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Tomando como referência os arts. 186 e 927 do Código Civil, explique para Márcia quais são as medidas cabíveis.

O ato ilícito, em decorrência da própria iliceidade que o macula, é lesivo ao direito de outrem. Então, se o ato lícito é gerador de direitos ou de obrigações, o ato ilícito é criador tão somente de deveres para o agente, em função da correlata obrigatoriedade da reparação, que se impõe àquele que, transgredindo a norma, causa dano a outrem. 

Tendo isso em consideração, Márcia procurou orientação com você, pois envolveu-se em uma batida de carro com um homem chamado Marcos.

Marcos trafegava em baixa velocidade em seu carro, até que, distraído com uma mensagem de celular, acabou passando um sinal vermelho e colidiu com o carro de Márcia, que havia acelerado o veículo assim que o semáforo ficou verde.

Embora Márcia não tenha sofrido qualquer dano físico, a batida resultou em danos em seu carro. Depois do ocorrido, tendo em vista que Marcos não sinalizou o interesse em resolver o caso extrajudicialmente, Márcia procura você para saber quais são as medidas jurídicas cabíveis para o caso. Ela está preocupada pelo fato de que eles nunca fizeram nenhuma espécie de contrato e que uma amiga sua havia dito que o único modo de obter reparação civil é quando as partes estão em uma relação contratual.

Tomando como referência os arts. 186 e 927 do Código Civil, explique para Márcia quais são as medidas cabíveis.

💡 1 Resposta

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Ketully Luiza

Padrão de resposta esperado

Nos artigos 186 e 927, temos:
art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito;
art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Da leitura dos dois artigos combinados, é possível inferir que o ato ilícito suscita reparação, a título de responsabilidade civil. Nesse contexto, para que a obrigação de reparar exista, faz-se necessário preencher certos requisitos apresentados pela lei. Dentre eles, cabe citar a existência de uma conduta comissiva ou omissiva que seja causadora de algum dano a outrem. Assim, já que a responsabilidade pode ser tanto contratual quanto extracontratual, é irrelevante que exista qualquer relação contratual entre aquele que causa e aquele que sofre o dano, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre a conduta do agente e o dano decorrente dela (de modo que a informação da amiga de Márcia simplesmente não procede).
Tendo isso em mente, é irrelevante para o caso que Marcos e Márcia nunca tenham realizado um negócio jurídico para a caracterização da ilicitude do ato. Assim, uma vez que, ao passar o sinal vermelho, ele agiu de modo imprudente, resta-lhe o dever de indenizar Márcia pelos danos sofridos em virtude do acidente. Porém, como ele não pagou os danos por livre e espontânea vontade, o caminho apropriado é entrar com uma ação indenizatória.
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