Buscar

Um ambiente hostil, incapaz de prover as necessidades básicas, tais como alimentação, nutrição e moradia, e fornecer a sustentação ou holding (Winn...

Um ambiente hostil, incapaz de prover as necessidades básicas, tais como alimentação, nutrição e moradia, e fornecer a sustentação ou holding (Winnicott, 1974) que os sujeitos precisam, é um ambiente que propicia o adoecimento ou sofrimento. Por outro lado, um ambiente de acolhimento e que estimula o desenvolvimento do potencial humano é benéfico à saúde física e mental (Cassel, 1976; Buck, 1985; OMS, 1986; OMS, 1988; OMS, 1991). Ao mesmo tempo em que alguns fatores externos podem ativar as suscetibilidades pessoais e as predisposições genéticas com conseqüente adoecimento, outros fatores ambientais, como o apoio social, são capazes de compensar os efeitos destas predisposições individuais, promovendo ou recuperando a saúde (Cassel, 1976; Epp, 1986; Evans, 1994). Evans (1994) cita estudos em que crianças sob risco de déficit intelectual, cujas mães apresentavam retardo mental, tamponaram este risco e tiveram um bom desenvolvimento ao receberem apoio social precoce e serem inseridas em programas de cuidados educativos. Apesar dos sujeitos estarem constantemente expostos a situações que possam interferir nas condições de saúde, haja vista a precariedade estar por toda parte (Bourdieu, 1998), nem todos adoecem na presença dos mesmos estressores físicos ou psicossociais. Esse caráter condicional do adoecimento foi apontado por diversos autores, entre eles Hahnemann (1921), ao assinalar que os fatores externos ambientais não têm o poder incondicional de desequilibrar a saúde dos sujeitos, e Cassel (1974; 1976), ao constatar que grupos ou pessoas em presença de fatores psicossociais semelhantes nem todos adoecem, pois a percepção do que é estressante para uns pode não ser para outros. A partir da abordagem destes autores, o que propiciaria o adoecimento, além das circunstâncias ambientais, é como cada um, de acordo com o seu referencial interno ou sua suscetibilidade pessoal, percebe e reage às situações de vida (Hahnemann, 1921; Kent, 1954; Cassel, 1976; Cassell, 1982; Cohen &Syme, 1985). Diante de uma mesma circunstância, como por exemplo a perda de um ente querido, cada um sente e reage de maneira singular, uns aceitam e conseguem enfrentar a situação, outros se revoltam, se sentem abandonados, e assim por diante. Nesse sentido, tanto para a homeopatia como para o apoio social é importante se levar em consideração a maneira como cada sujeito ficou afetado em sua existência (Hahnemann, 1921; Kent, 1954) e os sentidos e significados que as situações representam na vida de cada um (Cassell, 1982; Cohen &Syme, 1985). É através dessas situações vivenciadas e registradas na memória que os sujeitos vão construindo e reconstruindo formas diferenciadas de sentir e perceber o mundo. Eles vão guardando tanto a memória de dor e sofrimento como de prazer e alegria, e ao vivenciar as situações do cotidiano a memória das experiências passadas é evocada, mesmo que não seja consciente, e pode dar significado aos eventos presentes (Winnicott, 1974; Cassell, 1982; Leloup, 1998; Valadares, 1999a). Assim, o adoecimento e sofrimento terão diferentes significados e serão mais ou menos ameaçadores dependendo das experiências anteriores de adoecimento pessoal ou de pessoas próximas (Cassell, 1982). O processo de adoecimento e sofrimento é uma experiência individual, assim como “a experiência de perda e dor, de alegria e amor, de crescer e criar, de viver e evoluir, é única para cada indivíduo-em-contexto” (Sluzki, 1997:27). Contudo, embora se trate de experiências individuais e singulares, é através da interação com o mundo externo, do relacionamento com os outros, que os sujeitos mobilizam o seu interno e conseguem expressar as suas emoções e sentimentos (Cassell, 1982; Sluzki, 1997). Desse modo, o apoio social torna-se relevante ao possibilitar aos sujeitos compartilharem as experiências e atribuírem novos sentidos e perspectivas à vida (Cassel, 1976, Cohen &Syme, 1985; Minkler, 1985). O homem é um se


Essa pergunta também está no material:

LIVRO - SAÚDE-COLETIVA-E-HOMEOPATIA
77 pág.

Saúde Pública e Saúde Coletiva Universidade Estácio de Sá - EADUniversidade Estácio de Sá - EAD

💡 1 Resposta

User badge image

Ed Verified user icon

Desculpe, mas sua pergunta está incompleta. Você precisa publicar uma nova pergunta.

0
Dislike0

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta

User badge image

Outros materiais