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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CENTRO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM REDE - CEAR CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA SHARLENE PESSOA DE OLIVEIRA VANDERLICE PESSOA DE OLIVEIRA A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL Uruana Janeiro, 2021 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CENTRO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM REDE - CEAR CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA SHARLENE PESSOA DE OLIVEIRA VANDERLICE PESSOA DE OLIVEIRA A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL Monografia apresentada para Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Pedagogia no Polo de Apoio Presencial da Universidade Aberta do Brasil - UAB, da cidade de Uruana como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia. Orientador: Prof.ª Doutora Maria Aparecida Candine de Brito Uruana Janeiro, 2021. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CENTRO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM REDE - CEAR CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA SHARLENE PESSOA DE OLIVEIRA VANDERLICE PESSOA DE OLIVEIRA A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL Monografia apresentada para Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Pedagogia no Polo de Apoio Presencial da Universidade Aberta do Brasil - UAB, da cidade de Uruana como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia. Aprovado por: ________________________________________________________________ Maria Aparecida Candine de Brito, Doutora, UEG (ORIENTADOR) ________________________________________________________________ Denise Candine de Brito, Mestre, UFG (EXAMINADOR) Uruana Janeiro de 2021 CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Título do trabalho: A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL Autor (a): MEDEIROS, Sharlene Pessoa de Oliveira. OLIVEIRA, Vanderlice Pessoa. Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Pedagogia, defendido e aprovado em Janeiro de 2021, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (VA), Moodle, do Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede (CEAR) da Universidade Estadual de Goiás (UEG) no Polo de da Universidade Aberta do Brasil - UAB, cuja banca examinadora esteve constituída dos seguintes integrantes: ________________________________________________________________ Maria Aparecida Candine de Brito Doutora, UEG (ORIENTADORA) ________________________________________________________________ Denise Candine de Brito, Mestre, UFG (EXAMINADOR) FICHA CATALOGRÁFICA MEDEIROS, Sharlene Pessoa de Oliveira. OLIVEIRA, Vanderlice Pessoa. A importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Anápolis2020. (UEG / CEAR, Licenciado em Pedagogia, 2020). Monografia. Universidade Estadual de Goiás, Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede – CEAR. Curso Licenciatura em Pedagogia. Polo de Apoio Presencial da Universidade Aberta do Brasil - UAB, da cidade de - Uruana. 1. Educação Infantil 2. Afetividade 3. Processo Ensino-Aprendizagem REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA MEDEIROS, Sharlene Pessoa de Oliveira. OLIVEIRA, Vanderlice Pessoa. A importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Anápolis, 2020. Número de páginas p. Monografia– Curso de Licenciatura em Pedagogia. Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede (CEAR), Universidade Estadual de Goiás. CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: MEDEIROS, Sharlene Pessoa de Oliveira. OLIVEIRA, Vanderlice Pessoa. TÍTULO DO TRABALHO: A importância da afetividade no processo ensino- aprendizagem na Educação Infantil. GRAU/ANO: Graduação /2020. É concedida à Universidade Estadual de Goiás permissão para reproduzir cópias deste trabalho, emprestar ou vender tais cópias para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste trabalho pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor. Sharlene Pessoa de Oliveira Medeiros Vanderlice Pessoa de oliveira Uruana, Janeiro de 2021 Uruana, Janeiro de 2021 Este trabalho é dedicado à turma B de Pedagogia do polo de Uruana-Go, pelo espírito de cooperação demonstrado por todos os colegas e que foi essencial para a conclusão deste projeto de pesquisa. AGRADECIMENTOS Aos nossos pais, Rosangela Morais Pessoa e Wanderli Marcelino de Oliveira, por permitirem a realização deste sonho e mostrarem que a vida é linda de viver. O mundo seria mais feliz se vocês não fossem únicos. Aos nossos familiares, pelos ensinamentos, companheirismo e diversão. É muito bom fazer parte desta família. À nossa orientadora, Prof.ª Doutora, Maria Aparecida Candine de Brito. Obrigada pela oportunidade, por garantir que este trabalho acontecesse e pelo apoio durante o desenvolvimento da pesquisa. A professora Fernanda Rosa Amorim por ter colaborado com a parte deste trajeto, principalmente, por ter sido companheira e nos momentos mais especiais da faculdade. A todas as pessoas que participaram da nossa vida durante o curso de Pedagogia. 8 RESUMO Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo compreender por meio de estudo bibliográfico a importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil, pois afetividade é um assunto presente no dia-a-dia das escolas. A sensibilidade do docente e atenção diante da criança é que promovem um olhar cuidadoso às fases do desenvolvimento. Sendo a criança um ser naturalmente afetivo e o professor ciente do seu papel como mediador da aprendizagem, deve observar os apelos da criança e ter o cuidado para não comprometê-la, marcando-a, seja positivamente ou negativamente. Para a produção deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, tendo como fonte o trabalho de teóricos, dentre eles Saltini (2008), Wadsworth (2000) Cunha (2008), Mutschele (1994), Oliveira (1999), Heloysa Dantas (1992), Costa e Souza (2015) Marta Kohl de Oliveira (1992) e Yves de La Taille (1992) com o ponto de vista de Wallon, Vygotsky e Piaget. Com a elaboração deste trabalho, pudemos perceber o quão essencial à afetividade, no contexto escolar para a construção de uma base emocional, ética, cognitiva, social e que isso vai além de manifestações de carinho ou atenção. Palavras-chave: Educação Infantil. Afetividade. Processo Ensino-Aprendizagem 9 SUMÁRIO RESUMO8 INTRODUÇÃO1010 1. O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO HUMANA E A AFETIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR................................................................................................13 1.1 A relação entre afetividade e inteligência1315 1.2 A importância da afetividade na relação professor-aluno Erro! Indicador não definido.15 2. A AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL 1616 2.1 Relação afetiva professor X aluno X família Erro! Indicador não definido.18 2.2 Afetividade: O papel do professor na Educação Infantil1820 CONSIDERAÇÕES FINAIS23 REFERÊNCIAS24 10 INTRODUÇÃO A afetividade é um assunto presente no dia-a-dia das escolas, a sensibilidade do docente e atenção diante da criança é que promovem um olhar cuidadoso às fases do desenvolvimento. Sendo a criança um ser naturalmente afetivo e o professor ciente do seu papel como mediador da aprendizagem, deve observar os apelos da criança e ter o cuidado para não comprometê-la. Assim,este trabalho de pesquisa bibliográfica propôs fazer uma reflexão sobre a influência da afetividade na aprendizagem, numa visão pedagógica, com foco no sujeito e sua interação com os outros e com o ambiente em que vive, e como essa interação tem efeitos positivos ou negativos sobre sua aprendizagem global da criança. De acordo com SARNOSKI (2014, p.1): A afetividade é a dinâmica mais profunda e complexa de que o ser humano pode participar, ela é a mistura de todos os sentimentos como: amor, motivação, ciúme, raiva e outros, e aprender a cuidar adequadamente de todos nas emoções é que vai proporcionar ao sujeito uma vida emocional plena e equilibrada. Ao fazer estudos e pesquisas sobre o tema, nos deparamos com afirmações de que a forma mais hábil de levar o aluno ao conhecimento é por meio da afetividade, o que não é uma tarefa fácil, uma vez que a criança é um ser pensante que possui conhecimento prévio e que toda a sua relação com a família e com o meio também afetarão sua formação, o que ao mesmo tempo influenciará, em sua relação de trocas afetivas com o meio. SARNOSKI (2014) afirma também, que a afetividade exerce um papel crucial na vida das pessoas e forma um elo na relação professor-aluno, quanto maior for à afinidade entre professores e alunos, maior será a fluência do processo ensino-aprendizagem, pois mais facilmente os alunos compreenderão o sentido de estudar o que está sendo apresentado pelo professor e terão a curiosidade de buscar novas informações que possam completar a aula, tornando-a um momento de aprendizagem dinâmica para ambos, aluno e professor. Este trabalho, portanto, orientar-se-á, no sentido de compreender a importância da afetividade no dia a dia da educação infantil, o quão essencial é a percepção do professor nesse processo e as implicações de tal relação na aprendizagem neste difícil processo. Considerando o mundo brutal e ausência de humanidade no presente, muitas crianças só conseguem amparo dentro da escola, o que nos faz refletir sobre como isso a afetará no futuro. É imprescindível entender que o professor, tire proveito dos momentos em sala de aula para mostrar à criança uma realidade diferente da qual ela está inserida, uma vez que ela 11 permanecerá a maior parte do seu dia dentro do ambiente escolar, podendo ser resguardada e levada a alcançar novos conhecimentos, em um espaço acolhedor. O tema afetividade tem importância devido à relação natural entre afetividade e aprendizagem, portanto este estudo tem como objetivo compreender por meio de estudo bibliográfico a importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil. A escolha do tema: “A importância da afetividade no espaço escolar”, considera a importância do bom convívio entre o adulto e a criança, com ênfase maior no desafio para cuidar e educar as crianças e o quanto isso afeta ou não no desenvolvimento de cada criança. Portanto, buscamos compreender a importância da relação afetiva entre professor e aluno. Para isso, foi feito uma explanação em relação ao modo em que a afetividade está presente em todo o ambiente escolar, e o quanto isso afeta na aprendizagem da criança. Esse tema foi escolhido por existir ansiedade, em elucidar a importância dessa troca no dia-a-dia da sala de aula, buscando formas de contribuir para que a escola seja um ambiente de relações mais agradáveis. A palavra afetividade é derivada dos termos afeto e afetivo. A psicologia se trata esses fenômenos como qualquer sentimento de paixões, emoções, preocupações, carinho, entre outros. Ela está inteiramente ligada à formação do caráter. Os sentimentos afetivos tem um papel importantíssimo no decorrer da vida, principalmente na infância, etapa em que se concentra todo processo de aprendizagem das pessoas. A afetividade não é um tema atual, mas histórico. Buscamos então, analisar o impacto, tanto positivo, quanto negativo que a afetividade pode causar na aprendizagem e como ela influencia nas relações interpessoais do indivíduo. Diante disso, torna-se de extrema importância discutir e explicitar reflexões de teóricos que procuram apresentar a questão da afetividade em suas discussões. A afetividade de acordo com Wallon (2008) consiste na capacidade do ser humano de ser afetado positivamente ou negativamente tanto por sensações internas como externas. A afetividade é um dos conjuntos funcionais da pessoa e atua juntamente com a cognição e o ato motor no processo de desenvolvimento e construção do conhecimento. Assim, percebemos que a afetividade pode afetar a criança de forma positiva ou negativa, dependendo da influência do meio onde está inserida, através de sensações internas ou externas (MELO et al., 2016. p. 249). Nessa linha de pensamento, a afetividade é essencial para nossa estabilidade e aceitação no mundo, é por meio das relações sociais e afetivas que o homem sobrevive e constrói sua história e sua identidade. 12 Para este estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica intensiva. Por se tratar de uma reflexão sobre o delineamento da afetividade no espaço escolar, este trabalho se apoia basicamente nos textos de Henry Wallon (1879-1962) conhecido por se dedicar ao estudo da afetividade e sua importância nas relações interpessoais em sala de aula. Buscando também contribuições de Piaget (1896 – 1980), Vygotsky (1896 – 1934) Saltini (2008), Wadsworth (2000) Cunha (2008), Mutschele (1994), Oliveira (1999), Heloysa Dantas (1992), Costa e Souza (2015) Marta Kohl de Oliveira (1992) e Yves de La Taille (1992) que também tratam a questão da interação e afetividade no processo de desenvolvimento humano e aprendizagem, buscando obter o máximo de informações e esclarecimentos que contribuam para o entendimento do tema aqui apresentado, buscando aprofundar o entendimento do que seja afetividade e sua importância para o processo de aprendizagem e desenvolvimento do humano. O aprofundamento em questões relacionadas à afetividade e sua relação com a aprendizagem na escola, nos leva a uma compreensão ampla e multidimensional. Dessa forma, foram consultados artigos científicos (virtuais e impressos), livros e publicações sobre afetividade no espaço escolar, em especial na Educação Infantil, foco desse estudo a fim de obtermos maior embasamento teórico sobre o tema. 13 1. O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO HUMANA E A AFETIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR Para a realização da pesquisa colhemos reflexões de teóricos e pensadores e suas visões sobre a afetividade na aprendizagem em sala de aula. Para Wallon (2007) a afetividade faz parte dos aspectos a serem desenvolvidos no indivíduo, e a escola deve se comprometer em oferecer às crianças condições que favoreçam o estímulo de seu desenvolvimento cognitivo, social, físico e também afetivo. Sendo assim, a escola exerce um papel que vai além da transmissão de conteúdos, se tornando um espaço de criação de identidade do indivíduo, social, físico e moral. Isso já é uma realidade nos dias de hoje, pois as escolas seguem um currículo que abrange todas as esferas de formação do sujeito. Sob a abordagem psicanalítica a afetividade é vista como um processo em que alguém investido de amor, constrói o seu eu e descobre o desejo e o prazer de apreender. Aquele que tem afeto por algo ou alguém. Afeto: do latim affectus, designa um conjunto de atos ou atitudes como a bondade, a benevolência, a inclinação, a devoção, a proteção, o apego, a gratidão, a ternura, etc. No seu todo, pode ser caracterizado como a situação em que a pessoa “preocupa-se com” ou “cuida de” alguém, e que esse responde aos cuidados ou a preocupação que lhe foi objeto (ABBGNANO, 2000, p. 21). Os sentimentos são à base do desenvolvimento geral da humanidade. Se nos sentirmos desconfortáveis, independentemente da cor da pele, sexo e posição social, nosso comportamentocomo indivíduos e cidadãos será prejudicado. De acordo com Vygotsky (apud ARANTES, 2003, p. 18) “Quem separa o pensamento do afeto nega de antemão a possibilidade de estudar a influência inversa do pensamento no plano afetivo. [...] A vida emocional está conectada a outros processos psicológicos e ao desenvolvimento da consciência de um modo geral”. Para Piaget (1980), o desenvolvimento intelectual em dois componentes: o cognitivo e o afetivo, que caminham juntos. Segundo o autor, toda ação e pensamento são ações cognitivas, representadas pelas estruturas mentais, e afetivas, representadas por uma estrutura energética, que é a afetividade. Dentro da realidade escolar, outros teóricos e pensadores expõem sua visão dissertando sobre a importância do afeto nas relações interpessoais de forma a compreender a relação entre a afetividade e o desenvolvimento cognitivo. 14 Em relação a este assunto Barbosa (2001, p.100) afirma que: “[...] é urgente lembrarmos que, para aprender, é necessário um vínculo afetivo positivo com o conteúdo a ser aprendido, um ambiente que leve em consideração os aspectos humanos, do educador e do aprendiz, e a função social do ensino-aprendizagem”. Muitas vezes o afeto não tem muita importância em algumas instituições provocando certo desprezo nas relações interpessoais. Nestas instituições em que a educação é considerada um armazém de informações, o papel do professor é ensinar e do aluno aprender, foge da real finalidade, pois o professor que deveria ser o mediador do conhecimento é visto como o agente ativo da exclusão escolar e social. Sabemos que esta relação possui um caráter unilateral, que não considera o aspecto sócio emocional causando um distanciamento entre educador e educando. Inúmeros benefícios são trazidos ao seu agente quando a afetividade é valorizada dentro do processo ensino-aprendizagem. Oferece confiança, a sensibilidade e o manejo correto para entender o sentimento de seus alunos em determinados momentos e quais habilidades e competências trabalhar para encontrar possíveis soluções para certos conflitos. O cuidado com o aluno vai muito além de dar beijinho, elogiar e acarinhar. Muitas vezes o afeto é demonstrado de forma contraria: quando o professor é severo. Se ele é justo e chama a atenção de forma respeitosa, o aluno passa a admirá-lo e busca não decepcioná-lo. [...] Alunos que se relacionam e se desenvolvem bem são aqueles que se sentem acolhidos, valorizados por seus talentos e que lidam bem com seus sentimentos (CAVALCANTE 2005, p. 56). Para ser afetivo não é preciso bajular, abraçar ou beijar os alunos. É certo que existem crianças que passam até 12 horas por dia na escola e ficar todo esse tempo sem receber um carinho não é bom, porém, essa não é a única maneira de demonstrar afeto. Existem várias formas de demonstração de afeto como ouvir com atenção o que o aluno tem a dizer, demonstrar interesse pelo que eles fazem de produtivo em sala e estimular quando o não estão tendo boom desempenho, sentar ao lado deles enquanto desenham e perguntar a respeito, contar uma história, acompanhar as brincadeiras e observar o que está sendo falado entre eles são formas pelas quais o professor pode demonstrar carinho, atenção e cuidado por sua turma. Vale ressaltar que, por mais que o vínculo afetivo entre educadores e educandos seja importante, ele deve estar voltado para a aprendizagem. É necessário que o aluno saiba o limite entre estar com o professor e estar com algum familiar. Muitos obstáculos podem ser ultrapassados no dia a dia da escola uma vez que a afetividade faça parte desse ambiente. Muitos fatores interferem na aprendizagem do aluno de 15 modo que o afeto e o acolhimento se fazem necessários também no cotidiano escolar, tratam- se de importantes ferramentas para abordar o educando de forma correta. Quando uma criança sente-se acolhida, amada, querida e respeitada, a retribuição desse sentimento para com o seu professor com o interesse e o desejo de aprender será certa. 