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Em bovinos, a ruptura de abscessos hepáticos na veia cava caudal pode causar pneumonia embólica supurativa, além de ocasionalmente infiltração nas ...

Em bovinos, a ruptura de abscessos hepáticos na veia cava caudal pode causar pneumonia embólica supurativa, além de ocasionalmente infiltração nas paredes de vasos e síndrome hemorrágica aguda com hemoptise fatal. As broncopneumonias supurativas são geralmente causadas por bactérias, como, por exemplo, na pneumonia enzoótica em suínos por Mycoplasma hyopneumoniae, e apresentam exsudato purulento que se deposita em região cranioventral. As broncopneumonias fibrinosas são relativamente similares quanto à localização (cranioventral) e etiologia (bacteriana), mas diferem pela exsudação de fibrina na superfície pleural e parênquima pulmonar, como na febre dos transportes em ruminantes. CURIOSIDADE Em humanos, o exsudato de broncopneumonias supurativas se deposita em porções diafragmáticas por ação gravitacional, ao passo que em animais é cranioventral por serem quadrúpedes. Em bovinos, ovinos e caprinos, a febre dos transportes é uma doença respiratória relacionada com fatores predisponentes de estresse (transporte, modificação de alimentação, desmame e superlotação de animais), causada por M. haemolytica ou P. multocida, bactérias comensais do trato respiratório superior. Macroscopicamente, apresenta broncopneumonia fibrinosa e, microscopicamente, neutrófilos em formato de grão-de-aveia (oat cells). Outras doenças cursam com pneumonias de acordo com as espécies acometidas, visto que alguns agentes são espécie-específicos. Em suínos, por exemplo, pneumonias se enquadram no complexo de causas multifatoriais relacionadas aos hospedeiros, ao ambiente, a práticas de manejo e a agentes infecciosos. Na maioria das vezes, há ainda associação de agentes, como vírus e bactérias, o que requer exames complementares para detecção específica. O M. hyopneumoniae é o agente causador da pneumonia enzoótica, que causa perdas econômicas à suinocultura e afeta principalmente animais de crescimento e terminação. O agente se adere aos cílios das vias aéreas, causando cilioestase e induzindo a hiperplasia de tecidos linfoides peribronquiais, o que favorece a ocorrência de infecções bacterianas secundárias. O vírus da influenza também tem destaque e se manifesta como doença clínica altamente contagiosa em suínos de creche. Causa bronquite/bronquiolite necrotizante, culminando com padrão macroscópico de tabuleiro de xadrez por causar atelectasia obstrutiva lobular. Já o Actinobacillus pleuropneumoniae causa pleuropneumonia suína em animais na fase de crescimento e produz citotoxinas leucotóxicas (Apx I, II e III). Macroscopicamente, há pleuropneumonia fibrinossupurativa e necro-hemorrágica que geralmente envolve as porções dorsais de lobos médios. O circovírus tipo 2 é o agente etiológico da síndrome do definhamento pós-desmame dos suínos, afetando animais da creche ao crescimento com doenças multissistêmicas, incluindo pneumonia intersticial como uma das possíveis lesões envolvidas. Além desses quadros, pode-se citar ainda o G. parasuis, que provoca a doença de Glasser, com poliserosite fibrinosa (pleurite, pericardite e peritonite), meningite e artrite. A Infecção por retrovirídeos do gênero Lentivirus causa pneumonia progressiva ovina ou maedi (dispneia, em islandês) e artrite-encefalite caprina. A maedi se manifesta em animais adultos que passam a apresentar dispneia progressiva e perda de peso. A artrite-encefalite caprina pode ter a pneumonia como principal apresentação em cabritos e adultos, ocorrendo em associação à encefalite ou artrite. Em equinos jovens de três a seis meses, é comum a infecção por Rhodococcus equi, bactéria Gram-positiva que sobrevive e se multiplica no interior de macrófagos alveolares (intracelular facultativa). Causa doença respiratória de evolução crônica, que também pode envolver outros órgãos, como linfonodos, intestino grosso, olho, ossos e articulações. Já em cães, a pneumonia intersticial causada por Morbillivirus canino (cinomose) tem relevância e afeta principalmente animais jovens não vacinados. Como o vírus é pantrópico, os sinais clínicos e as lesões variam conforme o sistema acometido. Assim, além do quadro de pneumonia, é possível haver meningoencefalite não supurativa, hipoplasia de esmalte dentário, espessamento de coxins, entre outros aspectos. Em análise microscópica, inclusões eosinofílicas intracitoplasmáticas e, por vezes intranucleares, podem ser visualizadas. Entende-se ainda que, como o vírus induz imunodepressão nos animais afetados, é comum ocorrer broncopneumonia bacteriana supurativa secundária. No que concerne à tuberculose, sua ocorrência é registrada em praticamente todas as espécies de animais domésticos com maior relevância em bovinos. É causada por M. tuberculosis ou M. bovis, bactéria altamente resistente no ambiente e transmitida por via aerógena, com inalação e infecção inicial nos pulmões e em linfonodos retrofaríngeos, mediastínicos e traqueobrônquicos (complexo primário da tuberculose). É uma doença de evolução lenta com resposta granulomatosa, visto que a bactéria sobrevive e se reproduz de forma intracelular. Macroscopicamente, forma granulomas amarelados com conteúdo caseoso, que rangem ao corte devido à mineralização distrófica. Microscopicamente, a resposta é granulomatosa, com centro necrótico circundado por macrófagos epitelioides e células gigantes de Langhans, além de intensa fibrose e linfócitos e plasmócitos na periferia. Para confirmação do diagnóstico, pode ser realizado exame histoquímico de Ziehl-Neelsen, o qual evidencia bacilos álcool-ácido resistentes (Figura 4). Ocasionalmente, o agente pode se disseminar de forma hematógena a diversos tecidos, causando tuberculose miliar. Atenta-se também às neoplasias pulmonares, que geralmente são metastáticas, visto que os pulmões têm um leito capilar amplo e recebem grande parte da circulação sistêmica. As primárias são incomuns em animais domésticos e, quando ocorrem, são epiteliais e malignas, com massas solitárias que ocupam um lobo pulmonar. Em ovinos, o carcinoma pulmonar ou adenomatose pulmonar é uma condição neoplásica induzida por um retrovírus ovino que afeta animais adultos. Patologia do sistema hemolinfático O sistema hemolinfático, também denominado sistema hematopoiético, compreende órgãos e tecidos envolvidos na hematopoiese e resposta imune. Entre eles estão medula óssea, baço, linfonodos e timo e tecidos específicos, como tonsila e tecidos linfoides associados à mucosa intestinal (placas de Peyer) ou ao epitélio respiratório – tecido linfoide associado aos brônquios (BALT). A hematopoiese representa a produção de células sanguíneas (eritrócitos, plaquetas, leucócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos, monócitos e macrófagos). No feto, o primeiro local a produzir essas células é o saco vitelino, mas logo o fígado e o baço assumem essa ação. Assim, após a metade da gestação, ela passa a ser

Essa pergunta também está no material:

AVA Unidade 1 - Patologia dos sistemas cardiovascular, respiratório e hemolinfático
27 pág.

Patologia Especial Veterinária Centro Universitário Faculdade Maurício de NassauCentro Universitário Faculdade Maurício de Nassau

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