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Enquanto estudante de psicologia pude acompanhar, dentro da universidade, os debates a respeito da ampliação da psicoterapia online enquanto modali...

Enquanto estudante de psicologia pude acompanhar, dentro da universidade, os debates a respeito da ampliação da psicoterapia online enquanto modalidade de exercício profissional e a subsequente resolução 11/2018 que ampliou a aplicabilidade do exercício profissional mediado por meios tecnológicos de comunicação. Confesso que durante este percurso, apesar de pertencer à “geração conectada”, não me vi entusiasta desta modalidade por acreditar que algo se perde na via do contato virtual. Entretanto, após breves meses atuando como psicóloga clínica devidamente registrada, o mundo foi assolado por um marco histórico que nos obrigou – e obriga – a repensar nossas práticas e alterar drasticamente nossos modos de viver em prol do bem comum. Como iniciativa que visa conter o alastramento do vírus COVID-19 e brecar os danos à saúde pública, devido ao seu alto nível de contágio e exponentes taxas de mortalidade, adotamos e saímos em defesa das medidas de isolamento social, e me fez aderir, para o exercício da clínica, a prática exclusivamente online, nunca antes ponderada por mim. Entre idas e vindas de ministros, fechamentos e reaberturas do comércio, e do iminente medo da morte, que parecia – e parece – bater à porta para mostrar nossa fragilidade enquanto sujeitos, vi a procura pelo atendimento clínico crescer exponencialmente e frequentemente associada à necessidade de atendimentos por valores reduzidos e/ou simbólicos. O meio online que tanto me causava estranhamento se mostrou um enorme aliado que pouco interferiu nos processos terapêuticos já em andamento e quando interferiu, seja via “invasões” das sessões por parte dos curiosos residentes na casa de alguns pacientes, aparições repentinas de pets, ou via pop ups de mensagens de texto aparecendo na tela, não prejudicou significativamente o andamento das sessões, pelo contrário, em alguns casos pude perceber avanços mais expressivos dentro do ambiente virtual. Tais ocorridos me auxiliaram, enquanto profissional e sujeito, a repensar o que um dia foram certezas e reafirmaram a importância da psicologia enquanto ciência e profissão, ator e facilitador de mudanças, e da relevância de seu compromisso social, fortemente defendido em seu código de ética. Hoje posso dizer que, por mais que sinta falta do ambiente do consultório (e sinto muita), pretendo seguir com a atuação mediada por telas, espero que em contextos menos desestruturados politicamente, menos angustiantes, menos negacionistas, e que caminhem para reorganização social considerando e devidamente reconhecendo as pluralidades de ser e viver.

Essa pergunta também está no material:

ebook_expressoes aap4
748 pág.

Gestão Hospitalar

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