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Cães com focinho alongado (dolicocefálicos), como Collie e Pastor Alemão, são predispostos ao desenvolvimento de tumores nessa região, sendo malign...

Cães com focinho alongado (dolicocefálicos), como Collie e Pastor Alemão, são predispostos ao desenvolvimento de tumores nessa região, sendo malignos e altamente infiltrativos. Causam deformidade facial (Figura 3), dificuldade respiratória, exoftalmia e, ocasionalmente, sinais neurológicos. Em gatos, o carcinoma de células escamosas (CCE) cutâneo é altamente infiltrativo e pode se estender à cavidade nasal, assim como em equinos apresentando CCE palpebral. Por sua vez, em ruminantes, principalmente ovinos e caprinos, a ocorrência de neoplasias epiteliais na cavidade nasal está associada à infecção por um retrovírus (vírus do tumor nasal enzoótico – ENTV) e a condição é denominada de tumor nasal enzoótico. A doença tem período de incubação longo (de um a três anos) e, por isso, afeta animais adultos. A laringe também é afetada, mas co” doenças incomuns, destacando-se a hemiplegia laríngea, em equinos, e a laringite necrótica, em bovinos. A primeira, também conhecida por doença do cavalo roncador, é uma condição geralmente subclínica que se manifesta após exercícios e cursa com atrofia unilateral do músculo cricoaritenoideo esquerdo pela degeneração idiopática do nervo laríngeo recorrente esquerdo. A segunda condição, denominada difteria dos bezerros ou necrobacilose oral, é causada por F. necrophorum, provocando áreas demarcadas de necrose recobertas por fibrina na mucosa laríngea. Igualmente, as doenças traqueais são incomuns em animais domésticos, com exceção de caninos toy ou miniatura, como Yorkshire Terrier, os quais são predispostos à ocorrência de colapso de traqueia. Nesse caso, há achatamento dorsoventral da região, com redução do lúmen traqueal, ressultando em tosse, intolerância ao exercício e, por vezes, colapso respiratório e morte. A etiopatogenia da doença não é clara, mas acredita-se que tenha relação com a degeneração cartilaginosa de anéis traqueais e o relaxamento exacerbado de musculatura dorsal do órgão. DOENÇAS PULMONARES O conhecimento de padrões de lesão pulmonar e de respostas do hospedeiro é essencial para uma melhor compreensão das doenças que atingem essa região do organismo. Os alvéolos, por exemplo, têm estrutura delicada, com parede recoberta por pneumócitos tipo I, os quais são suscetíveis a agentes nocivos. Assim, quando atingidos, os pneumócitos tipo I se desprendem da parede e deixam a membrana basal exposta, situação essencial para a proliferação de pneumócitos tipo II, que recobrem a área lesada e, por fim, diferenciam-se em pneumócitos tipo I, reparando a lesão inicial. Entende-se que os insultos a brônquios e bronquíolos podem causar degeneração e necrose do epitélio, evoluindo para reparo ou, em casos crônicos, resultando em bronquite ou bronquiolite, com obstrução da via aérea e possível dilatação bronquial (bronquiectasia), além de outras consequências, como pneumonia, atelectasia alveolar e enfisema. As anomalias congênitas pulmonares são raras em animais domésticos, mas a melanização na superfície pleural (melanose pulmonar) é um achado comum de abate em suínos e bovinos. Já as anormalidades do preenchimento alveolar se referem a condições em que há perda do equilíbrio entre o quociente de volume de ar e de sangue capilar. Dessa forma, podem ser caracterizadas por alvéolos hiperinflados (enfisema) ou colapsados (atelectasia) Contudo, o enfisema pulmonar, como doença primária, é incomum em animais, sendo secundário à obstrução da saída de ar ou respiração agônica próxima à morte. Pode ainda ser classificado em enfisema alveolar, com distensão de paredes alveolares, ou intersticial, com presença de ar em septos interlobulares. Por sua vez, atelectasia pode ocorrer de forma congênita, em pulmões de fetos que não se expandiram ao nascimento, ou de forma adquirida, que é mais comum e pode ser visualizada sob as formas obstrutiva ou compressiva. A forma obstrutiva está ligada à obstrução de vias aéreas, como inflamação, material