1.1. Relação entre afetividade e inteligência Para Wallon (2007, p.13), “a personalidade consiste basicamente em duas funções: afetividade e inteligência. O afeto é direcionado para o mundo social, ou seja, para a construção do indivíduo. Por outro lado, a inteligência é orientada para o mundo físico e construção do objeto”. O desenvolvimento humano realiza-se, então, de forma gradual e o afeto desempenha um papel fundamental no desenvolvimento humano, pois a emoção determina os interesses e necessidades pessoais. É possível pensar a afetividade como um processo amplo que envolve a pessoa em sua totalidade. Na constituição da estrutura da afetividade, contribuem de forma significativa as diferentes modalidades de descarga do tônus, as relações interpessoais, e a afirmação de si mesmo, possibilitada pelas atividades de relação (WALLON, 2010, p. 14). Para Piaget (1980), “a afetividade não se resume somente aos sentimentos e as emoções, mas que a motivação, as tendências e vontades também são parte da afetividade”. O desenvolvimento emocional também está intimamente relacionado ao desenvolvimento moral, e ambos se desenvolvem em paralelo. Quando a criança começa a perceber a importância da interação com os outros vai além do estágio de individualismo e desenvolve a percepção de si e dos outros como referência. Quando percebem o mundo ao seu redor para distinguir objetos e personagens do mundo exterior, ocorre um estágio de dispersão emocional na criança. Este é o momento em que ela desenvolve as condições afetivas e expressa respeito. 1.2 A importância da afetividade na relação professor-aluno Na atualidade, estamos lidando com uma realidade diferente de alunos em sala de aula, onde muitos deles não conseguem desenvolver suas habilidades apenas em aulas conteudistas. Podemos perceber que a relação professor-aluno, na qual o professor se 16 apresenta como autoritário e conhecedor, não produz resultados efetivos e eficientes no processo ensino-aprendizagem. É preciso mais que isso para que o aluno se sinta acolhido e confortável para desenvolver suas habilidades cognitivas com sucesso. Muitos deles necessitam de uma relação sutil com um toque de amabilidade com o professor, pois na maioria das vezes, trazem uma bagagem carregada de dificuldades e problemas relacionados à afetividade com família e sociedade. Em todos os espaços da escola, não apenas a sala de aula deve proporcionar aos alunos um momento para refletir sobre sua vida de forma geral e, em conjunto, expandir e desenvolver sua consciência crítica e transformadora. Nesse processo, o afeto ganha sentido, apresentando o professor como principal instrumento de aprendizagem dos alunos, mostrando também que o afeto faz parte dos elementos que influenciam esse processo e seu desenvolvimento. 2. A afetividade na Educação Infantil A afetividade é importante em todo o processo de ensino-aprendizagem, mas, neste texto focaremos na Educação Infantil. Isso porque a escola é o primeiro contato social da criança fora do círculo familiar, portanto a relação entre aluno e professor estão diretamente relacionados ao sucesso na aquisição de conhecimentos não apenas na primeira infância. Esse vínculo afetivo dentro do espaço escolar permite que a criança sinta segurança em um espaço fora presença da família. Segundo Mutschele, (1994 p. 103) “ao entrar na escola pela primeira vez, a criança precisa ser muito bem recebida, porque nessa ocasião dá-se um rompimento de sua vida familiar para iniciar-se uma nova experiência, e esta deverá ser agradável, para que haja um reforço da situação”. Logo que a criança vai para a escola, presume-se que haverá várias interações nas quais há a presença da afetividade. E para que possa desenvolver uma consciência crítica e transformadora na criança, a escola deve, portanto,dispor de um ambiente harmonioso e reflexivo sobre a vida do aluno como um todo. Essa participação direta da escola na formação afetiva de seu aluno na Educação Infantil reflete em toda sua formação futura. Segundo Piaget (apud CUNHA, 2008) a escola é um dos muitos ambientes que pode favorecer ou prejudicar o desenvolvimento intelectual. Por isso, cabe ao professor acreditar na potencialidade de seus alunos e organizar experiências que lhes possibilitem interagir com os 17 saberes formalizados. A escola faz o papel de abrir caminhos para que a criança e o jovem entrem em contato com o mundo, de modo participativo e construtivo. Nesse sentido, para que tenham um bom desenvolvimento cognitivo, nos inicio do período escolar, é imprescindível que a criança se sinta acolhida para constituir-se como sujeito. Esses vínculos iniciais são instrumentos que permitem e consolidam o processo de aquisição do conhecimento. Como explana Oliveira: Vygotsky explica que o pensamento tem sua origem na esfera da motivação, a qual inclui inclinações, necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção. Nesta esfera estaria a razão última do pensamento humano só o possível quando se compreende sua base afetivo – volitiva. Apesar de a questão da afetividade não receber aprofundamento em sua teoria, Vygotsky evidencia a importância das conexões entre as dimensões cognitivas e afetivas do funcionamento psicológico humano, propondo uma abordagem unificadora das referidas dimensões (OLIVEIRA, 1999, p. 76). Segundo Sarnoski (2014, p. 20) “quando se fala em afetividade para aprendizagem é preciso considerar as características do ambiente escolar, visando os processos cognitivos de todos”. Sendo assim, busca de metodologias e estudos sobre o tema são insuficientes se não forem trabalhados efetivamente dentro da sala de aula pelo professor. Mesmo estando