6.

Leia com atenção o texto, a seguir:

Infinito Passivo

“Quando as portas se fecham e a brisa se recusa a entrar, então, nessa hora, todas as sensações desaparecem, e tudo se torna um perigoso “tanto faz”.

Tinha um hábito tão imbecil quanto sua vida: acordava, apanhava a máquina fotográfica, e tirava uma foto do seu rosto amarfanhado recém-amanhecido. Nem se dava ao trabalho de avaliar o grotesco resultado. Apenas descarregava a foto no computador, na pasta ENVELHECENDO DORMINDO, sem premissas, merecimento, ou estima.[...]

Certo dia, o tédio lhe fincando adagas no peito, abriu a pasta ENVELHECENDO DORMINDO. 328 fotos. Tiradas nos últimos 328 dias. Ideia tosca ou não, era um rapaz fiel aos seus propósitos. Abriu um editor de imagens e criou. Criou uma animação, como páginas de um livro, as fotos passando rapidamente, 5 delas por segundo. Enquanto isso, recitava um poema seu, chamado Poetas Envelhecem, Morrem, e Vendem Livros.

Postou tudo no YouTube.

Primeiro mês, meio milhão de views. Contatos publicitários, oferta de emprego, fama repentina. Daquele dia em diante, só acordava sorrindo”.

Fonte: MARTINZ, Juliano. Infinito Passivo. Corrosiva - crônicas corrosivas e gestos de amor, 2010. 

Disponível em: . Acesso em: 25 de novembro de 2019.

A partir da leitura do texto, é possível inferir que a mensagem principal é:

 É importante guardarmos fotos do nosso passado.

 Todo poeta só vende livros depois que morre.

 Quando se está envelhecendo, é mais difícil arrumar emprego e ter fama.

 É importante selecionarmos as melhores fotos para serem publicadas.

  Quando menos se espera, algo muito simples pode nos surpreender e mudar o rumo da nossa vida