Fraude contra credores é o negócio realizado para prejudicar o credor, que torna o devedor insolvente. Simulação é a declaração enganosa da vontade, visando obtenção de resultado diverso da finalidade aparente, para iludir terceiros ou burlar a lei.
Em primeiro lugar cumpre salientar que ambas constituem um vício do negócio jurídico e se encontram na categoria de vício social, que são vícios com o escopo de prejudicar terceiros. A diferença consiste no seguinte. Na fraude contra credores o sujeito da ação busca diminuir seu patrimônio com a finalidade de impedir que os mesmos sejam utilizados como garantia de dívida não paga. Isso porque o patrimônio do devedor é a garantia do credor, em regra. Assim, aquele que tem uma dívida, não consegue pagar e não deseja que seu patrimônio seja usado para assegurar o pagamento, busca reduzir ou, até mesmo, eliminar todo o seu patrimônio com o fim escuso de fraudar os direitos do credor. Como forma de proteger o credor dessa artimanha, a lei permite que, uma vez comprovado o ato fraudulento com o ânimo de prejudicar, o credor invalide os atos praticados pelo devedor por meio de uma ação específica: a Ação Pauliana, onde ele deverá provar os requisitos que caracterizam a fraude: o dano ao credor e a intenção de prejudica-lo.
A simulação, por sua vez, consiste em declaração falsa da vontade por meio da qual se realiza um negócio falso para encobrir o verdadeiro negócio que, por ser geralmente ilícito, não pode aparecer. Desse modo, a simulação pressupõe, em regra, dois negócios efetivados (o dissimulado e encoberto, que é o negócio que de fato se pretende realizar) e o simulado (que é um negócio fictício cuja única função é encobrir o verdadeiro negócio). Na simulação as partes agem de comum acordo para prejudicar terceiros
A fraude contra credores se dá mediante prática de atos de simulação. A diferença é que, enquanto na simulação o terceiro prejudicado pode ser qualquer um, na fraude, o terceiro a ser prejudicado é, especificamente, o credor. Assim, poderiamos dizer que a fraude contra credores consiste no exercício de uma simulação específica, celebrada com o intuito de prejudicar um terceiro determinado que são os credores. Por esse motivo, para invalidar negócio celebrado em fraude contra credores, não se propõe simples ação declaratória de nulidade ou anulatória, mas uma ação própria, condizente com sua especificidade, que é a ação pauliana.
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