inteirados teoricamente sobre a temática do afeto, sem a prática não haverá formas de dar subsídio ao aluno nessa fase tão delicada de formação do conhecimento e criação de uma personalidade saudável. O desenvolvimento de cada pessoa se interioriza, ou seja, acontece de fora para dentro através da interação com o meio e conforme suas habilidades são moldadas, portanto o meio interfere no processo de aprendizagem da criança. No ponto de vista de Vygotsky (1991, p. 2), Se a aprendizagem está em função não só da comunicação, mas também do nível de desenvolvimento alcançado, adquire então relevo especial – além da análise do processo de comunicação – análise do modo como o sujeito constrói os conceitos comunicados e, portanto, a análise qualitativa das “estratégias”, dos erros, do processo de generalização. Trata-se de compreender como funcionam esses mecanismos mentais que permitem a construção dos conceitos e que se modificam em função do desenvolvimento. Nota-se, portanto que a ideia de que a criança não tem querer é nula, e dentro da sala de aula além de saber ela precisa querer. E para criar estimulo nos alunos, um vínculo de afetividade é de suma importância para que a se sintam encorajados e com vontade de aprender com prazer, sem o peso da crítica e a sensação de rejeição. Portanto, mesmo que complexa, a relação entre 18 aprendizagem e afetividade é fundamental na concretização comportamental do aluno e essa relação tem grande significância em sua construção como ser sócio-afetivo. 2.1 Relação afetiva professor X aluno X família A família constitui o primeiro grupo social da criança, neste ela atende às suas necessidades básicas e obtém as primeiras interações sociais. Segundo o dicionário HOUAISS (2009), família é o “Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantém entre si uma relação solidária”. Quando nos referimos à educação, imediatamente pensamos em uma criança, sua família e seus pais cuidando e educando-o. Neste sentido, o papel da família é atuar como um complemento à formação do indivíduo porque é a responsável direta. Por outro lado, a escola é responsável pela educação formal e integração social, portanto está incumbida, em parceria com a família, de orientar a criança em seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, moral e social. Portanto, a inclusão da família na comunidade é fundamental para a formação dos alunos. Um exemplo a ser citado é o de uma das alunas que realizaram esta pesquisa. Chegando no primeiro dia de aula e se depara com um aluno “problemático” e imediatamente tem uma postura rígida com essa criança no intuito de tentar controla-la em sala de aula, daí se inicia o embate entre professora e aluno. Durante um tempo essa professora tenta contato com a família para que possam em conjunto auxiliar a criança em seu desenvolvimento, mas não consegue respaldo. A professora muda sua postura com a criança a fim de obter sua confiança. Com o passar do tempo, vem à tona que essa criança tem uma base familiar completamente desestruturada, ou seja, não obteve as primeiras instruções na qual a família é responsável. A criança é totalmente desprovida de afeto no seio familiar e isso reflete diretamente em seu contato social na escola e que consequentemente afeta seu desempenho cognitivo. E a partir do momento em que a criança se sentiu especial, acolhida, respeitada e amada, começou então o processo de sua transformação em sala de aula demonstrado todo o seu potencial de desenvolvimento. Paulo Freire (1996) em sua obra Pedagogia da autonomia cita: “é na convivência amorosa com seus alunos e na postura curiosa e aberta que assume e, ao mesmo tempo, provoca-os a se assumirem enquanto sujeitos sócio-histórico-culturais do ato de conhecer, é que ele pode falar do respeito à dignidade e autonomia do educando” (FREIRE, 1996, p. 11). 19 . A vida do aluno na escola está relacionada também à afetividade, ao amor e ao respeito e também a ausência destes. São pessoas em construção no espaço escolar e professor, escola e família devem estar em constante ligação. E na falta da família, o professor deve refletir sobre o impacto que tem na vida de seus educandos, tanto positivos quanto negativos. Um aluno com a família atenta e consciente da importância da escola na vida das crianças tem mais probabilidade de sucesso em seu desempenho cognitivo. Aos pais não cabem apenas deixar o filho na porta da escola, à escola não tem apenas o papel de receber o aluno como gerador de resultados e sim um ambiente que promove bons relacionamentos e, portanto, promove o sucesso na aprendizagem, e o professor não deve tratar sua turma como um grupo na qual conviverá por doze meses. É preciso que, em parceria reconheçam a importância dessa fase e o quanto podem marcar definidamente na vida das crianças e fazer com que as crianças sintam - se motivadas, inspiradas e reconhecidas como parte da sociedade. Crianças que mantêm um bom relacionamento afetivo com seus pais e