Leia 02 livros considerados de "auto ajuda", mas que podem te dar uma noção da aplicaçãoprtaica da filosofia nas relações diárias do ser humamo: 1) Mais Platão e menos Prozac e Pergunte a Plataão, de lou marinof.
O que é a filosofia?
Este questionamento vem desde a época grega provocando severas discussões, e embates solitários. Ao longo dos séculos esta discussão ultrapassou as fronteiras das academias e alcançou o senso comum a ponto de ser confundida com mero ponto de vista. Tal é que o homem comum se apropriou do conceito e solta expressões “minha filosofia” ou “não é a minha filosofia”. Este apropriar-se do conceito filosofia busca enquadrar a própria filosofia na gaiola particular do pensamento das conveniências individuais.
Necessário é perceber que a resposta não será uníssona e nem unívoca. E a filosofia aceita discordâncias de pensamento. A filosofia que não aceita discordâncias de pensamento não pode ser chamada de filosofia. Sustento minha afirmação com a autoridade de Voltaire (Paris, 21 de novembro de 1694 — Paris, 30 de maio de 1778), que disse: Posso não concordar com o que tu dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo.
Esta aceitação de diferentes correntes filosóficas é que nos permite navegar pela História da Filosofia. A filosofia é etimologicamente o “amor pelo saber” , mas sabemos que ela vai além disto. Para não fugir da proposta, nos ateremos ao que diz ser a filosofia a partir do texto “Disciplina e experiência” , escrito em forma de entrevista concedida por Giuseppe Ferraro a Walter Omar Kohan. A entrevista aconteceu na livraria Travessa do Rio de Janeiro.
Ferraro declara que possui experiência no Ensino de Filosofia, transitando por diferentes personagens a saber: Crianças, adolescentes, universitários e prisões. Um público amplo que acreditamos proporcionar de fato uma reflexão sobre o que é filosofia. A criança sem o medo de perguntar, posto que, o espírito pueril lhe dá a coragem necessária para querer saber porque o céu é azul. Os adolescentes com a sua mudança de personalidade que transita entre dois mundos, para quem o futuro é tão incerto quanto o do filósofo que caiu nas garras da intolerância. Os universitários com sua sede de descoberta acadêmica e por fim, o mais espinhoso acredito eu, os prisioneiros que mesmo tendo o seu corpo encarcerado descobre na filosofia a capacidade de voar livremente.
Não há como não lembrar do Mito da Caverna de Platão. A filosofia é que leva o prisioneiro a desvencilhar-se das correntes, e é a mesma filosofia que o leva a ser agredido pelos outros prisioneiros. Uma experiência desta magnitude provoca vontade de “tocar” o pensador.
Para Ferraro, a filosofia é antes de tudo uma disciplina e não uma matéria, e é isto que a faz tão urgente. Como disciplina ela deve provocar a “apropriação pessoal de um saber”. E o professor de filosofia deve atentar para as peculiaridades de cada público. A filosofia é para Ferraro uma necessidade pessoal e social, uma exigência. Concordo com a definição e encontro a explicação para a apropriação da filosofia realizada pelo homem comum (que mencionei no início). O senso comum apropria-se da filosofia a tal ponto de falar “minha filosofia” porque tem necessidade, tem exigência, de ter filosofia. E aprendo com Ferraro que a “filosofia de cada um é o sentido que se dá, na própria existência, à vida” Ainda na esteira de Ferraro, aprendemos que a exigência maior da filosofia, permanece imutável desde a época em que Sócrates compareceu no templo de Delfos e leu a inscrição no pórtico que é até hoje o maior aforismo da filosofia. “gnōthi seauton”. Conhece te a ti mesmo. Quando lembramos que este aforismo é um alerta para termos cuidado com a “doxa” (opinião, verdade óbvia) de uma multidão, percebemos o processo de apropriação da filosofia, como sendo um escape do que pensa o outro ou os outros em relação a determinado assunto, e então mesmo sem aperceber o homem comum diz que “esta não é minha filosofia”.
Quando Ferraro coloca como ponto de sustentação o questionamento “Como posso conhecer a mim mesmo?” e explica que a relação da filosofia é restabelecer o olhar com quem nos quer bem, avança na definição simplista de que a filosofia é amiga do saber. Ela (a filosofia) é o vínculo com algo que é caro. E ao “ensinador de filosofia” cabe desvendar este processo que é uma via de mão dupla, pois quando se descobre o que é caro ao outro refletimos sobre o que é caro para nós mesmos.
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