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Em casos de crimes, entre eles o de homicídio, é necessária uma avaliação pericial acerca da cena de crime. A perícia compreende um amplo conjunto ...

Em casos de crimes, entre eles o de homicídio, é necessária uma avaliação pericial acerca da cena de crime. A perícia compreende um amplo conjunto de análises técnicas baseadas em preceitos científicos com o intuito de fornecer provas para serem utilizadas na esfera judicial. Tais procedimentos técnico-científicos são realizados por peritos, que podem exercer o seu ofício na perícia médico-legal ou criminalística. Essas atividades estão reguladas por um conjunto de artigos presente no CPP, que incluem os artigos 149, 158-184 e 275-281. Nesse sentido, atividades periciais podem ser feitas em indivíduos vivos ou em cadáveres de modo a avaliar lesões corporais, conjunções carnais, causa e tempo de morte e identificação humana. A perícia pode ser realizada em cenas de crime com o intuito de recuperar projéteis, coletar insetos possivelmente relacionados ao crime, revelar impressões digitais e sangue, além de recolher esperma e materiais para a identificação genética de indivíduos provavelmente relacionados ao crime. Cabe salientar que as atividades periciais não se restringem somente a essas ações, mas sim a várias outras questões que necessitem de esclarecimento técnico-científico em procedimentos judiciais. Ao chegar em uma cena de crime, o perito pode encontrar vários vestígios que podem estar relacionados ao ato infracional. Tais vestígios são conhecidos como corpo de delito e compreendem uma vasta gama de elementos materiais que serão avaliados pelo perito a fim de obter conclusões técnico-científicas sobre o caso. Assim, a análise do corpo de delito é crucial e, por isso, obrigatória, em infrações penais que resultem em vestígios a fim de determinar a materialidade do crime, acidente ou suicídio. Entre os diversos tipos de conhecimentos que podem ser aplicados para a elucidação técnico-científica estão a tanatologia forense, a toxicologia forense, a entomologia forense, a genética forense e a biologia forense. A tanatologia forense estuda os eventos e os sinais de morte com o intuito de identificar a causa e o intervalo post-mortem. Por sua vez, a toxicologia forense está relacionada à análise de substâncias e secreções coletadas de crimes, auxiliando na identificação de compostos relacionados à infração penal. A genética forense e a entomologia forense fazem parte do grande conjunto de subáreas incluídas na biologia forense. A genética forense é o estudo do material genético encontrado em secreções vestigiais a fim de identificar ou relacionar indivíduos com o material coletado. A entomologia forense atua no estudo de insetos encontrados em cenas de crime, auxiliando na detecção de compostos presentes em cadáveres e na determinação do intervalo post-mortem. Cabe salientar que essas áreas não estão somente restritas a tais finalidades, apresentando um amplo escopo de atuação relacionado a outras áreas em subáreas de forma dinâmica. O desenvolvimento e a aplicação da genética para o auxílio em investigações forenses são recentes. Na década de 1980 aconteceram os primeiros registros do seu uso, sendo utilizada parar resolver uma disputa imigratória no Reino Unido. As análises de evidências avaliando o ácido desoxirribonucleico (DNA) em casos criminais foram, primeiramente, utilizadas em 1986, inocentando um indivíduo que confessou um assassinado de duas mulheres no Reino Unido e identificando o seu real assassino. No decorrer dos últimos anos, o uso da genética tem um importante papel na área forense, pois se tornou uma prova técnico-científica robusta e confiável na identificação de indivíduos. O DNA é uma longa fita dupla, constituído por bases de nucleotídeos encontradas no interior das células envolvidas pela membrana nuclear. Com base na sua extração, amplificação e sequenciamento é possível identificar um indivíduo, sendo essa uma das ferramentas mais utilizadas na genética forense. Além do DNA nuclear, também se pode encontrar o DNA mitocondrial que está contido no interior das mitocondriais. Esse DNA é de origem materna e bastante utilizado em casos nos quais o DNA nuclear está degradado. É importante salientar que as análises realizadas pelo geneticista forense podem variar consideravelmente, dependendo do material coletado em cenas de crime, testes de parentesco e identificações de restos mortais. Em alguns casos, pode até ser usado para a análise de DNA de plantas e de animais, incluindo insetos e microrganismos. Todavia, após a preparação da amostra, os materiais são, geralmente, analisados utilizando as mesmas técnicas e os métodos que incluem reação em cadeia da polimerase (PCR) e eletroforese, de modo a identificar as suas sequências curtas repetidas em tandem (STRs) ou polimorfismos de base única (SNPs). As STRs compreendem as regiões do DNA que apresentam pequenas sequências repetidas de nucleotídeos (entre 2 a 4 bases) em certos intervalos do material genético que variam entre indivíduos, ao passo que as SNPs são várias sequência repetidas de apenas um nucleotídeo no DNA. Dessa forma, as STRs variam de indivíduo para indivíduo, podendo ser utilizadas para identificar ou relacionar um indivíduo a um certo

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Genética Forense Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

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