-se, então, de forma gradual e o afeto 
desempenha um papel fundamental no desenvolvimento humano, pois a emoção determina 
os interesses e necessidades pessoais. 
É possível pensar a afetividade como um processo amplo que envolve a 
pessoa em sua totalidade. Na constituição da estrutura da afetividade, 
contribuem de forma significativa as diferentes modalidades de descarga do 
tônus, as relações interpessoais, e a afirmação de si mesmo, possibilitada 
pelas atividades de relação (WALLON, 2010, p. 14). 
Para Piaget (1980), “a afetividade não se resume somente aos sentimentos e as 
emoções, mas que a motivação, as tendências e vontades também são parte da afetividade”. 
O desenvolvimento emocional também está intimamente relacionado ao 
desenvolvimento moral, e ambos se desenvolvem em paralelo. Quando a criança começa a 
perceber a importância da interação com os outros vai além do estágio de individualismo e 
desenvolve a percepção de si e dos outros como referência. Quando percebem o mundo ao seu 
redor para distinguir objetos e personagens do mundo exterior, ocorre um estágio de dispersão 
emocional na criança. Este é o momento em que ela desenvolve as condições afetivas e 
expressa respeito. 
1.2 A importância da afetividade na relação professor-aluno 
Na atualidade, estamos lidando com uma realidade diferente de alunos em sala de 
aula, onde muitos deles não conseguem desenvolver suas habilidades apenas em aulas 
conteudistas. Podemos perceber que a relação professor-aluno, na qual o professor se 
16 
 
apresenta como autoritário e conhecedor, não produz resultados efetivos e eficientes no 
processo ensino-aprendizagem. 
É preciso mais que isso para que o aluno se sinta acolhido e confortável para 
desenvolver suas habilidades cognitivas com sucesso. Muitos deles necessitam de uma relação 
sutil com um toque de amabilidade com o professor, pois na maioria das vezes, trazem uma 
bagagem carregada de dificuldades e problemas relacionados à afetividade com família e 
sociedade. 
Em todos os espaços da escola, não apenas a sala de aula deve proporcionar aos 
alunos um momento para refletir sobre sua vida de forma geral e, em conjunto, expandir e 
desenvolver sua consciência crítica e transformadora. Nesse processo, o afeto ganha sentido, 
apresentando o professor como principal instrumento de aprendizagem dos alunos, mostrando 
também que o afeto faz parte dos elementos que influenciam esse processo e seu 
desenvolvimento. 
 
2. A afetividade na Educação Infantil 
A afetividade é importante em todo o processo de ensino-aprendizagem, mas, 
neste texto focaremos na Educação Infantil. Isso porque a escola é o primeiro contato social 
da criança fora do círculo familiar, portanto a relação entre aluno e professor estão 
diretamente relacionados ao sucesso na aquisição de conhecimentos não apenas na primeira 
infância. Esse vínculo afetivo dentro do espaço escolar permite que a criança sinta segurança 
em um espaço fora presença da família. 
Segundo Mutschele, (1994 p. 103) “ao entrar na escola pela primeira vez, a 
criança precisa ser muito bem recebida, porque nessa ocasião dá-se um rompimento de sua 
vida familiar para iniciar-se uma nova experiência, e esta deverá ser agradável, para que haja 
um reforço da situação”. 
Logo que a criança vai para a escola, presume-se que haverá várias interações nas 
quais há a presença da afetividade. E para que possa desenvolver uma consciência crítica e 
transformadora na criança, a escola deve, portanto,dispor de um ambiente harmonioso e 
reflexivo sobre a vida do aluno como um todo. Essa participação direta da escola na formação 
afetiva de seu aluno na Educação Infantil reflete em toda sua formação futura. 
Segundo Piaget (apud CUNHA, 2008) a escola é um dos muitos ambientes que pode 
favorecer ou prejudicar o desenvolvimento intelectual. Por isso, cabe ao professor acreditar na 
potencialidade de seus alunos e organizar experiências que lhes possibilitem interagir com os 
17 
 
saberes formalizados. A escola faz o papel de abrir caminhos para que a criança e o jovem 
entrem em contato com o mundo, de modo participativo e construtivo. 
Nesse sentido, para que tenham um bom desenvolvimento cognitivo, nos inicio do 
período escolar, é imprescindível que a criança se sinta acolhida para constituir-se como 
sujeito. Esses vínculos iniciais são instrumentos que permitem e consolidam o processo de 
aquisição do conhecimento. 
Como explana Oliveira: 
Vygotsky explica que o pensamento tem sua origem na esfera da motivação, 
a qual inclui inclinações, necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção. 
Nesta esfera estaria a razão última do pensamento humano só o possível 
quando se compreende sua base afetivo – volitiva. Apesar de a questão da 
afetividade não receber aprofundamento em sua teoria, Vygotsky evidencia a 
importância das conexões entre as dimensões cognitivas e afetivas do 
funcionamento psicológico humano, propondo uma abordagem unificadora 
das referidas dimensões (OLIVEIRA, 1999, p. 76). 
Segundo Sarnoski (2014, p. 20) “quando se fala em afetividade para aprendizagem é 
preciso considerar as características do ambiente escolar, visando os processos cognitivos de 
todos”. Sendo assim, busca de metodologias e estudos sobre o tema são insuficientes se não 
forem trabalhados efetivamente dentro da sala de aula pelo professor. Mesmo estando 
inteirados teoricamente sobre a temática do afeto, sem a prática não haverá formas de dar 
subsídio ao aluno nessa fase tão delicada de formação do conhecimento e criação de uma 
personalidade saudável. 
O desenvolvimento de cada pessoa se interioriza, ou seja, acontece de fora para 
dentro através da interação com o meio e conforme suas habilidades são moldadas, portanto o 
meio interfere no processo de aprendizagem da criança. 
No ponto de vista de Vygotsky (1991, p. 2), 
Se a aprendizagem está em função não só da comunicação, mas também do 
nível de desenvolvimento alcançado, adquire então relevo especial – além da 
análise do processo de comunicação – análise do modo como o sujeito 
constrói os conceitos comunicados e, portanto, a análise qualitativa das 
“estratégias”, dos erros, do processo de generalização. Trata-se de 
compreender como funcionam esses mecanismos mentais que permitem a 
construção dos conceitos e que se modificam em função do 
desenvolvimento. 
Nota-se, portanto que a ideia de que a criança não tem querer é nula, e dentro da sala 
de aula além de saber ela precisa querer. E para criar estimulo nos alunos, um vínculo de 
afetividade é de suma importância para que a se sintam encorajados e com vontade de aprender 
com prazer, sem o peso da crítica e a sensação de rejeição. Portanto, mesmo que complexa, a relação entre 
18 
 
aprendizagem e afetividade é fundamental na concretização comportamental do aluno e essa 
relação tem grande significância em sua construção como ser sócio-afetivo. 
2.1 Relação afetiva professor X aluno X família 
A família constitui o primeiro grupo social da criança, neste ela atende às suas 
necessidades básicas e obtém as primeiras interações sociais. Segundo o dicionário 
HOUAISS (2009), família é o “Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que 
geralmente compartilham o mesmo espaço e mantém entre si uma relação solidária”. 
Quando nos referimos à educação, imediatamente pensamos em uma criança, sua 
família e seus pais cuidando e educando-o. Neste sentido, o papel da família é atuar como um 
complemento à formação do indivíduo porque é a responsável direta. Por outro lado, a escola 
é responsável pela educação formal e integração social, portanto está incumbida, em parceria 
com a família, de orientar a criança em seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, moral e 
social. Portanto, a inclusão da família na comunidade é fundamental para a formação dos 
alunos. 
Um exemplo a ser citado é o de uma das alunas que realizaram esta pesquisa. 
Chegando no primeiro dia de aula e se depara com um aluno “problemático” e imediatamente 
tem uma postura rígida com essa criança no intuito de tentar controla-la em sala de aula, daí 
se inicia o embate entre professora e aluno. Durante um tempo essa professora tenta contato 
com a família para que possam em conjunto auxiliar a criança em seu desenvolvimento, mas 
não consegue respaldo. 
A professora muda sua postura com a criança a fim de obter sua confiança. Com o 
passar do tempo, vem à tona que essa criança tem uma base familiar completamente 
desestruturada, ou seja, não obteve as primeiras instruções na qual a família é responsável. A 
criança é totalmente desprovida de afeto no seio familiar e isso reflete diretamente em seu 
contato social na escola e que consequentemente afeta seu desempenho cognitivo. E a partir 
do momento em que a criança se sentiu especial, acolhida, respeitada e amada, começou então 
o processo de sua transformação em sala de aula demonstrado todo o seu potencial de 
desenvolvimento. 
Paulo Freire (1996) em sua obra Pedagogia da autonomia cita: 
“é na convivência amorosa com seus alunos e na postura curiosa e aberta que 
assume e, ao mesmo tempo, provoca-os a se assumirem enquanto sujeitos 
sócio-histórico-culturais do ato de conhecer, é que ele pode falar do respeito 
à dignidade e autonomia do educando” (FREIRE, 1996, p. 11). 
19 
 
