Os grupos feministas, pelo menos àquela época, se opuseram por considerarem a
mulher como a parte mais fraca em um conflito matrimonial. Além do que, acreditavam
que a mediação não oferecia suficientes garantias de equilíbrio e igualdade entre
mulheres e homens.
Suarez (1996, como em FUNIBER 2021, p. 9), citando Jannet Rijkin, aponta que
nos estudos da autora as mulheres alcançam piores acordos quando concorrem ao
sistema de mediação do que quando solucionam seus conflitos no sistema judicial
formal. Aduz que nos encontros de mediação prevalece a mesma pauta interacional
existente entre o casal e, que os temores femininos não se dissipam
Por sua vez, Nobre & Barreira (2008, p.149) legitimam as preocupações e o
discurso dos grupos feministas alegando que:
É nítido e justificável o ranço e rechaço, especialmente dos movimentos
feministas, às conciliações nas demandas de violência doméstica, uma vez
que as diversas vulnerabilidades que a mulher vítima deste tipo de violência
exibe, não possibilitam que ela atue em igualdade de condições com seu
agressor em um contexto de conciliação [...]
Será que tal posicionamento ainda é o mesmo e persiste nos dias atuais?
Por óbvio, não podemos negar que os discursos e posições dos grupos feministas
foram escritos sobre um contexto social, voltado para a comunidade daquela época e
dentro de um sistema político totalmente diferente da realidade atual.
Tanto é assim que, os mesmos autores que reconhecem como legítimos os
discursos dos grupos feministas, alegam, no entanto, que não se pode negar a
importância da mediação para o restabelecimento do diálogo nos conflitos em que o
gênero foi a justificativa para a violência
À bem da verdade, àquela época não existia mesmo paridade de armas, e o
tratamento dado para as partes estava longe de ser isonômico. Contudo, a cultura
naqueles tempos era muito mais retrógada do que nos tempos atuais. N ão se quer com
isso afirmar que não exista mais a cultura do machismo, nem que não persistam
desníveis no campo social, político, econômico, cultural e jurídico; mas podemos com
toda certeza inferir que a mulher não é mais subserviente a este tipo de conduta
Nos Estados Unidos, alguns grupos feministas inicialmente se opuseram à mediação devido a preocupações e críticas em relação ao seu potencial impacto nas questões de violência de gênero. Essa oposição foi particularmente visível nos debates sobre a mediação em casos de violência doméstica e agressão sexual.
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