Muito se tem falado e escrito sobre a tutela de urgência. Antes de entender de fato esse conceito, preciso lembrar que o processo de prestar a proporcionar à parte (autor ou réu) que a qual o Direito dá razão a chamada tutela jurisdicional, assim entendido o resultado da atividade jurisdicional, a proteção que o Estado, através do Poder Judiciário, entrega àquele que se mostrou, ao final do processo, dela merecedor.
A locução tutela jurisdicional, de acordo com Flávio Luiz Yarshell, advogado e professor livre-docente de Direito na Universidade de São Paulo, “designa o resultado final do exercício da jurisdição estabelecida em favor de quem tem razão, isto é, em favor de quem está respaldado no plano material do ordenamento”.
A rigor, a tutela jurisdicional é entregue ao final do processo, como visto. Porém, em certas situações, não é possível esperar esse final do processo, ou mesmo não é justo esperá-lo, sendo, então, permitida, excepcionalmente, a entrega antecipada da proteção estatal.
Na prática, se tem, de um lado, a concessão da tutela jurisdicional final e, de outro, a concessão da tutela jurisdicional provisória, a qual se divide em tutela de urgência e tutela da evidência. A tutela de urgência, por sua vez, se subdivide em antecipada e cautelar.
O QUE É A TUTELA DE URGÊNCIA?
A ideia por trás da tutela de urgência está relacionada a pressa em tutelar (proteger) um direito em risco. Diante de uma situação que exige pronta atuação do Estado-juiz, havendo risco de ineficácia do processo ou, até, fracasso da atividade jurisdicional, abre-se espaço à concessão da tutela de urgência, que, de acordo com os manuais de processo civil, tem como pressuposto o perigo de dano. “Em razão da situação de urgência, normalmente acaba-se exigindo do magistrado a prolação de decisão fundada em cognição sumária, isso é, menos aprofundada acerca da existência do direito”, como explica José Miguel Garcia Medina. É, pois, a popularmente conhecida “liminar”.
Conceitualmente falando, tutela antecipada é a efetiva realização do direito reclamado; é a entrega precipitada daquela proteção que, em tese, só viria ao final do processo, também chamada pelos processualistas mais tradicionalistas, inspirados no jurista italiano Giuseppe Chiovenda, de “bem da vida”.
O pronunciamento que, a rigor, só adviria ao final do processo é antecipado. O direito é concedido mais rapidamente àquele que o merece. São exemplos de tutela antecipada o fim de atividade nociva ao meio-ambiente, retirada de um produto defeituoso do mercado, etc.
Diversamente, ainda que também relacionada à ideia de urgência, a tutela cautelar serve para viabilizar a realização posterior do direito. É ligada à proteção do processo. Serve, pois, para garantir o resultado do processo, seja de conhecimento, seja de execução.
A tutela cautelar não se justifica por si mesma; só existe para garantir que o processo chegue a um resultado verdadeiramente útil. Exemplos de tutela cautelar são o arresto, a exibi
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