. 
A vida do aluno na escola está relacionada também à afetividade, ao amor e ao 
respeito e também a ausência destes. São pessoas em construção no espaço escolar e 
professor, escola e família devem estar em constante ligação. E na falta da família, o professor 
deve refletir sobre o impacto que tem na vida de seus educandos, tanto positivos quanto 
negativos. 
Um aluno com a família atenta e consciente da importância da escola na vida das 
crianças tem mais probabilidade de sucesso em seu desempenho cognitivo. Aos pais não 
cabem apenas deixar o filho na porta da escola, à escola não tem apenas o papel de receber o 
aluno como gerador de resultados e sim um ambiente que promove bons relacionamentos e, 
portanto, promove o sucesso na aprendizagem, e o professor não deve tratar sua turma como 
um grupo na qual conviverá por doze meses. É preciso que, em parceria reconheçam a 
importância dessa fase e o quanto podem marcar definidamente na vida das crianças e fazer 
com que as crianças sintam - se motivadas, inspiradas e reconhecidas como parte da 
sociedade. Crianças que mantêm um bom relacionamento afetivo com seus pais e professores, 
além de demonstrar maior interesse pelas coisas ao seu redor, têm mais autoconfiança, além 
de compreender melhor os componentes do cotidiano e apresentar melhor desenvolvimento 
intelectual. 
As crianças que geralmente estabelece uma boa relação afetiva a com seus familiares mais 
próximos e os educadores na escola, geralmente demonstram maior autoconfiança. Podem apresentar 
ainda maior motivação e curiosidade sobre as coisas que a cercam. Por sua vez pode também 
apresentar maior facilidade no desenvolvimento cognitivo (ARAÚJO et al., 2017). 
A família não deve ter a ideia de que a escola é a única responsável pela educação de 
seus filhos. A integração e o interesse familiar na escola são fundamentais para o crescimento 
da criança, pois se não houver interesse comum em descobrir e solucionar as dificuldades das 
crianças, a escola e o professor podem se sentir muitas vezes incapazes de interferir no 
sucesso do aluno. 
 
 
2.2 Afetividade:O papel do professor na Educação Infantil 
 
Em toda sala de aula existem os “alunos-problema”, que são rotulados por um 
conjunto de fatores como desempenho, desvio de comportamento, dificuldades de foco e 
20 
 
