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O QUE É CONCURSO DE CRIMES?

💡 3 Respostas

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Felipe Nunes

O concurso de crimes ocorre quando o(s) agente(s), mediante a prática de uma ou várias condutas, prática(m) dois ou mais crimes. Pressupõe, sempre, pluralidade de fatos (crimes).

Há 3 espécies de concurso de crimes: 

1- Concurso material (ou real): Configurada no art. 69 do cp. Se caracteriza quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão pratica dois ou mais crimes.

2- Concurso Formal (ou ideal): Previsto no art. 70 do cp. Se cara caracteriza quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes.

Esse se divide a depender da espécie dos crimes e vontade do agente:

 Em relação a espécie dos crimes:

Concurso Formal Homogêneo: Verifica-se quando os crimes cometidos (mediante uma só ação) forem idênticos (ex: dois homicídios culposos de trânsito);

Concurso Formal Heterogêneo: Verifica-se quando os crimes cometidos (mediante uma só ação) forem diferentes (ex: dirigindo imprudentemente, o condutor do veículo mata um pedestre e provoca lesões corporais em outro);

Em relação a vontade do agente:

Concurso Formal Perfeito (ou próprio): Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, querendo apenas um dos resultados (ex: Fulano efetua um só disparo, matando cinco pessoas enfileiradas, mas querendo atingir apenas uma delas.)

Concurso formal imperfeito( ou impróprio): Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, querendo todos os resultados ( ex: Fulano efetua um só disparo, matando cinco pessoas enfileiradas, querendo realmente matar as cinco)

3- Crime continuado (ou continuidade delitiva): Previsto no art. 71 do CP, se configura quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, em que, pelas circunstâncias de tempo, lugar, meneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro (ex:Em determinada noite, Pedro arrombou a porta de um centro comercial e subtraiu vários itens de vestuário de oito lojas, de diferentes proprietários.)

 

 

Minha explicação é muito breve, recomendo que você primeiro entenda o concurso de crimes(com minha explicação simplificada), e depois, se aprofunde mais no estudo em conjuto com a doutrina. 

 

 

 

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Patrícia Oliveira

Concurso de crimes quer dizer que o agente ou um grupo de agentes cometeu dois ou mais crimes mediante a prática de uma ou várias ações. Portanto, dentro de uma mesma dinâmica há a pratica vários crimes.

O concurso de crimes está previsto nos artigos 6970 e 71 do Código Penal. Ele é subdividido em concurso material, concurso formal e crime continuado.

a) Concurso Material

Ocorre quando o agente mediante mais de uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. Exemplo: Fulano, armado com um revolver, atira em Cicrano e depois atira em Beltrano, ambos morrem. Neste exemplo, há duas condutas e dois resultados idênticos.

Quando os resultados são idênticos, utiliza-se o termo homogêneo e quando os resultados são diversos utiliza-se o termo heterogêneo.

No concurso material, o agente deve ser punido pela soma das penas privativas de liberdade.

Guilherme Nucci explica quanto ao critério para a aplicação da pena “torna-se imprescindível que o juiz, para proceder à soma das penas, individualize, antes cada uma. Ex. Três tentativas de homicídio em concurso material. O magistrado deve, em primeiro lugar, aplicar a pena para cada uma delas e, no final, efetuar a adição”.

Importante observar que se houver a soma das penas antes da individualização ocorrerá a inobservância do princípio da individualização da pena, e consequentemente a anulação da sentença.

No caso da sentença cumular pena de reclusão e detenção, aquela deverá ser cumprida primeiramente.

Em relação ao juiz competente para aplicar a regra do concurso material, Fernando Capez explica que “se houver conexão entre os delitos com a respectiva unidade processual, a regra do concurso material é aplicada pelo próprio juiz sentenciante. Em não havendo conexão entre os diversos delitos, que são objeto de diversas ações penais, a regra do concurso material é aplicada pelo juízo da execução, uma vez que, com o trânsito em julgado, todas as condenações são reunidas na mesma execução, momento em que as penas serão somadas (LEP, art. 66IIIa)”.

b) Concurso Formal

Ocorre quando o agente mediante uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. Exemplo: Fulano atropela três pessoas e elas morrem. Neste exemplo, nós temos três resultados idênticos diante de uma única conduta.

Portanto, os requisitos para que se configure o concurso formal são: Única conduta e dois ou mais resultados que sejam fatos típicos e antijurídicos.

Em relação a punição, Gilherme Nucci explica que “No Concurso formal, o agente deve ser punido pela pena mais grave, ou uma delas, se idênticas, aumentada de um sexto até a metade, através do sistema de exasperação”, enquanto que se houver desígnios autônomos a pena será cumulativa conforme previsto nos crimes materiais.

A exasperação, de acordo com Guilherme Nutti, é “o critério que permite, quando o agente pratica mais de um crime, a fixação de somente uma das apenas, mas acrescida de uma cota-parte que sirva para representar a punição por todos eles. Trata-se de um sistema benéfico ao acusado e adotado, no Brasil, nos arts. 70 (concurso formal) e 71 (crime continuado)”.

Desígnios autônomos quer dizer que o agente tem a intenção (dolo) de praticar dois ou mais crimes mediante uma única conduta. Nesse sentido, a pena será cumulada (soma das penas).

