1. O que significa o termo homofobia?
Fobia vem do grego, ‘phopos’, que significa medo, terror, pavor ou fobia. O prefixo ‘homo’ se refere a todas as homossexualidades, estendendo-se a isso, os travestis e transexuais. Portanto, a definição mais corrente é a do sentido de aversão ou ódio a homossexuais.
2. O que diz a Psicologia e a Psiquiatria sobre fobias?
Para a Psicologia, a fobia não é uma doença, mas um sintoma que pode aparecer em várias doenças mentais. É um medo que está inserido na história e no desenvolvimento psíquico de uma pessoa. Já para a Psiquiatria, a fobia é uma questão de saúde mental. É um medo irracional e excessivo que provoca o desvio consciente de um objeto ou de uma determinada situação. Há um diagnóstico clínico para as fobias e tratamento específico de acordo com os sintomas de cada paciente.
3. Já que a fobia é considerada um sintoma de doenças mentais, é possível criminalizá-la?
É uma discussão polêmica. Mas no projeto de lei não há nada redigido com essa denominação ‘homofobia’. O que se quer com ele é incluir a discriminação por orientação sexual na redação da lei que discrimina outras minorias. Mas se ficar comprovado que o acusado do crime realmente tem uma doença mental, de qualquer natureza, que impeça que tenha consciência da ação criminosa, o direito penal o considera uma pessoa inimputável, ou seja, que não pode ser penalizada criminalmente.
4. Qual o objetivo do projeto de lei?
O projeto de lei 122/2006 visa alterar a lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989 da Constituição Brasileira que define crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero e sexo, reformulando o texto dos artigos incluindo ‘orientação sexual’ e ‘identidade de gênero’.
5. Por ele, o que caracterizaria um crime de homofobia?
Dispensar direta ou indiretamente um funcionário caso o motivo comprovado seja o fato de ele ser homossexual; impedir, recusar, ou proibir o ingresso ou permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ao público; recusar, negar, impedir, preterir, prejudicar, retardar ou excluir em qualquer sistema de seleção educacional, recrutamento ou promoção funcional ou profissional; sobretaxar, recusar, preterir ou impedir a hospedagem em hotéis, motéis, pensões ou similares; impedir a compra, aquisição, o arrendamento ou empréstimo de bens móveis ou imóveis de qualquer finalidade; impedir , restringir ou proibir a livre expressão e a manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgêneros em locais públicos ou privados abertos ao público, sendo essas expressões permitidas aos cidadãos heterossexuais, dentre outros.
6. Qual a pena prevista pelo projeto de lei para crimes de homofobia?
As penas variam de dois a cinco anos de reclusão e as multas podem chegar a até dez mil UFIRs, podendo ser multiplicada em até dez vezes em caso de reincidência no crime.
7. Em qual instância do Congresso Nacional o projeto se encontra?
O projeto de lei foi aprovado na Câmara dos Deputados e encontra-se em análise na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.
8. Há possibilidade real de ele ser sancionado?
A comunidade gay aguarda com esperança que ele seja aprovado pelas comissões, mas tem um certo receio, já que há outros projetos estacionados há anos no Congresso Nacional, como o para união estável de entre casais do mesmo sexo, de autoria da ministra do Turismo, Marta Suplicy, desde 1995.
9. Por que há tanta manifestação contrária à criminalização da homofobia?
Os opositores temem não poder ter o direito de se expressar contra a homossexualidade.
10. Quem são os principais opositores?
Os principais opositores são religiosos que consideram a prática homossexual ‘errada’ e não condizente com os princípios cristãos. Algumas igrejas alegam que homossexualidade é doença ou um distúrbio passível de ‘tratamento’. No último dia 28 de junho, representantes da Frente Nacional Evangélica – integrada por vários deputados federais, senadores e pastores de diversas igrejas evangélicas – realizaram um manifesto no Congresso Nacional contra o projeto de lei que estava sendo votado.
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