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Com relação à Lei n. 10.826/2003 e suas alterações (Estatuto do Desarmamento), à Lei n. 4.898/1965 (direito de representação e processo de responsa...

Com relação à Lei n. 10.826/2003 e suas alterações (Estatuto do Desarmamento), à Lei n. 4.898/1965 (direito de representação e processo de responsabilidade administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade) e à Lei n. 11.343/2006 (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas), julgue os itens a seguir.
A legislação vigente proíbe expressamente o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em lei. Nesse sentido, a lei permite o porte de arma de fogo pelos integrantes das Polícias Civis dos Estados e do Distrito Federal, desde que estes possuam a idade mínima de 25 anos exigida pelo Estatuto.
Ragnar argumentou que, em razão do calibre da arma de fogo e do fato de que não foi ele quem suprimiu a numeração do armamento, sua autuação deveria se dar nos termos do art. 14 da Lei n. 10.826/2003, qual seja, no delito de porte de arma de fogo de uso permitido. Diante da situação hipotética acima, é correto afirmar que a argumentação de Ragnar merece prosperar, posto que a autuação por conduta equiparada à de posse ou porte de arma de fogo de uso restrito realizada pelo delegado só pode ser lavrada em desfavor daquele que efetivamente raspar a numeração do armamento.
Jaime foi vítima de atentado contra sua liberdade individual, posto que uma autoridade pública ordenou medida privativa de liberdade em desfavor de Jaime sem as formalidades legais e com abuso de poder. O fato restou devidamente comprovado e foi comunicado por terceiros ao Ministério Público com competência para iniciar o processo-crime contra a autoridade culpada. Nessa situação, é correto afirmar que o Ministério Público deverá aguardar a representação de Jaime para dar andamento ao processo-crime, posto que a ação penal nos casos de abuso de autoridade é de natureza condicionada a representação, por expressa previsão legal.
Wilson é autoridade pública com vínculo estatutário com a Administração Pública federal. Seu melhor amigo, Greg, é médico e atua unicamente na iniciativa privada. Nesse contexto, é correto afirmar que, mesmo que Greg e Wilson atuem juntos na prática de condutas tipificadas como abuso de autoridade, não há cenário em que Greg poderá ser responsabilizado nos termos da Lei n. 4.898/1965, haja vista que lhe falta a condição primordial de agente público.
A conduta de porte de drogas para uso pessoal prevista no art. 28 da Lei n. 11.343/2006 não possui previsão de sanção penal de privação de liberdade em nenhuma forma. Nesse sentido, é correto afirmar que não há possibilidade de lavratura de auto de prisão em flagrante em desfavor daquele que é encontrado portando drogas para consumo próprio em desacordo com determinação legal ou regulamentar em nenhum caso, mesmo que este se recuse a assinar o termo circunstanciado e a prestar compromisso de comparecimento em juízo.

Essa pergunta também está no material:

Simulado PRF 2018   com gabarito
18 pág.

Policia Rodoviaria Federal Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

Respostas

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Com relação às afirmações apresentadas, podemos fazer as seguintes considerações: - A primeira afirmação está correta. A Lei n. 10.826/2003, conhecida como Estatuto do Desarmamento, proíbe o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em lei. A lei permite o porte de arma de fogo pelos integrantes das Polícias Civis dos Estados e do Distrito Federal, desde que estes possuam a idade mínima de 25 anos exigida pelo Estatuto. - A segunda afirmação está incorreta. A argumentação de Ragnar não merece prosperar, pois a supressão da numeração do armamento é uma das hipóteses que caracterizam o porte de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei n. 10.826/2003. Assim, a autuação por conduta equiparada à de posse ou porte de arma de fogo de uso restrito realizada pelo delegado pode ser lavrada em desfavor de Ragnar. - A terceira afirmação está incorreta. Nos casos de abuso de autoridade, a ação penal é de natureza pública incondicionada, ou seja, não depende de representação da vítima ou de qualquer outra pessoa para ser iniciada. Assim, o Ministério Público não precisa aguardar a representação de Jaime para dar andamento ao processo-crime contra a autoridade culpada. - A quarta afirmação está incorreta. Greg pode ser responsabilizado nos termos da Lei n. 4.898/1965, mesmo que não seja agente público. Isso porque a lei prevê que qualquer pessoa pode representar contra autoridade que comete abuso de poder ou viola direitos individuais, coletivos ou difusos. - A quinta afirmação está incorreta. A conduta de porte de drogas para uso pessoal prevista no art. 28 da Lei n. 11.343/2006 não é punida com privação de liberdade, mas sim com medidas educativas e/ou prestação de serviços à comunidade. No entanto, é possível a lavratura de auto de prisão em flagrante em desfavor daquele que é encontrado portando drogas para consumo próprio em desacordo com determinação legal ou regulamentar, desde que a autoridade policial verifique que a conduta configura crime de tráfico de drogas ou que o agente se recuse a assinar o termo circunstanciado e a prestar compromisso de comparecimento em juízo.

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