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Por que Ariel quis fazer sua sessão no banheiro? Segundo ele, buscava um ambiente mais privado, sentado na privada. Tenho também que falar do incôm...

Por que Ariel quis fazer sua sessão no banheiro? Segundo ele, buscava um ambiente mais privado, sentado na privada. Tenho também que falar do incômodo e curiosidade que isso gerou em mim. Parte de mim achou até poética a sessão sobre a privada, já outra parte questionou meus sentimentos sobre estar lá com meu paciente adolescente. “Estou confortável nesse ambiente com ele?”, pensei. Mesmo que soubesse que se tratava de uma chamada por vídeo, como esse ambiente afetava a nossa relação transferencial e contratransferencial? Continuo refletindo sobre se Ariel me contava uma história pessoal ou se ele estava me mostrando um lugar comum que todos conhecemos, o banheiro. Talvez os dois. O banheiro é frequentado por todos para fazermos as mesmas necessidades e vontades... Será que por acaso esse não era um grande ponto de interseção, uma característica em comum, talvez a mais próxima que uma clínica poderia chegar? Será que essa não era a solução de aproximar o novo setting ao antigo, que lembrasse ainda mais de mim? Por fim, volto à imagem de nosso andarilho e suas canções. Um sujeito que não tem lugar fixo, que vive do movimento e do contato com os outros. Em momentos de pandemia e isolamento social, agarro-me na ideia do paciente andarilho, que transita pelos cantos de sua casa e conta sobre suas aventuras e sobre o que sabe que está acontecendo. A busca de um ambiente não fixo, como o banheiro ou a área externa, geram a minha reflexão sobre a necessidade de se manter um setting específico e determinado pelo analista. O contador sabe como se expressar e comunicar, mas para isso, ele precisa estar livre. Em tempos de liberdade reduzida, penso que nos resta escutar os cantos e viajar pelos contos dos andarilhos virtuais.

Essa pergunta também está no material:

ebook_expressoes aap4
748 pág.

Gestão Hospitalar

Respostas

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Pelo que foi descrito no texto, Ariel quis fazer sua sessão no banheiro porque buscava um ambiente mais privado e confortável para se comunicar com o terapeuta. O banheiro é um lugar comum e familiar para todos, e pode ser um local onde Ariel se sente mais à vontade para falar sobre suas questões pessoais. No entanto, a terapeuta questiona se esse ambiente afeta a relação transferencial e contratransferencial entre eles, e se ela se sente confortável em ter uma sessão de terapia em um ambiente tão íntimo. O texto também reflete sobre a importância de manter um setting específico e determinado pelo analista, mas em tempos de liberdade reduzida, é importante ouvir e se conectar com os pacientes de outras maneiras.

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