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se caracterizam por inflamação no interstício renal, fibrose intersticial e dilatação, e atrofia tubular. Podem ocorrer de forma aguda ou crônica, ...

se caracterizam por inflamação no interstício renal, fibrose intersticial e dilatação, e atrofia tubular. Podem ocorrer de forma aguda ou crônica, sendo as primeiras geralmente associadas a processos infecciosos bacterianos ou virais, e mais comuns em cães e gatos. Por sua vez, na nefrite intersticial crônica, há também fibrose acentuada associada à inflamação e, dessa forma, os rins ficam pálidos, com cápsula aderida, superfície cortical irregular e com cistos adquiridos. É importante diferenciar, microscopicamente, se o processo patológico reflete uma doença primária tubulointersticial ou ocorreu de forma secundária à doença glomerular, caracterizando uma GN. Em cães, a infecção por Leptospira interrogans serovar canicola e icterohaemorrhagiae é importante causa de nefrite intersticial aguda, levando à insuficiência renal, icterícia e hepatite. Herpesvírus canino 1 causa em filhotes nefrite necrotizante e hemorrágica aguda como parte de doença sistêmica e macroscopicamente se caracteriza por rins com áreas multifocais de hemorragia na superfície cortical. Felinos podem apresentar nefrite piogranulomatosa severa na peritonite infecciosa felina quando a forma não efusiva é observada, mas essas lesões tendem a afetar outros órgãos concomitantemente, como baço, fígado, pleura pulmonar, meninges e pericárdio. Em suínos, na síndrome do definhamento multissistêmico pós-desmame por circovírus suíno tipo 2, é comum a ocorrência de nefrite intersticial, visualizada macroscopicamente por áreas esbranquiçadas multifocais na superfície capsular. Em bovinos, a febre catarral maligna é importante causa de nefrite intersticial, bem como processos infecciosos oriundos de outros locais, como endocardites valvulares, podem embolizar e causar nefrite embólica supurativa. Da mesma forma, em equinos a infecção por A. equuli, e a infecção por Streptococcus equi subsp. Equi (garrotilho) podem causar nefrite ou GN embólica. Pielonefrites se referem à inflamação unilateral ou bilateral da pelve renal e parênquima renal e ocorrem como resultado de infecções bacterianas ascendentes oriundas do TUI, como cistites em cadelas ou cistites enfisematosas em cães com diabetes mellitus. Na pielonefrite aguda, o processo inflamatório é supurativo, com exsudato preenchendo a pelve renal, e a inflamação frequentemente se estende ao parênquima renal adjacente, principalmente nos polos renais. Já na pielonefrite crônica, a fibrose substitui a inflamação e, dessa forma, o rim exibe formato irregular. Hidronefrose se refere ao acúmulo de urina na pelve renal por obstrução urinária que leva à dilatação da pelve e cálices renais, além de atrofia progressiva do parênquima renal. A obstrução urinária pode se dar em qualquer nível do TUI, como em ureteres, bexiga e uretra, sendo unilateral ou bilateral e de desenvolvimento rápido ou lento. A principal causa de hidronefrose é a presença de cálculos ou urólitos, obstruindo ureteres ou a uretra, mas processos inflamatórios e neoplasias vesicais também podem ser causas. Macroscopicamente, os rins ficam aumentados, com formato arredondado e macio. Se a lesão for muito avançada, todo o parênquima renal pode estar atrofiado, com rim de aspecto sacular repleto de urina. Processos neoplásicos renais primários são incomuns, com exceção de cães da raça Pastor Alemão, os quais têm predisposição genética autossômica dominante para o desenvolvimento de cistoadenocarcinoma renal, que frequentemente está associado à dermatofibrose nodular e leiomiomas uterinos. Carcinomas renais também podem ser detectados em bovinos e equinos, enquanto nas demais espécies são esporádicos. Outra neoplasia primária renal é o nefroblastoma. Este é o tumor renal mais comum em suínos e galinhas de abatedouro, podendo ocorrer também em cães e bezerros. O tumor tem origem embrional a partir do blastema nefrogênico e, dessa forma, ocorre em animais jovens, sendo usualmente unilateral, porém metástases pulmonares e hepáticas são