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Vício Social: Simulação

Pessoal, estou fazendo um trabalho sobre a simulação e eis que surge uma dúvida:

A simulação possui o intuito de enganar o terceiro, como uma de suas principais características, porém estive pesquisando em alguns sites que dizem que o intuito é somente de ENGANAR e não prejudicar, uma vez que alguém pode ser enganado sem que sofra prejuízos.  A minha dúvida é a seguinte: Se alguém age com a intencional de enganar consequentemente ela não está causando algum prejuízo a outrem? E se for caracterizado como "prejudicar"será dolo e não simulação?

💡 2 Respostas

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Silvia Monique Cesar

Não há confusão nos institutos de "dolo" e "simulação", uma vez que

1) Na simulação, as partes sabem da verdadeira essência do negócio jurídico praticado, o escopo é enganar um terceiro. Ex.: um contrato de compra e venda de bem imóvel, mas que é registrado como doação para fins de não incidência de tributos

2) No dolo, apenas uma parte sabe da verdadeira essência do objeto/situação pessoal do contratante/eventuais riscos, há uma reserva mental intencional acerca de um dos elementos do contrato, situação que, caso a parte contrária tivesse ciência, não realizaria tal contrato. O enganado aqui é um dos contratantes

 

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Júnior Oliveira

Na simulação, a vítima é uma terceira pessoa, alheia ao negócio simulado, dele não tendo participado. Ou seja, as partes entram, em comum acordo, realizam uma declaração falsa, visando ludibriar terceiro de boa-fé.

Ocorrerá simulação nos casos elencados no §1º do art. 167, CC/02.

§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;

II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;

III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

Já no dolo, a vítima integra o negócio jurídico, mas não sabe que a outra parte age de ma-fé.

EXEMPLOS:

1) SIMULAÇÃO: Joaquim e José, empresários, realizam simulam (alteram informações) sucessivos atos negociais com informações falsas, com o intuito de enganar a Receita Federal e, com isso, recolher menos impostos. 

Perceba que a Receita não participou desses negócios com informações falsas, apenas foi vítima da falsidade, recebendo menos impostos do que devidos.

2) DOLO: Ana vende para Maria um imóvel que não é seu, utilizando-se de certidões falsas do RGI em que consta como proprietária.

Nesse caso, Maria firma o negócio com Ana sem saber da falsidade dos documentos, sendo vítima de dolo

 

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