A premissa apresentada no texto é que o fenômeno da posse antecede o da propriedade, sendo que a propriedade privada surgiu apenas nas sociedades agrícolas, há cerca de 12 mil anos. Antes disso, nas sociedades de caçadores-coletores, a posse tinha uma dimensão comunal. No caso apresentado, Túlio e Josiana adquiriram um terreno urbano com casa de construção mista em 1994, por meio de um contrato verbal com Luiz S. O bem não foi escriturado, tendo sido apenas emitido recibo de pagamento. Com o passar dos anos, Luiz S. perdeu o contato com Túlio e Josiana e, em 2019, exigiu a desocupação do imóvel, alegando ser o real proprietário do bem. Nesse caso, é possível que Túlio e Josiana tenham direito à posse do imóvel, uma vez que o contrato verbal de compra e venda e o recibo de pagamento podem ser considerados como elementos que comprovam a posse do bem. No entanto, sem a escritura definitiva, não é possível afirmar que eles são os proprietários do imóvel. Uma possível solução jurídica seria ajuizar uma ação de usucapião, que é uma forma de aquisição da propriedade pela posse prolongada e ininterrupta do bem, desde que preenchidos os requisitos legais. Outra opção seria tentar regularizar a situação do imóvel por meio de uma escritura pública de compra e venda, caso seja possível localizar Luiz S. e obter sua concordância. Em relação aos sujeitos envolvidos, Túlio e Josiana são os possíveis detentores da posse do imóvel, enquanto Luiz S. alega ser o proprietário do bem. É importante destacar que a posse não é sinônimo de propriedade, mas pode ser um elemento que comprove a existência de um direito real sobre o bem. Em relação às questões processuais e de direito material, é necessário analisar as provas apresentadas pelas partes, bem como as normas jurídicas aplicáveis ao caso concreto, como o Código Civil e a Lei de Registros Públicos.
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