Francisco, funcionário público, agente penitenciário de segurança, lotado em penitenciária de determinado estado da federação e usual substituto do diretor de segurança e disciplina da referida unidade prisional, valendo-se dessa função, concedeu aos detentos regalias contrárias à disciplina do presídio, bem como permitiu a entrada de substâncias entorpecentes a eles destinadas. Para tanto, acertou o recebimento da quantia de R$ 20 mil, que efetivamente foi paga por interlocutores dos sentenciados. Ainda como forma de retribuição à quantia recebida, Francisco passou a informar, previamente, os sentenciados acerca da realização de revistas no estabelecimento, a fim de lhes permitir a ocultação das drogas. Considerando a situação hipotética apresentada, tipifique, com fundamento no Código Penal, a conduta de Francisco e indique a esfera competente para processá-lo e julgá-lo.
Francisco poderá ser processado pelos crimes de Corrupção Passiva e Violação de Sigilo Funcional, perante a Vara Criminal da Comarca em que exerce o cargo/função.
"Art. 317. - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa."
"Art. 325. - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave."
Nesse caso houve o cometimento do crime de corrupção passiva previsto no artigo 317 do Código Penal, pois, o funcionário público deixou de fazer ato de ofício solicitando e recebendo uma quantia indevida. Também foi praticado o crime previsto no artigo 37 da lei 11.343 de 2006, pois, agiu informando os traficantes sobre a realização de revistas. A esfera competente será, em regra, a justiça comum estadual.
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