Com a possibilidade da antecipação da execução da pena para o segundo grau, não se atropela a Presunção de inocência?

Ainda há grande divergencia doutrinária sobre o tema relativamente novo, contudo, a estrita leitura do dispositivo constitucional, o não esgotamento de todas as instancias possíveis de recurso viola sim o principio da presunção de inocência mencionao no art. 5º, LVII da CF/88. No atual cenário da jurisprudencia consolidada com a decisão recente do STF sobre o ex-presidente Lula, a execução da pena após o esgotamento em segunda instancia não é só uma possibilidade mas sim uma determinação o inicio da execução da pena. Tal decisão se pautou no principio da economia processual, pois, entendeu o STF que menos de 1% dos casos levados aquela corte se convolava em absolvição e quando ocorria a maior parte era por prescrição. Em instancias superiores a 2ª se debate aspectos da pena e possiveis dirimições de duvida sobre aplicabilidade constitucional e não o fato gerador da pena em si.

Segundo o entendimento dos Tribunais Superiores não viola a presunção de inocência, pois, já teve como ser impugnada a sentença de primeiro grau  no Tribunal de Justiça ou no Tribunal Regional Federal no exercício do duplo grau de jurisdição. Normalmente o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal não fazem a reavaliação de provas e sim só do direito aplicado ao caso concreto, desse modo, a chance do recurso modificar  o acórdão do Tribunal inferior é bem pequena, pois, haverá apenas a análise do direito que já foi bem debatido nas instâncias inferiores. Essa possibilidade decorre também do fato de que o Recurso Extraordinário e o Recurso Especial não têm efeito suspensivo, em regra, desse modo a decisão em tese poderia ser executada.