A promessa de compra e venda é bastante comum no cotidiano. Trata-se de uma espécie de contrato em que uma pessoa, física ou jurídica, se obriga a vender a outra um imóvel por preço, condições e modos pactuados.
Márcio Andrade efetua por instrumento particular a venda de um imóvel. Ele foi residir no local enquanto pagava as parcelas acordadas. A promessa de compra e venda registrada em cartório de imóveis não continha cláusula de arrependimento.
Após quitar o pagamento, deparou-se com a recusa do promitente-vendedor em outorgar-lhe a escritura definitiva do imóvel. Caso Marcio Andrade procurasse você para solucionar a contenda, como o aconselharia? Explique com base nas leis.
Caso Márcio Andrade procure você para solucionar a contenda, o aconselharia a buscar amparo legal. A promessa de compra e venda é um contrato que gera obrigações para ambas as partes envolvidas. Se a promessa de compra e venda foi registrada em cartório de imóveis e não continha cláusula de arrependimento, Márcio tem direito a exigir a outorga da escritura definitiva do imóvel, uma vez que ele cumpriu com suas obrigações de pagamento. Nesse caso, Márcio pode buscar a solução por meio de uma ação judicial, chamada de ação de adjudicação compulsória. Essa ação tem como objetivo garantir o direito do comprador de receber a escritura definitiva do imóvel, mesmo diante da recusa do vendedor. É importante ressaltar que cada caso é único e pode haver particularidades que influenciem a solução. Portanto, é recomendado que Márcio consulte um advogado especializado em direito imobiliário para obter um aconselhamento jurídico adequado e específico para sua situação.
Padrão de resposta esperado
No caso em análise, você deverá requerer ao juiz a adjudicação do imóvel, mesmo tendo sido a promessa de compra e venda sido celebrada por instrumento particular com base nos arts. 1.417 e 1418 do Código Civil, conforme segue a seguir:
"Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel."
Não obstante, a Súmula n.º 168 do STF e a jurisprudência também do STF entendem que, "com o registro, o direito meramente obrigacional da promessa de compra e venda se transforma em direito real à aquisição (oponível erga omnes ), com o poder de sequela que é próprio dos direitos dessa natureza. (...)" (MS 24.908 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, voto do Min. Ayres Britto, P, j. 27-10-2005, DJE 47 de 29-06-2007, republicação no DJE 77 de 10-8-2007).
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