aprendizado. E muitas das vezes ao invés de acolhidos são rejeitados pelo professor, o que 
acarreta à exclusão dessa criança. 
Essas crianças geralmente são as que mais precisam de atenção e instrução, pois não 
é uma página em branco. Elas trazem consigo uma bagagem de casa, e em muitos casos, nada 
agradável. E a escola sendo um campo de vivência e de cidadania, deve ser capaz de 
proporcionar aos alunos, momentos agradáveis de aprendizagem e o professor tem o papel 
primordial na construção dessa relação prazerosa, pois passam a maior parte da vida escolar 
em contato direto com a criança. 
Quando o aluno sente que é importante e valorizado, desenvolve um carinho e uma 
atenção por aquilo que está recebendo e sentindo, presta mais atenção às aulas, torna-se mais 
participativo. O afeto tem esse poder: derrubar muralhas emocionais, romper bloqueios 
psicológicos, promover um bem-estar no aluno, e até mesmo evitar que o mesmo fique a 
mercê de mazelas sociais (PACHECO, 2019. p.11). 
Sendo assim, o professor da Educação Infantil deve dispor de metodologias 
acolhedoras e que façam com que o aluno se sinta à vontade durante o período em que está na 
escola, pois esta etapa dá abertura para investir no desenvolvimento do potencial individual, 
pois para a criança, é fundamental estabelecer uma ligação afetiva com um adulto que os 
represente. 
Para Wallon (1941/2007), as emoções possuem a função de mobilizar o próprio 
indivíduo e também mobilizar o outro. Nesse caso, se o professor não passa confiança para o 
aluno, este não terá suporte para o bom desenvolvimento nas atividades. 
Portanto, professores que atuam na educação infantil não devem apenas conhecer e 
estabelecer vínculos afetivos para lidar com as crianças de maneira mais natural e eficaz, mais 
que isso, o professor precisa ter consciência de sua importância na formação de seus alunos, 
ter um olhar dinâmico sobre seus alunos, assim desde que a criança entra em contato com a 
escola, o professor tem influência para orientar e motivar os alunos. “Um professor que não 
seja afetivo com seus alunos fabricará uma distância perigosa, criará bloqueios e deixará de 
criar um ambiente rico em afetividade” (COSTA e SOUZA, 2006, p.12). A postura do 
professor em sala de aula reflete no comportamento dos alunos, pois professor é o gerenciador 
das emoções dentro da sala de aula e um professor com postura afetiva favorece o processo de 
aprendizagem. 
Lembrando que o professor é um ser humano e também possui emoções e bagagem 
trazidas, faz-se necessário então o cuidado também com o profissional sabendo que as 
crianças vão para a escola na esperança de encontrar alguém que os ame e os acolha daí a 
21 
 
necessidade de se amparar o professor para que este possa estabelecer esta troca estreita e 
amigável com seus alunos. 
Em sua teoria, Wallon (1971) defende a característica contagiante da afetividade: A 
emoção necessita suscitar reações similares ou recíprocas sem outrem e, inversamente possui 
sobre o outro um grande poder de contágio. Torna-se difícil permanecerem indiferente às 
manifestações, e não se associar a esse contágio através de arrebatamentos do mesmo sentido, 
complementares ou antagônicos. As emoções eclodem com larga facilidade e intensidade nas 
grandes multidões, pois nessa ocasião fica abolida mais facilmente, em cada um, a noção 
individual (WALLON, 1971, p.91). 
Tendo em conta as mudanças na sociedade; onde o respeito é conquistado, não 
imposto, a maneira como o professor lida com a turma refletirão na ação dos alunos dentro da 
sala de aula. Cada criança deve se sentir amada e respeitada tentando assim, realizar seu 
próprio processo de integração, pois o afeto que fortalece que une que nutre que cria laços, 
facilitando o processo de ensino aprendizagem. 
Os resultados positivos de uma relação educativa movida pela afetividade opõem-se 
àqueles apresentados em situações em que existe carência desse componente. Assim, 
num ambiente afetivo, seguro, os alunos mostram-se calmos e tranquilos, constroem 
uma autoimagem positiva, participam efetivamente das atividades propostas e 
contribuem para o atendimento dos objetivos educativos. No caso contrário, o aluno 
rejeita o professor e a disciplina por ele ministrada, perde o interesse em frequentar a 
escola, contribuindo para seu fracasso escolar (RIBEIRO; JUTRAS, 2005, p.43). 
No desenvolvimento da cognição e da emoção é indispensável um ambiente 
agradável, socializado e de conhecimento, sendo imprescindível o estabelecimento de uma 
relação afetivamente agradável entre professores e alunos, que leve a uma prática educativa 
tranquila e evite conflitos entre aluno-professor. 
Vale ressaltar que professores afetivos não são profissionais que simplesmente 
elogiam os alunos ou ignoram seus erros. É preciso mudar a visão de que a afetividade só é 
demonstrada através de gestos de carinho. A afetividade também é impor limites e demonstrar 
zelo, buscando remover todos os obstáculos que possam atrapalhar o desempenho da criança 
na escola. 
As emoções fazem parte do ser humano, mas muitas vezes são ignoradas no processo 
de ensino. No contexto da educação moderna, não é possível separar emoção e cognição, pois 
ambas causarão interferência mútua, o que é muito importante para o desenvolvimento 
intelectual da criança. 
O mestre deve viver na comunidade escolar como parte inalienável dela e, 
neste sentido, as suas relações com o aluno podem atingir tal força, 
22 
 
transparência e elevação que não encontrarão nada igual na escala social das 
relações humanas. Mas isso é apenas metade da questão. A outra consiste em 
que o mestre deve responder também a uma exigência oposta. Ele deve ser 
mestre até o fim e, ao mesmo tempo, não ser só mestre, mas alguma coisa 
além de mestre. Vygotsky (2004, p. 455). 
 
Ser professor é um dom que traz consigo a capacidade de ir além da sala de aula. 
Não é sobre passar cinco horas com uma turma, é sobre ir além da arte de ensinar e ter uma 
capacidade de influência tão significativa que pode impactar seu aluno por toda a vida. Não se 
restringe apenas a possuir um título/grau acadêmico, é também saber caminhar com os alunos 
aos poucos, revelando-lhes os segredos e obstáculos não só da vida escolar. “A tarefa de 
ensinar é uma tarefa profissional que, no entanto, exige amorosidade, criatividade, competência 
científica, mas recusa a estreiteza cientificista, que exige a capacidade de brigar pela liberdade sem a 
qual a própria tarefa fenece…” (FREIRE, 1997, p. 9). 
A ação educativa não é simplesmente uma ação técnica que sempre pode ser repetida 
sem muita reflexão, ou uma ação desprovida de comunicação e de contatos sociais. Requer 
um relacionamento pessoal próximo e confiante entre o professor e os alunos. A vantagem de 
ensinar é que essa relação se torne construtiva, na qual haja competência, confiança, carinho e 
respeito mútuo sejam os componentes principais. 
23 
 
3. CONSIDERAÇÕES 
 
Ao final desta pesquisa, podemos concluir que a afetividade como uma tarefa 
decisiva na formação do indivíduo e que o afeto é o fator mais importante em sua saúde 
mental. Sabendo que as crianças respondem a estímulos externos, e ao longo da vida 
convivem com as pessoas com quem estabelecem relações tão importantes para o 
estabelecimento da personalidade quanto às relações sociais iniciais, é compreensível que o 
afeto e a sensibilidade dos educadores permeiem a autonomia, o sucesso e a conquista 
individual e coletiva dos indivíduos como seres humanos e cidadãos conscientes de seu papel 
na sociedade. 
Neste estudo, procuramos mostrar a importância da afetividade na aprendizagem das 
crianças, bem como no processode desenvolvimento e socialização. Na educação infantil, o 
vínculo afetivo se refere à soma de todas as relações estabelecidas com a família, colegas e 
professores. Quando uma criança encontra um ambiente amigável na escola baseado no 
respeito e no carinho, ela se desenvolverá de forma satisfatória. Tanto a família como a escola 
tem que se comprometer a educar pelo afeto, pois assim, colherão resultados significativos 
vindos das crianças. 
Portanto, por meio deste estudo compreendemos que é preciso cuidar também do 
aspecto emocional no processo educacional, levando em consideração que as crianças são 
cognitiva e emocionalmente diferentes em cada fase do desenvolvimento. Esta pesquisa 
permitiu novas perspectivas e novas reflexões, e também revelou novos olhares sobre o 
processo de ensino e aprendizagem, com foco no afeto, que é fruto da preocupação de muitos 
teóricos e professores em geral que buscam outras possibilidades, por uma educação dos 
sonhos que transforme aprendizes em cidadãos, atuando em uma sociedade cheia de novos 
desafios. 
 
24 
 
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