Essa pergunta também está no material:
Respostas
O ato-fato jurídico decorre de um ato humano voluntário, na qual a vontade emanada não tem conexão com o efeito jurídico produzido, em outras palavras, é a ação que não é fruto da vontade, nem da intenção do autor, mas que geram consequências. Ex: João foi plantar um pé de maracujá em seu quintal, e ao escavar a terra encontrou um baú cheio de ouro. João, nesta hipótese, não tinha qualquer intenção de adquirir o tesouro, mas a norma inadvertidamente confere-lhe a propriedade.
Nesse caso, ocorrerá a incidência de uma norma jurídica que trata do instituto do achado de tesouro, previsto no art. 1.264, e seguintes do CC. Dessa forma, um ato humano voluntário destinado a plantar um pé de maracujá fez surgir o direito de propriedade sob aquele baú de ouro, pois a norma jurídica assinala que “o tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele”.
Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.
Para Pontes de Miranda o ato-fato jurídico decorre de um ato humano no qual a vontade emanada não é relevante e se divide em subespécies, quais sejam: atos reais, atos-fatos indenizativos e atos-fatos caducificantes.
- Os atos reais se verificam por meio de atos humanos que tem como resultado uma consequência fática, como por exemplo uma criança descobrir um tesouro enterrado e por isso adquirir a propriedade.
- Os atos-fatos indenizativos decorrem de atos humanos lícitos, mas que provocam prejuízo a terceiros e, consequentemente, geram a necessidade de indenizar. Tal como ocorre no estado de necessidade agressivo, em que o agente tentando se salvar atinge o bem jurídico de terceiro que não provocou o perigo.
- Os atos-fatos caducificantes são os fatos jurídicos cujo efeito é a extinção de determinado direito – decadência – ou da ação que o assegura – prescrição –, independentemente de ato ilícito ou verificação de elemento volitivo de seu titular.
Responda
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta