Tarefa de TIC Nome: Luana Elen Calau Alves Marinho Tema da Semana: Orexinas Data: 02/05/2023 RESPOSTA: A narcolepsia é um distúrbio do sono caract...

Tarefa de TIC
Nome: Luana Elen Calau Alves Marinho
Tema da Semana: Orexinas
Data: 02/05/2023

RESPOSTA:
A narcolepsia é um distúrbio do sono caracterizado pela presença de sonolência excessiva diurna, cataplexia (perda súbita de tônus muscular) e distúrbios do sono REM. Embora a etiologia da narcolepsia não seja completamente compreendida, evidências sugerem uma base genética associada a fatores ambientais, incluindo infecções virais e estresse emocional. A narcolepsia é correlacionada com o desequilíbrio do estado de sono e vigília causado pela ausência ou deficiência da hipocretina. Como os neurônios hipocretinérgicos ligam-se excessivamente em todo o sistema nervoso e estimulam as vias noradrenérgicas, serotoninérgicas, dopaminérgicas, histaminérgicas e colinérgicas, elas aumentam dessa maneira a produção de monoaminas, de forma que o ventrolateral da área pré-opitica (VLPO) permaneça inibido, impossibilitando o início do sono. Além do mais, a hipocretina apresenta ação principalmente durante o estado desperto do indivíduo, estimulando toda a região responsável pela vigília. Durante o sono NEM e REM a síntese dessa substância é reduzida, ademais, a hipocretina-1 é capaz de diminuir a quantidade de sono REM por conta da sua ação específica sobre as vias monoaminégicas e principalmente dopaminégicas. Em compensação, as hipocretinas são responsáveis pelo início do sono NEM, quando ocorre a interrupção tanto dos impulsos excitatórios do núcleo supraquiasmático, como dos impulsos excitatórios do prosencéfalo basal (por conta do acúmulo de adenosina), somado a inibição proveniente do VLPO. As hipocretinas são produzidas apenas por neurônios da região látero-posterior do hipotálamo, e esta região anatômica está diretamente relacionada com a regulação de processos homeostáticos e comportamentais. Os neurônios hipocretinérgicos ligam-se de forma abundante em todo sistema nervoso e inervam as vias noradrenérgicas, serotoninérgicas, dopaminérgicas, histaminérgicas e colinérgicas. Algumas destas vias projetam-se sobre o tronco cerebral e a formação reticular pôntica, região importante para regulação do sono REM. Além disso, por conta da sua ação sobre as vias monoaminégicas e principal ente dopaminégicas, a hipocretina-1 favorece o estado de vigília e é capaz de reduzir a quantidade de sono REM. Um estudo publicado em 2018 na revista Frontiers in Neurology examinou o papel das orexinas na regulação do sono REM. Os autores relatam que essas regulam a ativação do tronco cerebral que é necessária para a inibição do tônus muscular durante o sono REM. Sua deficiência pode levar à perda dessa inibição, o que pode contribuir para a cataplexia. Outro estudo, publicado em 2020 na revista Frontiers in Neuroscience, revisou as evidências da interação entre as orexinas e os neurotransmissores dopamina e glutamato, que estão envolvidos em processos de recompensa e motivação. Os autores concluíram que as orexinas podem modular a atividade desses neurotransmissores, o que pode explicar a comorbidade entre narcolepsia e transtornos do humor, como depressão e ansiedade.




REFERÊNCIAS:
1º ALOE, F., et al. Diretrizes brasileiras para diagnóstico da narcolepsia.
Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 32, n.1, p. 3-5, set. 2010.
2º ALÓE, F.; HASAN, R. Updates on the sleep-wake cycle. Sleep Science,
São Paulo, v. 4, n. 2, p. 52-60, out. 2011.
3º BASTOS, K. C. O.; BORGES, N. C.; DAMASCENO, A. D., Distúrbios
do sono: narcolepsia e distúrbios comportamental do sono REM nos
animais. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 11, n. 22, p. 1019-35, dez. 2015.