Poderíamos traçar o seguinte quadro para o erro de tipo essencial:
1°) quando o agente comete uma infração penal sem consciência real e inequívoca de todos os elementos constitutivos do tipo incriminador não há nenhum erro (o agente responde normalmente pela infração cometida);
2°) quando o agente comete a infração penal sem a consciência dos elementos constitutivos do tipo incriminador e, nas circunstâncias em que praticou a conduta, sem a possibilidade de atingir essa consciência, surge o erro de tipo essencial inevitável (= ficam excluídos o dolo e a culpa e, em consequência, o fato típico, não decorrendo, assim, nenhuma responsabilidade penal para o agente);
3°) quando o agente comete a infração penal sem consciência dos elementos constitutivos do tipo incriminador, mas, na circunstância em que praticou a conduta, com a possibilidade de atingir essa consciência, surge o erro de tipo evitável (= exclui o dolo, mas não a culpa, permitindo, assim, a punição do agente por crime culposo, se previsto em lei).
O erro de tipo (essencial), assim, sempre exclui o dolo, seja o erro inevitável ou evitável, porque o “erro de tipo é o lado inverso do dolo de tipo”. Considerando-se o dolo também como parte integrante do tipo conclui-se que o erro de tipo não chega a afetar a culpabilidade ou ilicitude; antes, inexiste o próprio tipo.
O artigo 1.556 do Código Civil admite a anulação do casamento por erro essencial, que pode ser entendido por uma falsa percepção da realidade. A título de exemplo tem-se o caso quando um dos cônjuges desconhece a restrição sexual de seu consorte antes de formar a sociedade conjugal, podendo o mesmo buscar a anulação do casamento.
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