Segundo o pesquisador Eduardo Ferreira Machado “a variante da raiva de cães não é mais detectada no Estado de São Paulo, por conta do sucesso das c...

Segundo o pesquisador Eduardo Ferreira Machado “a variante da raiva de cães não é mais detectada no Estado de São Paulo, por conta do sucesso das campanhas de vacinação de animais domésticos. Por isso, é importante monitorar outros mamíferos que possam ser vetores do vírus, principalmente animais negligenciados por esse tipo de vigilância, como os gambás”. Esse alerta foi feito depois que um gambé-de-orelha-branca ((Didelphis albiventris) teve a causa de sua morte determinada por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e USP: meningoencefalite causada por infecção pelo vírus da raiva, em artigo publicado na revista Emerging Infectious Diseases. A raiva é uma zoonose de grande relevância, causada por um vírus pertencente ao gênero Lyssavirus e à família Rhabdoviridae, e a sua transmissão ocorre pela introdução do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente por meio de mordeduras e, em casos mais raros, por arranhões e lambeduras em mucosas. A cadeia epidemiológica da doença é dividida em quatro ciclos, com base nas características dos hospedeiros e reservatórios. Nesse sentido, pode-se afirmar que: a. no ciclo aéreo, os morcegos da espécie Didelphis albiventris são os principais reservatórios do lyssavirus. b. no ciclo rural, os cães são os principais transmissores da raiva entre os herbívoros. c. o Desmodus rotundus, mamífero da ordem dos quirópteros, é o principal transmissor da raiva nos herbívoros no Brasil. d. no ciclo urbano da raiva, o Rattus norvegicus, conhecido como ratazana, desempenha um papel importante na transmissão da raiva humana e. o Procyon cancrivorus é responsável pela manutenção da raiva no ciclo urbano da doença.