comuns. No entanto, a maioria das neoplasias renais ocorre como resultado de metástases de outros órgãos. Linfomas renais são comuns em felinos e bovinos, como neoplasias multicêntricas. Metástases de carcinomas de mama aos rins em cadelas e gatas também são comuns. DOENÇAS DO TRATO URINÁRIO INFERIOR Embora doenças do trato urinário inferior (TUI) sejam menos comuns do que aquelas que afetam os rins, algumas podem ter efeitos catastróficos, levando o animal à morte. Alterações congênitas do TUI são raras em animais domésticos, mas podem ocorrer como na agenesia ureteral, em que há ausência de formação de ureter de forma unilateral ou bilateral, geralmente em associação à agenesia renal. Outra alteração congênita é o ureter ectópico, ou seja, o ureter desemboca em local incorreto, seja diretamente na uretra, colo da bexiga, vagina ou próstata, e, dessa forma, o animal perde o controle da micção e manifesta incontinência urinária. É mais comum em cadelas, e animais com ureter ectópico têm predisposição a apresentar infecções bacterianas ascendentes e pielonefrite, bem como outras malformações concomitantes são frequentes. Na bexiga, a persistência do úraco (patência do úraco) é a alteração congênita mais comum e consiste na falha de fechamento do úraco fetal, com manutenção da comunicação entre o ápice da bexiga e o umbigo. Animais afetados, especialmente potros, gotejam urina pelo umbigo, e complicações como ruptura do úraco com uroperitônio, cistites bacterianas e septicemias podem ocorrer. A urolitíase ou formação de cálcul”s (urólitos) nas vias urinárias é uma das principais doenças do TUI, envolvendo desde a pelve renal, ureteres, bexiga e uretra. Os urólitos podem ser compostos por diversos minerais, como sílica, estruvita, oxalato, ácido úrico, uratos, xantina e cistina. Podem ser observados em todas as espécies, mas são mais comuns em ruminantes machos, e a castração precoce é um fator de risco. Nesses casos, os cálculos se alojam na uretra no arco isquiático ou flexura sigmoide, podendo causar ruptura vesical, ruptura da uretra, enquanto urólitos localizados nos ureteres podem causar hidroureter e hidronefrose. A patogênese de formação dos urólitos é complexa e influenciada por múltiplos fatores: pH urinário, infecções bacterianas e inflamação, fatores nutricionais, consumo de água reduzido, defeitos hereditários (metabolismo do urato em cães Dálmata). Independentemente da localização do cálculo, há também reação local com necrose, hemorragia e ulceração da mucosa, caracterizando ureterite, cistite ou uretrite. Processos inflamatórios no TUI envolvem, principalmente, a bexiga, caracterizando cistites. É importante considerar que o trato urinário é mantido estéril de bactérias por eliminação repetida e cíclica da urina, de forma que a retenção urinária é um dos maiores fatores de risco para a ocorrência de cistites. Isso pode ocorrer devido à urolitíase e a traumas mecânicos na pelve que causem obstrução do fluxo da urina, bem como por traumas às vértebras, compressão medular e a qualquer lesão neurológica infecciosa ou não. Outro fator de risco é a uretra curta de fêmeas, que se constitui em uma barreira mais curta para infecções bacterianas ascendentes. glicosúria, o que propicia um substrato adequado para a proliferação de bactérias fermentadoras de açúcar, levando à produção de gás e crepitação da parede vesical. Adicionalmente, a presença de cistites bacterianas predispõe a ocorrência de pielonefrite. Alterações proliferativas no TUI são incomuns em animais domésticos, com exceção de bovinos e caninos, e geralmente envolvem a bexiga, o que pode ter relação com o maior contato com substâncias carcinogênicas presentes na urina. Em bovinos, uma das formas da intoxicação por samambaia do campo (P. arachnoideum) é a hematúria enzoótica, a qual ocorre em animais adultos que ingerem quantidades redu

Essa pergunta também está no material:

AVA Unidade 2 - Patologia dos sistemas digestório, hepático e urinário
27 pág.

Patologia Especial Veterinária Centro Universitário Faculdade Maurício de NassauCentro Universitário Faculdade Maurício de Nassau

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