1.2.2.5. Teoria Da Coculpabilidade De acordo com Eugenio Raul Zaffaroni, coculpabilidade é a corresponsabilidade social do Estado no cometimento de determinados delitos, praticados por cidadãos que possuem menor âmbito de autodeterminação, diante das circunstâncias do caso concreto, principalmente no que se refere a condições sociais e econômicas do agente, o que ensejaria menor reprovação social. Assim, a teoria da coculpabilidade depende da análise, no caso concreto, da evidência de que o Estado deixou de prestar a devida assistência ao agente. A teoria da coculpabilidade é rechaçada pelos Tribunais Superiores quando colocada como hipótese de exclusão da culpabilidade:
Não é possível que duas pessoas, simultaneamente, atuem em legítima defesa uma contra a outra. Afinal, a legítima defesa pressupõe que tenha havido uma agressão injusta. Quem agride outro injustamente não está em legítima defesa. E quem se defende, por outro lado, estará amparado pela excludente. Crime de rixa – todos agentes estão cometendo, uns contra os outros, agressões injustas. Não se fala, em tese, em legítima defesa para qualquer deles. Da mesma forma, não é possível legítima defesa real x estado de necessidade real / estrito cumprimento do dever legal real / exercício regular de direito real, já que a legítima defesa exige agressão injusta e as demais excludentes de ilicitude, se reais, são comportamentos permitidos por lei. HIPÓTESES ADMISSÍVEIS: a) legítima defesa sucessiva; b) legítima defesa real x legítima defesa putativa; c) legítima defesa putativa x legítima defesa putativa ou legítima defesa putativa recíproca; d) legítima defesa real x legítima defesa subjetiva (ou excessiva). DIFERENÇAS ENTRE ESTADO DE NECESSIDADE E LEGÍTIMA DEFESA: Estado de necessidade vs. Legítima defesa. Embate entre titulares de dois ou mais bens jurídicos, em situação de perigo vs. Embate entre o titular de um bem jurídico e um agressor, que age de maneira ilegítima. Perigo atual vs. Agressão humana - atual ou iminente. Perigo sem destinatário certo vs. Agressão com destinatário certo. Agente em estado de necessidade volta-se contra pessoa, animal ou coisa vs. Agente em legítima defesa se volta contra pessoa. Agente do fato necessário deve evitar a situação de perigo vs. Agente agredido não está obrigado a evitar o perigo (fugir), podendo revidar contra o agressor.
a) legítima defesa sucessiva; b) legítima defesa real x legítima defesa putativa; c) legítima defesa putativa x legítima defesa putativa ou legítima defesa putativa recíproca; d) legítima defesa real x legítima defesa subjetiva (ou excessiva).
Qual a diferença entre culpabilidade formal e material?
a) Culpabilidade formal: censurabilidade em abstrato. Culpabilidade material: censurabilidade concreta, dirigida a determinado agente culpável que praticou um fato típico e antijurídico. b) Culpabilidade formal: censurabilidade concreta. Culpabilidade material: censurabilidade em abstrato. c) Culpabilidade formal: censurabilidade dirigida a determinado agente culpável. Culpabilidade material: censurabilidade em abstrato.
Quais são as teorias de acessoriedade relacionadas à participação no crime? Teoria da acessoriedade mínima: Para a punição do partícipe, o autor deve ter praticado, pelo menos, um fato típico. Teoria da acessoriedade limitada ou média: Para a punição do partícipe, o autor deve ter praticado, pelo menos, um fato típico e antijurídico. Teoria da acessoriedade extrema ou máxima: Para a punição do partícipe, o autor deve ter praticado um fato típico, antijurídico e culpável. Teoria da hiperacessoriedade: Para a punição do partícipe, o autor deve ter praticado um fato típico, antijurídico, culpável e efetivamente punível.
