Prévia do material em texto
CRIPTOSPORIDIOSE Agente etiológico Cryptosporidium parvum Formas evolutivas do parasito No ciclo assexuado (merogonia), o início é caracterizado pela formação do oocisto e sua eliminação. O oocisto é a forma infectante do parasito (eliminado nas fezes e possibilita a infecção via fecal-oral). Após sua eliminação se dá a esporulação que constitui no aumento de volume do parasito e pela produção de esporozoítos em seu interior. Ao ser ingerido, o oocisto se rompe no intestino delgado e libera esporozoítos que invadem os enterócitos (célula epitelial da camada superficial dos intestinos). O esporozoíto começa a crescer e ao fim do crescimento o núcleo começa a dividir-se (de forma assexuada) resultando em uma forma multinucleada, o esquizonte, e inicia-se o processo de esquizogonia. A função da esquizogonia é produzir merozoítos que irão invadir novos enterócitos. Há duas classes de merozoítos, os merozoítos do tipo I (invadem células epiteliais e originam merozoítos II) e os merozoítos do tipo II (originam os gametócitos para o processo sexuado). No ciclo sexuado (gametogonia), os merozoítos II diferenciam-se em micro e macrogametócitos. O microgametócito é liberado e invade a célula onde está o macrogametócito, ocorrendo a fecundação e a formação do zigoto. O zigoto é encistado e passa a se chamar oocisto. Existem dois tipos de oocistos diferenciados a partir da parede que o reveste, os oocistos com a parede espessa são eliminados nas fezes e os oocistos de parede delgada rompem-se no intestino e podem contribuir com os casos de autoinfecção. Hábitat do parasito Microvilosidades de células epiteliais dos tratos gastrointestinal (enterócito). Hospedeiros O ciclo biológico do C. parvum é monoxênico, ou seja, possui um único hospedeiro (seres humanos). Formas de transmissão Contato direto ou indireto, ingestão de água ou alimentos contaminados por oocistos. Vetor Não possui. Fatores epidemiológicos Possui uma distribuição cosmopolita. Os oocistos são resistentes a maioria dos desinfetantes, por exemplo o cloro. A prevalência da parasitose é variável e depende de fatores como: idade, hábitos da população, época do ano, área geográfica, densidade populacional, estado nutricional da população, imunocompetência dos indivíduos e saneamento básico. A maior prevalência é em crianças e pacientes imunocomprometidos. Causa mais infecções em países como Europa, Reino Unido e Nova Zelândia. Quanto à sazonalidade, possui maior ocorrência na primavera. Patogenia e sintomatologia A patogenia possui influências de: idade, imunocompetência e associação a outros patógenos. Há uma alteração nas células intestinais resultando na diminuição do transporte de nutrientes e na má absorção. Assim como a patogenia, a sintomatologia possui influências da idade e imunocompetência do paciente. Pacientes imunocompetentes apresentam o quadro clínico de: diarréia aquosa e profusa, anorexia, dor abdominal, náusea, vômitos, flatulências, febre baixa, dor de cabeça, mal estar, fadiga e perda de peso. Crianças apresentam sintomas mais graves acompanhados de vômitos e desidratação. Pacientes imunodeficientes possuem sintomas crônicos que podem durar meses causando um desequilíbrio eletrolítico, má absorção de nutrientes, emagrecimento acentuado e mortalidade, além de possivelmente acarretar em outras manifestações clínicas. Diagnóstico O diagnóstico é feito através do exame de fezes, ou seja, a demonstração de oocistos nas fezes do indivíduo infectado. Podem ser feitos outros testes como biópsia intestinal, ELISA ou detecção de anticorpos circulantes. Profilaxia e controle A profilaxia envolve medidas que previnam ou evitem a contaminação do ambiente, da água e de alimentos, a utilização de fossas e privadas (saneamento básico) e higiene pessoal.