estranho ou parasitas, e sua extensão e gravidade dependem do diâmetro da via aérea afetada e da capacidade de ventilação colateral do animal. Dessa forma, suínos e bovinos, os quais possuem menor grau de ventilação colateral, exibem um padrão lobular marcado, com áreas deprimidas e escurecidas. Enquanto isso, a forma compressiva ocorre em associação a massas intratorácicas ou acúmulos de líquidos no tórax, como hidrotórax. Ademais, a perda da pressão negativa da cavidade torácica por lesões perfurantes causa pneumotórax, o que leva à atelectasia compressiva. Em oposição às anomalias, as alterações circulatórias nos pulmões são comuns em diversas condições por se tratar de um órgão ricamente vascularizado, incluindo casos de hiperemia, congestão, hemorragia, edema, embolia e infartos. A hiperemia é um processo ativo que geralmente acompanha quadros infecciosos (pneumonias), ao passo que a congestão é um processo passivo frequentemente observado em associação à ICC esquerda. Em ambas as situações, os pulmões estão parcialmente colapsados e vermelho-escuros, fluindo sangue ao corte. As hemorragias pulmonares se diferem da congestão pela distribuição, sendo geralmente representadas por petéquias ou áreas mais extensas avermelhadas, enquanto na congestão a lesão é difusa. Elas são frequentes em processos com diátese hemorrágica, como trombocitopenia e intoxicação por rodenticidas, e por consequência de traumas, sepse e tromboêmbolos. No caso do edema pulmonar, uma das alterações pulmonares mais comuns, ocorrem complicações de inúmeras doenças. As causas vão desde o aumento de pressão hidrostática (ICC esquerda), redução da pressão oncótica ou hipoproteinemia (insuficiência renal crônica e cirrose hepática) até o aumento da permeabilidade vascular (pneumonias com lesões alveolares) e a forma neurogênica. Macroscopicamente, pulmões edematosos são pesados, brilhantes e não colapsados, com fluído serobolhoso ao corte que pode se estender às vias aéreas. Como os pulmões possuem leito capilar vasto, êmbolos pulmonares são comuns, principalmente representados por tipos bacterianos originados de outros tecidos e neoplásicos provocando doença pulmonar metastática. Por sua vez, os infartos são raros devido ao suprimento arterial duplo pulmonar, mas podem ocorrer quando há trombose e isquemia de vasos periféricos. Sabe-se que torções lobares podem causar infarto com isquemia, trombose e necrose do segmento afetado. Distúrbios metabólicos também podem ser observados nos casos de doenças pulmonares. São compostos pela mineralização ou calcificação pulmonar que pode ser observada em cães com doença renal aguda ou crônica, provocando a denominada pneumopatia urêmica, ou em doenças que induzem hipercalcemia. Macroscopicamente, os pulmões estão não colapsados, firmes a duros e, ao corte, têm aspecto de pedra-pomes, enquanto, microscopicamente, há mineralização do interstício pulmonar. No que tange à compreensão da classificação morfológica de pneumonias (Infecções pulmonares), sua fundamentação se baseia em distribuição das lesões, porta de entrada, consistência e presença ou ausência de exsudato. Os cinco principais tipos de pneumonia reconhecidos constam no Quadro 1. As pneumonias intersticiais são causadas por vírus, como na cinomose em cães, e envolvem qualquer uma das camadas do interstício alveolar, pois se disseminam de forma hematógena, com distribuição difusa e impressão das costelas. Já as pneumonias granulomatosas podem ter tanto origem aerógena quanto hematógena, causadas por bactérias (tuberculose), fungos (criptococose) ou parasitas. No caso das pneumonias embólicas, originadas de lesões primárias bacterianas em outros tecidos, apresentam tromboêmbolos que chegam aos pulmões, causando lesões multifocais aleatórias vermelho-amareladas e a formação de

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AVA Unidade 1 - Patologia dos sistemas cardiovascular, respiratório e hemolinfático
27 pág.

Patologia Especial Veterinária Centro Universitário Faculdade Maurício de NassauCentro Universitário Faculdade Maurício de Nassau

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