Durante a década de 60/70, surgiram preocupações com a degradação ambiental e o desenvolvimento científico-tecnológico relacionados à Guerra. Nesse contexto, surgiu o movimento "Ciências, profissional". As propostas educativas do ensino de ciências buscaram proporcionar aos estudantes o acesso às verdades científicas e o desenvolvimento de uma maneira científica de pensar e agir. Em 1960, a metodologia tecnicista chegou ao Brasil, em que o ensino não era centrado no professor nem no aluno, mas nos objetivos e nas técnicas de ensino que garantiam o alcance dos mesmos. Os conteúdos tendiam a ser vistos como regras. De acordo com Nascimento (2010), outro fator marcante de 1960 foi a chegada das teorias cognitivas no Brasil, que consideravam o conhecimento como resultado da interação entre o homem e o ambiente, evidenciando os processos mentais dos estudantes durante a aprendizagem. A partir da crescente industrialização brasileira e do desenvolvimento científico e tecnológico, a partir de meados dos anos 1960, importantes temas relacionados às descobertas científicas passaram a fazer parte do ensino de ciências. Esse ensino passou a ter como objetivos essenciais levar os estudantes à aquisição de conhecimentos científicos atualizados e representativos do desenvolvimento científico e tecnológico, além de vivenciar os processos de investigação científica. As equipes técnico-pedagógicas, ligadas às secretarias de educação e às instituições responsáveis pela formação de docentes, passaram a atualizar os conteúdos para o ensino de ciências, elaborar subsídios didáticos e oferecer cursos de capacitação aos professores (NASCIMENTO, 2010). A partir de então, houve mudanças significativas no currículo de ciências, em que as aulas tornaram-se mais expositivas e os laboratórios tornaram-se as salas de aula, oferecendo assim uma formação científica de qualidade aos alunos. A Fundação Brasileira para o Desenvolvimento no Ensino de Ciências (FUNBEC) foi criada em 1967 na Universidade de São Paulo, oferecendo guias didáticos e de laboratório, kits de baixo custo para experimentos e treinamento aos professores (NASCIMENTO, 2010). Na década de 70, apesar da preocupação em ensinar ao aluno os processos de produção do conhecimento científico, o ensino de ciências continuava sendo apenas informativo devido à falta de formação específica dos professores. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência criticou a formação do professor em áreas específicas como Biologia, Química e Física e pediu a criação da figura do "professor de Ciências", mas não obteve sucesso. Ainda na década de 70, conforme estabelecido na Lei 5692/71, o ensino de ciências era considerado um elemento importante na qualidade de formação do aluno. Dessa forma, a disciplina de ciências tornou-se obrigatória nas oito séries do primeiro grau e a mesma lei empregou a denominação "ciências físicas e biológicas" ao determinar sua adoção no segundo grau (Ensino Médio), englobando os conhecimentos de biologia, física e química (SILVA, 2005). A partir dos anos 80, as ciências passaram a ser vistas como uma construção humana e não como uma verdade natural. A educação passou a ser entendida como uma prática social, e o ensino de ciências contribuiria para a transformação da sociedade brasileira. O ensino de ciências passou a questionar as metodologias ativas e a integrar o discurso da formação do cidadão crítico, consciente e participativo. As propostas educativas enfatizavam a necessidade de levar os estudantes a desenvolverem o pensamento reflexivo e crítico, a questionarem as relações existentes entre a ciência, a tecnologia, a sociedade e o meio ambiente, e a se apropriarem de conhecimentos relevantes científica, social e culturalmente (DELIZOICOV; ANGOTTI, 1990).
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Metodologia do Ensino de Ciencias da Natureza
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