professores, além de demonstrar maior interesse pelas coisas ao seu redor, têm mais autoconfiança, além de compreender melhor os componentes do cotidiano e apresentar melhor desenvolvimento intelectual. As crianças que geralmente estabelece uma boa relação afetiva a com seus familiares mais próximos e os educadores na escola, geralmente demonstram maior autoconfiança. Podem apresentar ainda maior motivação e curiosidade sobre as coisas que a cercam. Por sua vez pode também apresentar maior facilidade no desenvolvimento cognitivo (ARAÚJO et al., 2017). A família não deve ter a ideia de que a escola é a única responsável pela educação de seus filhos. A integração e o interesse familiar na escola são fundamentais para o crescimento da criança, pois se não houver interesse comum em descobrir e solucionar as dificuldades das crianças, a escola e o professor podem se sentir muitas vezes incapazes de interferir no sucesso do aluno. 2.2 Afetividade:O papel do professor na Educação Infantil Em toda sala de aula existem os “alunos-problema”, que são rotulados por um conjunto de fatores como desempenho, desvio de comportamento, dificuldades de foco e 20 aprendizado. E muitas das vezes ao invés de acolhidos são rejeitados pelo professor, o que acarreta à exclusão dessa criança. Essas crianças geralmente são as que mais precisam de atenção e instrução, pois não é uma página em branco. Elas trazem consigo uma bagagem de casa, e em muitos casos, nada agradável. E a escola sendo um campo de vivência e de cidadania, deve ser capaz de proporcionar aos alunos, momentos agradáveis de aprendizagem e o professor tem o papel primordial na construção dessa relação prazerosa, pois passam a maior parte da vida escolar em contato direto com a criança. Quando o aluno sente que é importante e valorizado, desenvolve um carinho e uma atenção por aquilo que está recebendo e sentindo, presta mais atenção às aulas, torna-se mais participativo. O afeto tem esse poder: derrubar muralhas emocionais, romper bloqueios psicológicos, promover um bem-estar no aluno, e até mesmo evitar que o mesmo fique a mercê de mazelas sociais (PACHECO, 2019. p.11). Sendo assim, o professor da Educação Infantil deve dispor de metodologias acolhedoras e que façam com que o aluno se sinta à vontade durante o período em que está na escola, pois esta etapa dá abertura para investir no desenvolvimento do potencial individual, pois para a criança, é fundamental estabelecer uma ligação afetiva com um adulto que os represente. Para Wallon (1941/2007), as emoções possuem a função de mobilizar o próprio indivíduo e também mobilizar o outro. Nesse caso, se o professor não passa confiança para o aluno, este não terá suporte para o bom desenvolvimento nas atividades. Portanto, professores que atuam na educação infantil não devem apenas conhecer e estabelecer vínculos afetivos para lidar com as crianças de maneira mais natural e eficaz, mais que isso, o professor precisa ter consciência de sua importância na formação de seus alunos, ter um olhar dinâmico sobre seus alunos, assim desde que a criança entra em contato com a escola, o professor tem influência para orientar e motivar os alunos. “Um professor que não seja afetivo com seus alunos fabricará uma distância perigosa, criará bloqueios e deixará de criar um ambiente rico em afetividade” (COSTA e SOUZA, 2006, p.12). A postura do professor em sala de aula reflete no comportamento dos alunos, pois professor é o gerenciador das emoções dentro da sala de aula e um professor com postura afetiva favorece o processo de aprendizagem. Lembrando que o professor é um ser humano e também possui emoções e bagagem trazidas, faz-se necessário então o cuidado também com o profissional sabendo que as crianças vão para a escola na esperança de encontrar alguém que os ame e os acolha daí a 21 necessidade de se amparar o professor para que este possa estabelecer esta troca estreita e amigável com seus alunos. Em sua teoria, Wallon (1971) defende a característica contagiante da afetividade: A emoção necessita suscitar reações similares ou recíprocas sem outrem e, inversamente possui sobre o outro um grande poder de contágio. Torna-se difícil permanecerem indiferente às manifestações, e não se associar a esse contágio através de arrebatamentos do mesmo sentido, complementares ou antagônicos. As emoções eclodem com larga facilidade e intensidade nas grandes multidões, pois nessa ocasião fica abolida mais facilmente, em cada um, a noção individual (WALLON, 1971, p.91). Tendo em conta as mudanças na sociedade; onde o respeito é conquistado, não imposto, a maneira como o professor lida com a turma refletirão na ação dos alunos dentro da sala de aula. Cada criança deve se sentir amada e respeitada tentando assim, realizar seu próprio processo de integração, pois o afeto que fortalece que une que nutre que cria laços, facilitando o processo de ensino aprendizagem. Os resultados positivos de uma relação educativa movida pela afetividade opõem-se àqueles apresentados em situações em que existe carência desse componente. Assim, num ambiente afetivo, seguro, os alunos mostram-se calmos e tranquilos, constroem uma autoimagem positiva, participam efetivamente das atividades propostas e contribuem para o atendimento dos objetivos educativos. No caso contrário, o aluno rejeita o professor e a disciplina por ele ministrada, perde o interesse em frequentar a escola, contribuindo para seu fracasso escolar (RIBEIRO; JUTRAS, 2005, p.43). No desenvolvimento da cognição e da emoção é indispensável um ambiente agradável, socializado e de conhecimento, sendo imprescindível o estabelecimento de uma relação afetivamente agradável entre professores e alunos, que leve a uma prática educativa tranquila e evite conflitos entre aluno-professor. Vale ressaltar que professores afetivos não são profissionais que simplesmente elogiam os alunos ou ignoram seus erros. É preciso mudar a visão de que a afetividade só é demonstrada através de gestos de carinho. A afetividade também é impor limites e demonstrar zelo, buscando remover todos os obstáculos que possam atrapalhar o desempenho da criança na escola. As emoções fazem parte do ser humano, mas muitas vezes são ignoradas no processo de ensino. No contexto da educação moderna, não é possível separar emoção e cognição, pois ambas causarão interferência mútua, o que é muito importante para o desenvolvimento intelectual da criança. O mestre deve viver na comunidade escolar como parte inalienável dela e, neste sentido, as suas relações com o aluno podem atingir tal força, 22 transparência e elevação que não encontrarão nada igual na escala social das relações humanas. Mas isso é apenas metade da questão. A outra consiste em que o mestre deve responder também a uma exigência oposta. Ele deve ser mestre até o fim e, ao mesmo tempo, não ser só mestre, mas alguma coisa além de mestre. Vygotsky (2004, p. 455). Ser professor é um dom que traz consigo a capacidade de ir além da sala de aula. Não é sobre passar cinco horas com uma turma, é sobre ir além da arte de ensinar e ter uma capacidade de influência tão significativa que pode impactar seu aluno por toda a vida. Não se restringe apenas a possuir um título/grau acadêmico, é também saber caminhar com os alunos aos poucos, revelando-lhes os segredos e obstáculos não só da vida escolar. “A tarefa de ensinar é uma tarefa profissional que, no entanto, exige amorosidade, criatividade, competência científica, mas recusa a estreiteza cientificista, que exige a capacidade de brigar pela liberdade sem a qual a própria tarefa fenece…” (FREIRE, 1997, p. 9). A ação educativa não é simplesmente uma ação técnica que sempre pode ser repetida sem muita reflexão, ou uma ação desprovida de comunicação e de contatos sociais. Requer um relacionamento pessoal próximo e confiante entre o professor e os alunos. A vantagem de ensinar é que essa relação se torne construtiva, na qual haja competência, confiança, carinho e respeito mútuo sejam os componentes principais. 23 3. CONSIDERAÇÕES Ao final desta pesquisa, podemos concluir que a afetividade como uma tarefa decisiva na formação do indivíduo e que o afeto é o fator mais importante em sua saúde mental. Sabendo que as crianças respondem a estímulos externos, e ao longo da vida convivem com as pessoas com quem estabelecem relações tão importantes para o estabelecimento da personalidade quanto às relações sociais iniciais, é compreensível que o afeto e a sensibilidade dos educadores permeiem a autonomia, o sucesso e a conquista individual e coletiva dos indivíduos como seres humanos e cidadãos conscientes de seu papel na sociedade. Neste estudo, procuramos mostrar a importância da afetividade na aprendizagem das crianças, bem como no processode desenvolvimento e socialização. Na educação infantil, o vínculo afetivo se refere à soma de todas as relações estabelecidas com a família, colegas e professores. Quando uma criança encontra um ambiente amigável na escola baseado no respeito e no carinho, ela se desenvolverá de forma satisfatória. Tanto a família como a escola tem que se comprometer a educar pelo afeto, pois assim, colherão resultados significativos vindos das crianças. Portanto, por meio deste estudo compreendemos que é preciso cuidar também do aspecto emocional no processo educacional, levando em consideração que as crianças são cognitiva e emocionalmente diferentes em cada fase do desenvolvimento. Esta pesquisa permitiu novas perspectivas e novas reflexões, e também revelou novos olhares sobre o processo de ensino e aprendizagem, com foco no afeto, que é fruto da preocupação de muitos teóricos e professores em geral que buscam outras possibilidades, por uma educação dos sonhos que transforme aprendizes em cidadãos, atuando em uma sociedade cheia de novos desafios. 24 REFERÊNCIAS ABBAGNANO, Nicola: Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000. ARANTES, Valéria. 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