Vejamos um exemplo para entender a dinâmica da aplicação da pena no crime formal. Ex. Fulano quer matar os pais para ficar com a herança da família. Ele coloca veneno no chá e oferece aos pais, que tomam e morrem por envenenamento. Neste exemplo, Fulano queria matar a mãe e o pai para ficar com a herança – desígnios autônomos –, portanto, aplica-se a soma das penas. Outro exemplo, Fulano queria matar o pai, porque ele era uma pessoa violenta, agressiva que chegava bêbado em casa e espancava sua esposa e seus irmãos. Fulano oferece o chá ao pai que toma e morre por envenenamento. Porém, a mãe de Fulano, acidentalmente, toma o chá envenenado e também morre em decorrência do envenenamento. Neste exemplo, configurar-se-á o aumento da pena, pois não foram identificados os desígnios autônomos, ou seja, a intenção de matar tanto o pai quanto a mãe.

A doutrina denomina crime formal perfeito quando se aplica a pena do crime mais grave com aumento. O crime formal imperfeito ocorre quando há somatória das penas.

O resultado pode ser heterogêneo quando o resultado é diverso. Ex. Atropelo duas pessoas, uma se fere levemente e a outra morre. E homogêneo quando o resultado é idêntico. Ex. Atropelo duas pessoas e as duas se ferem levemente.

parágrafo único do artigo 70 do Código Penal trata do concurso material benéfico que quer dizer que mesmo se tratando de concurso formal a aplicação da pena poderá ser feita utilizando as regras do concurso material caso esta for mais benéfica do que a pena aumentada. Guilherme Nucci explica “se o réu está respondendo por homicídio doloso e lesões culposas, em concurso formal, valendo-se da regra do art. 70, a pena mínima seria de 6 anos – pelo homicídio simples – acrescida de um sexto, diante da exasperação prevista, resultando em 7 anos de reclusão. Se fosse aplicada a pena seguindo a regra do concurso material, a pena ficaria em 6 anos de reclusão e 2 meses de detenção. Portanto, já que o concurso formal é um benefício ao réu, deve ser aplicada a pena como se fosse concurso material. Observa-se que o concurso é formal, embora a aplicação da pena siga a regra do concurso material. É a opção do legislador pelo sistema do acúmulo material.”

c) Crime continuado

Ocorre quando o agente, reiteradamente, mediante mais de uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, nas mesmas condições de tempo, ação e lugar. Por exemplo, a empregada que furta toda semana da carteira da patroa R$ 10,00.

Quais as condições de tempo? Toda semana. Ação? Furto. Lugar? Carteira da patroa.

A rigor, cada vez que a empregada furta R$ 10,00 é considerado um crime de furto qualificado, pois, acrescenta-se o abuso de confiança entre a empregada e a patroa. O furto qualificado tem uma pena mínima de 2 anos, portanto, se ocorresse 50 crimes desta natureza, a empregada teria uma pena de 100 anos. Isso seria um tanto quanto injusto, pois quem mata uma pessoa tem pena mínima de 6 anos, enquanto que nesse caso ela teria uma pena de 100 anos. Portanto, identificando que houve a prática reiterada, as mesmas condições de tempo, ação e lugar, aplica-se a pena de um só crime se idêntico ou a mais grave se diferentes, aumentada a pena. O crime continuado nada mais é do que um concurso material de crimes, porém com regra de apelamento de concurso formal.

De acordo com Fernando Capez, há o crime continuado comum – sem violência ou grave ameaça - no qual se aplica a pena do crime mais grave aumentada de 1/6 a 2/3 ou o crime continuado específico – com violência ou grave ameaça – no qual se aplica a pena mais grave aumentada até o triplo. No entanto, se a aplicação da regra do crime continuado, a pena resultar superior à que restaria se somadas as penas, aplica-se a regra do concurso formal (concurso material benéfico).

A prescrição nos casos dos crimes de concurso material, formal e crime continuado devem obedecer ao texto do art. 119 do Código Penal que diz “no caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente”.

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Estudante PD

O concurso de crimes segundo o código penal é dividido em concurso material ou real, concurso formal ou ideal e crime continuado. No concurso material o agente com duas ou mais ações comete dois ou mais crimes, sendo que, ao final será aplicado a soma das penas. Ele está previsto no artigo 69 do Código Penal.

No concurso formal o agente com uma ação ou omissão pratica dois ou mais crimes sendo que no concurso formal próprio a pena final é aumentada de um sexto até a metade. No concurso formal impróprio, isto é , quando o agente está com desígnios autônomos as penas são somadas. Ele está no artigo 70 do Código Penal.

No crime continuado o agente com duas ou mais ações pratica crimes da mesma espécie sendo que observando as condições de tempo, lugar, maneira de execução o crime são verificados como uma continuação.  Aqui a pena de um crime quando idêntica ou o mais grave quando diversos é aumentado de 1/6 até 2/3. Há também o crime continuado qualificado que é quando o agente pratica mais de um crime com violência ou grave ameça contra vítimas diferentes. Nesse caso a pena pode ser aumentada até o triplo. O crime continuado comum está no artigo 71 do Código Penal e o qualificado no seu parágrafo único.

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