Tratou-se, nos itens anteriores, dos dois elementos fundamentais para a aquisição da propriedade por usucapião: posse e tempo. Ademais, restou ineq...

Tratou-se, nos itens anteriores, dos dois elementos fundamentais para a aquisição da propriedade por usucapião: posse e tempo. Ademais, restou inequívoca a ideia de que a ausência de qualquer qualificativo da posse ad usucapionem – animus domini, contínua, pública, pacífica, sem oposição, inequívoca e atual – torna-a viciada e, portanto, imprópria para a configuração da prescrição aquisitiva. Diante disso, tem-se como necessária a análise quanto à possibilidade de mudança do caráter possessório, ou seja, se é possível uma posse maculada pelos vícios da violência, clandestinidade e precariedade, tornar-se posse ad usucapionem. Referida possibilidade recebe a denominação de interversão da posse. A interversão da posse (interversio possessionis) consiste no convalescimento, na inversão do título da posse, isto é, na possibilidade de alteração no caráter possessório. De acordo com Araújo, “segundo a melhor doutrina, a interversão é modo originário de aquisição da posse”.