Boa pergunta Marcella Correia, mas, antes de respondê-la se faz necessário relembrar alguns temas.
Direito disponível, de maneira bem simples, é o que pode ser objeto de disposição da parte, podendo ser alienado, renunciado etc. O indisponível é o contrário, não pode sequer ser renunciado pelo titular.
O direito à paternidade, entendido como reconhecimento ao estado de filiação, é indisponível e imprescritível, inclusive por expressa previsão legal (art. 27, Lei n.º 8.069/90), entretanto, se considerarmos que a investigação de paternidade demanda propositura de ação judicial, devemos tratâ-lo como qualquer outro direito de ação de natureza civil, o qual somente pode ser exercido em conformidade com a conveniência e interesse do titular, quem inclusive pode, no curso do processo, desistir do processo, consequentemente transacionar sobre o direito de ação, jamais, entretanto, sobre o estado de filiação (Ex.: o Juiz não pode homologar um acordo judicial em que as partes, sem exame de DNA confirmando a ausência de vínculo biológico, requereram que o Autor reconhece que o Réu não é o seu pai).
O direito que se diz indisponível - e que se relaciona com a investigação de paterniadade - é o direito à indentidade. Ou seja, não se pode abrir mão do direito à prórpia identidade. Em razão disso, os procedimentos de investigação de paternidade podem ser realizados de ofício, ou seja, é uma obrigação do prórpio juiz e do Ministério Público de garantirem o direito à identidade.
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