6. Analise a opção CORRETA. a) O excesso exculpante na legítima defesa busca eliminar a antijuridicidade, vale dizer, o fato, embora típico, deixa se ser ilícito. b) No que se refere ao instituto do estado de necessidade, para que se possa diferenciar o estado de necessidade justificante e exculpante, pode-se destacar as denominadas teorias unitária e diferenciadora, sendo que para a unitária, todo estado de necessidade é justificante, ou seja, tem a finalidade de eliminar a ilicitude do fato típico praticado pelo agente. c) Para que se possa reconhecer o instituto consentimento do ofendido, doutrina enumera alguns requisitos que deverão ser preenchidos pelo agente, dentre eles que o ofendido seja capaz de consentir; que o bem sobre o qual recaia a conduta do agente seja indisponível, que o consentimento tenha sido dado posteriormente à conduta do agente. d) A estrutura da culpabilidade na concepção finalista preconizada por Welzel ficaria com o seguinte conteúdo, qual seja, a imputabilidade; dolo e culpa e exigibilidade de conduta diversa.
No que se refere ao conceito de antijuridicidade e às hipóteses de sua exclusão, assinale a opção CORRETA. a) Age no exercício regular de direito o oficial de justiça que, em cumprimento a decisão proferida nos autos do procedimento de medidas protetivas de urgência, adentra no imóvel da ofendida para afastar do lar, coercitivamente, o ofensor. b) A causa de exclusão da ilicitude decorrente da prática da conduta em estrito cumprimento do dever legal pode estender-se ao coautor se for de seu conhecimento a situação justificadora. c) Age em legítima defesa aquele que, para combater o fogo que repentinamente tomou conta de seu automóvel, invade carro de terceiro estacionado nas proximidades e dele retira um extintor, sem autorização do proprietário. d) As causas excludentes de ilicitude são exaustivamente elencadas no Código Penal. e) De acordo com a teoria adotada pelo Código Penal, o estado de necessidade pode funcionar como causa de exclusão da ilicitude ou da culpabilidade, conforme os valores dos bens em conflito.
Quanto à exclusão de ilicitude, é CORRETO afirmar que: a) O estado de necessidade defensivo ocorre quando a conduta do agente atinge um bem jurídico de terceiro inocente. b) O excesso culposo decorrente de erro sobre os limites da causa de justificação não é punível a título de dolo ou culpa. c) O Código Penal Brasileiro adotou a teoria unitária do estado de necessidade. d) No excesso de legítima defesa involuntário, derivado de erro de tipo escusável, o agente responde pelo fato criminoso.
Espécie de legítima defesa que a doutrina afirma ser inexistente, pois a situação fática não é reconhecida como legítima defesa e não exclui a ilicitude de ação:
a) Legítima defesa própria. b) Legítima defesa putativa. c) Legítima defesa de terceiro. d) Legítima defesa em proteção a quem consente com a agressão de terceiro a bem indisponível. e) Legítima defesa recíproca.
A alternativa ‘a’ trata da aberratio ictus, a alternativa ‘b’ trata da aberratio criminis e a alternativa ‘c’ trata de erro de tipo, não de erro de proibição. A letra ‘d’ está correta justamente por trazer uma descriminante putativa por erro de proibição (sinônimo de erro de proibição indireto – atenção com as nomenclaturas). O erro de tipo, se inevitável, exclui o dolo e a culpa, tornando o fato atípico, mas, se evitável, permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Art. 20, § 3º do CP. Consideram-se as condições da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. O erro de proibição, se inevitável, exclui a culpabilidade; se evitável é causa de diminuição de pena. Art. 21 do CP. B. D. A. C.
O que caracteriza o erro de proibição indireto no contexto do Código Penal? Trata-se de erro de proibição indireto, que ocorre quando o agente atua conhecendo a tipicidade de sua conduta, porém supõe estar ela acobertada por alguma excludente da ilicitude. Aplica-se, no caso, a norma do art. 21 do CP. A. O agente atua conhecendo a tipicidade de sua conduta, mas supõe estar ela acobertada por alguma excludente da ilicitude. B. O agente atua sem conhecimento da tipicidade de sua conduta. C. O agente atua sem saber que sua conduta é ilícita.